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Terapêutica Medicamentosa

Prof.Dr. Rafael Campos

Revisão Literatura

A literatura apresenta diversas definições para o PNE.

PNE é aquele indivíduo que possui alguns desvios de normalidade, identificáveis ou não. Por isso, precisam de atenção e
abordagem especiais por um período da vida ou por um período indefinido.

(Mugayar, 2002)

Revisão Literatura

“Todo aquele que apresenta desvios de normalidade de ordem física, mental, sensorial, de comportamento e crescimento,
tão acentuadas, a ponto de não se beneficiar de programas rotineiros de assistência”

(Minas Gerais, 2006)

No intuito de promover a inserção social desses indivíduos, inclusive buscando uma melhor assistência a eles, o Conselho
Federal de Odontologia criou, em 2002, a especialidade “Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais”

(Pinto, 2004)

Classificação PNE

A. desvios da inteligência: retardo mental;

B. defeitos físicos: sistema nervoso central: paralisia cerebral; acidente vascular cerebral; doença de Parkinson; sistema
neuromuscular: distrofia muscular progressiva; miastenia grave; sistema musculoesquelético: artrite; escoliose; osteogênese
imperfeita; malformações congênitas: mielomeningocele ou espinha bífida;

C. defeitos congênitos: distúrbios originados de anormalidades cromossômicas; mutações genéticas;


D. desvios comportamentais: disfunção cerebral; medo; ansiedade; birra; timidez; agressividade; autismo;

E. desvios psíquicos: neuroses; psicoses; esquizofrenia;


F. deficiências sensoriais e de audiocomunicação: visuais e da audiocomunicação;

G. doenças sistêmicas crônicas: hemopatias; cardiopatias; nefropatias; pneumopatias; transtornos convulsivos; neoplasias;
AIDS;
H. doenças endócrino-metabólicas: distúrbios no funcionamento das glândulas hipófise; tireóide; paratireóide; supra-renal;
hipofunção do pâncreas (diabetes mellitus);

I. desvios sociais: alcoólatras; toxicômanos; asilados;


J. estados fisiológicos especiais: gestantes e pacientes geriátricos.

Introdução

 Aumento do número de portadores de doenças sistêmicas

 Maior expectativa de vida

 Obrigação de maior conhecimento do profissional

Como identificar?

 Anamnese de rotina

 Anamnese dirigida - grau de controle da doença

- histórico de complicações recentes


Quem são?

 Gestantes

 Cardiopatas

 Hipertensos

 Pacientes neurológicos (Sindrômicos)

 PC, Epilético, Autista.

 Pacientes utilizam anticoagulantes

 Pacientes etilista

 Pacientes ansiosos

 Diabéticos

Fatores associados aos pacientes

 PESO E COMPOSIÇÃO CORPORAL

 IDADE

 SEXO, GRAVIDEZ E LACTAÇÃO

 FATORES AMBIENTAIS

 VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS

 FATORES PATOLÓGICOS

Fatores associados às drogas

 FORMULAÇÃO;

 ESQUEMA POSOLÓGICO: tempo, duração; horário (noite;dia)

 DESENVOLVIMENTO DE TOLERÂNCIA

Tolerância farmacocinética: eficaz da droga

Tolerância farmacodinâmica: atividade da droga

Fatores associados ao esquema terapêutico

 EFEITOS PLACEBO

 ERROS DE MEDICAMENTOS

 NÃO ADESÃO DO PACIENTE AO TRATAMENTO

 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Insucesso

Insucesso da assistência odontológica direcionada ao PNE é atribuído a diversos fatores. Dentre eles destacam-se:
falta de conhecimento/despreparo do cirurgião-dentista no atendimento a esses pacientes, informações inadequadas sobre
as condições bucais e necessidades de tratamento, dificuldade de acesso ao tratamento odontológico nos serviços de saúde
e falta de conhecimento dos cuidadores/responsáveis sobre a importância da saúde bucal do paciente

(Castro et al. 2005)

A maior parte dos PNE possui condições de receber atendimento odontológico em ambulatório. Mas, para isso, é
imprescindível que o profissional tenha um bom conhecimento técnico e científico para lidar com os problemas e
intercorrências que possam surgir durante a consulta.

(Toledo; Bezerra, 1989; Cancino et al., 2005).

Acredita-se que a falta de assistência dedicada a essa parcela da população esteja relacionada ao despreparo de muitos
profissionais para atendimento desses pacientes. Associados a esse fator estão às informações inadequadas sobre as
condições de saúde bucal e necessidades odontológicas, a negligência dos serviços odontológicos ao tratamento
odontológico dos PNE e a falta de informação e interesse dos cuidadores.

(Castro et al., 2010).

Gestantes

O atendimento às gestantes é um fator de controvérsias na Odontologia. Porém, pacientes que apresentam situações de
urgência odontológica, devem receber tratamento imediato.

Quando possível, deve se optar pelo segundo trimestre de gravidez para procedimentos odontológicos como restaurações,
endodontias e exodontias. O primeiro e terceiro trimestres são períodos de maior risco para a gestante e para o bebê em
desenvolvimento.

(Sposito et al, 1997)

Urgências odontológicas

Pulpite, pericementite, abscessos agudos, fratura dentária, etc., independente do período de gestação, deve ser realizado,
pois as consequências da dor e da infecção podem ser muito mais maléficas à mãe e ao feto.

 Sangue: o volume sanguíneo é de 4000 – 4500ml, entretanto, na gravidez esse volume sofre um acréscimo de
1500ml (anemia fisiológica);

 Carboidratos : fadiga carboidratos, aumento da exigência de insulina, convertendo em Diabetes Gestacional,


ocorrem muitos enjoos matutinos que são atribuídos hipoglicemia.

 Respiração: queda do volume respiratório residual em aproximadamente 15 – 20%;

 Frequência Cardíaca: aumento de 10 batimentos/min a partir 14° ate a 30° semana de gestação;

 As alterações psicológicas : durante a gravidez são entendidas pela necessidade da gestante se preparar para o
parto. Em função disso, a gestante poderá questionar todo e qualquer procedimento proposto pelo cirurgião –
dentista, especialmente em relação à tomada de radiografias, anestesia local e ao uso de outros medicamentos.

Anestésicos locais

- Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 (Xilocaina)

- Mepivacaina 3% sem vasoconstritor


lembrando: adrenalina > taquicardia e aumento da PA

felipressina > contrações uterinas

- Prilocaína : risco de metemoglobinemia (oxidação da hemoglobina) impedindo transporte de oxigênio

Analgésicos Gestantes

 1a escolha:
Paracetamol (Tylenol 750mg, Dôrico 500mg)
500mg ou 750mg de 6/6 hs Nefrotóxico

 2a escolha:
Dipirona (com restrições) (Novalgina)
1 cp. de 6/6 hs
35 gts. de 6/6 hs Malformação ou aborto espontâneo

Ácido Acetil – Salicílico: tem efeito sobre a coagulação sangüínea, se utilizado por tempo prolongado e em altas doses no
último trimestre da gravidez, pode causar hemorragia materna e fetal, além de gestação prolongada e fechamento
prematuro do canal arterial do feto e redução fluxo sanguíneo renal.

Antinflamatórios Gestantes

1a escolha: Meios físicos


uso de frio, imediatamente após o trauma, por 2 hs.;
calor local 24 hs. Após o trauma.

2a escolha: Diclofenaco (não utilizar no último trimestre gestacional)


(Cataflan, Voltaren, Diclofen, Biofenac, etc.. todos de 50 mg.)
50 mg de 8/8 hs

Beta ou Dexametasona, dose única de 2 a 4mg (real necessidade)

Antibióticos Gestantes

1a escolha:
Penicilinas V (biossintéticas, semi-sintéticas)

Amoxicilinas 500 mg de 8/8 hs

2a escolha:
alergia às penicilinas
Eritromicina (estearato) e Frademicina
250 a 500 mg 6/6 hs.

Infecções Avançadas: empregar associação de Amoxicilina com Metronidazol

Alérgicas Penicilina: Empregar Azitromicina ou Clindamicina

Tetraciclina inibição no desenvolvimento dos ossos, pigmentação amarelada ou acizentada nos dentes, hipoplasia do
esmalte, cáries, micromelia e sindactilia.

Se a administração ocorrer na fase de calcificação das coroas dentárias ( 5º mês ), pode levar alterações na 1ª dentição.

Estreptomicina poderá causar lesão auditiva com perda da audição de forma irreverssível.

Clorafenicol poderá trazer transtornos hematológicos graves, quando administrado por um tempo prolongado para
gestantes e para o feto
Efeitos Tóxicos Durante a Gravidez

Antineoplásicos _______________Fenda Palatina, Morte

Analgésicos opióides____________Depressão Respiratória,Morte Neonatal

Anticoagulantes cumarínicos ________Hemorragia e Morte

Cloranfenicol_________________ Síndrome Cinzenta e Morte

Cortisona____________________Fenda Palatina

Diazepam____________________Fenda Palatina e Depressão Respiratória

Cardiopatas

Pesquisas realizadas no Incor (Instituto do Coração) em São Paulo constataram que 45% das doenças cardíacas têm origem
na cavidade bucal e, segundo o Professor Moacyr da Silva (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo), “40%
dos casos de Endocardite têm início na cavidade bucal”.

Bacteriemia transitória é produzida após 60% das exodontias, 88% das cirurgias periodontais, 40% após escovação dentária

• sessões mais curtas e preferencialmente pela manhã;


• usar anestesia para minimizar o desconforto;
• uso de medicamentos para relaxamento e controle da ansiedade, desde que em acordo com o cardiologista.

Endocardite Infecciosa (EI)

A endocardite infecciosa (EI) é uma alteração inflamatória exsudativa e proliferativa do endocárdio que se inicia pela
deposição de plaquetas e fibrina, posteriormente colonizada por bactérias ou outros tipos de microrganismos

(Tong & Rothwell, 2000).

A EI é uma doença rara, sendo estimados 0,3 casos/100.000 hab, com aumento da incidência para 6,2 casos/100.000 hab na
presença de febre reumática

(Agnihotri et al., 1995).

As bactérias mais relacionadas à EI são estreptococos do grupo viridans, presentes em grandes quantidades na cavidade
bucal.

Infecção
Alto risco: portadores de prótese valvular, história prévia de endocardite infecciosa, doenças congênitas cardíacas complexas
(tetralogia de Fallot, estenose aórtica) e shunts pulmonares construídos cirurgicamente.

American Heart Association

Médio risco: doenças cardíacas congênitas (persistência do canal arterial, defeito do septo ventricular e atrial, coaptação da
aorta, válvula bicúspide aórtica), disfunção valvular adquirida (doença reumática cardíaca), cardiomiopatia hipertrófica,
prolapso de válvula mitral com regurgitação.

American Heart Association

Anestésicos

Média das doses de adrenalina intramuscular ou endovenosa (na concentração de 1:100.000 ou 1:10.000) empregada no
tratamento da anafilaxia ou da parada cardíaca é de 0,5 mg a 1 mg, enquanto um tubete anestésico com adrenalina contém
apenas 0,018 mg.

Antibióticos

Droga de eleição:

Medicação: Amoxacilina
Regime para adulto: 2,0g
Crianças: 50mg/kg oral, uma hora antes do procedimento

Alérgicos à penicilina - Clindamicina


Adulto: 600mg
Crianças: 20mg/kg oral, uma hora antes do procedimento

Cefalexina ou Cefadroxila

Adulto: 2,0g
Crianças: 50mg/kg oral uma hora antes do procedimento

Azitromicina ou Claritromicina

Adulto: 500mg
Crianças: 15mg/kg oral, uma hora antes do procedimento

Antinflamatórios e Analgésicos Cardiopatas

Todos analgésicos estão liberados , cuidado AAS

Evitar Diclofenacos, Piroxicams e Corticóides, pois geram retenção hídrica e podem aumentar a pressão arterial do paciente

Procedimentos Dentais (PA)


Antibióticos (Profilaxia Antibiótica)

1a escolha: Amoxicilina (500mg) ----- 02g 1 hora antes cirurgia

2a escolha: alérgicos às penicilinasCefalosporinas (500mg) ----- 02g 1 hora antes cirurgia

Clindamicina (300mg) ----- 600mg 1 hora antes cirurgia

Antibióticos (antibioticoterapia)

1a escolha: Amoxicilina (500mg) 02cp iniciais + 01 cp 8/8h – 07 dias

2a escolha: alergia às penicilinas Clindamicina (300mg) 02cp iniciais + 01 cp 8/8h – 07 dias

Não houver melhora em 04 dias : Bochechos com gluconato de clorexidina 0,12% - 12/12h -14 dias

Procedimentos Odontológicos de risco (EI)

A AHA propõe, agora, que a profilaxia antibiótica não é necessária nos casos de: injeções anestésicas rotineiras em tecidos
não-infectados; tomadas radiográficas; colocação, ajustes ou remoção de próteses, brackets ou bandas ortodônticas;
esfoliação de dentes decíduos; sangramento por traumas nos lábios ou mucosa oral.

(Wilson et al., 2007)

Vantagens (PA)

1. Previne infecção

2. Reduz a morbidade e mortalidade em procedimentos cirurgicos

3. Diminui os custos do tratamento

4. Influe no tempo de internação hospitalar

5. Reduz a dose total do antibiótico utilizado

6. Diminui a possibilidade de resistencia bacteriana

Desvantagens (PA)

1. PA não reduz a incidência de infecção

2. Possíveis indicações de resistência bacteriana

3. Há impressão de uma falsa segurança, e que pode ter efeitos adversos na técnica operatória e nas normas de
biossegurança e controle de infecção durante o ato operatório.

Insucessos da ATB

1. Escolha inapropriada do antibiótico

2. Falha no cálculo da dosagem

3. Antibiótico não consegue penetrar no sítio da infecção (pús)

4. Antagonismo entre antibióticos (bacterecida/bacteriostático)

5. Surgimento de mo resistentes (bactérias resistentes)

6. Fatores locais desfavoráveis (diminuição pH)

7. Vascularização do local é limitada (osteomielite)


8. Diminuição da resistência às infecções

9. Falta de adesão ao tratamento

10. Custo do tratamento

Hipertensos

A pressão sangüínea arterial fisiologicamente é função do débito cardíaco, do volume de líquido intravascular e da
resistência dos vasos periféricos.

PAD PAS CLASSIFICAÇÃO

<85 <130 Normal

85-89 130-139 Normal limítrofe

90-99 140-159 Hipertensão leve

100-109 160-179 Hipertensão moderada

>110 >180 Hipertensão grave

<90 >140 Hipertensão sistólica isolada

Pressão diastólica acima 95 mmHg --- (2 X) problemas artérias coronárias

Pressão sistólica acima 160 mmHg --- (4 X) acidente vascular cerebral

O Paciente hipertenso que já se encontra sob tratamento médico pode ser considerado como compensado quando mantem
a pressão diastólica até o nível de 100 mmHg, podendo ser realizado tratamento odontológico nesses pacientes sem maiores
problemas.

A maioria das hipertensões são de natureza emocional (essencial)

Quando encontrarmos hipertensos considerar:

 Medir a PA várias vezes em dias e horários diferentes

 Considerar a idade

 Julgar o estado emocional

 Avaliar os hábitos alimentares

 Pesquisar os antecedentes familiares

 Considerar a produção de hormônios femininos

Ansiolíticos ou outros medicamentos que causam depressão no SNC, em pacientes hipertensos que fazem uso de
simpaticolíticos de ação central, podem potencializar a ação do fármaco.

Antiinflamatórios

Evitar Diclofenacos, Piroxicams e Corticóides, pois geram retenção hídrica e podem aumentar a pressão arterial do paciente.
Antagonizam diversas drogas antihipertensivas (Inibidores da ECA; diuréticos; Beta-bloqueadores).

Antiinflamatórios
1a escolha: Benzidamina (Benflogin, Benzitrat, Eridamin 50 mg)
50 mg de 6/6 hs

2a escolha: Ácido Mefenâmico: (Ponstan 500)


500 mg de 8/8 hs

Anestésicos

1a escolha: Prilocaína com vasoconstrictor (Citanest, Citocaína, Biopressin) ou Epinefrina (1:100.000 ou 1:200.00)

Recomendado o USO, sempre que possível, do vasoconstrictor. A quantidade de vasopressor é tão ínfima e seus efeitos são
tão benéficos, no sentido do controle da dor e de se evitar a adrenalina endógena, que devemos transmitir isto ao
Cardiologista.

Distúrbio da Tireoide

A tireoide é uma glândula endócrina com funcionamento regulado por ação de hormônios tireoideotrópicos sintetizados
pela hipófise. Encontra-se localizada na região anterior do pescoço, logo abaixo da laringe e aderida à superfície da traqueia,
sendo responsável pela secreção dos hormônios: Tiroxina (T4), Tri-iodotironina (T3) e também Calcitonina.

Hipotireoidismo

É um problema no qual a glândula da tireoide não produz hormônios suficientes para a necessidade do organismo
diminuição da cicatrização

Sintomas: sonolência e ganho de peso

Hipertiriodismo

É um problema no qual a glândula da tireoide produz hormônios excesso no organismo

Não usar corticoide, ocorre sobrecarga cardíaca

Sintomas: Perda de peso, agitação motora

Pacientes Neurológicos

Epilépticos

Portadores de Síndromes

Seqüelas de trauma

Na farmacoterapia desses pacientes, contate e troque idéias com o Neurologista ou Psiquiatra, conforme o caso.

 Evite o stress e o uso de drogas estimulantes do SNC, tais como a cafeína, codeína, adrenalina, etc..

 O paciente deve estar compensado e sob acompanhamento familiar.

Paralisia Cerebral

PC é uma desordem que é resultante de uma injúria irreversível que atinge o cérebro em formação (congênita) ou infantil
(adquirida), antes da completa maturação do Sistema Nervoso Central, podendo estar associada a fatores pré, peri ou pós-
natais

 Aconselha-se manter o paciente em posição inclinada, evitando deixá-lo completamente deitado, para reduzir a
dificuldade de deglutição;
 Recomenda-se usar contenção física, sob consentimento dos pais, a fim de controlar os movimentos involuntários do
paciente

 Estes indivíduos fazem uso rotineiro de anticonvulsivantes como: fenitoína (Epelin®, Hidantal®) e fenobarbital
(Gardenal®), geralmente associados à hiperplasia gengival; ácido valpróico (Depakene®) e carbamazepina
(Tegretol®), que podem causar sangramento gengival; e clonazepam (Rivotril®). Em pacientes que fazem uso de
anticonvulsivantes deve- se ter cautela ao prescrever benzodiazepínicos, os quais podem potencializar o efeito
depressor do sistema nervoso central;

Epiléticos

São episódios discretos que tendem a ser recorrentes, nos quais ocorrem distúrbios de movimento, sensações,
comportamento, percepção e/ou consciência.

Ocorrem convulsões rápidas, repetitivas e geralmente duram mais que 5 minutos.

65% pac têm convulsão idiopáticas etiologia não identificada

35% pac têm convulsões causas conhecidas = trauma, febre alta, hipoglicemia, overdose, etc

 Aqueles que têm mais de 1 crise por mês, sem controle médico, devem evitar o atendimento odontológico.

 ANTICONVULSIVANTES degradam outros medicamentos: TETRACICLINAS

 TETRACICLINAS DEVEM SER EVITADAS, ESCOLHER PENICILINAS OU ERITROMICINAS

 VALIUM EV (5 A 10 mg) injetar lentamente por 1 a 2 minutos

Autista

Autismo consiste em uma desordem complexa, severamente incapacitante, caracterizada por alterações do comportamento
relacionados ao convívio social, linguagem e limitações motoras

Os comportamentos associados ao autismo compreendem: atraso ou ausência total no desenvolvimento da fala; rejeição à

interação social; agitar as mãos, correr em círculos, estalar os dedos, balançar-se, caminhar na ponta dos pés

 Realizar consultas curtas, bem estruturadas e evitar espera na recepção

 Utilizar comandos claros, curtos e simples, evitando palavras que provoquem medo

 Reduzir a estimulação sensorial como luz forte, sons e odores, devido a grande sensibilidade do autista a estes
estímulos

 Ter cautela ao prescrever medicamentos devido a possíveis interações com fármacos já utilizados pelo paciente

Anestésicos Pacientes Neurológicos

1a escolha: Prilocaína com vasoconstrictor (Citocaína, Citanest, Biopressin) ou Epinefrina (1:100.000 ou 1:200.000)

Evitar anestésicos que utilizem a adrenalina ou seus derivados

Antibióticos Pacientes Neurológicos

Uso conforme a contaminação ou condição clínica. Sem restrições.

Antiinflamatórios e Analgésicos Pacientes Neurológicos


todos liberados.
Apenas evite os analgésicos "turbinados" com cafeína ou codeína

Pacientes Neurológicos - Confiança

Pacientes em terapia anticoagulante

• Pacientes com insuficiência ou transplantados renais

• Uso de cardiopróteses

• Isquemia cardíaca

• Transplantados cardíacos ou hepáticos

NÃO interferir na medicação específica do paciente.

Risco quanto ao tratamento

- Baixo risco: profilaxias supragengivais, restaurações simples

- Risco moderado: raspagens subgengivais, exodontias simples

- Alto risco: procedimentos cirúrgicos mais extensos

Protocolos terapêuticos

 Continuação da terapia anticoagulante;

 Diminuição do nível de anticoagulação;

 Substituição de medicação;

 Manutenção da terapia com associação de hemostáticos locais;

 Interrupção da terapia anticoagulante.

- Anestésico com Vasoconstritor

- Indicação atual é a manutenção da terapia anticoagulante e seguimento rigoroso dos princípios da técnica cirúrgica
atraumática

TERAPÊUTICA

- Suspender Marevan 04 dias antes procedimento

- Administrar Heparina 1mg/Kg subcutâneo 2X dia

- Não administrar na noite anterior

- Realiza cirurgia preferivelmente pela manhã (INR 2-3)

- Retorna a heparina a noite

- Administra Marevan e Heparina na manhã seguinte

MEDICAÇÃO DE SUPORTE

- Kanakion 10mg IM (8/8hs)

- Transamin 5ml EV ---AD 100ml SF (lento)


Analgésicos Pacientes em terapia anticoagulante

1a escolha:
Paracetamol (Tylenol 500 mg, Dôrico 500 mg.)
1 cp de 6/6 hs

2a escolha:
Dipirona (Novalgina, Anador, Magnopyrol, etc.)
1 cp. de 6/6 hs

OBS.: Evitar o ácido acetil-salicílico, pois o mesmo é anti-agregante plaquetário, podendo interferir na fisiologia deste tipo de
paciente

Antiinflamatórios Pacientes em terapia anticoagulante

Evitar Diclofenacos e Piroxicams, pois são discretos anti-agregantes

Antibióticos Pacientes em terapia anticoagulante

Uso conforme o caso, com posologia a mais cuidadosa e fiel possível .

Insuficiência renal crônica

A insuficiência renal crônica (IRC) consiste em uma perda progressiva da função renal, acarretando uma diminuição da
filtração glomerular

 Adotar uma profilaxia antibiótica nos pacientes com IRC com doença inflamatória local intensa ou com necessidade
de procedimentos cirúrgicos. Por ser não dialisável, a vancomicina pode ser utilizada para este fim, sendo necessária
internação hospitalar

 Evitar drogas nefrotóxicas e ajustar a dosagem dos fármacos conforme o grau de insuficiência do paciente. Assim,
deve-se, se possível, não usar: tetraciclina; aspirina; antiinflamatórios não-esteróides como ibuprofeno (Advil®) e
naproxeno (Naprosyn®). Medicamentos como amoxicilina, ampicilina, cefalexina e o aciclovir necessitam de um
ajuste no intervalo entre as doses ou de uma dosagem reduzida.

Pacientes Irradiados em região de cabeça e pescoço

O principal tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço é a radioterapia, que pode estar associada ou não à quimioterapia
e à cirurgia, para a exérese do tumor

Os efeitos secundários do tratamento radioterápico são: mucosite radioinduzida, dermatite, xerostomia, perda do paladar,
disfagia, trismo, cárie de radiação, candidíase e osteorradionecrose.

Estes dependem da dose total, número de sessões e da área irradiada.

No período radioterápico e nos cinco anos seguintes os procedimentos de extração dentária são contra-indicados, os demais
podem ser realizados.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Recomenda-se muita cautela e o médico do paciente deve ser contatado, pois o risco de
necrose é grande e, mesmo passado muitos anos do tratamento radioterápico, podem surgir complicações;

Mucosite radioinduzida: fazer bochechos com bicarbonato de sódio (na proporção de uma colher de sopa de bicarbonato
em um litro de água filtrada ou fervida, cinco vezes ao dia) ou leite de magnésia, e/ou com o uso de laser de baixa potência

Xerostomia: usar saliva artificial, uma colher de sopa antes das refeições ou sempre que sentir necessidade, ou usar
soluções isotônicas, sialogogos, e citoprotetores, como a aminofostina, ou fazer uso de substâncias parassimpatomiméticas
Candidose: usar antifúngicos tópicos como nistatina ou cetoconazol ou usar antifúngicos sistêmicos como nistatina,
anfoterencina B, fluconazol e itraconazol. A nistatina suspensão pode ser administrada em dose de 5ml a 10ml de solução,
mantida na boca de um a dois minutos, após esse período bochechar por mais um a dois minutos e depois ingerir, usar 4 X
ao dia, por 07 dias a 14 dias

Trismo: exercícios de relaxamento mandibular e massagens, além de exercícios de abertura e fechamento bucal, sendo 10 X
para completar uma série e fazer 5 séries 3 X ao dia

O tratamento dentário deve ser o mais atraumático possível;

No tratamento endodôntico as dificuldades encontradas podem ser: dificuldade com o isolamento e a abertura limitada da
boca;

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Para pacientes que necessitam de exodontias, deve-se avaliar com o oncologista, bem como
verificar a área irradiada e em caso positivo para extrações, que esta seja o menos traumática com alisamento das cristas
ósseas;

Prevenir, reconhecer e tratar cada uma das seqüelas induzidas pela irradiação, visando melhorar a qualidade de vida do
paciente oncológico aumentando sua expectativa de vida.

Pacientes etilistas

São pacientes que tem o hábito do etilismo

 problemas sociais

 psíquicos

 biológicos característicos ( hepato e gastropatas, com metabolismo acelerado, insuficiência excretora, vasodilatação
sistêmica e problemas de hiperglicemia)

Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas 11,2% da população dependente do álcool.

1a escolha: Prilocaína com vasoconstrictor (Citanest, Citocaína, Biopressin)

OBS.: evitar derivados de adrenalina os pacientes etílicos geralmente tem uma potencialização anestésica difícil

Interação Medicamentosa

ÁLCOOL X DISSULFIRAM

Dissulfiram, que inibe a enzima acetaldeído desidrogenase impedindo a transformação do metabólito tóxico acetaldeído em
ácido acético, que é menos tóxico. O acúmulo desta substância tôxica causa efeitos como vômitos, palpitação, cefaléia,
hipotensão, dificuldades respiratórias e até a morte.

1. Álcool potencializando o efeito de um medicamento

Quando as enzimas que metabolizam o medicamento são as mesmas do álcool, estas ficam “ocupadas”
processando o etanol, fazendo com que o remédio permaneça mais tempo e em maior concentração na corrente sanguínea.
Em alguns casos esta pode ser a diferença entre a intoxicação ou não.

2. Álcool inibindo a ação de um medicamento

O estimulo alcoólico constante no fígado faz com que haja um aumento no número de enzimas hepáticas. Quando
um medicamento chega no fígado há um excesso destas para metabolizá-lo, inativando a droga muito mais rapidamente do
que de costume. Este excesso de enzimas podem permanecer por semanas após cessar-se o consumo de álcool.
3. Álcool agindo no mesmo sítio dos medicamentos

Outra maneira de potencialização de remédios é quando estes, assim como o etanol, também atuam sobre o sistema
nervoso central, como no caso de narcóticos e sedativos. Este sinergismo pode causar uma intensa e perigosa sedação.

4. Remédios aumentando o efeito do álcool

Alguns medicamento inibem as enzimas que metabolizam o álcool, aumentando seus efeitos e seu tempo de
permanência no organismo, potencializando as lesões do álcool no organismo

Antiinflamatórios Pacientes etilistas

1a escolha: Dipirona (Novalgina, Anador, Magnopyrol, etc... em doses normais adultas)

2a escolha: Paracetamol (Tylenol , Dôrico em doses adultas normais)

Evitar AAS: gastro-irritante

Evitar Diclofenaco, Piroxicam, Nimesulida e Corticóides pela sobrecarga hepática.

Ansiolíticos

Esta relacionado:

 Experiências inatas nas gerações que nos antecederam

 Experiências anteriores negativas

 Condicionamento negativo realizado por familiares e amigos

 Traumas adquiridos na infância

Atitudes e algumas características do dentista

1. Aspectos físicos do consultório

2. Aspectos físicos e vestimentas do dentista

3. Gestos do profissional

4. Comportamento do profissional com seus funcionários

5. Explicação para o paciente

AUTO-DEFESA INVOLUNTÁRIA

1. Aumenta secreção das Catecolaminas

2. Hà reação de alarme

3. Aumento do tônus simpático

4. Consequencias do alarme: -dilatação de pupilas -dilatação dos vasos cerebrais -produz glicogenólise
(aumenta glicose) -vasoconstrição periférica

Características do paciente ansioso

 Acompanha o profissional com os olhos

 Gotículas de suor na face

 Não encontra posição confortável na cadeira


 Queixa-se de calor

 Aperta os braços na cadeira

 Abre e fecha constantemente as mãos

 Mantém-se assustado, irritável o tempo todo

Como controlar a ansiedade ?

 Construir uma relação de confiança mútua

 Verbalizar outros assuntos extra-consultório

 Utilizar ténicas de condicionamento

 Uso de medicamentos

(qdo os métodos anteriores não forem

suficientes)

Benzodiazepínicos

Diazepan ----- Valium (5 a 10 mg)

Lorazepan ----- Lorax (1 a 2 mg)

Cloxazolan ----- Olcadil (1 a 2 mg)

Alprazolan ----- Frontal (1 a 2 mg)

Clonazepan ----- Rivotril (0,5 a 2 mg)

_______________________________________

Pacientes extremamente ansiosos: Prescrever uma dose na noite anterior e 1 h antes procedimento

Crianças

 Solução de Hidrato de Cloral 16% (160 mg/ml)

 Xarope de morango

 Água destilada: 100 ml

_______________________________________

 Dose 40 mg/kg peso, até máximo 1500 mg

Crianças

 Diazepan (0,1 a 0,3 mg/kg peso)

Administrar ½ cp de 5mg dissolvido em água ou suco

 Polaramine (2 mg/5ml)

Administrar 2 a 4 mg (5 a 10 ml) 30 min antes

 Muricalm ou Sonin
“Quanto maior for o risco clínico, mais importante se torna o controle eficaz da ansiedade e da dor”

Bennet

Pacientes Diabéticos

O que é diabetes?

Distúrbio metabólico que pode levar à hiperglicemia, através da redução na secreção de insulina, diminuição da
utilização da glicose ou aumento da produção de glicose.

(HARRISON et al., 2002)

Classificação

Em 1997, a Organização Mundial de Saúde e a Associação Americana da Diabetes acordaram numa nova classificação
para a diabetes mellitus. Sendo Tipos 1 e 2.

Tipo 1 - Insulino-dependente ( Diabete juvenil): Inicia-se antes dos 40 anos, maior instabilidade metabólica, tendência a
cetose e a cetoacidose.

Tipo 2 - Insulino-independente ( Diabete da maturidade): Inicia-se após os 40 anos, peso normal ou obeso. Maior
estabilidade metabólica, podendo ser controlados com dietas e ou hipoglicemiantes orais.

Tipos Específicos –

Diabetes após remoção cirúrgica do pâncreas, outras formas raras de diabetes genética.

Diabetes Gestacional - Pode surgir durante a gravidez e na maioria das situações desaparece após o parto, sendo poucos os
casos em que persiste.

Critérios de
diagnóstico da
diabetes tipo 2
Sintomatologia
Polidipsia (sede excessiva)
Poliúria (secreção excessiva
de urina)
Nictúria (urina noturna maior
que de dia)
Polifagia (fome excessiva)
Prurido vulvar
Alterações visuais
(embaçamento)
Dores dos membros
inferiores
Astenia (debilidade orgânica -
fraqueza)
Perda de peso.

Complicações:

 Instabilidade cardiovascular

 Desidratação

 Aumento do risco de infecções cutâneas, bucal e do trato urinário.

 Alteração da motilidade gastrintestinal, hipotensão postural, impotência sexual, poli e mononeuropatias sensitivo-
motora periféricas com perda sensoriais importantes.

 Alterações renais, visuais e cutâneas.

 Doenças macrovasculares e microvasculares.

 Dificuldade de cicatrização.

 Alterações no estado mental, coma, morte.


Pacientes diabéticos bem controlados podem e devem ser tratados como pacientes normais

 O uso de anestésicos locais com vasoconstritores adrenérgicos, como a epinefrina, é permitido nos pacientes
diabéticos, desde que sejam aplicadas considerando a dose máxima permitida para o peso corporal do paciente,
lentamente e após aspiração negativa. A epinefrina possui efeito contrário à insulina, por isso a necessidade de
evitar a sua injeção diretamente na corrente sangüínea
Utilização vetada ou altamente restrita:
Ansiolítico
 Acido acetilsalicílico s–
 Antibioticoterapia com Sulfas Diazepan,
 Oxifenilbutazona (Febupen)
Alprazolan
Ps: As drogas acima potencializam a insulina e os hipoglicemiantes orais.

 AEs – Uso prolongado promove a hiperglicemia. e


Lorazepan
Ps²: Cuidado com substâncias com açucar, tais como: Xaropes e pastilhas.

(idosos)
Oxido
Nitroso -
indicado
Complicações Orais
do Diabetes
Alteração da microbiota.
Alteração do fluxo salivar.
Aumento da incidência de
infecções.
Dificuldade no reparo das feridas
(diminuição da resistência das
fibras colágenas pela ação
aumentada da colagenase).
Aumento da Prevalência e
gravidade da Doença Periodontal.
Dificuldades de vascularização.
Diminuição da ação dos leucócitos
polimorfonucleares (Deficiência na
aderência, quimiotaxia e
fagocitose).
Efeitos na osteogênese.
Complicações Orais
do Diabetes
Estresse, Medo, Ansiedade,
Dor ou Desconforto

ALTERAÇÕES DA
CORTISOL PRESSÃO GRANNER, 1985
CATECOLAMINAS
ARTERIALENDÓGENAS:
adrenalina, noradrenalina e
FREQÜÊNCIA
dopamina. CARDÍACA e
GLICEMIA

Cirurgia Buco Maxilo Facial

Pacientes que fazem uso de Antidepressivos

Não utilizar adrenalina, noradrenalina e fenilefrina

Evitar o uso de hipnoanalgésico (depressores do SNC): Tylex e Doloxene-A


Não utilizar drogas relaxantes musculares (depressores do SNC)

Estes pacientes devem evitar o álcool (estimulante do SNC)

Analgésicos

Indicados: TYLENOL; NOVALGINA

Antinflamatórios

Indicação: Benzitrat

Antibióticos

Indicação: Todos são recomendados

Hemostáticos

Indicação: Todos são recomendados

Anestésicos

Indicação: PRILONEST; CITANEST; MEPISV


Muitíssimo
Obrigado!!!
Prof. Ms. Rafael Antonio de Campos
(radecampos@hotmail.com)

Prof. da Cirurgia, COI e COPNE Unisanta


Coordenador equipe CTBMF Hospital São
Lucas
Plantonista da equipe de CTBMF do Hosp.
Guilherme Álvaro
Cirurgião BMF do Hospital Vitória em
Santos
Doutorando em Implantodontia Faculdade
São Leopoldo Mandic

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