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INTRODUÇÃO

A automedicação é o acto de o paciente medicar-se por contra própria, sem ter o


conhecimento formal da medicina, portanto, sem capacitação técnica e nem legal. A pessoa
procura, por analogia a sintomas anteriores, lembrar qual o medicamento que tomou e
funcionou, para repetir o remédio, embora sem saber avaliar as condições actuais e, muito
menos, se o problema é o mesmo (MORAES, 2004).

Automedicação abrange as diversas formas pela qual o próprio indivíduo ou responsável


decide, sem avaliação médica, qual medicamento e como irá utilizá-lo para alívio dos
sintomas e eventual “cura”. Utilizar medicamentos que sobraram de prescrições anteriores,
descompor a prescrição profissional; prolongar ou interromper precocemente a dosagem e o
período de tempo indicados na receita; e compartilhar ou não medicamentos com outros
membros da família ou do círculo social são exemplos de automedicação (PEREIRA et al.,
2007).

O conceito de medicamento, segundo a Organização Mundial de Saúde, é toda substância ou


associação destas contidas em um produto farmacêutico empregado para modificar ou
explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em benefício do indivíduo a quem se
administra. Portanto o medicamento é o fármaco na sua forma terapêutica (OLIVEIRA;
LIMA, 2010).

Assim, o uso inadequado de remédio, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-


Farmacológicas (SINITOX,2001) pode causar diversos problemas de saúde, desde agudos aos
mais graves, podendo levar a óbito. A gravidade da intoxicação depende de diversos factores
como o tipo de droga, a dosagem, a forma farmacêutica e a condição do paciente (neonatos,
crianças, idosos, pacientes com distúrbios renais, hepáticos, imuno deprimidos, hipersensíveis
a alergias, entre outras).

A falta de conhecimento da população consumista acerca dos efeitos adversos de


determinados medicamentos também está entre as causas do consumo desenfreado de
fármacos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2015),o efeito adverso difere do efeito
colateral por esse primeiro se relacionar apenas aos efeitos nocivos, enquanto os efeitos
colaterais nem sempre são nocivos. Por definição, efeitos colaterais são efeitos não
intencionais relacionados às propriedades farmacológicas do medicamento utilizado, que
ocorra em doses normalmente utilizadas por um paciente e reações adversas são quaisquer
respostas nocivas não intencionais, indesejadas ou prejudiciais originadas por uso de
medicamentos administrados para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doenças ou
modificação de função fisiológica. (OPAS, OMS, 2005).
1.1.Formulação do Problema

Dada a relevância deste tema a automedicação com anti-hipertensivos e a crescente utilização


destes fármacos é impreterível alertar aos profissionais de saúde no que diz respeito às
interacções medicamentosas que possam ocorrer. Esta premissa, bem como a necessidade de
mais estudos neste âmbito, foi a motivação principal para a realização deste trabalho de
investigação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde OMS (2003), a cada ano registam-se no mundo
dois bilhões de casos de automedicação, e 1.9 milhões de pessoas que morrem por causa da
toma de medicamento sem prescrição medica, principalmente nos países subdesenvolvido.

Desta forma vários estudos têm sido realizados neste âmbito da automedicação,
demonstrativos e das elevadas quantidades de procura de antihipertensivos e desconhecendo
os riscos, sendo assim Surgiu-nos a seguinte pergunta:

Qual é o nível de conhecimento dos profissionais farmacêuticos da farmácia frapefa


sobre a automedicação com anti-hipertensivo?
1.2 JUSTIFICATIVA

O profissional farmacêutico, através da prática Atenção Farmacêutica, torna-se um aliado à


busca da melhoria da qualidade de vida do paciente. O acompanhamento farmacoterapêutico,
assim como as intervenções realizadas são acções de compromisso mútuo, entre paciente e
profissional, e que caminham para detectar, prevenir e solucionar estas falhas na
farmacoterapia de hipertensos.

Hoje existem inúmeras formas de controlar a doença. Além de mudanças nos hábitos de
vida, inúmeras drogas anti-hipertensivas. Porém, o uso incorreto da medicação torna-o
predisposto a todas as consequências da história natural desta patologia. Por isso, é de
extrema importância que os indivíduos diagnosticados com Hipertensão Arterial Sistêmica
entendam e sigam o tratamento como prescrito pelo seu médico.
A hipertensão arterial é considerada uma doença crônica, com longo curso assintomático,
evolução clínica lenta, prolongada e permanente, podendo evoluir para complicações, daí a
importância deste estudo.
O resultado desta investigação poderá contribuir para o melhoramento do conhecimento dos
profissionais farmacêuticos da farmácia frapefa sobre a automedicação com anti-hipertensivo.
1.3 OBJECTIVOS

1.4 Objectivo geral

 Avaliar o conhecimento dos profissionais farmacêuticos da farmácia frapefa sobre a


automedicação com anti-hipertensivo.

1.5 Objectivo específico

 Caracterizar a população em estudo de acordo aos factores socio–demográficos


(idade, sexo, nível académico, tempo de serviço).

 Descrever a percepção dos profissionais de farmácia sobre riscos da automedicação.


 Identificar as fontes de informação sobre automedicação.
II- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Definição de termos e conceitos

A automedicação é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medida de


selecção e utilização de medicamentos de venda livre, sem prescrição (WHO, 1998)

O uso racional de medicamentos é definido como o processo que compreende a prescrição


apropriada; a disponibilidade oportuna e a preços acessíveis; a dispensação em condições
adequadas; e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo
indicado de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade (OMS, 1998).
Conhecimento - Conhecimento é o acto ou efeito de conhecer, é ter ideia ou a noção de
alguma coisa. É o saber, a instrução e a informação (DICIONÁRIO BÁSICO DE LINGUA
PORTUGUESA, 2014).

Avaliação apreciação da competência ou progresso de um aluno ou de um profissional; Acto


de avaliar(Infopédia, 2003-2016).

Atenção Farmacêutica é definida como uma actividade pertencente à assistência. Esta é uma
grande área composta por duas sub-áreas distintas, porém complementares; uma relacionada à
tecnologia de gestão do medicamento (garantia de acesso) e a outra relacionada à tecnologia
do uso do medicamento (correcta utilização do medicamento), em que se enquadra uma
especialidade privativa do farmacêutico. (ARAÚJO, 2008)
Farmacêutico é o profissional da área de saúde que possui uma formação académica voltada
para as ciências farmacêuticas, mas também dominam conteúdos noutras áreas científicas
(RANG, 1999)

A hipertensão arterial é uma doença crónica, degenerativa e não transmissível caracterizada


pela elevação dos níveis pressóricos para valores persistentemente acima de 139/89 mmHg
(SILVA JÚNIOR et al., 2008). De acordo com Lopes (2005), a herança genética e os factores
ambientais, sobretudo o sal e o stress, contribuem para o aumento da pressão arterial.

Medicamento, é toda a substância química apresentada como possuindo propriedades


curativas ou preventivas dos sintomas ou que possa ser utilizada ou administrada no ser
humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma acção
farmacológica, ou a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”.(OMS, 2001)
2.2 BREVE HISTORIAL SOBRE A HIPERTENSÃO.

No fim do século XIX, Mohamed descreveu a síndrome arterial hipertensiva. Em 1881, Riva-
Rocci criou o primeiro esfigmomanômetro e em 1906, Korotkoff tornou prática a medida de
pressão arterial. Em 1914, Volhard descreveu as síndromes de hipertensão maligna e benigna.
Goldblatt, em 1934, descreveu a hipertensão renovascular e, em 1939, Page e Braun
Menendez descobrem a angiotensina; Cohn, em 1955, descreveu o hiperaldosteronismo e, em
1959, ficou clara a inter-relação entre angiotensina e aldosterona.(OMS, 1989)

Em 1939, a “American Heart Association” e a “Society of Great Britain and Ireland”


padronizaram os métodos de determinação da pressão arterial. Em 1949, criou-se o “Council
for High Pressure Research”, concentrando a pesquisa sofisticada em hipertensão. As
pesquisas conduziram à descoberta dos receptores simpáticos específicos, dos canais de
cálcio, dos canais de potássio, dos inibidores do sistema renina-angiotensina e, finalmente,
estão surgindo as primeiras conquistas através da biologia molecular. No que concerne à
história da terapêutica da hipertensão arterial, salienta-se que, em 1876, Ambard descobriu
que os hipertensos excretavam menos cloreto pela urina, e, em 1922, Allen padronizou o
tratamento da hipertensão utilizando dietas pobres em sal. Surgiram dúvidas se baixar a
pressão seria benéfico ou maléfico para os pacientes hipertensos. Van Slyke demonstrou que a
baixa da pressão utilizando tiocianeto de potássio não diminuía a depuração renal, uma vez
que havia um mecanismo de auto-regulação da circulação a esse órgão. As drogas existentes
até a década de 1940 eram realmente muito pouco efectivas no que se refere ao controle da
pressão arterial, constituindo-se, fundamentalmente, da mistura, em proporções diversas, de
papaverina, aminofilina e barbitúricos leves administrados por via oral. Apesar de pouco
efectivas, a aderência ao tratamento não era muito inferior à observada actualmente, com os
eficientes hipotensores. Na década de 1940, já era consenso que o aumento da pressão deveria
ser tratado e que três linhas terapêuticas eram utilizadas, a saber: psicoterapia, dieta
extremamente baixa em sódio (dieta de arroz) e simpa tectomia dorso lombar. A dieta de
arroz era bastante efectiva no controle da pressão arterial, porém de paladar quase
insuportável para o paciente. A criação de molhos especiais tornaram essa dieta mais
palatável, sem que se aumentasse o conteúdo de sódio. A ideia de reduzir o sódio na dieta dos
hipertensos permaneceu válida, ficando claro, hoje, que há indivíduos que são resistentes ao
sódio e outros que são sensíveis ao sódio. O eficiente efeito da redução da ingestão de sódio
trouxe a ideia de se tratar hipertensos utilizando diuréticos saluréticos. De facto, essa foi uma
ideia vencedora, pois, até nossos dias, os diuréticos permanecem com papel relevante no
tratamento da hipertensão, principalmente naqueles pacientes sensíveis ao sal.

2.2.1 Epidemiologia
Segundo o estudo publicado pela revista americana "The Lancet", a quantidade de hipertensos
- ou seja, pessoas com pressão arterial superior a 140/90 mmHg - passou de 594 milhões, em
1975, para mais de 1 bilhão, em 2015, em consequência de um forte aumento do fenômeno na
Ásia e na África (IBRAHIM, 2012).
2.2.2 Classificação
De acordo com a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2016, os limites de pressão arterial
(PA) considerados normais são arbitrários. Entretanto, valores que classificam o
comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório estão
expressos na Figura 2.
Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica
(mmHg) (mmHg)

Ótima < 120 < 80


< 130 < 85
Normal
130-139 85-89
Limítrofe
140-159 90-99
Hipertensão Estágio 1
160-179 100-109
Hipertensão Estágio 2 ≥ 180 ≥ 110
140 <90
Hipertensão Estágio 3
Hipertensão sistólica isolada
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016.

2.2.3 Fisiologia
Fisiologicamente a HAS é definida como “uma síndrome caracterizada por níveis tensionais
elevados, associados a alterações metabólicas e hormonais e a fenómenos tróficos, como
hipertrofias cardíacas e vasculares” (PEREZ, 2008).
A HAS é o agravo mais comum na população adulta, é uma patologia crónica que pode ser
na maioria das vezes assintomática, no entanto, os altos níveis pretórios podem causar
fadiga, palpitações, cefaleia e visão turva (VÍTOR et al., 2011).
Por se tratar de uma doença geralmente assintomática, a maioria dos diagnósticos são
tardios. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a pressão arterial pode ser definida
através de valores apresentados na tabela abaixo.
2.2.4 Diagnóstico
A maior parte dos indivíduos com hipertensão arterial são assintomáticos, por isso é chamada
de doença silenciosa ou doença muda e surda. Apesar da ausência de sintomas, níveis
elevados da pressão arterial estão relacionados a uma maior incidência de eventos mórbidos
manifestados por cardiopatia isquémica (MASCARENHAS, 2006).

A avaliação inicial de um paciente com HAS inclui a confirmação do diagnóstico, a suspeita e


a identificação de causa secundária, e avaliação do risco CV. Fazem parte dessa avaliação a
medição da PA no consultório e/ou fora dele, utilizando-se técnica adequada e equipamentos
validados, história médica (pessoal e familiar), exame físico e investigação clínica e
laboratorial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

Figura 3 - Fluxograma de rastreamento e diagnóstico de HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)

A. Diuréticos
Os mecanismos de acção anti-hipertensiva dos DIU relacionam-se inicialmente aos seus
efeitos natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Após quatro a seis semanas, o
volume circulante praticamente se normaliza e ocorre redução da pressão vascular
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos estudados e de menor custo (LIPSITZ, 2013) ou
similares (Clortalidona e Indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior
tempo de acção, reservando-se os DIU de alça (Furosemida e Bumetanida) aos casos de
insuficiência renal e situações de edema (insuficiência cardíaca ou insuficiência renal). Os
poupadores de potássio (Espironolactona e Amilorida) são habitualmente utilizados em
associação com os tiazí (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

Principais reacções adversas


Hipopotassemia, por vezes acompanhada de hipomagnesemia, que pode induzir arritmias
ventriculares, e hiperuricemia. Os diuréticos também podem provocar intolerância à glicose,
aumentar o risco do aparecimento do diabetes mellitus, além de promover aumento de
triglicérides, efeitos esses, em geral, dependentes da dose (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO
NACIONAL, 2010).

B. Agentes de acção central


Os agentes alfa-agonistas de acção central agem através do estímulo dos α que estão
envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios. Os efeitos bem definidos dessa classe
são: diminuição da actividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, contribuindo
para bradicardia relativa e a hipotensão notada em ortostatismo; discreta diminuição na
resistência vascular periférica e no débito cardíaco; redução nos níveis plasmáticos de
renina e retenção de fluidos (VONGPATANASIN et al., 2011).

Principais reacções adversas


São em geral, decorrentes da acção central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga,
hipotensão postural e disfunção sexual. A frequência é um pouco menor com os inibidores de
receptores imidazolidínicos (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010).

C. Betabloqueadores (BB)
Promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, havendo
readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas. Os
fármacos de terceira geração (Carvedilol, Nebivolol) têm também efeito vasodilatador por
mecanismos diferentes: bloqueio do receptor alfa-1 adrenérgico, e aumento da síntese e
liberação de óxido nítrico no endotélio vascular respectivamente.
Essa classe é usada como fármaco inicial em situações específicas, como a associação de
arritmias supraventriculares, enxaqueca, insuficiência cardíaca e coronariopatia, sendo que,
2.4 Interações medicamentosas dos anti-hipertensivos.

As classes de fármacos anti-hipertensivos, envolvendo mais de dez mecanismos de ação


diferentes. Dependendo do estágio de gravidade da doença, a monoterapia não é suficiente, e
pode ser necessário associar três ou mais medicamentos, o que eleva o risco para a ocorrência
de interações medicamentosas potenciais.

A interação medicamentosa potencial pode ser definida como a possibilidade de um


medicamento alterar a intensidade do efeito farmacológico de outro medicamento
administrado concomitantemente (SECOLI, 2010).

É importante conhecer as principais interações de anti-hipertensivos e medicamentos de uso


contínuo que podem ser prescritos para o paciente hipertenso (KANNEL,1996). A seguir
temos as interações medicamentosas dos anti-hipertensivos:

Diuréticos:

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x AINE:

Antagonismo do efeito diurético.

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x Corticoides: Antagonismo do efeito diurético.

Diuréticos Tiazídicos e de Alça x Hipoglicemiantes orais:

Efeito diminuído pelos Tiazídicos. Diuréticos Tiazídicos e de Alça x Lítio:

Aumento dos níveis séricos do Lítio. Diuréticos Poupadores de Potássio x Suplementos de


Potássio: Hipercalemia.

a) Diuréticos

Mecanismo de Ação:

Quando o coração entra em Insuficiência Cardíaca o débito cardíaco assim como o fluxo renal
e uma série de respostas hemodinâmicas, hormonais e ligadas ao sistema nervoso autônomo
ocorrem levando a um aumento da retenção de sal e água com expansão do volume
extracelular. Com isto o coração mantém o débito cardíaco e a perfusão tissular; porém, o
aumento da pressão final do ventrículo esquerdo da tensão de sua parede e o aumento das
dimensões das cavidades esquerdas acabam por impedir a manutenção do débito cardíaco
levando à congestão pulmonar e edema periférico.

Assim, o mecanismo básico dos diuréticos é aumentar a eliminação renal de sal e água,
reduzindo o volume de fluido intravascular intersticial e a pressão de enchimento ventricular
(pré-carga), diminuindo, em consequência, a retenção de fluido e eliminando a congestão
pulmonar e os edemas periféricos. Principais Diuréticos empregados na Insuficiência
Cardíaca:Diuréticos de Alça;Diuréticos Tiazídicos;Diuréticos Poupadores de Potássio
(BRATER, D.C. 1994).

2.5 Efeitos indesejáveis causados pelos medicamentos

Os medicamentos são ingeridos com a função de tratar ou aliviar sintomas, mas por vezes, os
efeitos extra curativos que ele apresenta, causa desconfortos mais acentuados que o próprio
sintoma inicial. Desta forma quase todos os medicamentos apresentam efeitos indesejáveis ou
adversos que devem ser tomados em consideração pela pessoa que os consome.

Reacções adversas

As reacções adversas de um medicamento são aquelas que surgem após a administração de


um medicamento e não contribuem para o tratamento da doença, podendo por vezes até
agravá-la. Deste modo a importância que é dada aos efeitos desejáveis que o medicamento vai
causar, deve estar a par da importância que deve ser dada às reacções adversas.

Conhecer para que serve um determinado medicamento é necessário, embora não o suficiente,
tem de conhecer-se igualmente em que situações estão contra-indicadas e que problemas
podem surgir durante a sua administração. Garcia-Pando e Árias (cit. in Martin, A 2004)

“Entende-se por reacção adversa todo o efeito não desejado produzido por um medicamento
quando este foi administrado na dose terapêutica” (Garcia-Pando e Árias, cit. in Martin, A.
2004)

Em relação à definição de reacção adversa a OMS (cit. in Martin, A 2004) acrescenta que é
“toda a resposta lesiva, e não desejada, que se apresenta nas doses habitualmente utilizadas na
espécie humana para o tratamento, a profilaxia e o diagnóstico de doença.”

A adesão ao tratamento é um dos factores preponderantes para o sucesso terapêutico. Vários são os
determinantes para a não-adesão ao tratamento. Os percentuais de controlo de pressão arterial são
muito baixos, apesar das evidências de que o tratamento anti-hipertensivo é eficaz em diminuir a nas
duas últimas condições, deve estar associado a outros fármacos (LÓPEZ-SENDÓN, 2004).
morbidade e mortalidade cardiovascular, devido à baixa adesão ao tratamento. Estudos isolados
apontam controlo de 20% a 40%. A taxa de abandono, grau mais elevado de falta de adesão, é
crescente conforme o tempo decorrido após o início da terapêutica (SBC/SBH/SBN, 2010).

Como profissional especializado em medicamentos, o farmacêutico tem um importante papel


a cumprir na melhoria da adesão ao tratamento, realizando intervenções farmacêuticas que
envolvam o principal interessado, ou seja, o paciente (CRF-SP/OPAS, 2010).
Junto ao paciente hipertenso, o farmacêutico deve atuar como consultor e conselheiro,
conscientizando-o da importância do controle da PA e das possíveis complicações da HAS
não tratada e ajudando-o a cumprir o tratamento indicado pelo médico, intervindo
positivamente sobre as causas de não adesão (CRF-SP/OPAS, 2010).

Principais reacções adversas


Bronco espasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição
periférica, insónia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual (FORMULÁRIO
TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010).

D. Alfabloqueadores
Os medicamentos dessa classe agem como antagonistas competitivos α -receptores pós-
sinápticos, levando a redução da resistência vascular periférica sem maiores mudanças no
débito cardíaco. São representantes dessa classe a Doxazosina, Prazosina e Terazosina.
Possui efeito hipotensor discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso
associado (KAPLAN, 2015).

Principais reacções adversas


Hipotensão postural, mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for alta,
palpitações e, eventualmente, astenia (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010).

E. Vasodilatadores directos
Os medicamentos que representam essa classe são Hidralazina e Minoxidil. Actuam
directamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando a redução da resistência vascular
periférica (VONGPATANASIN et al., 2011).
Principais reacções adversas
Pela vasodilatação arterial directa, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que
contra-indica seu uso como monoterapia (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL,
2010).

F. Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC)


Essa classe actua primordialmente proporcionando redução da resistência vascular periférica
como consequência da diminuição da quantidade de cálcio no interior das células musculares
lisas das arteríolas, decorrente do bloqueio dos canais de cálcio na membrana dessas células
(ELLIOTT, 2011). São classificados em 2 tipos básicos: os diidropiridinicos e os não
diidropiridinicos.
Os BCC diidropiridinicos (Amlodipino, Nifedipino, Felodipino, Nitrendipino, Manidipino,
Lercanidipino, Levanlodipino, lacidipino, Isradipino, Nisoldipino, Nimodipino) exercem um
efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na frequência e na função
sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como anti-hipertensivos. Os não
diidropiridinicos, como as fenilalquilaminas (Verapamil) e as benzotiazepinas (Diltiazem),
têm menor efeito vasodilatador, e podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, o que restringe
seu uso a alguns casos específicos (MESSERLI, 2002).
Indicações:

São vasodilatadores de primeira escolha no tratamen- to da HAS. Também possuem ação


antianginosa. O vera- pamil e o diltiazem possuem ação antiarrítmica e diferem das di-
idropiridinas pela ação depressora sobre o miocár- dio. Constituem uma boa opção para o
tratamento da HAS no paciente idoso. Não causam retenção de sódio e não possuem efeito
nocivo a função renal, podendo ser usados sem correção de dose. Também não afetam o
metabolismo lipídico e glicídico (MANO, 2009). Podem ser úteis em pacientes que não
seguem dieta hipossódica e não respon- dem a outros anti-hipertensivos (MACHUCA,
PARRA).

Apesar de disponível comercialmente, a nifedipina de ação rápida, na forma de cápsulas de 10


mg, não possui hoje, à vista das evidências, nenhuma indicação para uso clínico atual em
qualquer situação. As demais formula- ções de ação lenta não se incluem nessa observação,
sendo indicadas nas situações específicas apropriadas (FUCHS, WANNMACHER,
FERREIRA, 2006).

Interações medicamentosas:

 Os BCC podem aumentar o nível sérico de digoxina, com possibilidade de


intoxicação digitálica. O diltiazem pode aumentar em cerca de 20% os níveis
de digoxina. Além disso, verapamil e diltiazem têm ação aditiva à digoxina
em alguns aspectos farmacológicos, podendo desencadear bradicardia
sintomática e bloqueios de condução (MANO, 2009).
 BCC podem resultar em interações importantes: o diltiazem inibe a
catabolização do anticonvulsivante carbamazepina e pode levar à toxicidade;
o uso de barbitúricos, por meio da ativação das isoenzimas da citocromo
monoxidase P450, diminui a biodisponi- bilidade do diltiazem, da nifedipina e
do verapamil; verapamil e a nifedipina aumentam a biodisponibi- lidade da
fenitoína; lítio associado aos bloqueadores dos canais de cálcio (verapamil e
diltiazem) tem sua concentração aumentada, podendo levar a psicoses e
rigidez corpórea. Essa associação é problemática, e requer medidas frequentes
do lítio sérico (MS, 2008).
 Aminofilina concomitantemente com o verapamil pode levar à diminuição da
catabolização hepática da aminofilina e esta, eventualmente, atingir níveis
tóxicos.

Principais reacções adversam


Cefaleia, tontura, rubor facial - mais frequente com diidropiridínicos de curta acção - e edema
de extremidades. Esses efeitos adversos são, em geral, dose-dependentes. Mais raramente,
podem induzir a hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de acção curta provocam
importante estimulação simpática reflexa, sabidamente deletéria para o sistema
cardiovascular. Verapamil e diltiazem podem provocar depressão miocárdica e bloqueio
atrioventricular. Obstipação intestinal é observada, particularmente, com Verapamil
(FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010).
G. Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA)
São anti-hipertensivos eficazes que tem como acção principal a inibição da enzima conversora
de angiotensina I, impedindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, de acção
vasoconstritora (SINDONE et al., 2013).

Principais reacções adversa


Tosse seca, alteração do paladar e, mais raramente, reacções de hipersensibilidade com
erupção cutânea e edema angioneurótico (FORMULÁRIO TERAPÊUTICO NACIONAL,
2010).

H. Bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II (BRA)


Os BRA antagonizam a acção da angiotensina II por meio do bloqueio especifico dos
receptores AT1, responsável acções vasocontritoras proliferativas e estimuladoras da
liberação de aldosterona, próprias da angiotensina II (PFEFFER et al. 2003).

Principais reacções adversas


Os bloqueadores do receptor AT1 apresentam bom perfil de tolerabilidade. Foram relatadas
tontura e, raramente, reacção de hipersensibilidade cutânea (FORMULÁRIO
TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010).

I. Inibidores directos da renina


Disponível para uso clínico, promovendo a inibição directa da acção da renina com
consequente diminuição da formação de angiotensina II a redução da PA, tais como redução
da actividade plasmática de renina (DANSER, 2009), bloqueio de um receptor celular próprio
de renina/pré-renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II.

Principais reacções adversam


Apresentam boa tolerabilidade. Diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300
mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais frequentes, porém em geral com
incidência inferior a 1%. Seu uso é contra-indicado na gravidez (FORMULÁRIO
TERAPÊUTICO NACIONAL, 2010).
Tratamento medicamentoso: Os medicamentos utilizados para o tratamento da HAS podem
ser divididos em vários grupos farmacológicos, de acordo com o seu mecanismo de acção
anti- hipertensiva, conforme apontado no Quadro 1.

Princípios gerais a serem observados no tratamento medicamentoso:


 Eficácia por via oral e tolerância,
 Administração em poucas tomadas diárias (de preferência, dose única)
 Início do tratamento com as menores doses efetivas preconizadas, com aumento
gradativo e atenção para os efeitos colaterais,
 Utilização por um período mínimo de 4 semanas antes de aumentar a dose, substituir o
medicamento ou adotar alguma associação de medicamentos.
2.6 Tratamento não farmacológico

O tratamento não farmacológico deverá ser implementado sempre e para todos os pacientes
hipertensos, independente do risco cardiovascular. Os principais factores ambientais
modificáveis da hipertensão arterial são os hábitos alimentares inadequados, principalmente a
ingestão excessiva de sal e o baixo consumo de vegetais, sedentarismo, obesidade e consumo
exagerado de álcool. As medidas não-medicamentosas mais utilizadas no tratamento da
hipertensão arterial e controle dos factores de risco cardiovascular estão apresentadas no
Quadro 1.

Medidas com maior eficácia Medidas associadas Medidas sem avaliação


anti-hipertensiva definitiva

 Redução do peso corporal  Abandono do


 Redução da ingestão tabagismo  Suplementação de
de sódio  Controle das cálcio e magnésio
 Maior ingestão de dislipidemias  Dietas vegetarianas
alimentos ricos em  Controle do ricas em fibras
potássio. diabetes  Medidas anti-estresse
 Redução do consumo mellitus
de bebidas alcoólicas  Evitar drogas que
 Exercícios físicos regulares potencialmente
elevem a pressão
Quadro 1 - Medidas não-medicamentosas para o controle da Hipertensão Arterial Sistêmica e dos fatores de
risco cardiovascular, baseado em Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. (DIRETRIZES, 2002).

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado proporcionam menores gastos com


internações, invalidez, hemodiálise, assistência às cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais
e suas sequelas, reduzindo também a procura aos serviços de emergências (DIRETRIZES,
2002).

A modalidade de tratamento adequada para um determinado paciente, levando-se em


consideração a classificação do risco individual e os níveis pressóricos detectados na consulta
inicial está descrita.

2.7 Tratamento farmacológico

O tratamento farmacológico associado ao não-farmacológico visa reduzir os níveis de pressão


arterial para valores inferiores a 140 mmHg de pressão sistólica e a 90 mmHg de pressão
diastólica, respeitando-se as características individuais e presença de co- morbidades.
Reduções da pressão para níveis inferiores a 130/80 mmHg podem ser úteis em situações
específicas, como em pacientes de alto risco cardiovascular, diabéticos – principalmente com
micro albuminúria, insuficiência cardíaca, com comprometimento renal e na prevenção de
acidente vascular cerebral (DIRETRIZES, 2006).

O tratamento farmacológico deve não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos
cardiovasculares fatais ou não. Evidências demonstram redução de desfechos clinicamente
relevantes, de prazo curto (3 a 4 anos) em maior proporção no tratamento com antidiuréticos,
mas também com betabloqueadores, inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina
(ECA), bloqueadores do receptor AT1 e com bloqueadores dos canais de cálcio, embora a
maioria dos estudos utilize associação de anti-hipertensivos (DIRETRIZES, 2006).

Os aspectos importantes na escolha do anti-hipertensivo estão descritos no Quadro 2.


Quadro 2 - Princípios Gerais do tratamento farmacológico da Hipertensão Arterial Sistêmica, de acordo com

O medicamento deve ser eficaz por via oral.


Deve ser bem tolerado.
Deve permitir a administração do menor número possível de tomadas diárias, com preferência para aqueles com
posologia de dose única diária.
O tratamento deve ser iniciado com as menores doses efectivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser
aumentadas gradativamente e/ou associar-se a outro hipotensor de classe farmacológica diferente.
Respeitar um período de quatro semanas para se proceder ao aumento da dose e ou a associação de drogas, salvo em
situações especiais.
Instruir o paciente sobre a doença, sobre as possíveis reacções adversas aos medicamentos utilizados e sobre a
planificação e os objectivos terapêuticos.
Considerar as condições sócio-econômicas.

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (DIRETRIZES, 2002).

2.8 Automedicação responsável e automedicação não responsável


Apenas um consumidor informado e consciente será capaz de assumir, em segurança e com
responsabilidade, a condução da sua saúde. (Martins, et al. 2011).
Existem diferentes meios de informação sobre MNSRM e cada um desses meios desempenha
um papel diferente, sendo todos eles importantes para que se pratique uma automedicação
responsável. A informação e aconselhamento por parte dos profissionais de saúde,
complementada pela leitura da rotulagem e do folheto informativo, são os meios mais
indicados para transmitir informações específicas e relevantes sobre cada medicamento, para
que possam ser usados nas melhores condições de eficácia e segurança. (INFARMED, 2013).
A Organização Mundial de Saúde define a automedicação responsável como “a prática pela
qual os indivíduos tratam os seus próprios sintomas e problemas de saúde menores com
medicamentos aprovados e disponíveis sem a prescrição médica e que são seguros e efectivos
quando usados conforme as indicações”. (Ribeiro, et al. 2010).
A automedicação responsável requer:
 Que seja comprovada a segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos utilizados;
 Que os medicamentos utilizados sejam os indicados para as situações passíveis de
auto-reconhecimento e para algumas situações crónicas ou recorrentes (após o
diagnóstico médico inicial). Estes medicamentos devem conter informação que
descreva:
 Como tomar ou usar os medicamentos;
 Possíveis efeitos adversos;
 Como monitorizar os efeitos do medicamento;
 Possíveis interacções;
 Precauções e advertências;
 Duração da utilização;
 Quando procurar aconselhamento profissional. (World Health Organization, 2013).

Considera-se, assim, que a automedicação responsável contribui para a consciencialização dos


auto cuidados em saúde, evita consultas desnecessárias aos serviços de saúde sobrecarregados
e pressupõe a toma racional de MNSRM, assim classificados tendo em conta a avaliação da
sua segurança. Soares, 2002.
Para que a utilização destes medicamentos seja correcta, eficaz e segura é indispensável
garantir um sistema de informação ao consumidor. Este sistema é composto pelo
aconselhamento por profissionais de saúde, a rotulagem adequada dos medicamentos e a
publicidade nos meios de comunicação. Esta última, porém, dá a conhecer alguns dos
medicamentos disponíveis no mercado, de forma simples e apelativa, podendo levar o
consumidor a generalizar a publicidade a todos os medicamentos, sem que haja um processo
crítico de advertência, o que pode contribuir para a sua utilização e consumo abusivos e
inadequados. (INFARMED, 2010).
Alguns estudos demonstram que após uma primeira experiência positiva com um determinado
medicamento, os consumidores passam a seleccioná-lo sempre que lhes surgem sintomas
idênticos, adquirindo assim o hábito de usar um certo medicamento e de o aconselhar a
amigos e familiares. (Morais, 2011).
2.9 ATENÇÃO FARMACÊUTICA
A atenção farmacêutica é definida como um modelo de prática farmacêutica desenvolvida no
contexto da assistência farmacêutica. Na atenção farmacêutica, busca-se a promoção de
atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e com responsabilidades
na prevenção de doenças e na promoção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe
de saúde. Para (Rodrigues et al. 2010), a atenção farmacêutica pressupõe a realização de
condutas por parte do profissional farmacêutico relacionada a intervenções em saúde, que
incluem a intervenção farmacêutica, como aspecto do acompanhamento farmacoterapeutico.
(Torres, 2011)

A atenção farmacêutica é uma nova filosofia de prática, na qual o farmacêutico assume a


responsabilidade pelo planeamento, orientação e acompanhamento do tratamento
farmacológico visando a uma terapia efectiva. Neste processo, o profissional farmacêutico
passa a ser corresponsável pela farmacoterapia, uso racional de medicamentos e melhoria da
qualidade de vida do paciente, assim como passa a ter actuação mais activa nas equipes
multiprofissionais. (Martins et al., 2008).

A interacção directa do farmacêutico com o usuário, visando a uma farmacoterapia racional e


à obtenção de resultados definitivos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de
vida. Nesta interacção também devem estar envolvidas as concepções dos seus sujeitos,
respeitadas as suas especificidades biopsicossociais, sob a óptica da integralidade das acções
de saúde. (Torres, 2011)

A prática da atenção farmacêutica encontra-se, geralmente, voltada para as acções


programáticas, priorizando grupos específicos como, por exemplo, a criança, o adolescente e
o idoso. Uma das principais preocupações da atenção farmacêutica é o consumo de
medicamentos sem prescrição, porque vem assumindo enormes proporções e recentemente
passa a ser considerado como um importante problema de saúde pública. Na visão de Scarcela
et al. (2011), a atenção farmacêutica é a “provisão responsável do tratamento farmacológico
com o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos
pacientes. ” Caracteriza-se, na visão destes autores, como uma prática recente da actividade
farmacêutica, priorizando a orientação e o acompanhamento farmacoterapêutico e a relação
directa entre o farmacêutico e o usuário de medicamentos. (Martins et al., 2008).
A atenção farmacêutica baseia-se, justamente, na capacidade de o farmacêutico, com visão e
postura interdisciplinar, integradora e formadora, assumir, frente a seus pacientes, as
responsabilidades relacionadas ao uso racional dos medicamentos e insumos por meio de um
acompanhamento sistemático e documentado. Segundo Scarcela et al (2011), actualmente, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras Associações Farmacêuticas de relevância
internacional consideram que a atenção farmacêutica é actividade exclusiva do farmacêutico e
que este deve tê-la como prioridade para o desenvolvimento pleno de sua profissão. Torre,
2011.

2.10 Uso Irracional de Medicamentos


Consideram que o uso irracional de medicamentos atinge altos índices em diversos países,
podendo acarretar riscos directos e indirectos à população. O acesso aos medicamentos no
Brasil, apesar de ser restrito, atinge a quinta colocação no mercado mundial, sendo o seu
consumo alto em praticamente todas as faixas etárias. Cella e Almeida (2012) afirmaram ser
importante que as farmácias, juntamente com os profissionais farmacêuticos, estimulem o uso
racional de medicamentos, processo este que envolve a utilização de produtos eficazes,
seguros, na posologia adequada e a um preço acessível. Neste contexto, o farmacêutico deve
ter conhecimento e capacidade para tomar as decisões mais adequadas em relação à utilização
de medicamentos. Para Torres (2011), a dispensação é o ato farmacêutico de distribuir um ou
mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma
prescrição elaborada por um profissional autorizado. Neste contexto, o farmacêutico é
encarregado de informar e orientar o paciente sobre o uso adequado do medicamento. Martins
e Sampaio (2008)

Análise da prescrição no momento da dispensação é uma das etapas mais importantes na


promoção do uso racional de medicamentos, pois é o momento em que o farmacêutico poderá
orientar o paciente da melhor forma possível. (Galato,2008),

2.11 Actuação do Farmacêutico como Agente Promotor do Uso Racional de


Medicamentos

O aconselhamento ao paciente é um dos instrumentos essenciais para a realização da Atenção


Farmacêutica, sendo imprescindível o desenvolvimento das habilidades de comunicação, para
assegurar a boa relação farmacêutica – usuário. Feitosa (2006) afirma que, com a prática da
atenção farmacêutica e a carência da população de um farmacêutico muito actuante em defesa
do uso racional dos medicamentos, surge uma oportunidade ímpar para o desempenho de seu
papel perante a sociedade. Faz parte de suas atribuições a promoção da saúde, principalmente
através da disposição de um serviço de farmácia com qualidade (e neste aspecto incluem-se
orientação e o acompanhamento farmacêutico) e, da educação em saúde, de fácil acesso à
população. (Torres 2011)

A importância do farmacêutico para o uso racional de medicamentos foi corroborada pelo


perfil de utilização observado no estudo apresentado por estes autores. Ainda, citaram que a
maior parte das crianças e adolescentes utilizavam medicamentos, sendo que muitas das
indicações justificam o uso de medicamentos de venda livre. Apenas uma minoria utiliza
medicamentos exclusivamente com prescrição médica e a maioria solicita a ajuda do
Farmacêutico para a compra de medicamentos isentos de prescrição. Em geral, os
respondentes demonstraram boa compreensão da indicação dos medicamentos. (Borges et al.
2013)

O farmacêutico tem um papel importante no contacto com os pacientes, sendo este o


responsável pelo aconselhamento na utilização dos medicamentos prescritos e não prescritos,
garantindo assim o cumprindo da prescrição de maneira correcta. (Oliveira et al., 2012)
acreditam que a presença do farmacêutico é de extrema importância, pois ele tem a noção
exacta de suas competências, seus limites como profissional da saúde e é um conhecedor dos
medicamentos. Neste processo, assumindo a atitude correcta no momento oportuno e
avaliando a situação de cada cliente/paciente, conduzindo-o a uma consulta médica ou em
caso de urgência a um hospital e até mesmo de volta a sua casa com a medicação correcta em
mãos. (Pereira et al. 2004)

O profissional farmacêutico, deve prestar assistência farmacêutica para a população, dando


enfoque em certos grupos como idosos, gestantes e crianças. Em relação aos pacientes
pediátricos, principalmente entre os menores de seis meses, a maturação incompleta dos
sistemas metabolizadores e de excreção, podem exigir doses diferentes das indicadas para os
adultos, limitadas as emprego de certos medicamentos. (Cella et al., 2012)
III METODOLOGIA

3.1Tipo de estudo

Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, que foi realizado
no na farmácia comunitária FRAPEFA.

3.2 Local do estudo

O estudo foi realizado na farmácia comunitária FRAPEFA localizado sita em Luanda, Bairro
morro Bento rua Gamek à direita casa s/n.

3.3 População em estudo

O universo foi constituído por 30 profissionais da farmácia comunitária FRAPEFA e foram


seleccionados uma amostra de 26 farmacêutico.

3.4- Tipo de amostra e técnicas de amostragem

A amostra foi constituída por 26 farmacêuticos usando a técnica de selecção de amostragem


probabilística estratificada.

3.5 Variáveis em estudo

Foram estudadas as seguintes variáveis:

 Idade,
 Género,
 Categoria,
 Tempo de serviço,

3.6 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídos todos profissionais farmacêuticos da farmácia comunitária FRAPEFA e que


aceitarem participar voluntariamente no estudo.

Foram excluídos todos profissionais farmacêuticos da farmácia comunitária FRAPEFA que


não aceitarem participar no estudo.
3.7- Procedimentos éticos

Para autorização de recolha de dados foi apresentado um credencial passado pelo Instituto
Superior de Ciências da Saúde solicitando á autorização á direcção da farmácia comunitária
FREPEFA. (Anexo A), Aos utentes participante do estudo foi lhes entregue um termo de
consentimento livre e informado (Apêndice A)

3.8-Procedimento de recolha de dados

A recolha de dados foi realizado de forma manual com base num questionário (Apêndice B),
com uma parte estruturada para colectar os dados de caracterização dos utentes outra parte
semi-estruturada com a questão de avaliar o nível de conhecimento das utentes que ocorrem a
farmácia comunitária FREPEFA sobre o uso do contraceptivo oral.

3.9- Análise e apresentação dos resultados

Para caracterização dos dados quantitativos formou se uma base de dado no programa
Microsoft excel, foi utilizado também o microsoft office power point, para tratamento e
análise de dados foi utilizada a estatística descritiva
V. APRESENTAÇÃO INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Tabela 1˗ Distribuição dos farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo a idade.

IDADE Frequência %
20 24 1 4
25 29 14 54
30 34 2 8
35 39 4 15
40 44 5 19
TOTAL 26 100
A tabela n 1 mostra que dos 26 inqueridos 54% tinham idade compreendida entre os 25 aos 29
anos e 1 tinha idade compreendida entre os 20 aos 24.

Desta realidade, percebe-se que os serviços, particularmente onde o presente estudo foi
realizado, está sendo exercido por profissionais farmacêuticos com idade adequada, e que
pode gerar melhor rendimento.

Para Kurgant, (1991) quanto maior for a idade do profissional, maior será a responsabilidade
e entrega pelo trabalho que presta em prol da sociedade.
TABELA 2. Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo o sexo.

SEXO Frequência %

Masculino 10 38

Feminino 16 62

TOTAL 26 100
A tabela n 2 mostra que dos 26 inqueridos 62% eram do sexo feminino e 38% do sexo
masculino.

Os dados obtidos nesta tabela, são semelhante aos encontrados por BARLIM (2003), num
estudo realizado com profissionais de saúde num hospital em Espanha, e outro estudo
realizado por PEDRO (2005), num hospital em Angola, em que o género predominante foi o
feminino, onde a história regista que a maior força de trabalho na área de saúde são as
mulheres.

Padilha e Mancia (2005 apud PIRES e VASCONCELOS 2011) referem que, uma forma de
explicar o porque da grande maioria dos enfermeiros serem do sexo feminino está relacionada
a fundadora ou iniciadora da profissão Florence Nithingale e sem contar que o cuidado
antigamente era tarefa das mulheres-irmãs, mães, tias e avôs, dessa forma a perspectiva de
trabalhar na área ainda foca muito a mulher.
Tabela 3. Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo as categorias
profissionais.

Categoria dos profissionais Frequência %

Auxiliar Farmacêutico 1 4
Técnico Médio 13 50
Bacharel 8 31
Licenciado 4 15

TOTAL 26 100
A tabela n 3 mostra que dos 26 inqueridos 50% eram técnico médio e 1 era auxiliar
farmacêutico.

Hoje o mercado espera algo mais dos farmacêuticos, pois os profissionais farmacêuticos da
actualidade requerem um conjunto de conhecimento técnico científicos, é preciso que estes
profissionais saibam com mestria lidar equilibradamente com a razão e a emoção, que tenham
conhecimento e atitudes racionais, que desenvolvam competência de assistir a pessoa,
valorizando enfim, o seu desenvolvimento profissional. NASCIMENTO, (2007)

Tem-se a percepção com os resultados desse estudo, que a população estudada possuía na sua
maioria formação acadêmica média o que pode estar relacionada com o facto de que as
instituições que formam licenciados em ciências farmacêuticas começam a lançá-los para o
mercado de trabalho há menos de 6 anos.
Tabela 4˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo o tempo de serviço.

Tempo de Serviço Frequência %

1–5 18 69
6 – 10 5 19
11 – 15 3 12

TOTAL 26 100

A tabela n 4 mostra que dos 26 inqueridos 69% tinham de 1 a 5 anos de tempo de serviço e
12% tinham entre 11 a 15 anos de serviço.

MARQUIS, (2005), refere que a experiência profissional isoladamente não significa


competência, é necessário supervisão e formações no domínio de formação continua e
especializada de modo a melhorar e qualificar a assistência de saúde.

O estudo feito por FIGUEIREDO (2003) refere que, a história revela, que quanto maior for o
tempo de exercício profissional numa determinada unidade, maior será a experiência.
Tabela 5˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo conhecimento sobre a
automedicação com antihipertensivo.

Conhecimento sobre a automedicação com antihipertensivo Frequência %


SIM 19 73
NÃO 7 27

TOTAL 26 100
A tabela n 5 mostra que dos 26 inqueridos 73% têm conhecimento sobre automedicação com
anti hipertensos e 27% afirmaram que não têm conhecimento.

A automedicação é uma realidade evidente, devido às carências e hábitos da população, à


propaganda abusiva de medicamentos, aos medicamentos colocados à disposição do
consumidor (auto atendimento) e também pelo facto do utente, muitas vezes, não solicitar
orientação do profissional farmacêutico quando vai à farmácia (Costa, 2005).

O conhecimento sobre as classes de anti-hipertensivos mais prescritas e a automedicação a


sua quantidade no consumo diário para o tratamento da HAS no em pacientes hipertensos são
imprescindíveis para redefinição de políticas públicas, para avaliar a eficácia do tratamento e
para propor intervenções adequadas as necessidades com vistas a melhoria das condições de
vida e saúde das pessoas com HAS ( Marchioli M. 2011)
Tabela 6˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo se já dispensou
medicamento sem receita medica.

Se já dispensou medicamento sem receita medica Frequência %

SIM 19 73
NÃO 7 27

TOTAL 26 100
A tabela n 5 mostra que dos 26 inqueridos 73% têm conhecimento sobre a interacção
medicamentosa entre antibióticos e anticoncepcionais orais e 27% afirmaram que não têm
conhecimento.

O uso abusivo de medicamentos, causados pela desinformação dos prescritores, dispensadores


e pela automedicação também são factores que induzem a ineficácia do tratamento e
propiciam a ocorrência de Interações Medicamentosas (IM) (TAVARES, 2012). Estas
situações indicam que medidas devem ser tomadas a fim de melhorar a qualidade dos
cuidados de saúde, como educação continuada para os prescritores e melhoria das condições
de dispensa de medicamentos. (CODAGNONE NETO, 2010).

Profissionais da saúde, farmacêuticos necessitam de orientações adequadas para transmiti-las


à população. É leviano liberar medicamentos sem oferecer, de forma clara e concisa,
explicações e orientações que auxiliem o paciente no consumo daquela substância. 
Tabela 7˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo os antihipertensoivos
mais dispensado com frequência.

Os antihipertensos você dispensa com mais frequência Frequência %

Analapril 6 23
Captopril 11 42
Losartana 9 35

TOTAL 26 100
A tabela n 5 mostra que dos 26 inqueridos 73% têm conhecimento sobre a interacção
medicamentosa entre antibióticos e anticoncepcionais orais e 27% afirmaram que não têm
conhecimento.

 Captopril (substância ativa) é rapidamente absorvido por via oral; os picos sanguíneos
ocorrem em cerca de 1 hora. A absorção mínima média é de aproximadamente 75%. A
presença de alimento no trato gastrintestinal reduz a absorção em cerca de 30 a 40%.
Aproximadamente 25 a 30% da droga circulante se liga às proteínas plasmáticas. A meia vida
de eliminação aparente no sangue é, provavelmente, menor do que 3 horas.

A associação de captopril, o mais conhecido inibidor de conversão, à hidroclorotiazida, em


dose baixa, o mais prescrito diurético tiazídico, oferece vantagens características do anti-
hipertensivo ideal, como, controle da pressão arterial (PA), redução da mortalidade
cardiovascular, proteção cardíaca e renal, custo acessível e baixa incidência de efeitos
colaterais.
Tabela 8˗Distribuição dos Farmacêuticos da farmácia Frapefa segundo qual foi a origem da
informação.

Qual foi a origem da informação. Frequência %

Dicionário de Especialidades Farmacêuticas 2 7


Revistas especializadas 1 4.5
Micro computadores 1 4.5
Índice terapêuticos 2 7
Livros de farmacologia 20 77

TOTAL 26 100
A tabela n 6 mostra que dos 26 inqueridos 20% afirmaram que a fonte de informação foi o
livro de farmacologia e 4.5% afirmaram micro computador e revistas científicas.

Segundo Fernández-llimóz (1999), a presença de fontes de informação de qualidade, que


sejam acessíveis, confiáveis, seguras e aplicáveis, é um elemento estrutural importante na
tomada de decisões para prática da atenção farmacêutica.
Podemos afirmar que os benefícios das farmácias serem equipados com fonte de informações
adequadas também esta relacionada com a qualidade de serviços prestados; o índice
terapêutico e o livro de farmacologia constituem uma ferramenta indispensável porque
fornecem informações mais fiáveis, completa e actualizada sobre medicamentos, e seus
aspectos farmacocinéticos e farmacodinâmico.
5. Conclusão
Conclui-se que há grande relevância científica no estudo sobre o conhecimento dos
profissionais farmacêuticos da farmácia frapefa sobre a automedicação com anti-hipertensivo
no I° trimestre de 2019.
Do total dos farmacêuticos que participaram do estudo tinham idade compreendido entre os
25 aos 29 anos de idade, a maioria era do sexo feminino e eram técnicos médio, tinham mais
de 5 anos de serviço, e a maioria afirmou que têm Conhecimentos sobre a automedicação com
antihipertensivo, quanto a pergunta se já dispensou medicamento sem receita a maioria
afirmou que sim, sobre os tipos de anti hipertensivos mais dispensados com mais frequência a
mioria afirmou o captopril, quanto a fonte a maioria relatou o livro de farmacologia, conclui-
se que os profissionais farmacêuticos onde foi feito o presente estudo têm conhecimento sobre
a automedicação com anti-hipertensivos.
6. - SUGESTÕES

Para a direcção da farmácia Frapefa sugere-se que haja mais formação contínua nos técnicos
farmacêuticos de forma a melhorar a atenção farmacêutica em relação os anti hipertensivos.

A direcção do Instituto Superior de Ciências de Saúde (ISCISA), deve construir um


laboratório de farmácia equipados com os materiais laboratoriais essenciais para melhorar a
formação no que diz respeito as aulas práticas; e aumentar o corpo docente afecto ao
departamento de curso de ciências farmacêuticas, de forma a termos profissionais
farmacêuticos qualificados e competentes.

A direcção do Ministério da Saúde que se criem mecanismo para a valorização dos


profissionais farmacêuticos sendo ainda pouco o número de vaga nos concursos públicos.
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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RIBEIRO, R. C.; LOTUFO, P. A. Hipertensão Arterial Diagnóstico e Tratamento. São


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