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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015),o efeito adverso difere do efeito
colateral por esse primeiro se relacionar apenas aos efeitos nocivos, enquanto os efeitos
colaterais nem sempre são nocivos. Por definição, efeitos colaterais são efeitos não
intencionais relacionados às propriedades farmacológicas do medicamento utilizado, que
ocorra em doses normalmente utilizadas por um paciente e reações adversas são quaisquer
respostas nocivas não intencionais, indesejadas ou prejudiciais originadas por uso de
medicamentos administrados para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doenças ou
modificação de função fisiológica. (OPAS, OMS, 2005).
1.1.Formulação do Problema
Desta forma vários estudos têm sido realizados neste âmbito da automedicação,
demonstrativos e das elevadas quantidades de procura de antihipertensivos e desconhecendo
os riscos, sendo assim Surgiu-nos a seguinte pergunta:
Hoje existem inúmeras formas de controlar a doença. Além de mudanças nos hábitos de
vida, inúmeras drogas anti-hipertensivas. Porém, o uso incorreto da medicação torna-o
predisposto a todas as consequências da história natural desta patologia. Por isso, é de
extrema importância que os indivíduos diagnosticados com Hipertensão Arterial Sistêmica
entendam e sigam o tratamento como prescrito pelo seu médico.
A hipertensão arterial é considerada uma doença crônica, com longo curso assintomático,
evolução clínica lenta, prolongada e permanente, podendo evoluir para complicações, daí a
importância deste estudo.
O resultado desta investigação poderá contribuir para o melhoramento do conhecimento dos
profissionais farmacêuticos da farmácia frapefa sobre a automedicação com anti-hipertensivo.
1.3 OBJECTIVOS
Atenção Farmacêutica é definida como uma actividade pertencente à assistência. Esta é uma
grande área composta por duas sub-áreas distintas, porém complementares; uma relacionada à
tecnologia de gestão do medicamento (garantia de acesso) e a outra relacionada à tecnologia
do uso do medicamento (correcta utilização do medicamento), em que se enquadra uma
especialidade privativa do farmacêutico. (ARAÚJO, 2008)
Farmacêutico é o profissional da área de saúde que possui uma formação académica voltada
para as ciências farmacêuticas, mas também dominam conteúdos noutras áreas científicas
(RANG, 1999)
No fim do século XIX, Mohamed descreveu a síndrome arterial hipertensiva. Em 1881, Riva-
Rocci criou o primeiro esfigmomanômetro e em 1906, Korotkoff tornou prática a medida de
pressão arterial. Em 1914, Volhard descreveu as síndromes de hipertensão maligna e benigna.
Goldblatt, em 1934, descreveu a hipertensão renovascular e, em 1939, Page e Braun
Menendez descobrem a angiotensina; Cohn, em 1955, descreveu o hiperaldosteronismo e, em
1959, ficou clara a inter-relação entre angiotensina e aldosterona.(OMS, 1989)
2.2.1 Epidemiologia
Segundo o estudo publicado pela revista americana "The Lancet", a quantidade de hipertensos
- ou seja, pessoas com pressão arterial superior a 140/90 mmHg - passou de 594 milhões, em
1975, para mais de 1 bilhão, em 2015, em consequência de um forte aumento do fenômeno na
Ásia e na África (IBRAHIM, 2012).
2.2.2 Classificação
De acordo com a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2016, os limites de pressão arterial
(PA) considerados normais são arbitrários. Entretanto, valores que classificam o
comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório estão
expressos na Figura 2.
Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica
(mmHg) (mmHg)
2.2.3 Fisiologia
Fisiologicamente a HAS é definida como “uma síndrome caracterizada por níveis tensionais
elevados, associados a alterações metabólicas e hormonais e a fenómenos tróficos, como
hipertrofias cardíacas e vasculares” (PEREZ, 2008).
A HAS é o agravo mais comum na população adulta, é uma patologia crónica que pode ser
na maioria das vezes assintomática, no entanto, os altos níveis pretórios podem causar
fadiga, palpitações, cefaleia e visão turva (VÍTOR et al., 2011).
Por se tratar de uma doença geralmente assintomática, a maioria dos diagnósticos são
tardios. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a pressão arterial pode ser definida
através de valores apresentados na tabela abaixo.
2.2.4 Diagnóstico
A maior parte dos indivíduos com hipertensão arterial são assintomáticos, por isso é chamada
de doença silenciosa ou doença muda e surda. Apesar da ausência de sintomas, níveis
elevados da pressão arterial estão relacionados a uma maior incidência de eventos mórbidos
manifestados por cardiopatia isquémica (MASCARENHAS, 2006).
A. Diuréticos
Os mecanismos de acção anti-hipertensiva dos DIU relacionam-se inicialmente aos seus
efeitos natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Após quatro a seis semanas, o
volume circulante praticamente se normaliza e ocorre redução da pressão vascular
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos estudados e de menor custo (LIPSITZ, 2013) ou
similares (Clortalidona e Indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior
tempo de acção, reservando-se os DIU de alça (Furosemida e Bumetanida) aos casos de
insuficiência renal e situações de edema (insuficiência cardíaca ou insuficiência renal). Os
poupadores de potássio (Espironolactona e Amilorida) são habitualmente utilizados em
associação com os tiazí (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
C. Betabloqueadores (BB)
Promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, havendo
readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Os
fármacos de terceira geração (Carvedilol, Nebivolol) têm também efeito vasodilatador por
mecanismos diferentes: bloqueio do receptor alfa-1 adrenérgico, e aumento da síntese e
liberação de óxido nítrico no endotélio vascular respectivamente.
Essa classe é usada como fármaco inicial em situações específicas, como a associação de
arritmias supraventriculares, enxaqueca, insuficiência cardíaca e coronariopatia, sendo que,
2.4 Interações medicamentosas dos anti-hipertensivos.
Diuréticos:
a) Diuréticos
Mecanismo de Ação:
Quando o coração entra em Insuficiência Cardíaca o débito cardíaco assim como o fluxo renal
e uma série de respostas hemodinâmicas, hormonais e ligadas ao sistema nervoso autônomo
ocorrem levando a um aumento da retenção de sal e água com expansão do volume
extracelular. Com isto o coração mantém o débito cardíaco e a perfusão tissular; porém, o
aumento da pressão final do ventrículo esquerdo da tensão de sua parede e o aumento das
dimensões das cavidades esquerdas acabam por impedir a manutenção do débito cardíaco
levando à congestão pulmonar e edema periférico.
Assim, o mecanismo básico dos diuréticos é aumentar a eliminação renal de sal e água,
reduzindo o volume de fluido intravascular intersticial e a pressão de enchimento ventricular
(pré-carga), diminuindo, em consequência, a retenção de fluido e eliminando a congestão
pulmonar e os edemas periféricos. Principais Diuréticos empregados na Insuficiência
Cardíaca:Diuréticos de Alça;Diuréticos Tiazídicos;Diuréticos Poupadores de Potássio
(BRATER, D.C. 1994).
Os medicamentos são ingeridos com a função de tratar ou aliviar sintomas, mas por vezes, os
efeitos extra curativos que ele apresenta, causa desconfortos mais acentuados que o próprio
sintoma inicial. Desta forma quase todos os medicamentos apresentam efeitos indesejáveis ou
adversos que devem ser tomados em consideração pela pessoa que os consome.
Reacções adversas
Conhecer para que serve um determinado medicamento é necessário, embora não o suficiente,
tem de conhecer-se igualmente em que situações estão contra-indicadas e que problemas
podem surgir durante a sua administração. Garcia-Pando e Árias (cit. in Martin, A 2004)
“Entende-se por reacção adversa todo o efeito não desejado produzido por um medicamento
quando este foi administrado na dose terapêutica” (Garcia-Pando e Árias, cit. in Martin, A.
2004)
Em relação à definição de reacção adversa a OMS (cit. in Martin, A 2004) acrescenta que é
“toda a resposta lesiva, e não desejada, que se apresenta nas doses habitualmente utilizadas na
espécie humana para o tratamento, a profilaxia e o diagnóstico de doença.”
A adesão ao tratamento é um dos factores preponderantes para o sucesso terapêutico. Vários são os
determinantes para a não-adesão ao tratamento. Os percentuais de controlo de pressão arterial são
muito baixos, apesar das evidências de que o tratamento anti-hipertensivo é eficaz em diminuir a nas
duas últimas condições, deve estar associado a outros fármacos (LÓPEZ-SENDÓN, 2004).
morbidade e mortalidade cardiovascular, devido à baixa adesão ao tratamento. Estudos isolados
apontam controlo de 20% a 40%. A taxa de abandono, grau mais elevado de falta de adesão, é
crescente conforme o tempo decorrido após o início da terapêutica (SBC/SBH/SBN, 2010).
D. Alfabloqueadores
Os medicamentos dessa classe agem como antagonistas competitivos α -receptores pós-
sinápticos, levando a redução da resistência vascular periférica sem maiores mudanças no
débito cardíaco. São representantes dessa classe a Doxazosina, Prazosina e Terazosina.
Possui efeito hipotensor discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso
associado (KAPLAN, 2015).
E. Vasodilatadores directos
Os medicamentos que representam essa classe são Hidralazina e Minoxidil. Actuam
directamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando a redução da resistência vascular
periférica (VONGPATANASIN et al., 2011).
Principais reacções adversas
Pela vasodilatação arterial directa, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que
contra-indica seu uso como monoterapia (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL,
2010).
Interações medicamentosas:
O tratamento não farmacológico deverá ser implementado sempre e para todos os pacientes
hipertensos, independente do risco cardiovascular. Os principais factores ambientais
modificáveis da hipertensão arterial são os hábitos alimentares inadequados, principalmente a
ingestão excessiva de sal e o baixo consumo de vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo
exagerado de álcool. As medidas não-medicamentosas mais utilizadas no tratamento da
hipertensão arterial e controle dos factores de risco cardiovascular estão apresentadas no
Quadro 1.
O tratamento farmacológico deve não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos
cardiovasculares fatais ou não. Evidências demonstram redução de desfechos clinicamente
relevantes, de prazo curto (3 a 4 anos) em maior proporção no tratamento com antidiuréticos,
mas também com betabloqueadores, inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina
(ECA), bloqueadores do receptor AT1 e com bloqueadores dos canais de cálcio, embora a
maioria dos estudos utilize associação de anti-hipertensivos (DIRETRIZES, 2006).
3.1Tipo de estudo
Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, que foi realizado
no na farmácia comunitária FRAPEFA.
O estudo foi realizado na farmácia comunitária FRAPEFA localizado sita em Luanda, Bairro
morro Bento rua Gamek à direita casa s/n.
Idade,
Género,
Categoria,
Tempo de serviço,
Para autorização de recolha de dados foi apresentado um credencial passado pelo Instituto
Superior de Ciências da Saúde solicitando á autorização á direcção da farmácia comunitária
FREPEFA. (Anexo A), Aos utentes participante do estudo foi lhes entregue um termo de
consentimento livre e informado (Apêndice A)
A recolha de dados foi realizado de forma manual com base num questionário (Apêndice B),
com uma parte estruturada para colectar os dados de caracterização dos utentes outra parte
semi-estruturada com a questão de avaliar o nível de conhecimento das utentes que ocorrem a
farmácia comunitária FREPEFA sobre o uso do contraceptivo oral.
Para caracterização dos dados quantitativos formou se uma base de dado no programa
Microsoft excel, foi utilizado também o microsoft office power point, para tratamento e
análise de dados foi utilizada a estatística descritiva
V. APRESENTAÇÃO INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
IDADE Frequência %
20 24 1 4
25 29 14 54
30 34 2 8
35 39 4 15
40 44 5 19
TOTAL 26 100
A tabela n 1 mostra que dos 26 inqueridos 54% tinham idade compreendida entre os 25 aos 29
anos e 1 tinha idade compreendida entre os 20 aos 24.
Desta realidade, percebe-se que os serviços, particularmente onde o presente estudo foi
realizado, está sendo exercido por profissionais farmacêuticos com idade adequada, e que
pode gerar melhor rendimento.
Para Kurgant, (1991) quanto maior for a idade do profissional, maior será a responsabilidade
e entrega pelo trabalho que presta em prol da sociedade.
TABELA 2. Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo o sexo.
SEXO Frequência %
Masculino 10 38
Feminino 16 62
TOTAL 26 100
A tabela n 2 mostra que dos 26 inqueridos 62% eram do sexo feminino e 38% do sexo
masculino.
Os dados obtidos nesta tabela, são semelhante aos encontrados por BARLIM (2003), num
estudo realizado com profissionais de saúde num hospital em Espanha, e outro estudo
realizado por PEDRO (2005), num hospital em Angola, em que o género predominante foi o
feminino, onde a história regista que a maior força de trabalho na área de saúde são as
mulheres.
Padilha e Mancia (2005 apud PIRES e VASCONCELOS 2011) referem que, uma forma de
explicar o porque da grande maioria dos enfermeiros serem do sexo feminino está relacionada
a fundadora ou iniciadora da profissão Florence Nithingale e sem contar que o cuidado
antigamente era tarefa das mulheres-irmãs, mães, tias e avôs, dessa forma a perspectiva de
trabalhar na área ainda foca muito a mulher.
Tabela 3. Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo as categorias
profissionais.
Auxiliar Farmacêutico 1 4
Técnico Médio 13 50
Bacharel 8 31
Licenciado 4 15
TOTAL 26 100
A tabela n 3 mostra que dos 26 inqueridos 50% eram técnico médio e 1 era auxiliar
farmacêutico.
Hoje o mercado espera algo mais dos farmacêuticos, pois os profissionais farmacêuticos da
actualidade requerem um conjunto de conhecimento técnico científicos, é preciso que estes
profissionais saibam com mestria lidar equilibradamente com a razão e a emoção, que tenham
conhecimento e atitudes racionais, que desenvolvam competência de assistir a pessoa,
valorizando enfim, o seu desenvolvimento profissional. NASCIMENTO, (2007)
Tem-se a percepção com os resultados desse estudo, que a população estudada possuía na sua
maioria formação acadêmica média o que pode estar relacionada com o facto de que as
instituições que formam licenciados em ciências farmacêuticas começam a lançá-los para o
mercado de trabalho há menos de 6 anos.
Tabela 4˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo o tempo de serviço.
1–5 18 69
6 – 10 5 19
11 – 15 3 12
TOTAL 26 100
A tabela n 4 mostra que dos 26 inqueridos 69% tinham de 1 a 5 anos de tempo de serviço e
12% tinham entre 11 a 15 anos de serviço.
O estudo feito por FIGUEIREDO (2003) refere que, a história revela, que quanto maior for o
tempo de exercício profissional numa determinada unidade, maior será a experiência.
Tabela 5˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo conhecimento sobre a
automedicação com antihipertensivo.
TOTAL 26 100
A tabela n 5 mostra que dos 26 inqueridos 73% têm conhecimento sobre automedicação com
anti hipertensos e 27% afirmaram que não têm conhecimento.
SIM 19 73
NÃO 7 27
TOTAL 26 100
A tabela n 5 mostra que dos 26 inqueridos 73% têm conhecimento sobre a interacção
medicamentosa entre antibióticos e anticoncepcionais orais e 27% afirmaram que não têm
conhecimento.
Analapril 6 23
Captopril 11 42
Losartana 9 35
TOTAL 26 100
A tabela n 5 mostra que dos 26 inqueridos 73% têm conhecimento sobre a interacção
medicamentosa entre antibióticos e anticoncepcionais orais e 27% afirmaram que não têm
conhecimento.
Captopril (substância ativa) é rapidamente absorvido por via oral; os picos sanguíneos
ocorrem em cerca de 1 hora. A absorção mínima média é de aproximadamente 75%. A
presença de alimento no trato gastrintestinal reduz a absorção em cerca de 30 a 40%.
Aproximadamente 25 a 30% da droga circulante se liga às proteínas plasmáticas. A meia vida
de eliminação aparente no sangue é, provavelmente, menor do que 3 horas.
TOTAL 26 100
A tabela n 6 mostra que dos 26 inqueridos 20% afirmaram que a fonte de informação foi o
livro de farmacologia e 4.5% afirmaram micro computador e revistas científicas.
Para a direcção da farmácia Frapefa sugere-se que haja mais formação contínua nos técnicos
farmacêuticos de forma a melhorar a atenção farmacêutica em relação os anti hipertensivos.
KATZUNG, B.G. Farmacologia básica e clínica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2005.
BARBETA, P.A. Estatística aplicada a Ciências sociais. 7. ed. Florianópolis: UFSC, 2007.
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2005.
RANG H.P.; DALE M.M.; RITTER J.M. In: Farmacologia, 4º. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
BISSON, M.P. Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica. São Paulo: Medfarma, 2003.