Você está na página 1de 18

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

PROFESSORA: MARIA EDILENE DE SOUSA

PROJETO: LIBRAS...PRA QUÊ TE


QUERO?

“A língua de sinais é para os olhos,


o que as palavras são para os ouvidos”.

ITAPIPOCA-CE
Tema: Educação Inclusiva
Nome do projeto: Libras... Pra quê te quero?
Público alvo: Alunos, professores, Gestores, funcionários e família de alunos
da Escola Menino Deus
Duração do projeto: Maio de 2016 à Dezembro de 2017

1. Justificativa

O referido projeto surgiu da necessidade de comunicação entre a aluna


surda Maria Cleonise de Sousa Gomes e os ouvintes que convivem
diariamente com ela especialmente no ambiente escolar e familiar. Quando foi
implantado a SRM na escola Menino Deus a Aluna passou a receber o
Atendimento Educacional Especializado, tendo aula de Libras conosco, porém,
Cleonise estava aprendendo uma serie de sinais em libras em um espaço de
tempo bastante desejável. Entretanto, no decorrer desses atendimentos surgiu
uma indagação que nos deixou bastante inquieta: A Cleonise está aprendendo
Libras para se comunicar com quem? Uma vez que, ninguém na escola sabe
Libras, além da professora do AEE. Além disso, a família da Cleonise também
não sabe Libras. Foi então que de imediato pensamos em realizar este projeto,
e logo veio a idéia de selecionar alunos representantes de turmas da própria
escola para aprenderem Libras conosco e consequentemente ensinarem para
todas as turmas da escola Menino Deus, destacando a turma do 2º ano, onde
estuda a aluna surda. Além disso, passamos a ensinar Libras também para os
professores mensalmente nos planejamentos coletivos, bem como, no decorrer
dos dias letivos em uma conversa e outra no horário de planejamento dos
professores. Também planejamos as visitas Periódicas para a família da aluna
Cleonise proporcionando o ensino de Libras para a família.
Vale ressaltar que, antes do surgimento da Língua Brasileira de Sinais,
as pessoas com surdez eram vistas, na maioria das vezes, como seres
incapazes de se relacionar e considerados inferiores às outras pessoas.
Hoje, sabe-se que o surdo pode sim falar, se expressar, trocar ideias e até
discursar como qualquer ser humano. O que muda é o meio de comunicação,
próprio e peculiar, que une a todos com a mesma característica: a surdez.
A educação escolar de alunos surdos tem sido um desafio diário. E esse
desafio é visto por meio de um trabalho que tem por finalidade a inclusão
desses alunos tanto na escola quanto na sociedade. Essa preocupação é um
dos significativos e mais importantes desafios que se tem enfrentado, pois para
que exista inclusão faz-se necessário que, alunos, professores, gestores e
funcionários em geral aprendam Libras como proposta para facilitar a
comunicação entre surdos e ouvintes. Essa proposta foi firmada na Lei nº
10.436 de 24 de abril de 2002, Art. 2º em que “deve ser garantido, por parte do
poder público em geral [...], formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão
da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação objetiva e
de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil”, e também por meio
do Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, Cap. IV, Art. 14, Inc. V em
que se deve “apoiar, na comunidade escolar o uso e difusão de Libras entre
professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por
meio da oferta de cursos”.
Nesse sentido o presente projeto vem contribuir para que a inclusão
possa acontecer verdadeiramente e que a barreira de preconceito seja
quebrada mediante proposta pedagógica adequada à suprir necessidades
básicas, como por exemplo, a comunicação entre as pessoas, fator inerente ao
ser humano. Vale lembrar que o projeto não tem a função de formar pessoas
fluentes em Libras ou intérpretes, mas somente suscitar nos participantes o
desejo da comunicação com surdos, tendo em vista que estas pessoas fazem
parte do seu convívio escolar diário.

2. OBJETIVOS
2.1 Geral
 Incentivar alunos, professores, gestores, funcionários e pais de alunos
quanto a utilização da Língua Brasileira de Sinais, para atuar
comunicativamente junto a pessoas com surdez, seja da comunidade escolar ,
bem como, da sociedade em geral.

2.2 Específicos
 Tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta a
aceitação e permanência de pessoas com deficiência auditiva;
 Compreender a importância da Língua Brasileira de Sinais para inserção
da pessoa com surdez na sociedade;
 Desenvolver o espírito de cidadania e respeito para com a pessoa com
deficiência auditiva/surdez;
 Mobilizar participantes para se tornarem agentes multiplicadores da
Libras;
 Proporcionar a família momentos de vivencias e aprendizagem da
Língua Brasileira de Sinais.

3. 3. Metodologia
 Dinâmicas de sensibilização;
 Orientação acerca da Libras para professores da sala regular;
 Encontros semanais com alunos que atuam diretamente no projeto;
 Diálogo em libras;
 Ensino de sinais em Libras para surdos e ouvintes;
 Visita periódica a família da aluna surda;
 Exposição de cartazes por todo ambiente escolar.
 Oficina de Libras para gestores, professores e alunos;
 Sinalização em libras nos ambientes escolares;
 Visita de outros surdos a escola Menino Deus.

4. RECURSOS DIDÁTICOS

 Vídeos;
 Músicas;
 Cartolina;
 Xerox colorida e preto e branca;
 Cola;
 Tesoura;
 Papel ofício;
 Filmes;
 Computador.

5. AVALIAÇÃO

A avaliação ocorrerá sistematicamente, durante todo o processo através da


participação e envolvimento dos participantes.

6. REFERÊNCIAS:

Brincar para todos. Secretaria de Educação Especial/MEC. Disponível em:


http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/brincartodos.pdf

Portal de ajuda Técnicas. Secretaria de Educação Especial/MEC. Disponível


em:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ajudas_tec.pdf

Documento subsidiário á política de inclusão. Secretaria de Educação


Especial/MEC.

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/docsubsidiariopoliticadeinclusao.pdf

Escola Viva: Garantindo o acesso permanência de todos os alunos na


escola – Sensibilização e convivência. Secretaria de Educação
Especial/MEC.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/sensibilizacao.pdf

Manual de Orientação: programa de implantação de sala de recursos


multifuncionais - Secretaria de Educação Especial/MEC.

Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/docsubsidiariopoliticadeinclusao.pdf

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico compreensiva, artigo a


artigo. 20. Ed. Petrópolis, RJ: vozes, 2012.
A educação especial e a legislação. Disponível em:
http://www.ibc.gov.br/?itemid=82 acesso em 17/11/2016

Lei da Inclusão. Disponível em:


LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.Acesso em 17/11/2016

4.
ANEXOS
ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

RELATÓRIO: ALUNOS QUE FAZEM PARTE DO PROJETO

Na sexta-feira, dia 20/05/2016 aconteceu o primeiro encontro da


professora do AEE com os alunos que farão parte do projeto de Libras, para
serem multiplicadores da Língua Brasileira de Sinais na Escola e na
comunidade. Contamos com a participação do nosso coordenador pedagógico
Arlilson Soares e nosso Diretor Edmar Gomes. Fazem parte deste projeto
alunos do 6º ao 9º ano, foram selecionados por já fazerem parte do projeto
SPE – Saúde e Prevenção da Escola, bem como demonstraram interesse por
Libras. Os alunos são:

6º ano: Emylle da Costa Pinto e Francisco Cauã Rocha Marques

7º ano: José Felipe Jerônimo da Silva, José armando de Sousa Costa e José
Artu Costa Rodrigues

8º ano: Maria Clara Costa de Freitas, Mônica Marques Gonçalves e José


Breno Freitas Gonçalves
9º ano: Maria Lucineiva Teixeira de Lima, Vitória Bastos Amorim e Priscila
Maria Gomes de Sousa

Pauta do encontro:

 Apresentação do projeto: objetivos e justificativa;


 Acordos: Confecção de uma blusa para o projeto, pontualidade,
assiduidade e compromisso.
 Conteúdos estudados: alfabeto manual e numerais em libras
 Atividades: Escrita com o alfabeto datilológico. Em seguida os alunos
formaram duplas para passarem em todas as salas de aula colando o
alfabeto manual nos cadernos de todos os alunos e pedindo para que
todos aprendessem, pois na semana seguinte estariam de volta as salas
verificando quem havia aprendido.
ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

RELATÓRIO: TURMA DO 2º ANO DA ALUNA SURDA

Turma do 2º ano, com 16 alunos, da professora Eunice Soares, onde


estuda a aluna Cleonise, (surda). Momento de aula de libras na Sala de
Recursos Multifuncional com a professora de AEE. Alunos aprendendo o
alfabeto manual, os numerais e alguns sinais de saudações. Todos
participaram com um bom comportamento e atentos a todos os sinais. Uma
aluna (Eloá) já se apresentou em libras, a mesma afirmou que já sabia fazer
seu nome em datilologia, e realmente isso foi concretizado. Vale ressaltar que,
tivemos a participação de nosso coordenador pedagógico, Arlilson Soares,
também aprendendo Libras, o que nos deixou muito feliz, pois demonstrou
interesse em aprender Libras.

E assim continuaremos nosso projeto a fim de facilitar a comunicação


entre surdos e ouvintes, pois ensinar libras para crianças ouvintes é o que
considero transitar na contramão, rumo não à inclusão, mas à integração social
sem privação. Repensar os paradigmas, quebrar as resistências, ter a
humildade, a generosidade e a coragem para desvendar e enveredar por um
novo caminho pode ser mais um veículo para contribuir no processo de
inclusão.

Acredito que as crianças ouvintes nos surpreenderão com os resultados


de sua atuação se ousarmos dar-lhes a oportunidade. Essa parceria é um ato
de cidadania. Apresentar a língua de sinais para crianças surdas e ouvintes
implica permitir que, a princípio, após terem aprendido um grupo de sinais,
possam construir naturalmente sua comunicação, como as crianças fazem
quando começam a ler o mundo a partir dos referenciais próximos, ao iniciar
seu processo de comunicação.

Com um pequeno grupo de sinais e orientações adequadas, é possível


iniciar um diálogo com várias ideias. Aos poucos, esse corpo de conhecimento
pode ser ampliado, priorizando iniciá-lo trabalhando a identidade. As crianças
têm muita facilidade para aprenderem. Estão sempre abertas para novas
aprendizagens e aprendem muito mais umas com as outras.

Att, Edilene Sousa


ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

RELATÓRIO: VISITA À FAMILIA DA ALUNA CLEONISE

A Escola Menino Deus na pessoa da professora do AEE,


Maria Edilene de Sousa e do coordenador, Arlilson soares,
realizou em 12 de Maio de 2016 (quinta-feira) na comunidade de Mocambo de
Cima Arapari às 14:00hs o encontro família/escola. A família visitada foi da
aluna com deficiência auditiva, Maria Cleonice. A família da aluna nos recebeu
em sua casa para falarmos sobre nosso projeto de Libras. Este projeto está
sendo promovido para toda a comunidade escolar: alunos, pais, funcionários,
professores e gestores. O objetivo das visitas é promover momentos de
aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais com a família, pois a mesma
precisa aprender libras para facilitar a comunicação entre a criança surda e os
ouvintes. Iniciamos nosso projeto com a família, em seguida será com a turma
do 2º ano na qual Cleonise estuda, e logo depois será com todos que fazem a
escola. Não podemos deixar de mencionar que a família nos recebeu muito
bem, ouviu nossa proposta de projeto, e aceitou participar, repetindo todos os
sinais que fazíamos. Convidamos a todos da família para fazer o alfabeto
manual e os números em Libras. Foi um convite muito feliz, pois todos que
estavam na casa aceitaram participar sem qualquer rejeição o que nos deixou
ainda mais motivados. Em seguida colamos na parede da casa o alfabeto
manual e os números em libras para que a família pudesse aprender e praticar.
Os mesmos prometeram que na visita seguinte eles já estariam sabendo fazer
o alfabeto e os numerais em libras.

Att, Edilene Sousa


ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

RELATÓRIO: VISITA DE DOIS SURDOS E DE UMA


INTERPRETE A ESCOLA MENINO DEUS

Na quarta-feira dia 05 de Outubro de 2016, a Escola


Menino Deus recebeu a visita da professora intérprete de Libras, Ana Silvia
Caxilé e um casal de surdos: Rivelino e Valéria. Esta foi mais uma ação do
projeto de Libras. O objetivo maior deste momento foi realizar um encontro de
nossa aluna surda Maria Cleonise de Sousa Gomes com outros surdos, pois
até o momento a mesma nunca havia tido contato com nenhum outro surdo, ou
seja, para ela não existiam outras pessoas surdas como ela.

Vale ressaltar que, quando um surdo descobre outro surdo e uma nova
maneira de comunicação, descobre também sua identidade. Ele deixa para trás
a experiência do isolamento e da exclusão, que começa em casa, e reconhece
um novo lugar no mundo. Em outra palavras, a construção da identidade se dá
na interação e na comunicação com o outro. A troca é uma oportunidade de
interagir, e vivenciar novas experiências. Assim, linguagem e conhecimento
andam juntas e são determinantes para a cidadania do surdo.

Um segundo objetivo foi trazer a interprete para proporcionar uma breve


oficina de Libras com os professores e núcleo gestor de nossa Escola, bem
como, para alguns familiares da Cleonise, a fim de facilitar a comunicação
entre surdos e ouvintes.

Vale ressaltar que foi um momento de grande emoção para mim,


enquanto professora de Libras da Cleonise, pois não existem palavras que
justifiquem a expressão de alegria estampada no rosto desta pequena criança
ao perceber que existem pessoas que, assim como ela, falam com as mãos.
Lembrando ainda que, foi um dia de grande aprendizado para Cléo, pois em
uma única dia na convivência com outros surdos, ela aprendeu diversos sinais
que, eu como professora de Libras, ainda não tinha conseguido fazê-la
entender.

De acordo com os relatos dos professores de nossa escola foi um


momento muito bom de muita aprendizagem, de muitas reflexões acerca da
pessoa com surdez. Ana Silvia realizou diversas atividades com eles, como
datilologia do nome próprio, interpretação da música, como é grande o meu
amor por você, teve também diálogo em libras e, além disso, o casal de surdos
deu sinal para todos que estavam presentes.

Att, Edilene Sousa


ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

AULA DE LIBRAS PARA GESTORES E PROFESSORES


ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

LIBRAS NA SALA REGULAR


ESTADO DE CEARÁ

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIPOCA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA MENINO DEUS

ANO LETIVO 2016

APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS DO PROJETO

Você também pode gostar