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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Fernando Henrique Cardoso


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
Paulo Renato Souza
SECRETARIA EXECUTIVA DO MEC
Luciano Oliva Patrício
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS
Maria Helena Guimarães de Castro
Brasília, 1998

METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO DE
ADULTOS: UM BALANÇO DA PRODUÇÃO
DO CONHECIMENTO

Série Documental: Relatos de Pesquisa, n.7, ago./1993 ISSN 0104-6551


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO - MEC
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
EDUCACIONAIS

METODOLOGIA DA
ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS:
UM BALANÇO DA PRODUÇÃO
DE CONHECIMENTO»

Vera Maria Masagão Ribeiro, Marilena


Nakano, Orlando Jóia e Sergio Haddad*

A pesquisa que deu origem a este trabalho foi


realizada pelo Centro Ecumênico de Documentação
e Informação(C£DI) e financiada parcialmente pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Ed ucaciona is(INEP).

Brasília/1993
DIRETOR
Divonzir Arthur Gusso

COORDENADORA DE PESQUISA
Margarida Maria Sousa de Oliveira

COORDENADOR DE ADMINISTRAÇÃO
Luis Carlos Veloso

COORDENADOR DE ESTUDOS DE
POLÍTICAS PÚBLICAS
Tancredo Maia Filho

GERENTE DO PROGRAMA EDITORIAL


Arsênio Canísio Becker

SUBGERENTE DE DISSEMINAÇÃO E CIRCULAÇÃO


Sueli Macedo Silveira

GERENTE DO CENTRO DE INFORMAÇÕES


BIBLIOGRÁFICAS EM EDUCAÇÃO
Gaetano Lo Mônaco

RESPONSÁVEL EDITORIAL
Tinia Maria Castro

NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Maria Ângela T. Costa e Silva

REVISÃO
Cleusa Maria Alves
Gislene Caixeta
José Adelmo Guimarães

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Celi Rosalia Soares de Melo
Hermes Oliveira Leão

APOIO GRÁFICO
Maria Madalena Argentino

Série Documental: Relatos de Pesquisa, n.7, ago/1993 ISSN 01044551


APRESENTAÇÃO

Uma das funções institucionais do INEP consiste em prover e estimular a


disseminação e discussão de conhecimentos e informações sôbre educação, visando ao seu
desenvolvimento e domínio público, através de sua produção editorial.
Com o objetivo de contribuir para a democratização de parte desses conhecimen-
tos, de modo mais ágil e dinâmico, o INEP criou recentemente as Séries Documentais, com
o mesmo desenho de capa: elas formam um novo canal de comunicações, diversificado
quanto a público, temática e referenciação; abrangendo vários campos, elas podem alcançar,
com tiragens monitoradas, segmentos de público com maior presteza e focalização; cada
série poderá captar material em diferentes fontes (pesquisas em andamento ou concluídas,
estudos de caso, papers de pequena circulação, comunicações feitas em eventos técnico-cien-
tíficos, textos estrangeiros de difícil acesso, etc).
São as seguintes as séries:
1. Antecipações tem o objetivo de apresentar textos produzidos por pesquisadores
nacionais, cuja circulação está em fase inicial nos meios acadêmicos e técnicos.
2. Avaliação tem o objetivo de apresentar textos e estudos produzidos pela Gerência
de Avaliação.
3. Estudo de Políticas Públicas tem o objetivo de apresentar textos e documentos
relevantes para subsidiar a formulação de políticas da Educação.
4. Eventos tem o objetivo de publicar textos e conferências apresentados em
eventos, quando não se publicam seus anais.
5. Inovações tem o objetivo de apresentar textos produzidos pelo Centro de
Referências sobre Inovações e Experimentos Educacionais (CRIE).
6. Relatos de Pesquisa tem o objetivo de apresentar relatos de pesquisas financiadas
pelo INEP.
7. Traduções tem o objetivo de apresentar traduções de textos básicos sobre
Educação produzidos no Exterior.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

O MOBRAL 9

PAULO FREIRE E A ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS 11

A APRENDIZAGEM DA ESCRITA 12

O ALFABETIZANDO ADULTO 13

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15
INTRODUÇÃO Com relação à clientela, há pelo menos um
indicador constante que merece séria con-
Este texto é parte de um trabalho mais sideração: a população que recorria a esse
amplo (Ribeiro et al., 1992), que buscou programa de alfabetização de adultos era
estabelecer um "estado da arte" sôbre a bastante jovem. Aproximando os diversos
metodologia da alfabetização de adultos, o estudos, constata-se que algo em torno de
qual foi realizado a partir de um extenso 60% dos estudantes do Mobral tinham
levantamento bibliográfico, abarcando menos de 20 anos e que mais da metade
livros, artigos em periódicos especializa- deles já havia freqüentado escola anterior-
dos, dissertações e teses, relatórios, docu- mente. Esta é uma tendência verificada
mentos oficiais, relatos de experiências, também atualmente por diversas agências
papers e outros avulsos. que promovem escolarização de adultos.
Seu público não é majoritariamente o
Apresentamos aqui uma síntese do "estado suposto adulto maduro, que não teve
da arte", com os objetivos de mapear as acesso à escola na infância ou que passou
principais tendências detectadas no exame muitos anos dela afastado. A maioria
da produção escrita do período e indicar substancial da clientela dos programas de
algumas lacunas e aspectos da produção educação de adultos são adolescentes e
que necessitam ser aprofundados ou de- jovens que fracassam no sistema regular e
senvolvidos de modo mais abrangente e buscam uma segunda chance para realizar
extenso. seus estudos. Sem dúvida, esse é um dado
fundamental a ser considerado pelos pla-
nejadores educacionais, tanto no que se
O MOBRAL refere à política quanto aos aspectos peda-
gógicos.
Um primeiro aspecto digno de análise diz
respeito aos trabalhos realizados pelo Setor
de Pesquisas do Mobral ou por ele apoia- No que diz respeito ao rendimento dos
dos. A maioria dos que tivemos acesso são alunos do Mobral no aprendizado da
surveys para caracterização da clientela e leitura e escrita, é notável o fato de que os
seu rendimento, além dos recursos huma- resultados das pesquisas realizadas pelo
nos e materiais do Programa de Alfabeti- próprio Mobral são discrepantes com
zação Funcional (PAF). São pesquisas que relação àqueles encontrados por pesquisa-
abarcam amostragens bastante grandes, dores não vinculados ao órgão. Enquanto
que contrastam com a pobreza das análises nas pesquisas de Castro e Almeida (1976),
e conclusões tiradas de seus resultados Almeida (1978) e Pereira (1987) o rendi-
(Speranza, 1973; Castro e Almeida, 1976; mento dos alunos é considerado bom,
Almeida, 1978; Almeida e Leblond, 1982). principalmente nos itens de leitura e cálcu-
lo e pior no item escrita. Mendonça (1985),
Com relação aos recursos humanos, cons- utilizando a mesma bateria de testes,
tata-se o baixo nível de formação dos encontra dados que apontam para um
agentes e educadores e a insuficiência das índice de apenas 13% de produtividade
atividades de supervisão. Constata-se tam- com relação aos alunos matriculados. Em
bém a precariedade dos recursos materiais. Fletcher (1983), encontramos também
dados pouco otimistas quanto ao rendi- te clara as dificuldades encontradas em
mento e quanto à questão da regressão. operacionalizar o princípio da funcionali-
dade apregoado (Murtinho, 1985).
O Mobral enunciava dois princípios bási-
cos em sua metodologia de alfabetização Em termos de resultados, o princípio da
de adultos: a funcionalidade e a aceleração. funcionalidade é também questionado em
Ao se postular a funcionalidade da alfabe- pesquisas realizadas por Lovisolo (1978a e
tização, entendia-se que ela não devia se 1978b), que abordam o rendimento dos
limitar ao ensino das técnicas da leitura e alunos do Mobral especificamente no que
escrita, mas também induzir o aluno adul- diz respeito à funcionalidade da alfabeti-
to a descobrir sua função social, ensinan- zação, ou seja, em que medida ela determi-
do-o a viver em comunidade, capacitando- na mudanças econômicas e político-sociais
o a integrar-se no mercado de trabalho e para os participantes do programa. Seus
ao exercício da cidadania. Nesse sentido, dados revelam que a alfabetização empre-
todo o trabalho pedagógico deveria estar endida pelo Mobral não resultou em mu-
voltado para a situação existencial do danças de renda e ocupação dos suposta-
aluno, sua realidade e seus interesses mais mente alfabetizados, nem numa maior
imediatos. A aceleração justificava-se pelo participação em trabalhos comunitários e
fato de o programa estar dirigido a adultos associações.
que, graças à maturação biológica e à
adaptação ao meio social, já estariam ma- Ao contrário das outras pesquisas sobre
duros nos aspectos da percepção e motrici- clientela empreendidas pelo Mobral, nestas
dade, de modo que não seria necessário encontramos um esforço de análise dos
que seguissem todos os passos da instru- dados encontrados. O autor questiona a
ção tradicional1. possibilidade de a educação, enquanto
fator isolado, interferir em aspectos que
Para atingir o objetivo da funcionalidade, dependem da dinâmica do mercado de
além da silabação de palavras geradoras, o trabalho. Nesse aspecto, fica evidente o
método de alfabetização proposto pelo caráter puramente ideológico das propos-
Mobral previa também a discussão de tas do Mobral. De fato, dificilmente um
temas relacionados às necessidades básicas programa de alfabetização, mesmo que
dos homens, como saúde, habitação, traba- massivo, poderia promover a melhoria na
lho, etc. As discussões deveriam ser desen- renda das populações mais pobres, quando
cadeadas a partir das palavras geradoras e o modelo de desenvolvimento é excludente
das ilustrações onde elas eram representa- e concentrador de renda. Também no que
das. Uma avaliação do material didático diz respeito à participação social, seria ab-
utilizado nacionalmente pelo Mobral, surdo esperar que os egressos do Mobral
realizada pelo próprio Setor de Pesquisas- intensificassem seu exercício de cidadania
da instituição exemplifica de forma bastan- sob a vigência de uma ditadura que havia
reprimido toda a participação popular.

Já no final da década de 70, eram cons-


1
Os princípios metodológicos do Mobral são tantes os questionamentos da eficiência do
enunciados em Costa (1980). Mobral, tanto no que diz respeito à alfabe-
tização propriamente dita quanto à sua PAULO FREIRE E A ALFABETIZAÇÃO
funcionalidade. Além disso, o Movimento DE ADULTOS
tinha dificuldades em conseguir a quanti-
dade de matrículas que correspondesse a Paralelamente ao trabalho realizado pelo
suas metas propagandeadas e defrontava- Setor de Pesquisas do Mobral, a obra de
se com altos níveis de evasão (Paiva, 1982). Paulo Freire foi, sem dúvida, a principal
referência do período para a alfabetização
Nesse contexto, é interessante analisarmos de adultos. Algumas das técnicas didáticas
a emergência, nas pesquisas, do tema da propostas por Freire foram utilizadas
motivação e rejeição à alfabetização entre também pelo Mobral: palavras geradoras
os alunos do Mobral. Nos trabalhos que ilustradas por codificações a partir da
compilamos é notável a existência de duas quais se desenvolvem discussões; desmem-
abordagens bem distintas sobre este tema. bramento da palavra em sílabas, apresen-
Numa delas, o próprio adulto analfabeto tação das famílias silábicas com as quais o
pode ser culpabilizado pelos fracassos do alfabetizando cria novas palavras.
programa. Ele não se motivaria pela alfa-
betização por ser pobre e ter outras neces- Entretanto, a especificidade de Freire não
sidades mais urgentes ou porque sua se encontra nessas técnicas didáticas; o
condição de analfabeto o impediria de método de alfabetização silábico, por e-
conscientizar-se dos benefícios da alfabeti- xemplo, já era largamente utilizado antes
zação (Amorim, 1978). Pesquisa de Bandei- de sua proposta para alfabetização de
ra (1986) revela que esta visão era predo- adultos. O que caracteriza o enfoque em
minante entre os agentes do Mobral. que Freire é principalmente um postulado
filosófico-pedagógico, o diálogo, ancorado
Em abordagens mais antropológicas como numa postura política bastante definida: o
as de Dauster et al.(1981) e M.K01iveira reconhecimento do alfabetizando adulto
(1982), identifica-se nos alfabetizandos como pertencente a um grupo social opri-
adultos uma consciência razoavelmente mido. Isso implica o compromisso do
forte da importância da instrução para educador com a superação dessa opressão,
uma melhoria das condições de vida. Há a consideração do oprimido como sujeito
diferenças importantes nos enfoques des- desse processo, a busca de relações mais
sas autoras, mas ambas observam que, igualitárias e, principalmente, um conteú-
além da resolução de problemas concretos do de crítica à ordem social vigente. Essa
e imediatos, tais como identificar o destino é a perspectiva de muitos estudos realiza-
dos ônibus ou assinar seus documentos, a dos a partir de experiências alternativas à
alfabetização tem para os adultos de baixa do Mobral, inspiradas diretamente em
renda um forte conteúdo simbólico. Nas Paulo Freire e por outras manifestações
populações estudadas, imigrantes, fave- das teorias pedagógicas de esquerda.
lados e subempregados de grandes centros
urbanos, a alfabetização é valorizada como Evidentemente, as propostas do Mobral
condição para sua independência e porta não tinham esse teor, o que talvez tornasse
de entrada para o universo da "sociedade apenas discursivas suas propostas didáti-
moderna". cas que se referem ao incentivo a uma
relação pedagógica dialógica (Cruz e Tos- sentação simbólica e a compreensão das
cano, 1979). funções sócias da escrita.

Encontramos pesquisas que se dedicam No Brasil, essas críticas às concepções


especificamente a cotejar as propostas do associacionistas e à consideração da leitura
Mobral e de Freire. Jannuzzi (1983) procu- e escrita como algo mais que o exercício de
ra demonstrar que a diferença de princí- decifrar letras e sons popularizaram-se
pios entre as duas propostas reverte em principalmente através da divulgação dos
metodologias também distintas. Cardoso estudos de Emília Ferreiro. A psicopedago-
(1988) pesquisa diferenças entre as duas ga argentina, a partir do referencial teórico
propostas pedagógicas a partir da relação de Piaget, estuda a psicogênese da escrita
entre alfabetizador e alfabetizandos. em crianças e estabelece as fases através
das quais se realiza sua aprendizagem. Em
Incluímos, no capítulo sobre a referência um trabalho sôbre as concepções dos
de Paulo Freire na alfabetização de adul- adultos analfabetos sobre a escrita, encon-
tos, alguns relatos de experiência que tra padrões semelhantes aos das crianças
descrevem minuciosamente todos os proce- pré-escolares (Ferreiro, 1983).
dimentos do método, como os de Poel
(1981) e CEDI (1984). Na área de alfabetização de adultos, elen-
camos três trabalhos onde as autoras apro-
ximam os postulados de Emília Ferreiro
aos de Paulo Freire na discussão e propo-
A APRENDIZAGEM DA ESCRITA sição de metodologias: Oliveira (1988),
Hara (1988 e 1990). As autoras encontram
Nas décadas de 70 e 80, o referencial das identidades nas concepções de Freire e
ciências lingüísticas também se fez presen- Ferreiro no que diz respeito à concepção
te nos estudos sobre alfabetização em geral do aprendiz como sujeito do conhecimen-
e de adultos especificamente. Nesse campo to. Enfatizam a necessidade de se conside-
se inscrevem os trabalhos de Lima (1979) rar os conhecimentos que o adulto analfa-
e Avelar (1981), onde se discute o proble- beto tem sobre o sistema de escrita e criti-
ma da estigmatização das variantes lin- cam a ênfase na silabação de palavras
güísticas populares e o papel da escola geradoras propostas no método utilizado
como unificador da norma culta. por Paulo Freire. No tocante às propostas
metodológicas, a tendência é combinar ou
Também nesse período são divulgados substituir a silabação de palavras gerado-
trabalhos de psicolingüistas que se con- ras pela leitura de textos reais e pela escri-
trapõem às concepções associacionistas ta espontânea, sem se prender a uma
sobre a aprendizagem da escrita e criticam gradação rígida dos fonemas e letras apre-
a redução da alfabetização, mesmo nos sentados. Apesar de Emília Ferreiro evitar
estágios iniciais, ao treino de habilidades indicações metodológicas, as propostas
perceptivas e à decifração de letras e sons. pedagógicas que se orientam por seus
Em tais abordagens, considera-se que o postulados propõem atividades próximas
aprendizado da linguagem escrita implica às utilizadas pelo método natural ou méto-
a compreensão dos mecanismos da repre- do de experiências de linguagem, onde os
alfabetizandos aprendem a partir do conta- cação das palavras tinha implicações mais
to direto com textos e escritas significati- amplas e relacionava-se com a questão da
vas, orientados pelo professor, e não pela "conscientização", da valorização da cultu-
insistência em exercícios de montagem e ra popular, da "leitura do mundo", etc.
desmontagem de palavras. Entretanto, mesmo no que diz respeito à
aprendizagem da leitura e escrita especifi-
Hara e Oliveira, além da descrição das camente, a construção do significado é o
atividades propostas, exemplificam ou elemento chave e a partir dele se orienta a
contabilizam os progressos que os adultos tarefa da decifração (Goodman, 1987, p.ll-
obtiveram durante o processo de alfabeti- 22). Também considerando a escrita como
zação. sistema de representação mediado pela
representação da fala, pode-se considerar
A incorporação dessas novas interpreta- a importância de os alfabetizandos terem
ções sobre a aquisição da escrita, desenvol- a oportunidade de ver, desde o início do
vidas no campo da psicolingüística, é processo, suas próprias palavras represen-
bastante recente no Brasil. Na alfabetização tadas na escrita, como proposto por Freire
de adultos, a produção orientada nesse e enfatizado por experiências que dialoga-
sentido é escassa e recente. Além da psico- vam com seus referenciais (Oliveira,B.A.,
gênese espontânea da linguagem escrita, 1982 e Garcia, 1985).
tema central da abordagem de Emília
Ferreiro, há outros temas importantes, que
iluminam a compreensão da alfabetização: O ALFABETIZANDO ADULTO
as relações entre escrita e fala e a proble-
mática geral do simbolismo e da signifi- Encontramos um número relativamente
cação. significativo de pesquisas abordando as
capacidades cognitivas dos adultos analfa-
Considerando que o chamado "método betos ou de baixa escolaridade. A partir de
Paulo Freire" foi o grande referencial para um enfoque psicológico, a maioria delas
as práticas de alfabetização de adultos no pretende trazer algumas indicações quanto
período, é fundamental que se possa fazer à alfabetização ou à educação de adultos
uma avaliação clara de suas potencialida- de uma forma geral.
des e limitações. E preciso considerar as
críticas à ênfase na silabação de palavras O referencial teórico predominante é a
geradoras, tal como proposta no método psicologia genética de Jean Piaget. Há
utilizado por Freire. Por outro lado, recen- pesquisas onde os adultos analfabetos são
tes estudos da psico-lingüística corroboram submetidos às provas operatórias utiliza-
a importância que Freire sempre atribuiu das por Piaget e sua equipe para determi-
à construção do significado desde o início nar as fases do desenvolvimento intelec-
da alfabetização; corroboram as críticas do tual da criança Dauster, 1975; Baeta, 1978
autor às cartilhas com textos tais como e Costa, 1987). Todos eles indicam que tais
"Eva viu a uva" ou "O boi bebe e baba", adultos têm um atraso intelectual, não
onde a repetição dos fonemas para memo- ultrapassam a fase das operações concre-
rização destrói a integridade da linguagem tas, ou seja, a fase em que a criança é
significativa. Em Freire, a ênfase na signifi- capaz de realizar operações lógicas manu-
capaz de realizar operações lógicas manu- cos, indicam relações determinantes entre
seando materiais concretos. As conseqüên- a capacidade cognitiva e o letramento, a
cias pedagógicas que podem ser tiradas alfabetização e a escolarização de uma
desses estudos restringem-se à constatação maneira geral. Cunha (1974) discute o
de que o nível de desenvolvimento inte- postulado, defendido por certas correntes
lectual dos educandos deve ser levado em da psicometria, de que o crescimento
conta pelas metodologias de alfabetização. intelectual só ocorre na infância e adoles-
cência. A autora distingue duas modalida-
Sem dúvida, essa pobreza de indicações des de inteligência, sendo que uma delas
pedagógicas é devida ao próprio referen- depende prioritariamente do domínio lin-
cial teórico que orienta as pesquisas. Piaget güístico e da cultura. Dias (1984) e Tfouni
postula que o desenvolvimento intelectual (1988) apresentam dados que questionam
é um processo espontâneo, que depende a incapacidade dos adultos analfabetos de
da maturação orgânica e da experiência e desenvolver raciocícios teóricos ou lógico-
sobre o qual a alfabetização ou a aprendi- silogísticos. M.K.Oliveira (1982) questiona
zagem escolar de forma geral não interfe- a generalidade dos testes psicométricos,
rem essencialmente. Ainda assim, encon- argumentando que eles medem habilida-
tramos em Baeta (1978) um questionamen- des intelectuais específicas, requisitadas
to da linearidade da descrição dos estágios pelo aprendizado escolar e vivência em so-
da inteligência de Piaget e, em Dauster ciedades urbanas burocratizadas.
(1975) a indicação de que o trabalho pe-
dagógico com adultos analfabetos deve Um balanço geral das produções nessa
incidir justamente sobre sua carência no área indica que as abordagens histórico-
domínio lingüístico. culturais ou antropológicas do desenvolvi-
mento cognitivo trazem indicações mais
Lauro de Oliveira Lima, renomado divul- sólidas para o campo da pedagogia. São
gador da teoria piagetina no Brasil, numa abordagens que consideram, como fator
perspectiva bastante ortodoxa, chega a essencial, o problema central da educação,
questionar a possibilidade de uma edu- ou seja, como os instrumentos sociais de
cação de adultos que ultrapasse o mero pensamento (a linguagem, por exemplo) e
condicionamento e doutrinação, relembran- as práticas sociais (a ação alfabetizadora, a
do o ditado popular de que "papagaio escola, o trabalho, etc.) determinam o
velho não aprende a falar" (Lima, 1982). Já desenvolvimento cognitivo dos indivíduos.
Freitag (1988) sugere, a partir de um estu-
do de caso, que a alfabetização pôde pro-
mover a redinamização das estruturas A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA
mentais de uma educanda adulta, mas que
sua consolidação depende da superação de A importância atribuída comumente pelos
limitações culturais impostas pela situação educadores envolvidos na alfabetização de
sócio-econômica. jovens e adultos à Matemática não encon-
tra respaldo na produção levantada. Ape-
Outros estudos sobre a cognição dos adul- nas duas dissertações de mestrado (Duarte,
tos analfabetos ou de baixa escolaridade, 1987 e Souza, 1988) tratam do processo de
que incorporam outros referenciais teóri- aquisição dos conhecimentos vinculados ao
rações, além de alguns estudos isolados, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
abordando aspectos parciais (como o de
Avelar e Campeio, 1987). A primeira delas ABREU, Guida Maria Côrrea Pinto de. O
(antecedida de numerosos escritos com uso da matemática na agricultura: o caso
resultados parciais da pesquisa realizada dos produtores de cana de açúcar. Reci-
durante o processo de alfabetização de fe, 1988. 209p. Dissertação (Mestrado em
funcionários da Universidade Federal de Psicologia) - Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar) analisa uma seqüên- Pernambuco.
cia de ensino aprendizagem da Matemáti-
ca. A segunda analisa a ação de alfabetiza- ACIOLY, Nadja M. A lógica matemática no
doras no ensino de Matemática junto a jogo do bicho: compreensão ou utilização
adultos que freqüentavam classes de pós- de regras? Recife, 1985.131p. Dissertação
alfabetização em Vitória (ES). (Mestrado em Psicologia) - Universidade
Federal de Pernambuco.

Um outro conjunto de pesquisas levantado ALMEIDA, Terezinha Wiggers de (Coord.).


provém da área de psicologia cognitiva da Programa de alfabetização funcional na
Universidade Federal de Pernambuco — região Sudeste: subsídios para avaliação.
UFPE (Abreu, 1988; Acioly, 1985; Carraher, Rio de Janeiro: Mobral: Cetep: Sepes,
1988; Carraher et al., 1988a e 1988b; Lima, 1978. 292p. Relatório.
1985; Magalhães e Schliemann, 1989;
Schliemann e Acioly, 1989; Schliemann e ALMEIDA, Terezinha Wiggers de, LE-
Carraher, 1988). Iniciados aparentemente BLOND, Jean René Leon. Análise com-
em 1982, esses estudos não tratam direta- parativa do desempenho de adultos e crianças
mente da alfabetização matemática en- em classes do programa de alfabetização.
quanto processo de ensino e aprendiza- Brasília: MEC : Mobral: Sucop: Nupes,
gem; antes enfocam as capacidades cogniti- 1982. 67p. Relatório de pesquisa.
vas dos adultos analfabetos ou de pouca
escolaridade, seu desempenho na solução AMORIM, José Roberto de. O adulto analfa-
de problemas, as características do conhe- beto e a necessidade da alfabetização. Belo
cimento matemático adquirido no "quoti- Horizonte, 1978. 50p. Relatório de pes-
diano" e as relações entre esse conhecimen- quisa.
to matemático e aquele adquirido na es-
cola. AVELAR, Regina F. A aquisição do código
escrito: o desempenho dos alunos do Progra-
Considerado o período abrangido na pes- ma de Alfabetização Funcional do Mobral.
quisa, a produção é evidentemente pequena Porto Alegre, 1981. 245p. Dissertação
e recente, indicando a necessidade de in- (Mestrado em Letras) - Instituto de Le-
vestimento maciço em pesquisa e experi- tras, Pontifícia Universidade Católica do
mentação nesse campo. Rio Grande do Sul.
AVELAR, Regina R, CAMPELLO, Ana CASTRO, Célia L.M. de, ALMEIDA, Te-
Margarida M.B. Alfabetização de adultos: rezinha Wiggers de. Subsídios para ava-
um estudo de caso sôbre o processo ensi- liação do programa de alfabetização funcio-
no-aprendizagem. Rio de Janeiro: MEC: nal. Rio de Janeiro: Mobral, 1976. Relató-
Educar: Diret: Deese: Diape, 1987. 60p. rio.
Relatório de pesquisa.
CEDI. Programa Educação e Escolarização
BAETA, Anna Maria Bianchini. Operações Popular. Educação Popular: alfabetização e
mentais em adultos de baixa escolaridade. primeiras contas; experiências na elabo-
Rio de Janeiro, 1978. 119p. Dissertação ração de material didático para adultos.
(Mestrado em Educação) - Instituto de São Paulo, 1984. 60p. (Cadernos
Estudos Avançados em Educação, Fun- do CEDI; 13)
dação Getúlio Vargas.
COSTA, Otaviana Maroja Jales. Estudo
BANDEIRA, Maria do Socorro Dourado. sobre o nível intelectual do aluno do Mobral
Áreas de resistência ao programa de alfabeti- da cidade de Campinas - SP. Campinas,
zação funcional. [S.l.]: Mobral: Sepes, 1986. 1987. 144p. Dissertação (Mestrado em
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CARDOSO, Regina Helena Penati. A edu-
cação de adultos em Presidente Prudente
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sidade Estadual Paulista Júlio de Mes- Rio de Janeiro: Mobral, 1980. l l l p .
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quisa. CUNHA, Suzana Ezequiel da. A psico-
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Da lógica do analfabeto à lógica do univer- leitura: considerações a respeito das lín-
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TFOUNI, Leda Verdiani. Adultos não alfabe-


tizados: o avesso do avesso. Campinas:
Pontes, 1988. 130p.
Série Documental

Uma das funções institucionais do INEP é prover e estimular a disseminação e


discussão de conhecimentos e informações sobre Educação, visando ao seu desenvol-
vimento e domínio público, através de sua produção editorial.

A Série Documental forma um canal de comunicação, diversificado quanto ao


público, à temática e à referenciação, abrangendo vários campos e objetivando alcançar,
com tiragens monitoradas, segmentos de público, com maior presteza.

Cada subsérie trabalha diferentes fontes:

1 — Antecipações apresenta textos de pesquisas cuja circulação está em fase


inicial nos meios acadêmicos e técnicos.

2 — Estudos de Políticas Governamentais divulga textos e documentos de


diretrizes e subsídios à formulação de políticas da Educação, especificando a
temática anteriormente intitulada Estudo de Políticas Públicas.

3 — Eventos publica textos e conferências apresentados em eventos, porém

não divulgados em anais.

4 — Relatos de Pesquisa traz os relatos das pesquisas coordenadas pelo INEP.

5 — Textos para Discussão divulga opiniões e pensamentos sobre temas atuais


que subsidiem o estudo da Educação ou de áreas correlatas.
6 — Traduções apresenta, em português, textos básicos sobre Educação produzidos
no exterior.

Distribuição: Diretoria de Disseminação de Informações Educacionais


MEC - Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Anexos I e II, 4º andar - 70047-900 - Brasília-DF
Fone: (061) 244-1573 Fax: (061) 224-7719
1. Formação dos formadores de professores
Maria Laura Mouzinho Leite Lopes (Coord.)
2A. O mercado de trabalho para professores de primeiro e segundo graus:
a evolução na década de 80
George Martine (Coord), Afonso Rodrigues Árias e Sônia Helena T. de C. Cordeiro
2B. Educação e transição demográfica: população em idade escolar no Brasil
Donald Sawyer e George Martine
2c. Educação ambiental: experiências e perspectivas
Bruno Pagnoccheschi (Coord.)
3. Escola, cidadania e profissionalização
Margot Bertolucci Ott (Coord.) et al.
4. Estudo do aluno universitário para a construção de um projeto
pedagógico
Janice Tirelli Ponte de Sousa (Coord.) et al.
5. Implicações da nova ordem econômica internacional para os
trabalhadores docentes universitários no Brasil
Pedro Rabelo Coelho (Coord.) et al.
6. Ação cultural e educacional da biblioteca no âmbito da escola de 1º
grau
Antônia Terezinha Marcantonio (Coord), Martha Maria dos Santos e Margarete
Barros Maria Pires

Ministério
da Educação
e do Desporto

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