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Volume II
Vitae Editora
Anápolis (GO), 2021
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E-book transcrito da aula do professor André Schmidt Suaiden
EXPEDIENTE:
Autor: ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico
Revisão Técnica: Farmacêutica Me. Juliana Cardoso
Produção: Vitae Editora
Edição: Egle Leonardi e Jemima Bispo
Colaboraram nesta edição: Erika Di Pardi e Janaina Araújo
Diagramação: Cynara Miralha
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM PEDIATRIA, HERBIATRIA E GERIATRIA
GERIATRIA
A Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em fatores socioeconômicos, considera
idoso todos os indivíduos com 65 anos ou mais. Em países com expectativa de vida mais
baixa, pode-se reduzir para 60 anos.
Convém ressalta que o grupo dos muitos idosos é o que mais cresce proporcionalmente
no país.
Classificação:
• Idosos jovens: 60 – 69 anos;
• Idoso velhos: 70 – 79 anos;
• Muito Idoso: 80 anos ou mais.
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural da diminuição
progressiva da reserva funcional – senescência. No entanto, em condições de sobrecarga,
como em casos de doenças ou estresse, pode ocasionar uma condição patológica, que
requeira assistência – senilidade.
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No gráfico abaixo, é possível observar a distribuição etária da população, entre 2000
e 2040:
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Os medicamentos mais utilizados por idosos são os fármacos que atuam no sistema
cardiovascular, considerados, junto com fármacos do sistema nervoso central, antibióticos
e anti-inflamatório, os maiores agentes iatrogênicos.
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Ao verificar a lista de medicamentos de uso contínuo do paciente na farmácia, o
farmacêutico pode avaliar suas comorbidades e condições clínicas atuais, correlacionando
com a prescrição. Em ambiente hospitalar, alguns medicamentos de uso contínuo serão
descontinuados até a recuperação ou a estabilização da condição aguda do paciente.
Por exemplo, um paciente hipertenso internado com sepse não receberá seus anti-hipertensivos
até sua estabilização. E o farmacêutico contribui para o monitoramento.
ATENÇÃO FARMACÊUTICA
No atendimento de um idoso, o farmacêutico deve estar preparado para ouvi-lo, levando
em conta suas informações, discutir com ele sobre seu tratamento e estado de saúde.
Em alguns casos, o acompanhante pode querer tomar o lugar do paciente durante a
entrevista, respondendo por ele todas as perguntas. Cabe ao farmacêutico intervir e garantir
o direito do paciente. Não raro, ocorrem divergências entre acompanhante e paciente durante
uma consulta, podendo o farmacêutico controlar a situação e buscar um consenso. A presença
do acompanhante tem que ser autorizada pelo paciente.
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A anamnese sempre será a base para os cuidados de um paciente. A relação farma-
cêutico paciente surge durante essa etapa. Caso seja bem conduzida, a relação cresce e se
fortalece, caso contrário, o paciente vai se afastando do farmacêutico. É a relação amistosa
que faz com que o indivíduo siga as orientações do farmacêutico, como modificar estilo de
vida, aderir ao tratamento ou mesmo fazer exercício físico. Quando se consegue despertar
a confiança no paciente, ocorre a chamada Aliança Terapêutica.
A partir do ISDA, é possível fazer uma conduta com os passos para uma medicação
segura.
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Caso o paciente seja analfabeto, é preciso fazer tabelas, como na imagem abaixo, para
que não haja confusão na hora de tomar os medicamentos.
Caixinhas coloridas, com sinalizações do horário, também são boas opções para facilitar
pacientes analfabetos.
Além disso, a própria prescrição pode conter tirinhas com cores para que o paciente
saiba exatamente o horário em que o indivíduo deve tomar a medicação.
TROMBOEMBOLISMO
Existem algumas abordagens terapêuticas para pacientes idosos, como o Tromboem-
bolismo (TEV). Em pacientes maiores que 55 anos, considerados alto risco para TEV, é
preciso avaliar a função renal e coagulograma.
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ÚLCERA DE ESTRESSE
Muitos pacientes utilizam inibidores de bomba de prótons ou antagonistas de recep-
tores de H2, como a Ranitidina, sem indicação específica. O farmacêutico deve avaliar a
necessidade, observando perda óssea.
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DELIRIUM
O Delirium leva grande parte das internações de idosos. Trata-se de um estado confes-
sional agudo, caracterizado pelo comprometimento agudo das funções cognitivas (memória,
atenção, linguagem, reconhecimento pessoal e localização temporaespacial) desenvolvidos
em horas dias ou semanas.
FRATURAS
As principais causas de fraturas ocorrem por meio da osteoporose e quedas. A diminuição
da densidade mineral óssea (DMO) nos idosos explica o aumento de risco de fraturas.
Os idosos se beneficiam muito mais com a diminuição do risco do que com o uso
de medicamentos que atuam na remodelação óssea.
Medidas higiênico dietéticas são de baixo custo e muitas vezes suficientes, como parar
de fumar, diminuir ingestão alcóolica, substituir medicamentos que possam induzir
metabolismo ósseo, aumentar ingestão de cálcio e exercício físico.
⮚Uso concomitante de três ou mais drogas que atuam no sistema nervoso central,
devido a maior risco de queda.
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ATUALIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE BEERS AGS 2019, PARA MEDICAÇÕES
POTENCIALMENTE INAPROPRIADAS EM IDOSOS
https://www.sbgg-sp.com.br/atualizacao-dos-criterios-de-beers-ags-2019-para-
-medicacoes-potencialmente-inapropriadas-em-idosos/
MONITORAMENTO
Na avaliação de farmacoterapia do paciente, pode ser necessário o monitoramento
de nível sérico de fármaco.
• Exames como TGP e TGO;
• Função renal (ureia e creatinina);
• Níveis séricos de fármacos;
• Tempo de protrombina;
• Glicemia de jejum, série lipídica.
O farmacêutico pode avaliar os sinais vitais desses pacientes.
A pele se torna flácida, formando pregas, em virtude da redução das glândulas sudoríparas
(cútis romboidal).
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As unhas passam a crescer lentamente, tornando-se espessas e curvas (onicogrifose).
EQUILÍBRIO E MOBILIDADE
Para avaliar o equilíbrio utiliza-se o Teste de Robmberg. De olhos abertos ou fechados,
é pedido para o paciente sustentar o peso do seu corpo pelos calcanhares e as pontas dos
pés.
Outro teste utilizado é o Get up and go test, em que o profissional pede ao paciente
para caminhar três metros e voltar dez segundos. Caso ele demore mais de 30 segundos,
evidencia-se o risco de queda.
FUNÇÃO COGNITIVA
Existem testes que avaliam a função cognitiva, sendo esse um pequeno exame do estado
mental em que a pontuação varia até 30 pontos. Valor abaixo de 24 indica comprometi-
mento cognitivo (demência) – 24 a 26 são considerados limítrofes. É importante salientar
que necessita de pelo menos oito anos de escolaridade para obter a pontuação.
Para pacientes analfabetos ou com menos de oito anos de escolaridade utiliza-se o questio-
nário resumido (miniexame do estado mental):
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Resultado:
• 0 a 2: estado mental intacto;
• 3 a 4: dano intelectual leve;
• 5 a 7: dano intelectual moderado;
• 8 a 10: dano intelectual grave.
CONDIÇÕES EMOCIONAIS
Para avaliar as condições emocionais utiliza-se o teste denominado Escala Geriátrica
de Yessage:
• Normal: até 5;
• Depressão: 7 ou mais;
• Depressão grave: 11 ou mais.
Existe ainda uma Escala de Depressão Geriátrica (GDS), capaz de sinalizar se o paciente
idoso está em estado de suspeita de depressão. Com o resultado em mãos, é possível fazer
o encaminhamento para o médico.
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CICLO DO ENVELHECIMENTO
PARA PENSAR
“A redefinição dos modelos de cuidados prestados por farmacêuticos não irá acontecer
se nós simplesmente continuarmos fazendo o mesmo que temos feito e investido nossos
escassos recursos da mesma forma. É hora de sermos ousados e contundentes em nossas
ações. Precisamos de uma revolução na maneira de pensar a prática farmacêutica, que nos
coloque na vanguarda dos cuidados ao paciente”- Henry R Manasse.
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