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Universidade Federal Fluminense

Módulo de Farmacologia para o 8º período


Prof. Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança

Objetivo deste material didático é o de promover uma introdução ao estudo


de farmacologia, motivar a leitura do tema em livros textos e consensos ou
diretrizes.
Busca contribuir para que o(a) futuro(a) prescritor(a) esteja atento(a) aos
critérios da prescrição racional de medicamentos, fundamentado em bases
técnicas e éticas.
Solicitamos o envio de sugestões e correções para o aprimoramento do
material para larb@vm.uff.br
Alerta: “quase iguais”

Atrovent® X Atroveran®
Alopurinol X Haloperidol®
Deocil® X Daonil®
Hipericum® X Hiperium®
Education and assessment
Student education
There is evidence that changes in the style of modern medical
school curricula in the UK may have reduced the visibility of
traditional scientific disciplines that underpin
safe prescribing, such as pharmacology and clinical
pharmacology.
There is also evidence that poor knowledge and preparation
underlie a proportion of errors made by junior doctors and that
focused education in prescribing can improve performance [1–3].
It is also a perception among medical students that of all the clinical skills
that they will be expected to practise after graduation, the one for which they
are least well prepared is prescribing [4, 5].
It is clear that high-quality learning can flourish in different styles of
curriculum. However, whatever the setting, learning should be based on
enthusiastic leadership, ample sessions that focus on safe prescribing
practices, and provision of online learning resources, including a limited
student formulary.

Medication errors: problems and recommendations. Br J Clin Pharmacol / 67:6, 2009


INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
e suas implicações clínicas
larb@vm.uff.br

www.proac.uff.br/farmacoclinica
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Qual a importância do tema ?
1) Muitos pacientes, especialmente idosos e hospitalizados,
recebem 6 ou + drogas/dia;
agravantes : automedicação, fórmulas de manipulação
e consultas a diversos especialistas;

2) Ao planejar um esquema terapêutico o médico deve


estar familiarizado com os princípios da interação de
fármacos;

3) É necessário uma atenção permanente, visando melhor


conhecer os medicamentos de uso habitual quanto aos
mecanismos de ação e possíveis colaterais.

Conseqüências:
aumento ou diminuição no efeito de fármacos.
The administration of drugs with a narrow therapeutic
index was an important predictor of Drug Interactions.

The pharmacotherapy of critically ill patients requires


the use of cyclosporine, tacrolimus, phenytoin,
gentamicin and vancomycin, in addition to other
drugs with narrow therapeutic indexes.

The identified association was likely due to the use of


these drugs.

Potential drug interactions in ICU


Reis AMM and Cassiani SHB. CLINICS 2011;66(1):9-15
RECEITA MÉDICA – critérios básicos:

RISCO X BENEFÍCIO
“a arte de diminuir o risco dos pacientes”

Prescrição Racional de Medicamentos


EFICÁCIA
SEGURANÇA
COMODIDADE
CUSTO
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

 Situações de maior risco


 Casos MARCANTES
 MECANISMOS de INTERAÇÃO
 Interações FARMACOCINÉTICAS
 Interações FARMACODINÂMICAS
 Exemplos por especialidade
 Interações com produtos naturais
Prescription errors in a primary care university unit:
urgency of pharmaceutical care in Mexico

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas


Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences
vol. 44, n. 1, jan./mar., 2008
Most prescribed drugs according to fourth level of ATC (anatômica,
terapêutica, clínica) classification by WHO Collaborating Centre for Drug
Statistics Methodology

(Digedrat)

Prescription errors in a primary care university unit:


urgency of pharmaceutical care in Mexico
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. vol. 44, n. 1, jan./mar., 2008
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

SITUAÇÕES
de
MAIOR RISCO
Fatores que definem as INTERAÇÕES de DROGAS

ligados ao paciente ligados à administração :


1) comorbidades; 1) A sequência de administração (mais
2) função renal (perda de proteína, importante para anti-hipertensivos,
dim. da filtração e depuração); hipoglicemiantes orais, anticoagulantes);
2) A via de administração ( > VO);
3) função hepática;
3) Intervalo de uso (maior risco
4) albuminemia; (GC X alts. psiquiátricas) quando for pequeno);
5) pH urinário; 4) Duração do tratamento (às vezes
manifestações não surgem de
6) dieta; imediato, mas horas ou até mesmo
7) ambiente (poluição ambiental, semanas);
tabagismo, inseticidas etc.); 5) Dose (> risco quando usam doses
elevadas, ex: AAS);
8) farmacogenética (a INH, que inibe o 6) Formulação (pode haver diferença
metabolismo da DPH, tem metab. mais lento quando usadas preparações distintas
em alguns indivíduos ☞ toxicidade da DPH); como solução x comprimidos de
9) idade (idosos: função renal diminuída, liberação lenta).
dieta insuficiente, doenças múltiplas etc.);

Hansten, Interações de Drogas


Fatores que definem as INTERAÇÕES de DROGAS

ligados à administração :

O que vc pensa de
manipulação de
fármacos?
MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Aspectos positivos Aspectos negativos
 Menor custo de muitos  Só disponível para genéricos.
fármacos.  Bioequivalência/
 Permite doses disponibilidade confiáveis?
individualizadas.  Margem de erro na
 Evita desperdícios manipulação de doses (grafia
calculando previamente a médica/ outros).
quantidade necessária.  Limita tempo de validade/
 Associações – comodidade conservação do produto.
posológica.  Associações – desperdício
 Sem bula – evita somatizar nas incompatibilidades ou
(hipocondríacos) reações aos componentes.
 Pode melhorar a adesão ao  Sem bula – limita
tratamento. participação positiva do
paciente.
 Aspectos éticos.
Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial Sistêmica, 2010
Categorias de medicamentos mais prescritos
organizadas segundo grupamento anatômico (n=228)

Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences


vol. 43, n. 1, jan./mar., 2007
Alerta da Associação Farmacêutica Americana:

Drogas com faixa terapêutica estreita cuja falha de


bioequivalência representa maior risco:

Carlini. Farmacovigilância.
Livro Atualização Terapêutica, 2007
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Casos
MARCANTES
Casos MARCANTES de Interações

fentermina

+
fenfluramina

Lesão Orovalvular

Esses dois medicamentos foram


retirados
do mercado mundial em 1997
Casos MARCANTES de Interações

cisaprida

+
Cetoco-, fluco-, itraconazol etc.;
macrolídeos (eritromicina etc.)

Desde 1992 foram relatados casos de


distúrbios cardíacos associados ao seu uso.
Até dezembro de 1999, a FDA, Agência
de Alimentos e Medicamentos, anunciou
341 casos de arritmia cardíaca, entre os
quais 80 óbitos.
Casos MARCANTES de Interações

genfibrozila

+
cerivastatina

rabdomiólise
insuficiência renal
morte
Drug interaction presenting as acute abdomen.
Pendlimari R et al .
World J Gastrointest Pharmacol Ther 2010 February 6; 1(1): 40-42

__

__
“we describe a case of intestinal intramural hematoma, a rare but known
consequence of a supra therapeutic (INR) - a consequence of mucosally absorbed
miconazole, prescribed for vaginal candidiasis.
Jpn J Clin Pharmacol Ther nov 2009 40(6): 287-293
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

mecanismos
Interações
Farmacocinéticas: Farmacodinâmicas:
•Alteração da absorção. •Bloqueio ou ativação de
•Alteração de distribuição. receptores.
•Alteração do metabolismo •Bloqueio ou ativação de
•Alteração da eliminação. vias de sinalização.

Farmacoténicas:
incompatibilidades
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Farmacocinéticas
1)Formação de complexos insolúveis. na ABSORÇÃO:
 antiácidos (AA) com alumínio, magnésio e cálcio (ou leite) x tetraciclina;
 sais de ferro x magnésio, tiroxina etc. óleo mineral
 colestiramina adsorve tiroxina, glicosídeos cardíacos, warfarina, GC etc.
2) Alteração do pH. A maioria das drogas são absorvidas por difusão passiva pela mucosa do TGI. A
modificação do pH irá alterar a % não ionizada, a que permite melhor absorção. Aum. o pH do estômago ▷
aum. a fração ionizada do AAS ▷ menor solubilidade lipídica;
3)Alteração na motilidade gastroentérica.
anticolinérgicos ▷ dim. a motilidade ▷ > tempo de permanência do fármaco no estômago ▷ < absorção. ex.:
a)antidepressivo tricíclico (atividade atropínica) x fenilbutazona;
b)metoclopramida (acelera o esvaziamento gástrico) x acetaminofeno. No caso b alteram a velocidade de absorção, mas não a
quantidade absorvida.
c)fenobarbital diminui a abs. de griseofulvina no intestino (por estimular a secreção biliar ▷ aum. peristaltismo intestinal e a 2a.
droga fica menos tempo no intestino;

4) Inibição de enzimas do TGI:


A DPH inibe a conjugase (converte poli em monoglutamato), necessária para a absorção do ácido fólico.
A tiramina é absorvida no TGI em >s quantidades quando o paciente estiver fazendo uso de IMAO, que inibe a
MAO na parede intestinal e no fígado.
5) Alteração da flora intestinal:
Cumarínico (anticoagulante) x antibióticos de amplo espectro ▷ inibição das bactérias da flora intestinal
responsáveis pela síntese de vitamina K ▷ maior efeito do anticoagulante.
6) Droga metabolizada pelos microrganismos do TGI:
Alguns antibióticos podem assim aumentar a absorção de determinadas drogas. Ex.: digoxina.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
ALIMENTOS ALTERAM a ABSORÇÃO de:
RETARDANDO:
amoxacilina sulfanilamida aspirina
cefalexina sulfadiazina acetaminofen
cefradine sulfametoxina digoxina
sulfisoxazol sulfametoxipiridazina furosemida
cefaclor metronidazol indoprofeno
cimetidina íon potássio ASA
Obs: Pouco se sabe sobre os componentes específicos dos alimentos que retardam
a absorção de drogas. Quanto ao acetaminofeno, parece ser a pectina.

DIMINUINDO:
penicilina G e V rifampicina fenobarbital
ampicilina isoniazida levo e metildopa
amoxacilina Omeprazol Azitromicina
tetraciclina aspirina Tiroxina
Captopril etanol prometazina
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
ALIMENTOS REDUZEM a ABSORÇÃO de:
Azitromicina
Captopril
Tetraciclina
Tiroxina
Omeprazol
Norfloxacina
Atorvastatina
Valsartana

Alguns mecanismos :
1. leite e derivados provocam a formação de complexo/quelato da droga com o
cálcio.
2. chá, café e frutas, contém ácido tânico ☞ precipitação do fármaco.
3. alimentos ricos em proteínas fazem competição com aminoácidos na
absorção.
Risco de problemas relacionados aos medicamentos associados à ocorrência de
interações medicamentosas classificadas com grau de significância 2 (n=35)

Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences


vol. 43, n. 1, jan./mar., 2007
Interferências nas dosagens...
 glicocorticóides apresentam múltiplos efeitos na
função e medidas dos hormônios tireoidianos.Bem
conhecida é a supressão da secreção do TSH.
 A dopamina, a L-dopa ou a bromocriptina inibem
diretamente a secreção.
 Metoclopramida (antagonista dopaminérgico),
aumenta a secreção de TSH.
 metformina ...

Projeto Diretrizes. Tireóide, Doenças da:


Utilização dos Testes Diagnósticos, 2004
Interação de drogas com T4

Prejudicam a absorção: 4 horas


colestiramina,
sulfato ferroso, cálcio,
sucralfato,
antiácidos (hidróxido de alumínio)

Aceleram o metabolismo hepático do T4


(induzem enzimas do citocromo P450):
fenitoína e carbamazepina;
rifampina

ATA, 2010. Treatment Guidelines for Patients With Hypothyroidism


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
ALIMENTOS AUMENTAM a ABSORÇÃO de:

Propranolol # dicumarol # griseofulvina*


Metoprolol # hidroclorotiazida# nitrofurantoína&
propoxifeno (CH) hidralazina riboflavina-5-fosfato
carbamazepina* diazepam me-/ albendazol
riboflavina @ espironolactona

Alguns mecanismos:
1) reduzindo a biotranformação de 1ª passagem na mucosa intestinal:
hidralazina x alimentos sólidos.
2) # ↑ o fluxo sangüíneo; reduzindo a BT hepática de 1ª passagem;
3)* alimentos gordurosos aumentam a secreção biliar e a solubilidade .
4) & o esvaziamento gástrico mais lento pode ser útil para melhor absorção
de algumas drogas (ex. nitrofurantoína).
5) @(fibras e bebidas carbonatadas)
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS na DISTRIBUIÇÃO:

algumas interações dignas de nota:


agente deslocado agente deslocador efeito
cumarínicos fenilbutazona; clofibrato hemorragia
tiroxina clofibrato; AAS hipertireoidismo
metotrexato sulfonamidas reação tóxica exagerada
sulfoniluréias AINES, ácido etacrínico hipoglicemia
succinilcolina lidocaína apnéia prolongada
genfibrozila cerivastatina rabdomiólise e IRA
Para que haja o deslocamento= maior afinidade ou maior
concentração

Segundo Goodman, o efeito deste tipo de interação é geralmente pequeno,


transitório e frequentemente não identificável.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS no METABOLISMO:

Inibição enzimática: Indução enzimática:


inibidores (I) enzimáticos álcool etílico, nicotina;
específicos, ex. IMAO; IAChE Glicocorticóides, imipramina,
(anticolinesterase), IAC (Anidrase
Carbônica), IXO (xantinoxidase). meprobamato, clordiazepóxido,
Inibidores de isoenzimas do sedativos, hipnóticos,
citocromo P 450: fenobarbital, anestésicos,
cimetidina, amiodarona, fenacetina, griseofulvina,
fenilbutazona, valproato de sódio, niquetamina, testosterona,
eritromicina, isoniazida.
outras drogas com efeito inibidor: rifampicina, fenitoína,
antidiabéticos, alopurinol, valproato de sódio,
anestésicos, anticoncepcionais, eritromicina.
antimicóticos, anticolinesterásicos,
clofibrato, cloranfenicol, carcinógenos (ex benzopireno do cigarro)
estrógenos, PAS, sulfonamidas, DDT, inseticidas clorados e
DPH, dissulfiram, bis-
hidroxicumarina, inseticidas halogenados, pesticidas
fluorofosforados, quinacrina.
Hansten, Interações de Drogas
Interações no metabolismo hepático
Isoenzima Fármacos Fármacos inibidores Fármacos
biotransformados indutores
Amtriptilina Cimetidina Fenitoína
CYP1A2 Clomipramina Ciprofloxacina Fenobarbital
Paracetamol Diltiazen Omeprazol
Clozapina Fluvoxamina
Etinilestradiol Fluoxetina
Fluvoxamina Norfloxacina
Imipramina Paroxetina
Propranolol Sertralina
Teofilina Ticlopidina
Varfarina Verapamil
Amitriptilina Amiodarona Fenobarbital
CYP2C9/2C10 Celecoxib Cimetidina Rifampicina
Diclofenaco Fluconazol
Fenitoína Fluvastatina
Ibuprofeno Lovastatina
Montelucast Metronidazol
Naproxeno Paroxetina
Piroxicam Ritonavir
Rosiglitazona SMZ-TMP
Sildenafila Zafirlucast
Tamoxifeno
Diazepan Cetoconazol Fenitoína
CYP2C18/2C19 Fenitoína Fluoxetina Fenobarbital
Imipramina Fluvoxamina
Lansoprazol
Interações no metabolismo
Isoenzima Fármacos Fármacos inibidores Fármacos indutores
biotransformados
Alprazolam Bromocriptina Carbamazepina
CYP3 Amiodarona Cetoconazol Dexametasona
A4/3A5 Amitriptilina Ciclosporina Fenitoína
Astemizol Cimetidina Fenobarbital
Atorvastatina Claritromicina Rifampicina
Buspirona Denazol
Carbamazepina Delavirdina
Cerivastatina Dextropropoxifeno
Ciclosporina Diltiazem
Cisaprida Ergotamina
Claritromicina Eritromicina
Clomipamina Etinilestradiol
Clozapina Fluconazol
Corticóides Fluvoxamina
Delavirdina Fluoxetina
Diazepan Gestodeno
Diltiazem Indinavir
Ebastina Itraconazol
Efavirenz Miconazol
Eritromicina Midazolam
Etinilestradiol Nefazodona
Felodipina Nelfinavir
Imipramina Nifedipina
Indinavir Omeprazol
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS na ELIMINAÇÃO:
interação ao nível do sítio do transporte ativo ou
pela modificação do pH urinário.
 A probenecida inibe o sistema transportador de ácido ☞
mais lenta a excreção renal da penicilina, PAS, sulfoniluréia e
indometacina ☞ ↑ meia vida e > efeito terapêutico ou toxicidade;
 probenecida, salicilatos e fenilbutazona inibem a eliminação
do metotrexato ☞ toxicidade;
 a digoxina pode ter sua eliminação inibida pela quinidina,
verapamil, amiodarona;

 a alcalinização da urina ☞ facilita a eliminação de ácidos:


salicílico, barbitúricos;
 a acidificação da urina (com cloreto de amônia ou ácido ascórbico)
☞ elimina bases, ex. procaína e outros anestésicos locais,
cloroquina, meperidina.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Farmacodinâmicas
Interações Farmacodinâmicas
Sinergismo:
quando ambas as drogas produzem efeitos semelhantes.
a) Sinergismo de adição
b) Sinergismo de potenciação

Antagonismo:
quando a ação de uma droga diminui o efeito da outra.
a) Antagonismo Competitivo
b) Antagonismo Não-Competitivo
c) Antagonismo Fisiológico ou Funcional.
Interações Farmacodinâmicas

• sildenafila: inibe a fosfodiesterase 5 prolonga GMPc +


• nitroglicerina: estimula a guanilil ciclase que ↑ GMPc

↑ GMPc ☞ hipotensão grave

PENICILINAS + INIBIDORES DA Β-LACTAMASE


Ácido Clavulânico, Sulbactam, Tazobactam inativam as β-
lactamases, impedindo a destruição dos β-lactâmicos.
Ezetimiba Co-administrado com
Sinvastatina: Eficácia no LDL-C
Ezetimiba 10 mg Sinvastatina
+ Ezetimibe Co-administrado com
sinvastatina 10 mg 10 mg Eficácia
Sinvastatina: 20 mg
no LDL-C 40 mg 80 mg
0
Alteração porcentual média do LDL-C calculado

Ezetimibe 10 mg Sinvastatina
a partir do período basal na 12a semana

+
sinvastatina 10 mg 10 mg 20 mg 40 mg 80 mg
0
Alteração porcentual média do LDL-C calculado

–10
a partir do período basal na 12a semana

–10

–20
–20 –27
–30 –27 –36 –36
–30 –40
–44 –44

–50
–36 –36
–40 –60
–44 +p<0,01 terapia combinada vs. vastatina isoladamente –44
Adaptado de Davidson M et al. Ezetimibe Coadministered with Simvastatin in patients with Primary
Hypercholesterolemia. J Am Coll Cardiol 2002; 40:2125-34. Apresentado nas 51a Sessões
–50 Científicas Anuais do American College of Cardiology, Atlanta, GA, 17 a 20 de março de 2002. Slide 25

–60
+p<0,01 terapia combinada vs. vastatina isoladamente
Adaptado de Davidson M et al. Ezetimibe Coadministered with Simvastatin in patients with Primary
Hypercholesterolemia. J Am Coll Cardiol 2002; 40:2125-34. Apresentado nas 51a Sessões
Científicas Anuais do American College of Cardiology, Atlanta, GA, 17 a 20 de março de 2002. Slide 25
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

exemplos
por especialidade
J Young Pharm. 2010 Jul–Sep; 2(3): 326–331.

Potential drug interactions in ICU


Reis AMM and Cassiani SHB. CLINICS 2011;66(1):9-15
Potential drug interactions in ICU
Reis AMM and Cassiani SHB. CLINICS 2011;66(1):9-15
Potential drug interactions in ICU
Reis AMM and Cassiani SHB. CLINICS 2011;66(1):9-15
Anti-hipertensivos - interações medicamentosas

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2007


Anti-hipertensivos - interações medicamentosas

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2007


Farmacos hipolipemiantes
Fármaco Mecanismo Drogas envolvidas
COLESTIRAMINA absorção digoxina, propranolol, warfarina,
vitaminas lipossolúveis e
corticosteróides
ESTATINAS Metabolismo variedade de fármacos: diltiazem e
indução do CYP3A4 verapamil, antifúngicos orais
(itraconazol, fluconazol e cetoconazol),
e macrolídeos (eritro, azitromicina etc.)
Amiodarona#
ESTATINAS biodisponibilidade Reduzir em 14% (atorva),
alterada com alimentos 15-25% (fluva) e 30% a prava.
sinva fica inalterada, lovastatina pode ↑
FIBRATOS ligam-se às proteínas Warfarina, fenitoína e sulfoniluréias
plasmáticas, deslocando (lembrar: genfibrozila x cerivastatina)
NIACINA Farmacodinâmica: ação potencializar efeitos de anti-HAS
vasodilatadora ajuste dos agentes antidiabéticos.
Hiperglicemiante antifúngicos de uso oral.
drogas hepatotóxicas álcool acentua rubor e prurido.
# US Food and Drug Administration 2008
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS no METABOLISMO:
Indução enzimática:
álcool etílico, nicotina;
Glicocorticóides, imipramina, meprobamato,
clordiazepóxido, sedativos, hipnóticos,
fenobarbital, anestésicos, fenacetina,
griseofulvina, niquetamina, testosterona,
rifampicina, fenitoína, valproato de sódio,
eritromicina.
carcinógenos (ex benzopireno do cigarro)
DDT, inseticidas clorados e halogenados, pesticidas
Hansten, Interações de Drogas
Clinically relevant drug interactions with antiepileptic drugs

DIMINUEM A AÇÃO DE:

________
________

________
________ ________
________ ________ ________

________ ________
________
________

british journal of clinical pharmacology, 61:3 246–255. 2007


E2
Warfarina
Inibe o Metabolismo de Fenitoína
Quinidina
Cimetidina Cafeína
Carbamazepina
BZD
Antidep. Tricíclicos
Metronidazol
Teofilina
Warfarina SU
Inibe o
BZD Bloq canal Ca
metab. de
Fenitoína
Digoxina
IBP ↓ efeito de Cetoconazol
Itraconazol
Fenitoína
↓ absorção de B12 Digoxina
↓ absorção de
Cimetidina
Sucralfato Tetraciclina
Cetoconazol
Fluoroquinolona
ALGUNS FÁRMACOS CONSTIPANTES
Análgésicos e AINES (↓ PGL) Agentes bloqueadores ganglionares
Antiácidos (com carbonato de cálcio Diuréticos que causam
ou hidróxido de alumínio) hipocalcemia
Anti-histamínicos (bloqueio H1; antiparkinsonianas (efeito
efeito anticolinérgico) anticolinérgico)
Agentes anticolinérgicos Fenotiazinas (efeito anticolinérgico)
Agentes antidiarréicos Sais de Ferro
Metais pesados (particularmente Inibidores de monoaminooxidase
chumbo)
Propranolol Laxantes (uso crônico)
Clonidina Analgésicos Opióides
Lítio Relaxantes musculares
Corticóides Sulfato de bário
Verapamil Benzodiazepínicos
Alguns fármacos que causam diarréia
Ácidos biliares; Laxantes estimulantes (sene,
Ácidos graxos cáscara sagrada, lactulose etc.).
Colchicina Laxantes osmóticos (sorbitol,
catárticos salinos)
bloqueadores de neurônios Prostaglandinas; AINES
adrenérgicos (reserpina)
Agentes pró-cinéticos Quinidina
(metoclopramida, domperidona)
Agonistas colinérgicos e Secreções de tumores carcinóides (ex.,
VIP, 5-hidroxitriptamina)
inibidores da colinesterase

Antimicrobianos (sulfonamidas, Metformina


tetraciclinas, ampicilina etc.)
Lovastatina; genfibrozila. Frutose, sorbitol, manitol
MEDICAMENTOS E ÁLCOOL:
DISSULFIRAN; TOLAZOLINA; METRONIDAZOL; SEC ou TINIDAZOL
PROCARBAZINA; GRIZEOFULVINA; FURASOLIDONA;
CLORPROPAMIDA; CLORPROMAZINA; BENZOATO DE BENZOÍLA

Inibição da aldeído ↑ acetaldeído


desidrogenase

rubor facial, cefaléia pulsátil, náuseas,


vômitos, sudorese, hipotensão, confusão

Efeito Dissulfiram:
ingestão de álcool
48-72h após o uso
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS dos anti-histamínicos
Cuidado na associação com:
 barbitúricos,
 benzodiazepínicos
 álcool
 com outras drogas depressoras do SNC
☞ possibilidade de potencialização dos efeitos.

 Podem ↑ efeitos anticolinérgicos de certas drogas


(atropina, antidepressivos tricíclicos);
 Podem antagonizar a ação de anti-adrenérgicos usados
no tratamento da HAS
 Indução Enzimática.
 O uso de Terfenadina ou Astemizol COM Cetoconazol,
Itraconazol ou Macrolídeos, pode prolongar QT no ECG
e levar a arritmias cardíacas graves.
Drogas e o prolongamento do intervalo QT
(risco de cardiotoxicidade)
pela interação farmacocinética = inhibição do
metabolismo de drogas com esta propriedade ou por
sinergismo farmacodinâmico.

Metronidazol + amiodarona,
Fluconazol + (sulfametoxazol +trimetoprima),
Fluconazol + haloperidol, e
Amiodarona + haloperidol

Potential drug interactions in Intensive Coronary Unit


Reis AMM and Cassiani SHB. CLINICS 2011; 66(1):9-15
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Com produtos
naturais
2002 Annals of Internal Medicine Volume 136 • Number 1
__ __________
__
___ __
____
__
Síndrome Serotoninérgica
Drogas Precipitantes
SSRIs, antidepressivos de 2a geração, IMAOs, linezolida,
tramadol, meperidina, fentanil, ondansetrona, sumatriptano,
LSD, erva de São João (St. John's wort), ginseng
Apresentação Clínica
Hipertensão, hiperreflexia, tremor, clonus, hipertermia,
meteorismo intestinal, diarréia, midríase, agitação, coma;
início do ataque em horas.
Terapia
Sedação (benzodiazepínicos), entorpecimento, intubação e
ventilação;
bloqueio do receptor 5-HT2 com ciproheptadina ou
clorpromazina.
Katzung. basic-clinical-pharmacology.net
___

____
Drug-drug interactions in patients from an internal medicine service
Ibáñez A, Alcalá M, García J, Puche E. Farm Hosp. 2008 Sep-Oct;32(5):293-7
Drug-drug interactions in patients from an internal medicine service
Ibáñez A, Alcalá M, García J, Puche E. Farm Hosp. 2008 Sep-Oct;32(5):293-7
_______________________

___________________________________________________
_______________________

http://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/PostmarketDrugSafetyInformationforPatientsandP
roviders/DrugSafetyInformationforHeathcareProfessionals/ucm190787.htm
http://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/PostmarketDrugSafetyInformationforPatientsandP
roviders/DrugSafetyInformationforHeathcareProfessionals/ucm190787.htm
 Pharmacotherapy. 2012 Sep;32(9):809-18.
 Effect of the clopidogrel-proton pump inhibitor drug interaction on adverse
cardiovascular events in patients with acute coronary syndrome.
 Bhurke SM, Martin BC, Li C, Franks AM, Bursac Z, Said Q.
 Source: Analytica International, New York, New York.
 PATIENTS:
 A total of 10,101 patients aged 18 years or older with a diagnosis of acute coronary
syndrome (ACS) made during a hospitalization or emergency department visit
between 2001 and 2008 and who had their first clopidogrel prescription within 90 days
after their ACS diagnosis were included in the study. Patients were stratified according
to concurrent use (clopidogrel plus PPI group) or no use (clopidogrel alone group) of
the following PPIs: esomeprazole, lansoprazole, omeprazole, pantoprazole, or
rabeprazole.
 CONCLUSION:
 Concurrent use of clopidogrel plus a PPI was associated with a significant increase in
risk of an adverse cardiovascular event in patients with ACS. Large randomized studies
are needed to confirm this finding. Until then, clinicians should prescribe the
concurrent use of these two drugs cautiously.
Incompatibilidades

2001. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde


DEFICIÊNCIAS VITAMÍNICAS FÁRMACO - INDUZIDAS
MAIS COMUNS NO PACIENTE IDOSO
VITAMINA DROGA SINAIS / SINTOMAS
A ÓLEO MINERAL ALTERAÇÕES VISUAIS
B6 TUBERCULOSTÁTICOS AMNÉSIA
HIDRALAZINA DEPRESSÃO
L- DOPAMINA NEUROPATIA PERIFÉRICA
COMPLEXO B TUBERCULOSTÁTICOS "PSEUDOSENILIDADE"
TIAMINA ÁLCOOL
GLICOSÍDEOS CARDÍACOS
B 12 TUBERCULOSTÁTICOS
COLCHICINA
BIGUANIDAS
NIACINA TUBERCULOSTÁTICOS CONFUSÃO MENTAL; PELAGRA

ÁCIDO FÓLICO ÁLCOOL; ASPIRINA FRAQUEZA;


TUBERCULOSTÁTICOS CANSAÇO
ANTICONVULSIVANTES
TRIANTERENO
VIT. D ANTICONVULSIVANTES DISFUNÇÃO AUDITIVA
DIFICULDADE PARA CAMINHAR
FRAQUEZA MUSCULAR
OSTEOMALÁCIA
DOR ÓSSEA
VIT. K ÓLEO MINERAL SANGRAMENTO GENGIVAL
"É importante perceber que estes
sintomas muitas vezes imitam as queixas
comuns da senilidade.
Este desconhecimento pode criar um
círculo vicioso que pode reduzir
substancialmente a qualidade de vida do
idoso.”
Lamy, P.P. J. Am. Ger. Soc., 30 (11) : 99-112, 1982
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
 Sugestões de leitura:

Farmacologia Clínica. Fuchs, F.D.; Wannmacher, L. Editora


Guanabara Koogan, 4a edição, 2010.
As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Goodman & Gilman.
McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda. 2007
Farmacologia. Silva, Penildon. Editora Guanabara Koogan, 7a
edição, 2010.
www.projetodiretrizes.org.br site do Conselho Federal de
Medicina e da Associação Médica Brasileira.
http://www.anvisa.gov.br/
http://www.fda.gov
www.proac.uff.br/farmacoclinica
“Acredito que para ser um melhor
médico, todos os profissionais deveriam
sentir na pele o que é ser paciente.”

Roberto d’Ávila
Presidente do Conselho Federal de Medicina, 2010

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