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AULA 6.1
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Vamos lá?
1. Introdução
Farmaco-
Farmacologia Epidemiologia
epidemiologia
Como sabemos, antes do medicamento ir para prateleira são realizados os estudos de pré-
comercialização (fase, I, II e III) os quais possuem fatores rigidamente controlados, são
conduzidos com poucos indivíduos e por períodos curtos de tempo, ou seja, não refletem
o ambiente real. Os estudos farmacoepidemiológicos conduzidos ao longo da
comercialização dos medicamentos conseguem ultrapassar essas limitações, já que, são
utilizados por grande número de pessoas, inclusive as excluídas dos estudos, como idosos,
com múltiplas patologias associadas e em uso de outros medicamentos.
e avaliar
Estudos de Utilização
Farmacovigilância
de Medicamentos
Avaliações
Padrões de uso Segurança Efetividade
Econômicas
• Como os • Qual é a • Quais são os • Quais são as
medicamentos são frequência dos benefícios clínicos consequências
usados nas desfechos desse econômicas da
populações de induzidos pelo medicamento? Ele terapia?
pacientes medicamento? é eficaz quando
específicos, como • Certos fatores de usado no "mundo
crianças, idosos e risco predispõem real"?
diversas origens os pacientes a • O medicamento A
raciais? reações é mais eficaz que o
• Por quanto tempo medicamentosas medicamento B?
o paciente recebe adversas • O fármaco é um
esse • Existem eventos produto eficaz para
medicamento? adversos raros que uso off-label?
• Alguns grupos ocorrem com o • Qual é o efeito de
deixam de usar o medicamento? usar o
medicamento; • Existem interações medicamento ao
• Quais são as taxas fármaco-fármaco longo do tempo?
de adesão e de com esse
persistência ao medicamento que
tratamento não foram
identificadas
antes?
• Existem interações
fármaco-doença
associadas a esse
fármaco?
De maneira geral, os estudos podem ser divididos em dois grandes grupos: intervencionais
e observacionais.
Já nos estudos observacionais NÃO há uma intervenção ativa do investigador. Nesse tipo
de estudo, o investigador mensura, mas não intervém
Os estudos observacionais podem ainda ser divididos em descritivos (não tem por objetivo
avaliar associações entre causa e efeito) e analíticos.
Descritivos
Estudos Epidemiológicos
Ecológicos
Observacionais Transversais
Analíticos
Caso-Controle
Intervencionais Coorte
Nesse tipo de estudo a população participante é dividida em dois grupos: grupo tratamento
e grupo controle. Os participantes do grupo tratamento são expostos a um tipo de
intervenção, como por exemplo, um novo medicamento. Já os participantes do grupo
controle não sofrem essa intervenção. Os resultados são avaliados comparando-se nos dois
grupos a ocorrência do evento de interesse, por exemplo, a cura de uma determinada
doença.
A randomização (distribuição aleatória dos indivíduos em um dos dois grupos) garante que
os grupos formados possuam características semelhantes. Com isso pretende-se
distinguir o efeito do medicamento pesquisado de possíveis efeitos causados por outros
fatores, como a evolução natural da doença ou a influência psicológica da própria
administração do tratamento.
Nos ensaios clínicos, outro procedimento padrão é o duplo-cego, ou seja, nem o paciente
nem os investigadores sabem quem está recebendo o tratamento e quem está recebendo o
placebo. Esse procedimento diminui ainda mais a introdução de vieses nos estudos.
ESTUDOS OBSERVACIONAIS
DESCRITIVOS
ANALÍTICOS
Geralmente feito pela formulação de hipóteses na tentativa de explicar uma situação como
exemplo: A queda da incidência de gripe pode ser atribuída á vacinação? Eles comumente
são baseados em estudos descritivos prévios.
• São realizados quando os dados não estão disponíveis no nível do paciente, mas,
sim, no nível de grupo ou coletivo.
o Por exemplo, é bastante difícil para um pesquisador obter dados do paciente
de uma cadeia local de farmácias. Por outro lado, é mais fácil conseguir o
número de prescrições dispensadas para um determinado medicamento. O
uso desses dados do nível coletivo resulta em estudos ecológicos.
• Limitações:
o Nem sempre é possível garantir, durante a coleta de dados, que a exposição
tenha antecedido o efeito, dificultando a interpretação das eventuais
associações encontradas pelo estudo.
• Vantagens:
o São fáceis de realizar e de custo baixo;
o As informações obtidas são geralmente úteis na avaliação das necessidades
de saúde das populações e no planejamento das ações para intervenções.
a) Descritivo.
b) Transversal.
c) Caso-Controle
d) Coorte
e) Ensaios clínicos randomizados
CASO-CONTROLE
O desenho deste tipo de estudo possibilita a comparação entre 2 grupos de pessoas: grupo
caso e grupo controle.
Caso Controle
• Limitações:
o Complexidade analítica;
o Vulnerabilidade a inúmeros vieses (viés de seleção, viés de informações);
o Não permitem o cálculo da taxa de incidência, pois não se conhece a
população que esteve exposta àquele medicamento.
o Permite avaliar um único desfecho.
• Vantagens:
o São custo relativamente baixo;
o Facilidade na execução e requerem curto tempo para realização;
o Grande utilidade na investigação de doenças/eventos raros, sendo muito
empregados para estudar as reações adversas a medicamentos (RAM) ou a
ocorrência de erros de prescrição;
o Oferecem mais eficiência do que outros tipos de estudos, uma vez que iniciam
com o resultado de interesse; não esperam pela ocorrência do resultado
(rapidez);
o Possibilitam o estudo de várias causas possíveis de um desfecho, uma vez
que se pode estudar qualquer número de exposições como potenciais fatores
de risco usando os mesmos casos e controles.
Perceba com esse exemplo que nos estudos do tipo caso-controle parte-se do efeito para
chegar às causas. Por exemplo, em um estudo de caso-controle para investigação de RAM,
as pessoas com uma dada reação adversa (efeito) são comparadas com outras, sem esta
condição (controle), de modo a identificar, no passado, se estiveram expostas a um
determinado medicamento (causa) que poderia explicar a ocorrência do agravo.
Efeito Causa
• Ex: RAM • Ex: medicamento
ESTUDO DE COORTE
Nesse tipo de estudo, seleciona-se um grupo de pessoas que não seja portador do
evento/condição/agravo que se quer estudar. Esse grupo é ACOMPANHADO ao longo do
tempo e avalia-se se a exposição a uma determinada variável contribui para o
desenvolvimento desse evento/condição/agravo.
Pensando nessa variável como um medicamento, o estudo pode ser delineado da seguinte
forma: Um grupo de pessoas que utiliza e outro que não utiliza determinado medicamento é
seguido/acompanhado no tempo com o intuito de determinar quais de seus componentes
desenvolvem reações adversas e se a exposição prévia ao medicamento está relacionada
à ocorrência da doença.
Perceba que nos estudos de coortes parte-se da causa para observar os efeitos (oposto
dos estudos do tipo caso-controle).
Causa Efeito
• Ex: medicamento • Ex: RAM
Esses estudos fornecem dados sobre eventos ou mudanças que ocorrem ao longo do
tempo. As coletas de dados são realizadas mais de uma vez e em período de tempo
diferente.
Prospectivo Restrospectivo
É desenvolvido
Estudo exposições e
simultaneamente com
eventos que JÁ
os eventos clínicos sob
ocorreram antes do
investigação
início do estudo
A principal razão para essa abordagem metodológica rigorosa é que todos os indivíduos
incluídos no estudo são de risco para o resultado, uma vez que são livres do desfecho no
inicio do estudo, exatamente como nos ensaios clínicos aleatorizados. A disponibilidade dos
indivíduos livres do desfecho e a informação precisa da exposição permitem a identificação
das relações temporais entre a exposição e o desfecho, o que é uma consideração
importante na inferência causal.
• Limitações:
o Requer um tempo longo de acompanhamento, o que gera:
▪ Alto custo;
▪ Maior vulnerabilidade a perdas de acompanhamento;
• Vantagens:
o É o tipo de estudo que fornece a melhor informação sobre a etiologia dos
eventos e a medida mais direta do risco para desenvolvê-lo;
o O desenho do estudo de coorte é simples e não apresenta dificuldades para
análise;
o Permitem investigar vários resultados possíveis a partir de apenas uma
exposição (ex: uso do medicamento).
▪ Esse é o delineamento ideal para estudos de farmacovigilância que
estejam avaliando qualquer possível efeito de um medicamento
recentemente colocado no mercado.
o Permitem medir a incidência e, portanto, o risco das RAM.
o São convenientes para o estudo de ocorrência de RAM associadas às
exposições raras.
COMENTÁRIOS: O segredo desse tipo de questão, que solicita que o tipo de estudo
seja identificado através de uma descrição, é encontrar os termos-chave. Perceba que
o enunciado traz os termos: acompanha pacientes. A questão cita: “acompanha/segue
ao longo do tempo pacientes” não pense duas vezes: COORTE!
GABARITO: A
A – CORRETO – Como vimos, nos estudos de coorte parte-se da causa (ex: uso de um
medicamento) para se observar os efeitos (ex: RAMs).
Causa Efeito
• Ex: medicamento • Ex: RAM
GABARITO: A
Agora que já vimos os principais tipos de estudos, vejamos uma questão que cobra todos
os conhecimentos vistos até aqui.
A- CORRETA
B- ERRADA- Os estudos de coorte apresentam como DESVATAGENS: alto custo e longo
período de tempo para realização.
C- ERRADA- Os estudos OBSERVACIONAIS podem ser classificados como analíticos e
descritivos.
D- ERRADA- No estudo de caso controle os indivíduos NÃO são acompanhados. Essa é
uma característica dos estudos de COORTE.
E- ERRADA- Os estudos do tipo transversal não permitem inerências de causa-efeito em
função de não ser possível garantir, durante a coleta de dados, que a exposição tenha
antecedido o efeito, o que dificulta a interpretação das eventuais associações encontradas
pelo estudo.
GABARITO: A
o Prospectivos ou
o Retrospectivos.
estudos
estudos sobre a estudos sobre estudos de
estudo de oferta de quantitativos de
qualidade do hábitos de cumprimento da
medicamentos consumo de
consumo prescrição médica prescrição médica
medicamentos
estudos para
vigilância orientada
avaliar o impacto
a problemas orçamento planejamento
de intervenções
específicos
específicas
Para o desenvolvimento desses estudos propõe-se uma metodologia comum, com base em
uma única classificação dos medicamentos e no reconhecimento da existência de
diferentes técnicas para quantificação e qualificação do consumo. O sistema de classificação
recomendado pela OMS, para estudos de medicamentos é denominado Classificação
Anatômico-Terapêutica-Química (ATC).
Você NÃO precisa decorar os grupos e subgrupos da ATC. Eles foram apresentados
aqui apenas para que você possa ENTENDER o CONCEITO de ATC, ok?
A DDD é definida como a média assumida de dose diária para adultos na indicação
principal do medicamento. Perceba que NÃO é uma dose recomendada! É unicamente uma
unidade técnica de medida.
A DDD pode ser usada para estimar e comparar o consumo de medicamentos em hospitais
nas bases de dados da farmácia hospitalar.
Nos hospitais o uso da DDD/100 pacientes-dia foi adotada como uma unidade de medida,
para o estudo de utilização de diferentes medicamentos. O valor obtido com esse cálculo
pode ser comparado com a média nacional ou igualar hospitais para realizar comparações
padronizadas.
COMENTÁRIOS: D
2. (2014 – Marinha- CSM) Segundo Gomes (2011), têm sido utilizados registros de
exposição, em membros das Forças Armadas, a resíduos radioativos em locais de testes
de bombas nucleares visando examinar seu possível papel causal no desenvolvimento
de câncer nos últimos 30 anos. Este tipo de investigação farmacoepidemiológica é
classificado como um estudo:
a) transversal.
b) de caso-controle.
c) de coorte.
d) descritivo.
e) ecológico
a) Ecológicos.
b) Transversais.
c) Ensaios clínicos randomizados.
d) Casos e Controle.
e) Coorte
a) Caso Controle
b) Coorte
c) Incidência
d) Prevalência
a) coorte.
b) caso-controle.
c) metanálise.
d) revisão sistemática.
b) Descritivo
c) Analíticos
d) Coorte
e) Seccional
A. programas de farmacovigilância.
B. indicadores de qualidade das prescrições.
C. programas de gerenciamento de doenças.
D. estudos de acompanhamento do risco-benefício dos medicamentos.
E. estudos de utilização de medicamentos.
12. (2010- FGV- FIOCRUZ) - Dose Diária Definida (DDD) é uma unidade de medida
de consumo de medicamentos, criada para superar as dificuldades derivadas da
utilização de mais de um tipo de unidade em estudos de utilização de medicamentos.
Sobre a DDD, não é correto afirmar que:
GABARITOS
1-A 2-C 3-C 4-A 5-A
6-D 7-A 8-E 9-C 10-A
11-A 12-B