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TUDO SOBRE REMÉDIOS

PARA EMAGRECER
USAR OU NÃO REMÉDIOS?

O emprego de medicamentos para tratamento da obesidade foi durante muitos anos duramente criti-
cado pela imensa maioria da classe médica, inclusive e principalmente pelos endocrinologistas,
existindo um grande preconceito contra os médicos que receitavam qualquer tipo de medicamento
para a obesidade. Hoje este quadro tem evoluido, havendo uma maior aceitação pela classe médica
da necessidade de algumas vezes se lançar mão de tal recurso. Ainda hoje, no entanto, ainda há dois
tipos de conduta opostas, a meu ver radicais, aqueles que nunca receitam medicamentos e aqueles
que os receitam em todos os casos . A meu ver ambas as posições estão erradas, pois hoje é aceitá-
vel, a prescrição de medicamentos para os paciente obesos com IMC acima de 30, ou em pacientes
na qual a obesidade é tão patológica que o benefício supera as contraindicações dos mesmos. Já
existe, inclusive aqueles que preconizam o tratamento do obeso morbido a vida toda com algum
tipo de medicamento. Esta nova posição, afirma que a obesidade é uma doença grave, e deve ser
tratada como tal. Se outras patologias crônicas tais como o Diabetes, Hipertensão, Cardiopatias,
etc, são tratadas com medicamentos (e muitos com graves efeitos colaterais, e nem por isto deixam
de ser prescritos), porque não tratar a obesidade com remédios? Na minha experiência de 26 anos
com anorexígenos por exemplo, foram RARÍSSIMOS os casos de efeitos colaterais graves, apenas
os habituais, tais como boca seca, leve taquicardia, etc. Sabemos que os medicamentos existentes
ainda não são os ideais, e é necessário que a medicina aprofunde as pesquisas para descobrir medi-
camentos mais eficazes, e deixar-mos de tratar os obesos como glutões irresponsáveis e culpados
eternos de seu próprio infortúnio.
AS PRINCIPAIS INDICAÇÕES PARA O USO DE ANOREXIGENOS SÃO:

1) Presença de hábitos alimentares claramente patológicos, tais com bulemia, hiperfagia, e compul-
são alimentar.
2) Incapacidade de ingerir dietas hipocalóricas para que haja uma redução do peso.
3) Obesidades mórbidas, com risco para o paciente
4) Paciente com IMC acima de 30 Kg/m2
5) Paciente com IMC acima de 25 Kg/m2 com associação com alguma doença como o Diabetes,
dislipidemias e hipertensão arterial
6) Tratamentos ineficazes com dieta, exercícios ...etc.
FÁRMACOS QUE PROMOVEM A PERDA DE PESO

Os fármacos mais empregados para a perda de peso são os "supressores de apetite", que promovem
perdas de peso reduzindo o apetite e aumentando a sensação de plenitude. Estes medicamentos re-
duzem o apetite por aumento da serotonina ou das catecolaminas, substancias cerebrais (neurotans-
missores) que afetam o estado emocional e o apetite. Em 1999, o FDA dos EUA aprovou o fármaco
orlistat (Xenical) para tratamento da obesidade. O orlistat atua reduzindo em aproximadamente um
terço a capacidade de absorver gordura dos alimentos. O FDA também aprovou outros fármacos
mais disponíveis para a perda de peso, e para utilizar durante curto tempo, o que supõe umas poucas
semanas ou meses. A sibutramina e o orlistat são os dois únicos fármacos aprovados para uso du-
rante longos períodos em pacientes significativamente obesos, ainda que sua segurança e eficacia
não tenham sido demonstradas em uso superior a um ano. As normas médicas limitam a publicida-
de ou promoção de um determinado fármaco, mas não limitam a capacidade de um médico para
prescrever este fármacos em enfermidades distintas das indicadas, ou administrar em doses dife-
rentes ou durante períodos de tempo distintos dos estabelecidos. O uso de mais de uma medicação
para perda de peso de cada vez (tratamento medicamentoso combinado) é um exemplo de contra-
indicação. Outro exemplo de contra-indicação é a indicação de um fármaco de perda de peso dife-
rente da sibutramina ou orlistat durante um período superior ao considerado curto, como "mais de
poucas semanas".
TRATAMENTO COM SOMENTE UM MEDICAMENTO

Existem alguns medicamentos de perda de peso disponíveis para o tratamento da obesidade. Em


geral, estes medicamentos são eficazes, e conduzem a uma perda de peso de 2 a 10 kg mais que o
esperado com o tratamento não farmacológico da obesidade. Cada pessoa responde de um modo
diferente aos medicamentos de perda de peso, e alguns experimentam mais perda de peso que ou-
tros. Alguns pacientes obesam que utilizam a medicação perdem mais de 10% de seu peso corporal
inicial - uma quantidade de perda de peso que pode reduzir os fatores de risco da obesidade, como
as enfermidades relacionadas a ela, em especial hipertensão e diabetes. A máxima perda de peso
que se costuma conseguir, acontece, em geral, aos 6 meses do início do tratamento. O peso tende
então a manter-se e inclusive aumentar em mais tempo de tratamento. Os estudos realizados suge-
rem qeu se um paciente não perde com uma medicação pelo menos 2 kg em quatro semanas, esta
medicação não é capaz de ajudar o paciente a alcançar uma perda de peso significativa. Se tem es-
tudado a utilização de antidepressivos como medicamento supressor do apetite, apesar de se consi-
derar um uso fora do protocolo. Estudos tem mostrado que os pacientes com essa medicação per-
dem uma quantidade moderada de peso até uns 6 meses. Entretanto, a maioria dos estudos tem
mostrado que os pacientes que perdem peso enquanto tomam antidepressivos tendem a recuperá-lo
enquanto ainda estão em tratamento farmacológico.
BENEFICIOS POTENCIAIS DO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

A curto prazo, a perda de peso em indivíduos obeso pode reduzir certos riscos para a saúde. Os es-
tudos relativos aos efeitos da medicação de perda de peso sobre os riscos para a saúde relacionados
com a obesidade tem demonstrado que alguns agentes diminuem a curto prazo a pressão arterial, o
colesterol, e os triglicerídios no sangue, assim como também diminuem a resistencia a insulina.
RISCOS POTENCIAIS E CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO TRATAMENTO FAR-
MACOLÓGICO

Quando consideramos o tratamento da obesidade mediante tratamento medicamentoso de longa


duração, devemos considerar as seguintes áreas de interesse e riscos potenciais:

1) Posibilidade de superdosagem ou dependência


Em geral, toda prescrição de medicamentos para tratar a obesidade, exceto o orlistat, se refere a
fármacos controlados o que indica que o médico deve emitir uma notificação de receiba B ("receita
azul") para a compra do medicamento na farmácia. Ainda que não seja frequente a superdosagem
ou a dependência das medicações supressoras do apetite do tipo não-anfetamina, os médicos devem
ter cuidado ao prescrever estes fármacos a pacientes com historia de alcool ou outros abusos de
drogas. O uso de anfetaminas é contra-indicado a estes pacientes.

2) Desenvolvimento de tolerância
Muitos estudos de fármacos para perda de peso mostram que há uma tendencia a aumentar o peso
do paciente aos 4 a 6 meses, quando ainda se encontram em tratamento. Apesar de que alguns paci-
entes e médicos supõe que isto demonstra tolerância à medicação, o aumento de peso pode supor
que o medicamento tenha alcançado seu limite de eficácia. Baseando-se nos estudos de que dispo-
mos, não está claro se o ganho de peso ao longo do tratamento se deve à tolerância do fármaco.

3) Recusa em considerar que a obesidade é uma enfermidade crônica


Pode-se crer que a obesidade seja consequencia de uma falta de vontade, de ser fraco, ou de se ha-
ver "escolhido" um determinado estilo de vida, com sobrealimentação e falta de exercícios. A cren-
ça de que cada um escolhe ser obeso se junta à duvida dos pacientes e dos profissionais de sáúde
sobre se aceitar o uso a longo prazo de uma medicação supressora de apetite como tratamento da
obesidade. Entretanto, é mais apropriado considerar a obesidade como uma enfermidade cronica do
que como um estilo de vida escolhido. Outras enfermidades cronicas, como a hipertensao ou diabe-
tes, se tratam mediante tratamento medicamentoso de longa duração, inclusive ainda que essas en-
fermidades podem melhorar com mudanças no estilo de vida tais como dieta e exercício. Ainda que
este enfoque possa afetar medicos e pacientes, o ponto de vista social sobre a obesidade nao impedi-
ria os pacientes de buscar tratamento médico para evitar os riscos para a saúde que podem causar
enfermidades graves inclusive a morte. Os fármacos supressores de apetite não são "balas mágicas"
ou tiros certeiros. Não podem substituir o controle da dieta e a atividade física. O principal papel da
medicação parece ser ajudar a uma pessoa a persistir em um plano de exercícios e dieta para perder
peso e manter a perda.

4) Efeitos colaterais
Como a medicação de perda de peso se utiliza para tratar uma enfermidade que afeta a milhões de
pessoas, a maioria das quais estão basicamente sadias, é importante considerar seus efeitos secundá-
rios. A maioria deles são muito leves, e normalmente melhoram ao continuar do tratamento. Rara-
mente se tem descrito efeitos graves e inclusive fatais. Os fármacos que afetam os níveis de cate-
colaminas (como dietilpropiona (anfepramona) e mazindol), podem causar sintomas de insonia,
nervosismo e euforia (sensação de bem-estar). A serotonina atua nos sistema catecolaminas e sero-
tonina. Os primeiros efeitos colaterais conhecidos relacionados com a sibutramina são aumentos da
pressão e frequencia cardíaca, que normalmente são de fraca intensidade, mas que em alguns paci-
entes podem ser significativos. As pessoas com hipertensão pouco controlada, doenças cardíacas,
irregularidades de pulso ou história de palpicação não devem tomar sibutramina, e todos os pacien-
tes que tomem a medicação devem ter sua pressão verificada periodicamente. Alguns efeitos colate-
rais do orlistat são emissão de gases com evacuação (gases molhados), necessidade urgente de ira
oa banheiro, fezes oleosas ou gordurosas, aumento do número de movimentos intestinais e inconti-
nencia fecal. Estes efeitos colaterais são geralmente temporários, mas muitos deles podem piorar
com o consumo de alimentos ricos em gorduras. Como o orlistat reduz a absorção de algumas vita-
minas, os enfermos devem tomar um multivitamínico pelo menos duas horas antes ou depois de
tomar o orlistat. A hipertensão pulmonar primária é uma enfermidade rara, mas potencialmente le-
tal, que afeta os vasos sanguíneos dos pulmões e que leva à morte em um período de 4 anos 45% de
suas vítimas.A dietilpropiona e talvez a sibutramina possam causar esta doença.
PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE OS FÁRMACOS PARA PERDER PESO

O remédio pode substituir o exercício para perder peso?


Não. O uso de medicamentos para o tratamento da obesidade deve ser combinado com atividade
física e controle da dieta para perder peso e manter esta perda por longo tempo.

Vou recuperar o peso perdido quando parar de tomar a medicação?


Provavelmente. A maior parte dos estudos demonstram que a maioria dos pacientes que cessam a
ingestão dos medicamentos para perda de peso recuperam o peso que perderam. Entretanto, isso não
tem significado per se, já que os índices de recuperação de peso são praticamente idênticos aos dos
pacientes que perderam peso somente através de dieta e exercícios. Pode-se aumentar a possibilida-
de de manter a perda de peso através de re-educação alimentar e atividade física.

Por quanto tempo preciso tomar os fármacos para redução de peso para tratar a obesidade?
A resposta depende de qual é a medicação que você necessita para emagrecer e para manter a perda
de peso, e se você sente efeitos colaterais. Como a obesidade é uma doença crônica, qualquer trata-
mento, medicamentoso ou não, pode precisar ser continuado durante anos, e talvez durante toda a
vida, para melhorar a saúde e manter um peso saudável. Dispomos de pouca informação sobre a
segurança e eficácia dos medicamentos para perder peso quando empregado por muitos anos.

Qual a dose devo utilizar?


Não há uma dose correta para a medicação. Seu médico decidirá qual é a melhor dose para você,
baseado na avaliação de sua história médica e resposta ao tratamento.

Só preciso perder 5 kg. Posso usar os fármacos?


A medicação para perder peso pode ser apropriada para pacientes cuidadosiamente selecionados
que tenham um risco médico significativo devido a sua obesidade. não se recomenda a pessoas que
só tenham um ligeiro sobrepeso a menos que tenham problemas de saúde que possam piorar devido
a seu peso. Estes medicamentos não devem ser utilizados para melhorar a estética somente.

Que outras situações médicas ou medicações podem influir na minha decisão de tomar uma
medicação para perda de peso?
É importante que você diga a seu médico se tem algumas das seguintes condições: gravidez ou lac-
tação, história de drogas ou abuso de álcool, história de transtornos alimentares (bulimia e anore-
xia), história de depressão ou transtorno do humor bipolar, uso de antidepressivos, enxaquecas que
necessitam de medicação, hipertensão e planejamento de cirurgia que requeira anestesia

Que tipo de programa devo realizar junto com a medicação para ajudar a melhorar meus
hábitos alimentares e de atividade física?
Os estudos realizados demonstram que a medicação de perda de peso é mais eficiente com um pro-
grama de manutenção de peso que ajude você a melhorar seus hábitos alimentares e de atividade
física. Pergunte a seu médico as questões relativas a sua boa nutrição e suas práticas de atividade
física.

Qual a origem desse texto?


Este texto é uma versão modificada de um artigo de revisão sobre o uso nos tratamentos longos dos
fármacos supressores do apetite para o tratamento da obesidade, que apareceu em 1996 no Journal
of the American Medical Association.
QUAL REMÉDIO ESCOLHER?

O remédio mais indicado varia conforme a pessoa, e diversos fatores devem ser considerados: Se
você não tem problemas com dinheiro, o remédio indicado em 98% das vezes será Sibutramina (re-
ductil / plenty) porém se você não tem condições de investir mais do que 100 reais por mês com o
tratamento, a segunda escolha recairá sobre as anfetaminas de uma maneira geral (dietilpropio-
na/anfepramona, mazindol e fenproporex) Vários critérios devem ser avaliados:

1. Preço:
Enquanto as anfetaminas não custam mais que 30 e poucos reais por mês, o uso de sibutramina (re-
ductil, plenty) ultrapassa 150 reais ao mês. Um tratamento de um mês com Orlistat (xenical) atinge
absurdos 350 reais.

2. Padrão de ingestão alimentar:


Pacientes de hábito alimentar compulsivo: isto é , pacientes que beliscam o dia todo e que comem
devido a um estado crônico de ansiedade, seria mais indicados os medicamentos do Grupo seroto-
ninergico ( Fluoxetina e Sibutramina)
Pacientes com hiperfagia prandial: isto é, pacientes que comem em grandes volumes nas principais
refeições, indicamos os medicamentos do grupo das anfetaminas (Femproporex, Dietilpropiona
(anfepramona) ou Mazindol). A Anfepramona é conhecida por ser o mais potente anorexígeno, ape-
sar dos conhecidos efeitos colaterais.

3. Adaptação com os efeitos colaterais:


Cerca de 17% das pessoas que fazem tratamento com Dietilpropiona (inibex, dualid), apresentam
efeitos colaterais (como irritabilidade, insônia, tremores). Por outro lado, Mazindol e Fenproporex
(Desobesi-M, Fagolipo), apresentam efeitos colaterais mais leves, mas ao mesmo tempo menor
efeito anorexígeno. Após o início do tratamento o paciente deverá avaliar sua adaptabilidade ao
medicamento, e nesse caso ou alterar a dose ou trocar por um outro. Xenical (orlistat) ao contrário,
não tem nenhum efeito central (no cérebro) porém causa fortes diarréias e incontinência fecal, o que
impossibilita o uso para certas pessoas.

Nome Co-
Classe Substância Mecanismo de Ação Dose Efeitos Colaterais
mercial
Diminui a ingestão
Boca seca, insônia, ta-
Fenproporex alimentar por mecanis- 20 - 50 mg/dia Desobesi-M
quicardia, ansiedade
mo noradrenérgico
Dualid S,
Diminui a ingestão
Anfepramona (Die- Boca seca, insônia, ta- Hipofagin S,
alimentar por mecanis- 40 -120 mg/dia
tilpropiona) quicardia, ansiedade Inibex S,
mo noradrenérgico
Catecolaminergicos Moderine
Diminui a ingestão
alimentar por mecanis-
mo noradrenérgico e
Boca seca, insônia, ta- Absten, Das-
Mazindol dopaminérgico. Não é 1 - 3 mg/dia
quicardia, ansiedade ten, Fagolipo
derivado da feniletila-
mina como os três ante-
riores.
Inibição da recaptação
da serotonina e da nora-
Boca seca, constipação,
drenalina, central e
taquicardia, sudorese, Reductil,
Serotoninérgicos Sibutramina perifericamente, dimi- 10 - 20 mg/dia
eventualmente aumento Plenty
nuindo a ingesta e au-
da pressão arterial
mentando o gasto caló-
rico
Atua no lúmen intestinal Esteatorréia (diarréia
No máximo 120
inibindo a lipase pan- gordurosa), incontinência
mg, em 3 toma-
Inibidor da absorção creática que é uma en- fecal, interfere na absor-
Orlistat das diárias, Xenical
intestinal de gorduras zima necessária para a ção das vitaminas A, D,
antes das refei-
absorção de triglicerí- E e K, necessitando de
ções.
deos suplementação.
OBESIDADE

Como se desenvolve ou se adquire?


Nas diversas etapas do seu desenvolvimento, o organismo humano é o resultado de diferentes inter-
ações entre o seu patrimônio genético (herdado de seus pais e familiares), o ambiente sócioeconô-
mico, cultural e educativo e o seu ambiente individual e familiar. Assim, uma determinada pessoa
apresenta diversas características peculiares que a distinguem, especialmente em sua saúde e nutri-
ção. A obesidade é o resultado de diversas dessas interações, nas quais chamam a atenção os as-
pectos genéticos, ambientais e comportamentais. Assim, filhos com ambos os pais obesos apresen-
tam alto risco de obesidade, bem como determinadas mudanças sociais estimulam o aumento de
peso em todo um grupo de pessoas. Recentemente, vem se acrescentando uma série de conheci-
mentos científicos referentes aos diversos mecanismos pelos quais se ganha peso, demonstrando
cada vez mais que essa situação se associa, na maioria das vezes, com diversos fatores. Indepen-
dente da importância dessas diversas causas, o ganho de peso está sempre associado a um aumento
da ingesta alimentar e a uma redução do gasto energético correspondente a essa ingesta. O aumento
da ingesta pode ser decorrente da quantidade de alimentos ingeridos ou de modificações de sua
qualidade, resultando numa ingesta calórica total aumentada. O gasto energético, por sua vez, pode
estar associado a características genéticas ou ser dependente de uma série de fatores clínicos e en-
dócrinos, incluindo doenças nas quais a obesidade é decorrente de distúrbios hormonais.

O que se sente?
O excesso de gordura corporal não provoca sinais e sintomas diretos, salvo quando atinge valores
extremos. Independente da severidade, o paciente apresenta importantes limitações estéticas, acen-
tuadas pelo padrão atual de beleza, que exige um peso corporal até menor do que o aceitável como
normal. Pacientes obesos apresentam limitações de movimento, tendem a ser contaminados com
fungos e outras infecções de pele em suas dobras de gordura, com diversas complicações, podendo
ser algumas vezes graves. Além disso, sobrecarregam sua coluna e membros inferiores, apresentan-
do a longo prazo degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos,
além de doença varicosa superficial e profunda (varizes) com úlceras de repetição e erisipela. A
obesidade é fator de risco para uma série de doenças ou distúrbios que podem ser:

Doenças Distúrbios
Hipertensão arterial Distúrbios lipídicos
Doenças cardiovasculares Hipercolesterolemia
Doenças cérebro- Diminuição de HDL ("colesterol
vasculares bom")
Diabetes Mellitus tipo II Aumento da insulina
Câncer Intolerância à glicose
Distúrbios menstru-
Osteoartrite
ais/Infertilidade
Coledocolitíase Apnéia do sono

Assim, pacientes obesos apresentam severo risco para uma série de doenças e distúrbios, o que faz
com que tenham uma diminuição muito importante da sua expectativa de vida, principalmente
quando são portadores de obesidade mórbida (ver a seguir).

Como o médico faz o diagnóstico?


A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em adultos é o IMC (índi-
ce de massa corporal), recomendado inclusive pela Organização Mundial da Saúde. Esse índice é
calculado dividindo-se o peso do paciente em kilogramas (Kg) pela sua altura em metros elevada ao
quadrado (quadrado de sua altura) (ver ítem Avaliação Corporal, nesse site). O valor assim obtido
estabelece o diagnóstico da obesidade e caracteriza também os riscos associados conforme apre-
sentado a seguir:
IMC ( Grau de
Tipo de obesidade
kg/m2) Risco
Peso saudá-
18 a 24,9 Ausente
vel
25 a 29,9 Moderado Sobrepeso ( Pré-Obesidade )
30 a 34,9 Alto Obesidade Grau I
35 a 39,9 Muito Alto Obesidade Grau II
Obesidade Grau III ("Mórbi-
40 ou mais Extremo
da")

Conforme pode ser observado, o peso normal, no indivíduo adulto, com mais de 20 anos de idade,
varia conforme sua altura, o que faz com que possamos também estabelecer os limites inferiores e
superiores de peso corporal para as diversas alturas conforme a seguinte tabela :

Altura Peso Inferior Peso Superior


(cm) (kg) (kg)
145 38 52
150 41 56
155 44 60
160 47 64
165 50 68
170 53 72
175 56 77
180 59 81
185 62 85
190 65 91

A obesidade apresenta ainda algumas características que são importantes para a repercussão de seus
riscos, dependendo do segmento corporal no qual há predominância da deposição gordurosa, sendo
classificada em:

1) Obesidade Difusa ou Generalizada


2) Obesidade Andróide ou Troncular (ou Centrípeta), na qual o paciente apresenta uma forma
corporal tendendo a maçã. Está associada com maior deposição de gordura visceral e se relacio-
na intensamente com alto risco de doenças metabólicas e cardiovasculares (Síndrome Plurime-
tabólica)
3) Obesidade Ginecóide, na qual a deposição de gordura predomina ao nível do quadril, fazendo
com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a uma pêra. Está associada a um
risco maior de artrose e varizes

Essa classificação, por definir alguns riscos, é muito importante e por esse motivo fez com que se
criasse um índice denominado Relação Cintura-Quadril, que é obtido pela divisão da circunferência
da cintura abdominal pela circunferência do quadril do paciente. De uma forma geral se aceita que
existem riscos metabólicos quando a Relação Cintura-Quadril seja maior do que 0,9 no homem e
0,8 na mulher. A simples medida da circunferência abdominal também já é considerado um indica-
dor do risco de complicações da obesidade, sendo definida de acordo com o sexo do paciente:

Risco Muito Aumen-


Risco Aumentado
tado
Homem 94 cm 102 cm
Mulher 80 cm 88 cm

A gordura corporal pode ser estimada também a partir da medida de pregas cutâneas, principal-
mente ao nível do cotovelo, ou a partir de equipamentos como a Bioimpedância, a Tomografia
Computadorizada, o Ultrassom e a Ressonância Magnética. Essas técnicas são úteis apenas em al-
guns casos, nos quais se pretende determinar com mais detalhe a constituição corporal.
Na criança e no adolescente, os critérios diagnósticos dependem da comparação do peso do paciente
com curvas padronizadas, em que estão expressos os valores normais de peso e altura para a idade
exata do paciente.
De acordo com suas causas, a obesidade pode ainda ser classificada conforme a tabela a seguir.

Obesidade por Distúrbio Nutricional


* Dietas ricas em gorduras
* Dietas de lancherias
Obesidade por Inatividade Física
* Sedentarismo
* Incapacidade obrigatória
* Idade avançada
Obesidade Secundária a Alterações Endócrinas
* Síndromes hipotalâmicas
* Síndrome de Cushing
* Hipotireoidismo
* Ovários Policísticos
* Pseudohipaparatireoidismo
* Hipogonadismo
* Déficit de hormônio de crescimento
* Aumento de insulina e tumores pancreáticos produtores de insulina
Obesidades Secundárias
* Sedentarismo
* Drogas: psicotrópicos, corticóides, antidepressivos tricíclicos, lítio, fenotiazinas,
ciproheptadina, medroxiprogesterona
* Cirurgia hipotalâmica
Obesidades de Causa Genética
* Autossômica recessiva
* Ligada ao cromossomo X
* Cromossômicas (Prader-Willi)
* Síndrome de Lawrence-Moon-Biedl

Cabe salientar ainda que a avaliação médica do paciente obeso deve incluir uma história e um exa-
me clínico detalhados e, de acordo com essa avaliação, o médico irá investigar ou não as diversas
causas do distúrbio. Assim, serão necessários exames específicos para cada uma das situações. Se o
paciente apresentar "apenas" obesidade, o médico deverá proceder a uma avaliação laboratorial mí-
nima, incluindo hemograma, creatinina, glicemia de jejum, ácido úrico, colesterol total e HDL, tri-
glicerídeos e exame comum de urina. Na eventual presença de hipertensão arterial ou suspeita de
doença cardiovascular associada, poderão ser realizados também exames específicos (Rx de tórax,
eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico) que serão úteis principalmente pela perspec-
tiva futura de recomendação de exercício para o paciente. A partir dessa abordagem inicial, poderá
ser identificada também uma situação na qual o excesso de peso apresenta importante componente
comportamental, podendo ser necessária a avaliação e o tratamento psiquiátrico. A partir das diver-
sas considerações acima apresentadas, julgamos importante salientar que um paciente obeso, antes
de iniciar qualquer medida de tratamento, deve realizar uma consulta médica no sentido de esclare-
cer todos os detalhes referentes ao seu diagnóstico e as diversas repercussões do seu distúrbio.

Como se trata?
O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da ativida-
de física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de
cada paciente, pode estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos
de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve inicialmente ser dirigido para a causa
do distúrbio.
Reeducação Alimentar
Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através
dela, reduziremos a ingesta calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode
necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individu-
al, em grupo ou familiar). Nessa situação, são amplamente conhecidos grupos de reforço emocional
que auxiliam as pessoas na perda de peso. Independente desse suporte, porém, a orientação dietética
é fundamental. Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a
dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades
calóricas dependentes de sua atividade física, sendo os alimentos distribuídos em 5 a 6 refeições por
dia, com aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteí-
nas. Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 calorias, por exemplo), uma
vez que essas apresentam riscos metabólicos graves, como alterações metabólicas, acidose e arrit-
mias cardíacas. Dietas somente com alguns alimentos (dieta do abacaxi, por exemplo) ou somente
com líquidos (dieta da água) também não são recomendadas, por apresentarem vários problemas.
Dietas com excesso de gordura e proteína também são bastante discutíveis, uma vez que pioram as
alterações de gordura do paciente além de aumentarem a deposição de gordura no fígado e outros
órgãos.

Exercício
É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por múscu-
los esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e
estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico. O exercício apresenta
uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta.
Entre os diversos efeitos se incluem:

1) a diminuição do apetite,
2) aumento da ação da insulina,
3) a melhora do perfil de gorduras,
4) a melhora da sensação de bem-estar e auto-estima.
5)
O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao
menos 4 vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. Esta atividade, em algumas
situações, pode requerer profissional e ambiente especializado, sendo que, na maioria das vezes, a
simples recomendação de caminhadas rotineiras já provoca grandes benefícios, estando incluída no
que se denomina "mudança do estilo de vida" do paciente.

Drogas
A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do paciente obeso deve ser realizada
com cuidado, não sendo em geral o aspecto mais importante das medidas empregadas. Devem ser
preferidos também medicamentos de marca comercial conhecida, evitando-se o uso de formulações
manipuladas. Cada medicamento específico, dependendo de sua composição farmacológica, apre-
senta diversos efeitos colaterais, alguns deles bastante graves como arritmias cardíacas, surtos psi-
cóticos e dependência química. Por essa razão devem ser utilizados apenas em situações especiais
de acordo com o julgamento criterioso do médico assistente. Lembre-se: Não existe perda de peso
com o remédio apenas. Sua força de vontade e determinação é importante na perda de peso. Você
deve, simultaneamente ao tratamento farmacológico, realizar sua dieta e, se possível, exercícios. Os
medicamentos atualmente disponíveis para tratamento da obesidade podem ser classificados de
acordo com seu modo de ação conforme apresentado a seguir.
Modo de ação Nome da Substância Ativa
Fentermina, fenproporex, anfepramona (die-
Catecolaminérgicos
tilpropiona), mazindol, fenilpropanolamina
Serotoninérgicos Fluoxetina, Sertralina
Serotoninérgicos
Sibutramina
Catecolaminérgicos
Termogênicos Efedrina, cafeína, aminofilina
Inibidores de absorção de gordu-
Orlistat
ras

No que se refere ao tratamento medicamentoso da obesidade, é importante salientar que o uso de


uma série de substâncias não apresenta respaldo científico. Entre elas se incluem os diuréticos, os
laxantes, os estimulantes, os sedativos e uma série de outros produtos freqüentemente recomenda-
dos como "fórmulas para emagrecimento". Essa estratégia, além de perigosa, não traz benefícios a
longo prazo, fazendo com que o paciente retorne ao peso anterior ou até ganhe mais peso do que o
seu inicial.

Como se previne?
Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresen-
tem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na
qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura
familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o
tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação sau-
dável a longo prazo. Esses aspectos somente serão alcançados se estiverem acompanhados de uma
mudança geral no estilo de vida do paciente.
UM POUCO DE FISIOLOGIA HUMANA – COMO FUNCIONA O SEU CÉREBRO

A fome é controlada por uma série de mecanismos diferentes no organismo. Entretanto, o mais im-
portante sem sombra de dúvida se localiza no hipotálamo. É o chamado "centro da fome". Também
é no hipotálamo que se localiza o "centro do prazer". Estas áreas são regiões do cérebro que estão
mais ou menos ativas conforme sentimos mais prazer ou nos alimentamos.

E como estas regiões são ativadas? Através de produtos chamados "mediadores químicos", ou "neu-
rotransmissores". Existem algumas dezenas de mediadores químicos no nosso corpo, mas dos mais
importantes que agem no cérebro sem dúvida são a Dopamina e a Noradrenalina.

Estas substâncias são naturalmente liberadas naturalmente no cérebro quando nós nos alimentamos
(ou fazemos sexo, ou qualquer outra atividade que traga prazer), estimulando o "Centro do prazer",
ou o "Centro da Fome". Normalmente nós precisamos COMER para obter estes estímulos. E é ai
que entra o papel do remédio. Ele estimula a liberação dos neurotransmissores mesmo se nós não
nos alimentarmos. Dessa forma, o medicamento "engana" o cérebro fazendo-o pensar que nós aca-
bamos de nos alimentar. O resultado disso, é a inibição da fome, que é o objetivo final do trata-
mento.

Existem outros neurotransmissores importantes, como a Serotonina. A serotonina normalmente é


relacionada com sensações de prazer e saciedade também, e também está associado com o estado de
"alegria" ou "tristeza". Muitos remédios antidepressivos (como a fluoxetina / Prozac) são baseados
em "estimular a liberação" de serotonina. Alguns anorexígenos (Reductil / Plenty) agem não só no
sistema noradrenalina-dopamina mas tabmém na serotonina, por isso possuem um melhor resultado
com menos efeitos colaterais.

É importante ter em mente que o número de neurotransmissores (ou catecolaminas) no cérebro não
é muito grande. Um mesmo neurotransmissor tem diversas aplicações diferentes, e irá fazer uma
coisa diferente dependendo da região do cérebro (ou do corpo) em que for liberado.

Por exemplo: A noradrenalina no cérebro, gera um estado de "alerta". Já na pele, gera inibição do
suor ou outras glândulas, e no intestino diminui a contratividade. Evidentemente quando nós co-
memos não geramos liberação de noradrenalina na pele, mas apenas nas regiões do hipotálamo re-
lacionadas à alimentação. E é aí que acontecem os efeitos colaterais do medicamento: Ele gera uma
liberação GENERALIZADA de neurotransmissores, provocando os efeitos colaterais que vamos
discutir em outra seção.
EFEITOS COLATERAIS POSITIVOS

Além dos efeitos anorexígenos (supressão da fome), as anfetaminas em geral (Ini-


bex/Dualid/Hipofagin) tem efeito estimulante sobre o sistema nervoso, que causam outros efeitos
além da simples inibição da fome. Nem todos vão necessariamente ocorrer com você, mas você
deverá estar preparado para entendê-los caso isso ocorrer.
Os mais importantes são:

Diminuição da necessidade de sono


Não confunda isso com insônia. Você realmente precisa de menos horas de sono por dia para sentir-
se bem. Procure dormir um pouco mais tarde e ocupar seu tempo, ou acabará "rolando na cama"
sem conseguir dormir. Você poderá sentir-se bem com quantidades tão pequenas quanto 5 horas de
sono diárias

Aumento da iniciativa
Você fica mais ativo, com menos preguiça de fazer as coisas. É sempre voluntário para ajudar.

Aumento do pique ou euforia


Você não se cansa de realizar as atividades, pode ficar horas fazendo algo sem sentir fadiga física
ou mental.

Aumento da atenção
Você passa a reparar mais em coisas que normalmente não reparava antes, Detalhes agora não pas-
sam mais desapercebidos, e parece que você capta tudo. Este efeito acaba sendo compensado pela
diminuição da capacidade de concentração (você começa a reparar em tudo e não consegue se con-
centrar em nada). É o que causa disturbios como "mania de limpeza ou organização", pois você
começa a "ver" as sujeiras e bagunças da casa que não via antes.

Diminuição do cansaço e abatimento natural das dietas


Em geral quando se faz regime, você fica cansado, tristonho, com sono, sem energia para nada. Fa-
zendo regime com Anfepramona você simplesmente fica mais ativo do que estava antes. Isso pode
se tornar um problema se você já era hiperativo.
EFEITOS COLATERAIS NEGATIVOS

De uma maneira geral os sintomas são os mesmos para Anfepramona / Fenproporex / Mazindol.
Daremos ênfase à Anfepramona (dietilpropiona, Inibex, Dualid) pois serem os remédios mais utili-
zados e mais eficazes. Para o uso de Fenproporex / Mazindol os efeitos serão os mesmos, porém
sempre em menor escala já que são remédios mais "fracos", tendo não apenas resultados menores
mas também efeitos colaterais menores.

Os efeitos colaterais dos anorexígenos são dose-dependentes. Isso siginifca que quem toma 75 mg
de anfepramona terá mais efeitos do que quem toma 50 mg/dia.

Para simplificar a escrita, a partir de agora neste texto irei utilizar o nome "Dualid" ao me referir ao
medicamento Cloridrato de Anfepramona / Dietilpropiona, para facilitar a escrita e a leitura.

O mecanismo de ação do Dualid o seguinte: Ele age no cérebro estimulando a liberação de dopami-
na e noradrenalina. Estas substâncias são naturalmente liberadas no cérebro quando nós nos ali-
mentamos (ou fazemos sexo, ou qualquer outra atividade que traga prazer). A liberação "artificial"
faz com que o remédio "engane" o corpo e nós tenhamos a sensação de que "acabamos de comer"
mesmo que estejamos há mais de 24 horas sem comida.

A origem dos efeitos colaterais está diretamente ligada ao mecanismo de ação da droga. O Dualid
gera liberação indiscriminada dos neurotransmissores. Isso significa que toda parte do seu corpo (e
não só a região responsável pela fome, no cérebro) estará "sobrecarregada" de noradrenalina e do-
pamina.

A noradrenalina é uma prima muito próxima da adrenalina. E nós sabemos que a adrenalina é o
neurotransmissor do "stress", do suto, Normalmente a noradrenalina (NA) é liberada no corpo
quando estamos em uma situação de grande perigo, ou pelo menos quando assim pensa o nosso
corpo. Se temos que fugir de um bandido, ou se precisamos ajudar um filho que está preso em um
acidente de carro, nosso corpo libera quantidades enormes de NA. E isso faz tudo aquilo que nós
realmente precisamos naquele momento de urgência: Leva mais sangue para os músculos (e este
sangue é retirado da pele) e cérebro, para que nós possamos ter mais força e pensamento acelerado.
Isso realmente acontece, todos já ouviram histórias de que num momento desesperador em uma
emergencia, pessoas fracas levantaram pesos absurdos ou percorreram grandes distâncias sem can-
sar. Ao mesmo tempo, estimula nosso coração e a respiração, para que nosso corpo tenha mais
energia para o momento de "luta ou fuga".

O Dualid estimula a liberação de NA (para atingir o hipotálamo e diminuir a fome), mas, "sem que-
rer", acaba acertando o corpo todo de uma maneira geral, já que a liberação não é específica. O re-
sultado disso é que quando sob tratamento com Dualid, você vai sentir como se estivesse perma-
nentemente em estado de alerta: Você terá aumentado seu nível de atenção, terá menos sono, terá o
pensamento acelerado, e o sangue se concentrará no cérebro e músculos. Seu coração baterá mais
rápido e sua respiração ficará mais rápida.

Evidentemente você poderá gostar de alguns desses sintomas (discutidos na área de sintomas posi-
tivos), mas boa parte deles é desagradável.

Lembre-se que o Dualid age em dois sistemas: O sistema DOPAMINA e o sistema NORADRE-
NALINA. A noradrenalina é responsável pelas funções de estado de alerta e pensamento, já a do-
pamina irá ter papel no comportamento / percepções. Discutiremos a seguir os efeitos colaterais
negativos do Dualid.

Estes efeitos não irão NECESSARIAMENTE ocorrer com você. Lembre-se que apenas 17% das
pessoas têm efeitos colaterais durante o tratamento. Portanto não se "assuste" ao ler a relação abai-
xo. Incluimos uma grande variedade de efeitos possíveis para podermos ajudar o máximo de pesso-
as, mas provavelmente você terá muito poucos dos abaixo. Entretanto você deverá estar preparado
para entender o que pode acontecer com o seu corpo.

Não existe coisa pior do que algo estar acontecendo conosco e a gente não entender. O pior, é quan-
do algo está acontecendo e a gente nem se dá conta, ou então atribui a outros fatores. Entender os
efeitos colaterais dos anorexígenos é o primeiro passo para se adaptar ao medicamento. Não pense
que você terá todos eles, porém, se você sentir que "apareceu" algum dos sintomas abaixo durante o
seu tratamento, poderá ser devido ao uso da droga. Provavelmente você terá apenas uns dois ou três
dos efeitos colaterais abaixo, ou se tiver sorte, nenhum deles. Todos os efeitos colaterais passam
com a suspensão da droga. Os efeitos sobre o corpo passam imediatamente com a suspensão do
medicamento. Jà os efeitos sobre a mente (particularmente ilusões e pesadelos) podem levar entre 2
a 4 semanas para passar.

1) Efeitos Colaterais Negativos sobre o corpo- Quais são os principais e como lidar com eles

Os efeitos sobre o corpo são em geral leves e não causam maiores desconfortos. Ocorrem devido à
liberação acentuada de noradrenalina causada pelo remédio. Todos imitam a reação de luta-ou-fuga
do seu organismo (como se você tivesse em uma situação de stress). Vou elencar os mais comuns. É
claro que existe uma "infinidade" de efeitos colaterais possíveis (como acontece até mesmo com a
aspirina), mas a grande maioria deles é rara. Vamos aos mais corriqueiros.

Efeitos cardiovasculares
Sua pressão irá ficar mais alta. Se ela era normalmente 12/8, poderá ficar em torno de 14/9 sem que
isso seja um problema sério para você. Procure evitar alimentos muito salgados durante o trata-
mento para manter a pressão o mais baixa possível. O Dualid deverá ser usado com cautela e acom-
panhamento em pessoas com hipertensão.

Palpitações ao deitar
Você sente o coração batendo mais forte. Tente não pensar nisso, mas se achar que está demais,
procure seu médico.

Boca Seca
Você poderá ter secura na boca e mucosas em geral (inclusive vaginal). O uso de chicletes sem açú-
car e lubrificantes íntimos auxilia a atenuar este problema.

Pele fria e pálida


Acontece devido ao desvio do sangue para o cérebro e músculos. Não causa maiores problemas.

Constipação
Trata-se não só de um efeito colateral do remédio em sim, mas também é resultado da dieta que
você fará paralelamente ao tratamento. Ingerindo poucos alimentos e bebendo poucos líquidos, você
irá diminuir o bolo alimentar que é o que forma as fezes. Tudo isso soma-se aos efeitos constipantes
do remédio. Por este motivo muitas "fórmulas" contém laxantes, como fenoftaleína, entretanto não
recomendamos laxantes por agredirem a mucosa do intestino. Para resolver este problema basta
comer muitas frutas e fibras e beba bastante água durante o tratamento. Uma boa dica é você com-
prar no mercado "fibra de trigo", custa bem barato e comendo uma ou duas colheres de sopa por
dia, o gosto é ruim mas alivia o seu intestino. As principais frutas para "soltar" o intestino são: maçã
e pêra.

Midríase
Suas pupilas ficarão mais dilatadas, porém isso não causa maiores problemas. Se tiver maior sensi-
bilidade à luz, habitue-se a usar óculos escuros durante o dia.

Náuseas
A dopamina também é o neurotransmissor responsável pelo estímulo de vômito. Se você sentir náu-
seas, poderá amenizá-las com metoclopramida. (Plasil).
Dores de cabeça
Principalmente na primeira semana você poderá sentí-las, em geral resolvem-se com paracetamol
ou outro analgésico que você tiver em casa (dipirona, aspirina, etc).

Tremores nas mãos


Principalmente logo após tomar o remédio, você poderá sentir tremores nas mãos. Ocorrem devido
ao estímulo da noradrenalina, mas passa com o tempo.

Coceira
Bastante comum, e acontece principalmente no couro cabeludo. Pode ou não diminuir com o tempo.
Você pode coçar passando uma escova de cabelo um pouco mais forte.

Olhos arregalados
Preste atenção se não está mantendo os olhos abertos demais ao falar com alguém ou assistir uma
palestra ou aula. Para lidar com esta situação, procure relaxar.

2) Efeitos Colaterais Negativos sobre a mente

Justamente por agirem na sua mente (tirando sua fome e desejo de comer), os anorexígenos têm boa
parte dos seus efeitos colaterais no cérebro. São efeitos diferentes dos que estamos habituados a ter
quando tomamos algum remédio. Na grande maioria dos casos pode ser difícil para o paciente asso-
ciar estes sintomas ao uso do medicamento. Devemos estar atentos para prontamente identificá-los e
poder tomar as medidas necessárias.

De uma maneira geral, todos os efeitos colaterias sobre a mente podem ser atenuados associando-se
os remédios para emagrecer com benzodiazepínicos em baixas doses (frontal, diazepam), porém
atualmente o conselho federal de medicina não permite que médicos prescrevam os dois grupos de
medicamenso associados, pois poderá aumentar o risco de dependência. Na prática o que se observa
é que praticamente todas as "fórmulas manipuladas" para emagrecer contém também benzodiazepí-
nicos. Particularmente falando, minha experiência pessoal com as drogas associadas foi bastante
positiva, pois realmente senti alivio dos efeitos colaterais que me incomodavam muito. No meu
caso usei 75 mg/dia de anfepramona (inibex, às 10h da manhã) associado a 0,25 mg de alprazolan
(frontal) antes de dormir, e tive alívio de todos os efeitos colaterais (insônia, pesadelos, dificuldade
de concentração).

Quais são os principais e como lidar com eles


O Dualid é uma droga que age principalmente sobre o cérebro. Isso faz sentido já que a fome é
controlada principalmente no cérebro. Este controle se faz a um custo que muitas vezes pode ser
alto, sobre o nosso comportamento. Nós tendemos a achar que nosso comportamento vem da nossa
personalidade, da nossa "forma de ser". Entretanto, nós somos bem mais "animais" ou mais "má-
quinas programáveis" do que a maioria das pessoas pensa. Nossa forma de pensar e agir é regulada
internamente pelos neurotransmissores. O Dualid, por estimular a liberação generalizada de neuro-
transmissores (NA e DA), pode provocar mudanças bastante acentuadas no comportamento, durante
o tratamento. Uma delas (a redução do impulso de comer) é extremamente desejável, porém muitas
outras são vistas como efeito colateral negativo. Vamos cobrir alguns dos efeitos colaterais mentais
negativos do remédio que você poderá experimentar durante o tratamento, e deverá estar preparado
para lidar com eles. Se você entende o que está acontecendo com você , sua vida pode se tornar
mais fácil. Não vou elencar em ordem nenhuma por frequência ou importância, cada um deles é
importante e poderá acontecer com você.

Alucinações visuais à noite (importante)


Você poderá ver coisas que não existem, o que pode se tornar bastante assustador. Em geral não são
"alucinações", mas sim ilusões, o que quer dizer: Você vê uma coisa e "parece que é outra". Estas
alucinações incluem principalmente animais (insetos), porém podem tomar as mais variadas formas.
Você poderá olhar para um pano jogado no chão e este pano irá parecer um cachorro ou um gato.
Em alguns casos isso assusta bastante. Para lidar com isso, a melhor maneira é você mentalizar e
ficar pensando: "não é de verdade, não é de verdade". Vá próximo ao objeto, mude de lugar, acenda
a luz ou feche a porta. Isso em geral resolve. Você também poderá ver efeitos de luzes ou "piscan-
do", principalmente se olhar fixo para objetos com texturas (listrada, quadriculada). Isso não traz
maiores problemas, luzes amarelas ou "formigando/piscando" podem aparecer, principalmente ao se
deitar ou em ambientes escuros. Você poderá também ver os objetos à noite como se tivessem uma
aura ou halo iluminado ao redor. É comum também ter a impressão de que objetos estão se moven-
do, porém estão parados. Outra condição que pode acontecer (novamente, principalmente ao deitar)
é a sensação (durante alguns segundos) de "enxergar através dos olhos fechados". Pode parecer es-
tranho, mas acontece em alguns casos. Estas alucinações visuais todas se resolvem, por mais estra-
nho que pareça, fechando os olhos. Estas visões quase sempre vêm acompanhadas de uma sensação
de medo, e parece que fechando os olhos ou cobrindo o rosto o medo passa. Estando com uma pes-
soa "amiga" ao seu lado em geral você não ficará com medo e se sentirá bem pois a pessoa irá
"proteger".

Medo noturno (importante)


Você poderá sentir um MEDO de intensidade variável. Este "pânico" pode ser tanto difuso (você
não sabe do que é) como localizado (medo de algo específico, em geral imaginário). Em geral este
medo está associado com as alucinações visuais ou sensação de "não estou sozinho". Você poderá
"imaginar" que existem pessoas estranhas na sua casa, ou monstros, se escondendo pelos cantos.
Esta sensação é realmente muito estranha e assustadora, você anda pela casa e acha que existem
criaturas ou pessoas se escondendo atrás das portas ou em cantos escuros. Você poderá ter muito
medo de atravessar uma sala escura. Para lidar com esta situação: Acenda todas as luzes, tranque as
portas, fique em um local onde você consiga ver todos os cantos, e bem iluminados. Lembre-se que
estas alterações em geral só acontecem em ambientes escuros. Dormir com as luzes acesas também
resolve. Outra forma de lidar (se você for mais corajoso) é ficar repetindo "não tem nada, não tem
nada" e atravessar o ambiente escuro sem olhar para os lados, ou entrar e acender rapidamente a luz.
Lembre-se, a luz resolve estes problemas. É melhor manter todas as luzes da casa acesa do que ficar
com esta sensação horrível. Estar com uma pessoa conhecida próximo de você em geral anula a
situação. É estranha essa sensação, pois se você está com medo de que tenha algo (digamos um
monstro ou uma pessoa) escondida no escuro, mesmo você "sabendo" que não é de verdade, você
continua com medo.

Delírios persecutórios
Você poderá pensar que alguém está tramando contra você. Atos simples poderão parecer para você
que são para te afetar ou atingir. Poderá ser sua esposa, seus amigos, seus filhos. As ações simples
deles irão parecer que é algo com um motivo oculto, que eles não revelam, contra você. Poderá ser
sua esposa ou marido traindo, seu sócio passando a perna na empresa, etc.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Isso ocorre principalmente se você tiver predisposição. Consiste em uma necessidade absoluta de se
fazer algo de uma determinada maneira, mesmo que isso seja incômodo para você. Você passa a
acreditar que algo TEM que ser feito de uma certa forma, muitas vezes estranha. Pode ocorrer nos
mais variados temas, em geral são chamados pelo público leigo de "mania", e as mais comuns são:
1) Organização exagerada - você passa a ser uma pessoa EXTREMAMENTE organizada, tudo
terá que estar no seu lugar exato, mutias vezes classificado, etiquetado e dobrado. Se você já era
uma pessoa organizada, poderá agravar muito. (aviso: este sintoma é comum)
2) Limpeza exagerada - Pode ser tanto limpeza do ambiente (casa, escritório) como própria, que
consiste em manter a casa extremamente limpa, ficar passando panos, lavando e lustrando tudo
várias horas ao dia, como própria, que consiste em tomar muitos banhos ou lavar muito a mão.
(efeito comum)
3) Trabalho ou estudo exagerado - Dedicação máxima ao trabalho ou estudo, você poderá não que-
rer mais sair de casa e ficar apenas estudando ou trabalhando.
4) Dedicação exagerada a algo: Você poderá desenvolver uma relação obsessiva em relação a um
esporte ou uma pessoa, priorizando aquilo na sua vida e fazendo coisas que normalmente não
faria.
5) Segurança exagerada: Você terá que verificar se as portas estão trancadas várias vezes, ou terá
que verificar a casa inteira para ver se "não entrou ninguém" quando chegar.
6) Comprar objetos em grande quantidade: Coisas que normalmente você tem "sobressalentes" são
as mais afetadas por esse transtorno: Você poderá sentirtir uma necessidade de comprar 10 lâm-
padas sobressalentes, ou 5 caixas de clips para papel, 10 jogos de canetas quando precisava de
apenas uma, pois você precisa sempre ter "reserva", e também "reserva do reserva".. Mesmo
tendo já um estoque grande em casa você irá querer comprar mais ainda, "só para garantir" pois
enquanto não tiver uma quantidade absurda em casa não irá se sentir "tranquilo".
Como lidar com isso? Agora entramos numa questão difícil. Na grande maioria das vezes, você terá
plena consciencia de que este efeito é causado pelo remédio. Você estará fazendo todas estas coisas
estranhas "porque quer", e é dificil você se convencer a não fazer. Se o comportamento estiver niti-
damente incomodando (por exemplo está ficando com machucados nas mãos de tanto limpar a casa,
ou está ficando com notas baixas na faculdade pois não estuda mais), você pode tentar desenvolver
estratégias para evitar o comportamento excessivo. Você poderá estar "gostando" de fazer as coisas
daquela forma, ou então, aquilo poderá estar te incomodando (por exemplo passa 3 horas por dia
limpando a casa ao invés de estudar) mas você simplesmente não consegue parar. É dificl "evitar"
essa situação. Para ajudar, tente estabelecer "metas" máximas. Por exemplo, estabeleça uma regra
de que só irá limpar a casa 1 hora por dia ou lavar a mão uma vez por hora, ou que irá tirar o do-
mingo "de folga" dos estudos ou trabalho, ou que só irá ter 3 canetas reserva de cada tipo.

Excesso de confiança
Você poderá sentir-se auto-confiante demais, o que pode colocá-lo em situações de risco: Correr
demais com o carro, envolver-se em negócios financeiros arriscados demais. Isso ocorre devido ao
fato da dopamina liberada pelo medicamento fazer com que você acredite mais em você mesmo e
em suas idéias. O resultado é que você passa a crer que suas idéias para negócios ou compras são
melhores do que realmente são. Difícil de controlar isso, pois você não está realmente se incomo-
dando, ao contrário, fica entusiasmado com suas "novas perspectivas". O ideal é enquanto você es-
tiver no tratamento, procurar "sossegar" um pouco novos empreendimentos ou compras, principal-
mente a prazo.

Irritabilidade, pouca paciência


Você irá brigar com aquelas pessoas que normalmente o irritavam mas você sempre "deixava pra
lá". Sua paciencia fica extremamente diminuída, e sua agressividade aumenta. Você poderá ver-se
xingando pessoas (principalmente familiares) ou reclamando de coisas que normalmente não o irri-
tavam muito. Procure exercer a paciencia e a calma, conscientemente, pois o seu "eu interior" irá
sempre querer brigar. Acostume-se a pedir desculpas às pessoas depois de brigar com elas sem mo-
tivo. Uma boa dica é avisar seus familiares (marido, esposa, filhos) que este pode ser um efeito do
remédio, assim eles irão entender melhor quando você perder a calma. Nesse caso, se possível, peça
desculpas depois, explicando que é "culpa do remédio", e que você está fazendo isso "para ficar
mais linda / lindo para você".

Ansiedade
Você poderá ter dificuldades para ver filmes muito "parados", ou ficará com aquela sensação de que
"tem que fazer alguma coisa", não conseguindo relaxar ou ficar quieto um instante. Este sintoma
pode ser eliminado associando-se o remédio com benzodiazepínicos (diazepan, alprazolan, etc),
entretanto esta combinação de drogas não é oficialmente permitida pelo conselho federal de medi-
cina.

Anorexia
Você poderá desenvolver "anorexia nervosa", que consiste em comer quantidades MÍNIMAS de
alimento. Um sinal de alerta para isso é se você começar a contar grãos de arroz ou feijão, ou colo-
car quantidades como um dedo de bebida no copo. Outro sinal de alerta é se você começar a sentir
tonturas (primeiro ao se levantar) e num estagio mais avançado, mesmo parado. Você sente que
"apaga", mas depois volta (tem que se segurar em um objeto). Isso acontece se você levar o regime
"a sério demais", que é uma variante do transtorno obsessivo compulsivo ligado à alimentação. Fi-
que atento se você começar a comer menos de 500 calorias por dia, pode ser um indício de anorexia
induzida por anfetamina. Resulta de um auto-controle muito grande, somado a desejo intenso de
emagrecer + aumento da força-de-vontade gerado pelo remédio. A soma de tudo isso é que você
finalmente consegue NÃO COMER. Passa naturalmente após a suspensão do medicamento, porém
é de difícil controle durante o tratamento. A melhor forma de lidar com o problema é estabelecer
metas mínimas de alimento diárias para permitir que você não sinta tonturas, algo em torno de 500
calorias por dia, nem que você tenha que comer por obrigação. Dê preferência aos alimentos que
"não engordam" mas são ricos em proteínas, como Atum Light e Leite Desnatado. Estes dois ali-
mentos você pode comer quanto quiser e não vai engordar nunca.

Diminuição do desejo seuxal


Pode ocorrer particularmente em homens (onde o desejo sexual - ou a falta dele - se manifesta de
forma mais visível), ou gera total falta de interesse (não sente desejo pela parceira durante o trata-
mento) ou por achar que é "perda de tempo" passar algumas horas com o parceiro. O desejo sexual
está intimamente ligado ao desejo por comida no cérebro. Ao inibir o desjo de se alimentar, o remé-
dio acaba inibindo o desejo sexual junto. A melhor forma de lidar com este problema é procurar
explicar a situação para o parceiro, para que ele não se sintar rejeitado e a culpa caia sobre você.

Problemas com a evocação da memória


Você às vezes tem dificuldade para trazer à memoria coisinhas simples, como o número de telefone
da sua melhor amiga, ou o que você fez no dia anterior. Isso dá um certo "desespero", você acha
que está perdendo a memória, mas é apenas um efeito colateral temporário, e irá passar após a sus-
pensão do medicamento. Para lidar com este problema, simplesemente entenda que é algo normal, e
que nada está acontecendo com você.

Dificuldade de concentração
Sua mente parece que "voa" quando você tenta estudar ou trabalhar. Para lidar com isso, tente
manter o ambiente de estudo/trabalho o mais "clean" o possível, longe de pessoas conversando,
rádio, música, ou qualquer coisa que possa chamar sua atenção. Aproxime um pouco mais o rosto
da mesa para não desviar a atenção, e tente diminuir ao máximo a quantidade de "problemas" da sua
vida, coisas para pensar, ou qualquer coisa que faça você se distrair.

Isolamento social
Você perde a vontade de sair com os amigos, ir ao cinema, etc, pois tem "coisas mais importantes
para fazer". Normalmente ligado a algum transtorno obsessivo-compulsivo e diminuição da ativida-
de sexual.

Troca de letras na escrita


Se você costuma escrever com rapidez (copiando matéria em uma aula de faculdade por exemplo),
você pode cometer pequenos erros ao escrever, como trocar letras (escreve atnes em vez de antes)
ou troca de consoantes com o mesmo som (escreve esame em vez de exame). Isso acontece devido
ao aumento na velocidade do pensamento resultado do uso do remédio, em geral quando você es-
creve rápido demais, pois antes de escrever a letra seu cérebro já está pensando na próxima.

Fala rápida
A aceleração na velocidade od pensamento pode fazer com que você fale demais, ou fale rápido
demais. Se você perceber que está falando rápido demais, procure se concentrar ao falar, para falar
mais devagar.

Uso abusivo
Se você é jovem ou tem história de abuso de drogas, o Dualid NÃO É INDICADO para você, por
risco de uso abusivo da droga. Isso é explicado em outra seção. Não entrarei em detalhes aqui, po-
rém mais detalhes podem ser dados através do "Tira Dúvidas".

Dependência
Você poderá fazer uso contínuo, por medo de "voltar a engordar" ou perder o controle, passando a
ficar dependente permanentemente da droga para manter seu peso baixo. O problema é que quando
você pàra de tomar, se você voltar a se alimentar como fazia antes, só uma coisa poderá acontecer -
você voltar a ser tão gordo como era antes. Para que isso não aconteça, voce tem duas escolhas, ou
continua tomando o remédio enquanto quiser se manter magro (e é isso que muita gente chama de
dependência), ou então passa a fazer alimentação balanceada, exercício, etc, o que, na prática, em
geral é impossivel de se fazer.

Humor oscilante
Você poderá ter um humor muito oscilante. Hoje está feliz, amanhã está triste, ou então alterna pe-
ríodos de desesperança com períodos normais ou eufóricos. Este sintoma poderá se manifestar prin-
cipalmente em quem já tem tendencia a oscilações de humor.

Depressão pós-uso (síndrome de abstinência)


Caso você fique mais de 48h sem o remédio, após ter usado por no mínimo uma semana, você terá,
muito provavelmente uma depressão transitória. Os sintomas são absolutamente os mesmos da de-
pressão "normal": Humor deprimido, desesperança, falta de interesse pelas atividades habituais, não
sentir prazer em coisas que normalmente seriam agradáveis, etc. Passa após cerca de 15 dias, mas a
duração varia conforme o tempo em que você se manteve em tratamento.
EFEITOS COLATERAIS "CURIOSOS"

Amor pela caixinha do remédio


Eu não quis incluir isso nos efeitos colaterais negativos ou positivos, mas não podia deixar de co-
mentar algo bastante curioso que acontece. Você desenvolve uma espécie de amor pela caixinha do
remédio. Você olha para a caixinha e acha ela muito "bonitinha" ou muito "fofinha". Você olha para
a caixinha e se sente bem, e desenvolve uma espécie de carinho muito grande pela caixinha ou vi-
drinho do remédio. A visão da caixa de remédio causa uma estranha sensação agradável. Há pesso-
as que andam com o vidro de Dualid permanentemente no bolso, ou dormem abraçadas com o re-
médio, em função desse carinho. Como lidar com isso? Aproveite o seu novo bichinho de estima-
ção.
COMO COMPRAR OS REMÉDIOS

Comprar remédios para emagrecer é diferente de comprar aspirina. São remédios "tarja preta" jus-
tamente por oferecerem risco à saúde de quem os toma indiscriminadamente. Se usados com cautela
e nos casos indicados, são uma droga fantástica e excelente ferramenta, porém se usados sem cons-
ciência podem prejudicar sua saúde.

Como é a regulamentação para venda?


Estes remédios todos são de venda controlada. Isso significa que para comprá-los, você precisa de
uma receita azul, dada pelo médico. É a chamada "notificação de receita B". Cada receita só permite
a compra de 3 caixas de cada vez, e fica retida na farmácia. Para conseguir nova receita, você deve-
rá solicitar o médico (e evidentemente pagar nova consulta). No "anexo" contido neste CD você tem
toda a legislação referente ao comércio e venda de medicamentos (portarias da ANVISA), inclusive
com modelo fornecido pela ANVISA de receita B (azul).

Para quem o médico dá a receita e para quem não dá


Pessoas pouco acima do peso (10 kg acima do normal) tem pouca chance de conseguir uma receita,
nesse caso provavelmente o médico recomendará exercício, dieta "leve", etc. O médico em geral só
dará a receita se você tiver IMC acima de 30, ou IMC acima de 25 e diabetes ou hipertensão. Esta-
mos, evidentemente, falando de bons médicos. Existem muitos médicos com menos ética e profissi-
onalismo que, pagando-se consulta particular, dão receitas de anorexígenos para qualquer um que
pedir. Falando em termos práticos: Em todos os casos, se você é paciente particular, as suas chances
de pedir a receita e receber são muito maiores.

É possível comprar sem receita?


Oficialmente, não. Mas apesar de claramente contra-indicado, como tudo no Brasil, existem diver-
sas formas de se conseguir no mercado negro. A forma mais usada é comprando através da internet.
Em geral se compra pela internet pagando-se de duas a três vezes o preço da farmácia, e o remédio
é enviado por Sedex após um depósito em conta corrente. Evidentemente não é algo muito confiá-
vel de se fazer, pois não se tem certeza da procedência do medicamento ou garantia da entrega do
produto. Por incrível que pareça, esse tipo de negociação é feita abertamente em sites de fóruns
como os abaixo. Entretanto não recomendo ou indico a compra de qualquer coisa desta forma, os
links abaixo são apenas como informação ou curiosidade. Não tenho como garantir a idoneidade
destas pessoas. A maneira correta de iniciar um tratamento para emagrecer é consultando um médi-
co, e a indicação de remédios não é para qualquer pessoa. Não nos responsabilizamos ou garanti-
mos os links ou endereços abaixo, e lembramos que o uso de medicamentos sem o conhecimento de
seu médico poderá ser prejudicial à sua saúde.

Mercado Livre
http://www.mercadolivre.com.br/jm/search?as_cust_id=32322479

InForum
http://inforum.insite.com.br/9346/

Fórum Globo
http://globoforum.globo.com/Globo.com/GloboForum/0,6993,YR0-1217-18|71||1,00.html

Fórum FreeBoys
http://freeboys.hypermart.net/forum/forum.html

Contatos diretos:
Rosângela
Fone: 011 9582-8302
E-Mail: rosangelasaopaulo@hotmail.com / rosangelasaopaulo@ig.com.br

Mitzy Muller
E-Mail: mitzymuller@hotmail.com

Outra forma menos utilizada para se conseguir o remédio sem receita, envolve acordo diretamente
com funcionários da farmácia, chamando-o "no cantinho", evidentemente pagando-se preço acima
da tabela pelo medicamento (mas nem tanto quanto comprando pela internet). Se você leu a seção
de "efeitos colaterais", sabe que anorexígenos são remédios que, por alterarem nosso comporta-
mento e forma de pensar, não devem ser tomados livremente, como se fossem aspirina. Ainda que
você não tenha indicações absolutas para o tratamento, sempre existem médicos mais flexíveis na
prescrição desta classe de drogas. Qualquer acompanhamento médico é sempre melhor que NE-
NHUM acompanhamento médico.
DESVENDANDO FÓRMULAS MANIPULADAS

Muitas vezes tomamos "receitas" sem nem saber o que tem dentro. Aqui vai uma breve descrição
dos componentes mais importantes que existem nas receitas "manipuladas" mais comuns.

Geralmente se nota um procedimento comum nestas "fórmulas manipuladas": O médico coloca


diversos componentes (cerca de 10 em média) para parecer que ele elaborou algo único, como se
fosse uma receita própria, mas os ingredientes realmente ativos são apenas um ou dois (geralmente
uma anfetamina e um benzodiazepínico), e o resto é só para "confundir" ou "personalizar" a receita.
Desconfie de receitas com mais de 4 componentes. Lembramos também, que a legislação proíbe
associar em uma mesma receita um derivado anfetamínico com um benzodiazepínico (pois aumenta
o risco de dependência do remédio). Entretanto isso é algo feito com uma frequencia muito grande,
já que os benzodiazepínicos praticamente anulam os efeitos colaterais das anfetaminas (falta de
sono, nervosismo, dificuldade de concentração, ansiedade, etc).

Para completar, o ministerio da saúde e o conselho federal de medicina vedam o uso associado de
anfetaminas com Benzodiazepinicos, laxantes, diuréticos, e hormonios da tireóide.

Femproporex, Mazindol - "Anfetamina", inibidor de apetite: Desobesi-M


Dietilpropiona, Anfepramona, - "Anfetamina", inibidor de apetite: Inibex, Dualid, Hipofagin
Benzodiazepinona, Alprazolan, Diazepam, Bromazepam - Benzodiazepínicos - Calmante pra
você dormir melhor por causa da anfetamina e também pra aliviar a ansiedade que faz você comer
demais, e outros efeitos colaterais dos anorexígenos (não recomendado como associação).
Diazepam , Frontal
Clordiazepoxido - Benzodiazepínico - idem ao acima. Psicosedin
Fluoxetina - Antidepressivo, eles misturam com anfepramona tentando imitar os efeitos da Sibu-
tramina. Bula
Metoclopramida - Para diminuir eventuais enjôos causados pela anfetamina. É um antagonista
dopaminérgico. "Plasil"
Cáscara Sagrada, Fenoftaleína - Laxante, pois as anfetaminas prendem o estômago.
Dimeticone - Usado para evitar cólicas, flatulências, etc.
Ranitidina, cimetidina - Antiácido Genérico, Antak
KCl - Cloreto de potássio, para evitar desequilíbrio eletrolítico devido aos diuréticos. Clotássio
Furosemida - Diurético, faz você urinar mais e "murchar". Furosem
Hidroclorotiazida, Espironolactona - Diurético mais fraco que furosemida, faz você "murchar".
Aldazida
Triac, Tiratricol, Triiodotironina - Hormônio da tireóide NÃO DEVE SER TOMADO para perda
de peso pois traz risco de doenças da tireóide irreversíveis. Se você está tomando alguma fórmula
que contenha isso, saiba que este medicamento é contra-indicado para tratamento da obesidade.
Triac, Trimag - Saiba Mais
Spirulina - Suplemento alimentar para compensar a sua dieta. Na prática não tem efeito nenhum no
seu emagrecimento e pode ser perfeitamente dispensado sem qualquer prejuízo ao tratamento
RECOMENDAÇÕES PARA QUEM VAI INICIAR OS SUPRESSORES DE APETITE

O remédio tira sua fome mas não faz milagres


Inicie simultaneamente uma dieta com o remédio. Ele tira a fome, porém se você continuar comen-
do mesmo sem fome perderá o efeito e jogará seu dinheiro no lixo. Tente controlar sua ansiedade,
muitas vezes comemos para passar o "nervoso", sobre isso o remédio não age, apenas na verdadeira
fome. Também não age na vontade de comer (que é diferente da fome), portanto evite ambientes
"de risco", como festas, etc, como sempre fez.

Força de vontade sempre foi importante em qualquer dieta


Portanto todas as recomendações de qualquer outra dieta são válidas agora ainda mais. Evite bolos,
docinhos, massas, etc. Faça exercício, e tudo mais que você sempre fez. O ideal é você "fingir" que
nem está tomando remédio e levar uma dieta da maneira como sempre levou. A diferença é que
agora você VAI CONSEGUIR.

Evite de comentar com as pessoas que está tomando


Isso inclui amigas íntimas. Depois que você emagrecer, vão falar "assim até eu", e ignorar total-
mente sua força de vontade. Além disso muitas pessoas tem preconceito contra remédios, vão dizer
que você não tem força de vontade, que está se matando, que o remédio faz mal, que deixa louco, e
mais um monte de coisa que você não vai querer ouvir. Quer evitar fofocas a seu respeito? Mante-
nha a boca fechada.

Nunca aumente a dose "por conta própria".


Sempre consulte seu médico.

Não pare de repente.


Vá diminuido aos poucos, para seu corpo ir se adaptando. Recomenda-se diminuir 25% da dose por
semana, não mais que isso. Parar a medicação repentinamente pode levar a sono, depressão, e fome
incontrolável, devido ao efeito "rebote". Logo após você terminar o tratamento com remédio, se
você parar de "uma vez", terá DEPRESSÃO e SONO EXAGERADO por alguns dias. Isso real-
mente acontece, e é importante você diferenciar este efeito colateral da droga de uma verdadeira
tristeza. Você poderá se sentir triste e desanimado da vida, porém tenha sempre em mente de que
essa é uma sensação falsa. Depois de algumas semanas, passa. Quanto mais longo for o tratamento,
mais tempo dura a depressão pós-anfetamínica.

Tenha sempre em mente os efeitos colaterais


(positivos e negativos), para saber identificjá-los prontamente ao acontecerem com você. Sempre é
mais fácil lidar com uma situação quando sabemos o que vai acontecer antes.

Doses recomendadas
- Tomar cuidado para não ultrapassar a dose recomendada doses em excesso podem desencadear
com maior intensidade todos os efeitos colaterais, particularmente distíurbios do sono e do com-
portamento..
- A dose recomendada de Inibex / Dualid S 75 é em geral de 1 capsula ou comprimido diário, às
10h da manhã. O efeito do comprimido é máximo durante 12 horas, portanto estará agindo plena-
mente até cerca de 10h da noite, após isso você começa a sentir uma leve fome, o que é normal.
- A dose recomendada de Desobesi-M em geral é de uma cápusula na metade da manhã.
- Lembramos que estas doses pode variar em efeitos de pessoa para pessoa, porém não se indicam
doses acima de 150 mg (2 comprimidos / cápsulas) diários de Anfepramona / Dietilpropiona por
pessoa.
- Recomenda-se tomar o medicamento por volta das 10 horas da manhã, mas se você tomar muito
cedo, irá sentir fome à noite se você costuma dormir muito tarde. Nesses casos vale a pena "atrasar"
um pouco a dose diária o quanto você conseguir.

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