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Farmacologia em fisioterapia:
• Num sistema de saúde atual o recurso á terapia com medicamentos para o tratamento de doenças ou diminuir a sua
progressão é cada vez maior, saber como os vários fármacos afetam o doente, e o mecanismo pelo qual eles
apresentam estes efeitos, permite obter uma resposta ótima por parte do doente.
• Escolher a hora da terapia de forma a que coincida ou não com o pico de ação de alguns medicamentos:
o Analgésicos
o Anti-parkinsónicos
o Sedativos
• Evitar/controlar efeitos adversos que possam ocorrer como efeito direto da interação com a terapia e certos
medicamentos ou formas farmacêuticas:
o Vasodilatadores periféricos/piscinas aquecidas
o Pensos de opioides/calor (exercício intenso ,saunas, piscinas)
• Farmacologia: ramo da ciência que se dedica ao estudo dos fármacos e dos seus efeitos no organismo
Definição:
• Farmacocinética: área da farmacologia que estuda o percurso dos fármacos no organismo. Desde a sua absorção
distribuição, metabolização e eliminação
• Farmacodinâmica: área da farmacologia que estuda o efeito dos fármacos no organismo como resultado da sua
interação com os seus alvos terapêuticos
• Toxicologia: área da farmacologia que se dedica ao estudo dos efeitos tóxicos dos fármacos e/ou produtos tóxicos
de uso caseiro, agrícola ou industrial.
• Farmacogenética: área da farmacologia que estuda a influencia dos fatores genéticos sobre o fármaco ou eventuais
modificações induzidas pelo fármaco no material genético do organismo que o recebe.
• Fármaco: qualquer agente que pode modificar uma ou mais das funções de um organismo vivo, estes podem ser de
origem natural (vegetal, animal, mineral) ou sintéticos, e incluem medicamentos, produtos tóxicos ou venenos, assim
como meios químicos de diagnostico.
• Medicamento: qualquer fármaco utilizado com fins terapêuticos, quer seja profilático ou curativo
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Farmacologia
• Efeito secundário ou colateral: é um efeito diferente do efeito principal do fármaco. Pode ser benéfico,
indiferente ou indesejável
• Efeito adverso: efeito nocivo ou não desejado (toxicidade, efeito lateral, reação adversa) de uma substância
farmacológica corretamente prescrita e corretamente administrada
• Posologia: dose/intervalo necessário para obter o efeito desejado.
• Dose: é a quantidade a ser administrada de uma vez para produzir efeitos terapêuticos.
• Forma farmacêutica: é o estado em que o medicamento se apresenta para exercer seu efeito.
• Nomes de marca:
o Celebrex – celecoxib
o Cipralex – escitalopram
o Octaplex – fatores de coagulação do sangue
o Zemalex -picetoprofeno
o Melex – mexazolam
• Denominação comum internacional:
o Daunorrubicina
o Doxorrubicina
o Epirrubicina
o Idarrubicina
Medicamentos genéricos:
• É tipicamente um medicamento mais barato que a sua contrapartida de marca, devendo ser tão seguro e eficaz como
o original, partindo do princípio que satisfaz os seguintes critérios:
o Deve ter o mesmo princípio ativo e na mesma quantidade
o A mesma via de administração
o O mesmo perfil farmacocinético
o O mesmo efeito terapêutico
• Se estes critérios forem satisfeitos, diz-se que o medicamento é “bioequivalente” no entanto esta bioequivalência
não quer dizer que um determinado não quer dizer que um determinado doente não responda de maneira diferente,
uma vez que podem existir diferenças ao nível da absorção e metabolização, o que é particularmente importante
para medicamentos com uma margem terapêutica estreita.
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Farmacologia
• Ensaios clínicos:
o Administração dos medicamentos a humanos
o Fornece informação sobre dosagem, segurança e
eficácia
• Farmacovigilância
Farmacovigilância:
• Objetivos:
o Identificação precoce de possíveis efeitos adversos
o Monitorizar a segurança dos medicamentos na prática
clínica
o Avaliar a relação risco-benefício e implicações para a
saúde pública
o Intervir para minimizar o risco e maximizar o benefício
o Monitorizar o impacto das ações desenvolvidas
o Transmitir informações sobre dados de segurança
Prescrição off-label:
• Refere-se á utilização de fármacos para o tratamento de patologias para as quais o fármaco não foi originalmente
aprovado. Estas resultam de observações clínicas e estudos adicionais que determinam que o fármaco em questão
pode ser útil no tratamento de outras patologias
• Medicamentos que:
o Normalmente são utilizados para tratar problemas menores
o São considerados seguros para utilização pelo consumidor sem supervisão médica
o Apresentam um perfil de toxicidade bastante seguro
• Representam uma fonte importante de interações, reações adversas e sobredosagem
• Cabe aos profissionais de saúde educar os doentes relativamente ao uso correto destes medicamentos
• Todos os fármacos exercem as suas funções terapêuticas ao chegar a uma célula ou tecido alvo específico.
• O fármaco irá modificar a função da célula restaurando a sua função fisiológica normal ou ao prevenir o
desenvolvimento de um processo de doença.
• Em geral a dose de um fármaco deve ser suficiente para que uma concentração adequada do mesmo chegue ao local
de ação e consiga produzir efeito, no entanto esta não deve ser tão elevada que produza efeitos tóxicos.
Curvas dose-resposta:
Potencia:
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Farmacologia
• Conceito utilizado muitas vezes para comparar diferentes fármacos
• Esta relacionada com a dose que conduz uma dada intensidade de resposta.
• O fármaco mais potente é aquele para o qual é necessária uma menor dose para produzir o mesmo efeito que uma
dose mais alta de um segundo fármaco.
• Potencia não sinonimo de máxima eficácia, nem de efeito terapêutico geral.
Quanto menor a dose melhor é o fármaco.
Parâmetro calculados:
• Dose eficaz 50% (ED50): dose necessária para que metade dos
sujeitos em estudo apresentem efeitos terapêuticos.
• Dose tóxica 50% (TD50): dose necessária para metade dos sujeitos
em estudo apresentem efeitos tóxicos
• Índice terapêutico (TI): indicador da
segurança de um medicamento, sendo que
quanto maior for o seu valor mais seguro é o
medicamento.
Farmacocinética:
Visão geral:
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Farmacologia
• Vias de administração:
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Farmacologia
• Absorção lenta mas normalmente • Eventual necrose dos tecidos para
completa. fármacos mais irritantes.
• Volume máximo de 2 ml.
Transdérmica • Absorção através da pele, sem que • Os fármacos têm de ser capazes de
seja perfurada. atravessar a barreira da pele
• Permite a administração de (lipofilicidade).
formas de libertação prolongada. • A absorção pode ser influenciada
pela temperatura e humidade
corporal.
Tópica • Efeito local • Pode levar a efeitos sistémicos no
caso de haver absorção elevada
pelas características dos fármacos
(lipofilicidade) ou por lesão da pele.
Membranas biológicas:
Membrana celular:
• É composta por fosfolípidos e por proteínas (os fosfolípidos estão dispostos numa dupla camada com as cabeças
polares para o lado exterior da membrana e as caudas polares para o interior).
• As proteínas encontram.se dispersas na membrana, normalmente na porção extracelular, intracelular ou mesmo
atravessando a membrana e apresentando uma porção intra e extra celular.
• Lípidos: atuam como uma barreira á água, sendo no entanto possível a substâncias solúveis nos lípidos. A presença
de poros pode permitir a passagem de água e de outras substâncias com caracter polar, dependendo do seu tamanho,
carga e conformação tridimensional.
• Fármacos e outras substâncias passam através das barreiras biológicas por difusão passiva, difusão facilitada,
transporte ativo ou endocitose.
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Farmacologia
Difusão passiva:
• Gradiente de concentração: a difusão passiva ocorre apenas no sentido gradiente de concentração (do mais
concentrada para o menos concentrada).
• Área de superfície e vascularização: quanto maior a área de absorção e mais vascularizada, maior vai ser a
extensão da absorção do fármaco.
Efeito da ionização:
• Normalmente as células encontram-se juntas para formar barreiras físicas que separam dois compartimentos.
• Em alguns locais, as células formam junções apertadas, sem qualquer espaço entre células adjacentes (camada
epitelial do trato gastrointestinal ou endotélio capilar do cérebro), a passagem de fármacos através da barreira
envolve difusão para o interior celular e depois para o outro lado da barreira.
• Noutros tecidos como os capilares periféricos, existe um espaço considerável entre células adjacentes e que
permite a passagem de moléculas de grandes dimensões.
Transporte ativo:
• Envolve a utilização de transportadores específicos para a substância que esta a ser transportada, normalmente
são discriminadas com base na sua estrutura e carga.
• Necessita de despender energia, em forma de ATP.
• Consegue transportar moléculas contra o gradiente de concentração.
Transporte facilitado:
• Envolve a utilização de transportadores específicos para a substância que esta a ser transportada, são discriminadas
com base na sua estrutura e carga.
• Não requer dispêndio de energia.
• Não consegue transportar moléculas contra gradiente de concentração.
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Farmacologia
Biodisponibilidade:
• É o parâmetro que indica a extensão do fármaco que atinge a circulação sistémica depois da absorção e efeito de
primeira passagem, é expresso em percentagem da quantidade de fármacos administrada.
• Depende da via de administração e da capacidade de os fármacos atravessarem barreiras biológicas ou membranas
biológicas.
Distribuição:
• A distribuição refere-se á extensão pela qual os fármacos se distribuem uniformemente pelo organismo ou
são sequestrados num compartimento específico. Depende de vários fatores:
o Permeabilidade tecidular
o Fluxo sanguíneo.
o Ligação às proteínas plasmáticas.
o Ligação a componentes subcelulares.
Armazenamento:
• Apos a administração e absorção, muitos fármacos são em parte armazenados em alguns tecidos e órgãos,
previamente á eliminação.
o Adipócito.
o Osso.
o Musculo.
o Órgãos.
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Farmacologia
Volume de distribuição:
Metabolização:
Indução enzimática:
• Um problema frequente associado ao metabolismo é a indução enzimática. Isto acontece após exposição prolongada
a determinados medicamentos que induz ajustes no organismo para aumentar a degradação enzimática dos fármacos
a uma taxa mais elevada do que o habitual.
• Acontece por produção de mais enzimas ou menor degradação das mesmas.
• Assim é necessária uma maior dose do fármaco para levar ao mesmo efeito terapêutico, efeito conhecido como
tolerância.
Eliminação:
• Alem do rim, existem vias de eliminação importantes, como os pulmões e trato gastrointestinais.
Ultrafiltração no glomérulo:
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Farmacologia
Posologia:
• Na maioria das vezes é desejável atingir uma determinada concentração plasmática e mantê-la estável nesse nível.
• Variabilidade genética.
• Doenças.
• Interações medicamentosas.
• Dieta.
• Idade.
• Sexo.
• Estilo de vida.
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Farmacologia
Resumo:
Farmacodinâmica:
• Dinâmica da interação fármaco-recetor.
• Antagonismo fisiológico e químico.
• Mecanismos de sinalização.
• Mecanismos de regulação
Interação fármaco-recetor:
• Os recetores são moléculas especificas com as quais os fármacos interagem para produzir alterações na função
celular.
• Maioria dos recetores são proteínas.
• A estrutura tridimensional do recetor torna-o seletivo para determinados ligandos.
• Ligandos seletivos são moléculas que se ligam apenas a um grupo limitado de recetores.
• Ligandos não seletivos são moléculas que se ligam a um grande número de recetores diferentes.
• A interação entre os fármacos e os recetores ocorre através de ligações químicas:
o Covalentes (irreversíveis).
o Electroestáticas (ligações fracas e reversíveis).
o Hidrofóbicas (ligações muito fracas, extremamente comuns e reversíveis).
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Farmacologia
Curvas de dose resposta:
Margem terapêutica:
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Farmacologia
• Antagonistas competitivos:
o São aqueles que competem
com os agonistas ou
mensageiro natural pelo local
de ligação.
o Ligam-se ao recetor sem
alterar o rádio de recetor
ativo / recetor inativo.
o Se for dado agonista em
concentrações
suficientemente elevadas,
este pode impedir a ligação do antagonista ao recetor-
• Antagonistas não-competitivos:
o São aqueles que levam a uma diminuição da resposta máxima sem que haja desvios na curva.
o Ligam-se no local de ligação do agonista ou mensageiro natural de forma que se pode considerar irreversível
(libertação muito lenta dos recetores ou ligação permanente), normalmente através de ligações covalentes,
ou ligações electroestáticas e hidrófobas fortes.
Ligação alostérica:
Mecanismos de sinalização:
• Após ligação dos ligandos ou agonistas ao recetor, um mecanismo ejetor leva a alterações celulares que no final
levam a um efeito biológico.
• Maioria da interação fármaco-recetor envolve proteínas de membrana, que depois ativam o mecanismo ejetor no
interior da célula, iniciando uma série de mudanças intracelulares.
• O número de recetores num sistema biológico não é constante, variando consoante a sua capacidade de iniciar um
sinal como resultado da sua ligação a agonistas ou ligandos endógenos.
• Este número depende das ativações a curto-termo e a longo-termo dos recetores e de outras variações na
homeostase das células.
• A farmacoterapia pode assim ter um impacto significativo neste número de recetores.
• Downregulation: diminuição do número de recetores disponíveis devido a uma estimulação frequente ou contínua dos
mesmos.
o Bloqueio do acesso à forma ativada de proteínas G.
o Internalização dos recetores por endocitose.
o Perda de substratos essenciais para produzir os efeitos intracelulares necessários (apenas a curto-termo).
• Upregulation - aumento do número de recetores disponíveis.
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Farmacologia
o Falta de estimulação prolongada ou bloqueio crónico dos recetores pode levar a diminuição da degradação
dos mesmos (ex: bloqueadores β - recetores cardíacos)
Analgésicos
Paracetamol
Ação periférica
AINEs
Esteróides Glucocorticóides
Anti-inflamatórios
Não-esteróides AINEs
• Alvos terapêuticos:
o Ciclooxigenase-1.
o Ciclooxigenase-2.
• Efeitos fisiológicos: Inibição da síntese de ecosanóides:
o Tromboxanos.
o Prostaglandinas
Eicosanóides:
• Os eicosanóides pertencem à família dos ácidos gordos polinsaturados, com 20 átomos de carbono, derivados do
ácido araquidónico.
o Prostaglandinas (PG): PG2, PGF2α, PGI2.
o Tromboxanos (TX): TXA2.
o Leucotrienos (LT): LTC4, LTD4, LTE4
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Farmacologia
Manutenção do fluxo sanguíneo PGE2, PGI2 Vasodilatação > aumento da
renal filtração glomerular > aumento da
diurese
Função pulmonar PGD2, PGF2, TXA2, LTC4, LTD4 Broncoconstrição
Febre PGE2
Sistema imunitário TXA2 e LT Aumentam rejeição órgãos
Agregação plaquetar PGI2 , PGE1, PGE2 e PGD2 - Inibem a agregação plaquetar
TXA2 - Estimula a agregação plaquetar
Contrações uterinas PGD2, PGE e PGF2α Causam contração uterina
Responsáveis por dismenorreia
primária
• Nota: os efeitos observados em ratos knockout, referem-se aos efeitos observados em ratos com esses recetores
ausentes, pelo que os efeitos fisiológicos dos eicosanóides são exatamente opostos aos descritos na tabela.
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Farmacologia
Utilizações terapêuticas dos eicosanóides:
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Farmacologia
Efeito analgésico:
Estimulo
mecânico,
térmico, químico
Dor
Lesão tecidual
Libertacao de
prostaglandinas
Sensibilizacao de
nociceptores
Bradicinina,
histamina
Fibras
aferentes
Efeito antipirético:
Pirogeneos
exógenos
Febre
Estimulação da produção de
PGE2
Centro
termorregulador
do hipotalamo
• A ação de substâncias pirogénicas no hipotálamo gera elevação da temperatura (febre), processo mediado por PGE2.
• Os AINEs ao bloquear a síntese de PGE2, normalizam a temperatura.
• Nota: apenas a febre, não diminuem a temperatura normal.
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Farmacologia
Efeito anti-inflamatório:
Estimulos mecânicos.
térmicos, químicos
Lesão tecidual
Libertacao de
prostaglandinas
Resposta inflamatoria:
vasodilatação, quimiotaxia e
libertação de outros mediadores
(histamina, bradicinina, etc)
Outros efeitos:
Tromboxano A2
Vasoconstrição.
Agregação plaquetar.
• Os AINEs bloqueiam a síntese de Tromboxano A2, e assim apresentam efeito anti-agregante plaquetar.
Efeitos dose-dependente:
• Todos os AINE têm maior potência como analgésicos e antipiréticos do que como agentes anti-inflamatórios.
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Farmacologia
Anti-inflamatórios não esteróides:
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Farmacologia
Cicloxigenases:
• COX-1: Expressa
constitutivamente e
responsável pela
homeostasia renal, pela
proteção da mucosa
gástrica e função
plaquetar.
• COX-2: Induzida após um
estímulo e responsável
pela resposta da dor,
inflamação e febre,
apresentando efeitos
homeostásico limitados.
Farmacocinética
Efeitos adversos:
• Os anti-inflamatórios não esteróides inibem a produção de muco e carbonato (HCO3-) ao nível da mucosa gástrica,
impedindo assim a proteção da mucosa.
• Menos severos:
o Pirose
o Dispepsia
o Gastrite
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Farmacologia
o Diarreia/obstipação
• Mais severos:
o Erosão da parede gástrica
o Úlcera gastroduodenal (hemorragias digestivas, perfuração gástrica)
• Fatores de risco:
o Estabelecidos:
▪ Idade superior a 65 anos
▪ História de úlcera pética ou hemorragias nastro-intestinais
▪ Utilização concomitante de corticosteroides
▪ Doses elevadas
▪ Combinação com outros AINEs
▪ Utilização concomitante com anticoagulantes
▪ Utilização concomitante com antiagregantes plaquetares
▪ Doença cardiovasculares
▪ Artrite reumatoide.
o Possíveis:
▪ Utilização prolongada
▪ Infeção por helicobacter pilori.
o Questionáveis:
▪ Tabagismo
▪ Consumo de álcool
• Os anti-inflamatórios não esteróides inibem a COX-1 existente nas plaquetas, o que leva à inibição da síntese de
Tromboxano A2, diminuindo a agregação plaquetar Risco de hemorragias.
• Os anti-inflamatórios não esteróides inibem a síntese de prostaglandinas renais PGI2, PGE2, TXA2 e PGF2,
essenciais para manutenção da homeostase renal (perfusão renal e excreção de Na+ e H2O). Isto leva a uma
diminuição da função renal, com aumento da ureia e creatinina plasmáticas e aumento do volume plasmático o que
pode levar a sobrecarga cardíaca.
o Edema (mais comum)
o Hipertensão arterial (se tomados por mais de 5 dias)
o Agravamento da insuficiência cardíaca
o Hipertensão
o Hipercalemia
o Insuficiência renal aguda
o Síndrome nefrótico
o Diminuição do efeito do diurético
• Nota: Doentes insuficientes renais, diabéticos, com insuficiência cardíaca e com nefropatias devem ser
monitorizados.
o Hipersensibilidade
o Exacerbação da asma (aumento dos leucotrienos*)
o Rinite vasomotora (rinorreia)
o Rashes, urticária, erupção cutânea
o Reações de fotossensibilidade
o Angioedema
• A prevalência das reações de hipersensibilidade aos AINEs ocorre em 0,1 e 0,3% da população, existe
hipersensibilidade cruzada entre AINEs.
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Farmacologia
* Os anti-inflamatórios não esteróides ao inibirem a COX-1, diminuem a ação inibitória ao nível da ativação dos
mastócitos (células de vida longa originados da linhagem hematopoética que, após a sua maturação, ainda mantêm a sua
capacidade proliferativa; têm uma grande importância na defesa contra bactérias) por parte da PGE2, o que aumenta a
libertação de histamina e leucotrienos.
• Efeitos hepáticos:
o Elevação das enzimas hepáticas
o Lesões hepatocelulares (diclofenac e sulindac mais associados com hepatotoxicidade)
o Insuficiência hepática (rara)
• Fatores de risco:
o Sexo feminino; Ter mais de 50 anos
o Doença autoimune subjacente
• Efeitos uterinos:
o Diminuição da motilidade uterina (inibição da produção de PGE e PGF)
o Aumento do tempo de trabalho de parto
o Risco aumentado de hemorragias
• Fatores de risco:
o Terceiro trimestre da gravidez
Ácido acetilsalicílico:
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Farmacologia
Metabolização:
Eliminação:
• O ácido acetilsalicílico e os seus metabolitos apresentam uma eliminação renal, e quanto maior a dose, maior a
excreção de fármaco não modificado ou não metabolizado.
• A eliminação renal é dependente do pH:
o Urina alcalina (pH 8,0 → 80% de salicilato livre).
o Urina ácida (pH 4,0 → 10% de salicilato livre).
• Um pH da urina elevado leva a um aumento da eliminação dos salicilatos (ex: toma concomitante de antiácidos).
Efeitos adversos:
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Farmacologia
o Hiperglicémia
o Convulsões, coma
*Toxicidade: Salicílismo Dose > 150 mg/Kg = intoxicação GRAVE (70Kg= 10,5g =21 comprimidos de 500 mg)
• O ácido acetilsalicílico atua sobre os processos de fosforilação oxidativa e aumenta o consumo de O2 e produção
de CO2
• Estimula diretamente o centro respiratório, levando a hiperventilação
• Doses elevadas apresenta um efeito depressor na medula
Contraindicações:
• Úlcera gastrointestinal:
• Hemofilia
• Asma, doença pulmonar crónica obstrutiva (DPCO)
• Grávidas
• Gota
• Hipoalbuminémia
• Crianças com infeções víricas (pode dar origem a Síndrome de Reye - encefalopatia aguda com inflamação do cérebro
e acumulação rápida de gorduras no fígado.
Interações farmacológicas:
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Farmacologia
Ibuprofeno:
• Indicações terapêuticas:
o Analgésico
o Anti-pirético
o Anti-inflamatório
o Dismenoreia primária
Indicação Dose/intervalo
Adulto DOR E FEBRE 200-400 mg/6-8h
Efeitos adversos:
Naproxeno:
• Indicações terapêuticas: artrite reumatoide juvenil, osteoartrite, espondilite anquilosante, dismenoreia primária,
tendinite, bursite, gota aguda.
Farmacocinética
• Efeitos adversos:
o Efeitos consistentes com os outros anti-inflamatórios não esteróides
o Efeitos gastrointestinais
o Tonturas, cefaleias, vertigens
o Prurido
o Diaforese
Diclofenac:
• Indicações terapêuticas: Potente anti-inflamatório que também inibe a lipoxigenase (diminui a síntese de
leucotrienos); Inflamação crónica: artrite reumatóide, etc.
Farmacocinética:
• Efeitos adversos:
o Efeitos GI
o Aumento das transaminases hepáticas
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Farmacologia
Piroxicam (Oxicams):
Farmacocinética:
• Reações adversas:
o Menor incidência de efeitos gastrointestinais
o Cefaleias
o Tonturas
o Rash
*Potente inibidor, síntese de prostaglandinas, inibe agregação neutrófilos, também inibe lipoxigenase (diminuição dos
leucotrienos)
Indometacina:
• Utilizações terapêuticas: Artrite gotosa aguda; Artrite reumatóide; Espondilite anquilosante; Inflamações extra-
articulares (ex: pericardite)
Farmacocinética:
• Efeitos adversos:
o Aumento dos efeitos adversos quando comparado com outros AINEs (30-50%)
o Gastrointestinais (epigastralgia, náuseas, dor abdominal, diarreia, ulceração, hemorragia, pancreatite)
o Cefaleia, tonturas, confusão, depressão
o Alterações hematológicas (neutropenia, trombocitopenia, anemia aplásica).
*Potente inibidor síntese de prostaglandinas, inibe agregação neutrófilos, também inibe lipoxigenase (diminuição dos
leucotrienos)
Nimesulide:
• Indicações terapêuticas: Potente anti-inflamatório indicado para dor aguda e dismenorreia primária
Farmacocinética:
• Efeitos adversos:
o Efeitos GI comuns aos AINEs
o Efeitos cutâneos (diaforese, Rash, prurido, eritema, rubor)
o Efeitos no SNC
o Hepatotoxicidade (Não aconselhado para terapêuticas prolongadas).
• Indicações terapêuticas: Osteoartrite, artrite reumatoide, artrite reumatoide juvenil, espondilose anquilosante, e
dismenorreia primária.
Farmacocinética:
• Efeitos adversos:
o Risco de enfarte do miocárdio e trombose (relacionado com a dose, duração do tratamento e risco pré-
existente de doença cardiovascular) (ocorre devido à inibição da produção de prostaglandinas no rim, e
consequente hipertensão e edema (retenção de Na+ e K+)).
o Diminuição da densidade óssea
o Menor incidência de efeitos gastrointestinais
o Não interferem com a agregação plaquetar
• Contraindicações:
o Não administrar a pessoas alérgicas às sulfonamidas.
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Farmacologia
*<< efeitos GI (náuseas, dispepsia)
Paracetamol:
• O paracetamol aumenta o limiar do estímulo doloroso, apresentando um efeito analgésico na dor com várias
etiologias.
• É bem tolerado, no entanto a sobredosagem pode levar a danos hepáticos graves
• Dose terapêutica:
o Adultos: 500-1000 mg oral, 4-6 h Máximo: 4 g/dia
o Crianças: 10-15mg/Kg/dose, 4-6h Máximo: 80mg/Kg/dia para crianças com <37kg).
Mecanismo de ação:
Farmacocinética:
Metabolização:
Efeitos adversos:
• Doses terapêuticas não apresentam efeitos clinicamente relevantes a nível cardiovascular, respiratório, plaquetar
ou coagulatório.
• Os efeitos adversos gastrointestinais são menos frequentes que com os outros AINES
• Rash e outras reações alérgicas ocorrem ocasionalmente mas são mais graves que com os outros AINES e podem
ser acompanhadas de febre e lesões na mucosa.
• Doentes com hipersensibilidade aos salícilatos raramente exibem sensibilidade ao paracetamol.
• O efeito adverso mais grave resulta da intoxicação de paracetamol é a necrose hepática.
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Farmacologia
• Nos adultos a hepatotoxicidade ocorre após ingestão de uma dose única de 10-15g (150-250mg/kg), 20-25 g são
potencialmente fatais.
• Interagem com o álcool que leva à depleção de GSH, induzindo toxicidade pelo paracetamol mesmo quando em doses
terapêuticas
Hepatotoxicidade:
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Farmacologia
Piroxicam • Pico plasmático: 4 - 5 h e • Ligação às proteínas • Hepática • t1/2: 42 -72h
12 - 14 h (devido a plasmáticas elevada (99%) • Excretado no
reciclagem biliar) leite
Indometacina • Pico plasmático: 1-2h • Elevada ligação as proteínas • O-desmetilação •
plasmáticas (99%) (50%)
Nimesulide • Absorvido rapidamente • Elevada ligação as proteínas • Hepática • Renal (+/- ½: 2-
no trato gastrointestinal plasmáticas (99%) 5,5h
• Pico plasmático: 1-3h
Celecoxib • Absorvido rapidamente • Elevada ligação às proteínas • Hepática • Renal (+/- ½: 2-
no trato gastrointestinal plasmáticas (97%) 11.2h
• Pico plasmático: 3h
Paracetamol • Absorção • Distribui-se de forma uniforme • Principalmente
gastrointestinal rápida e por todos os líquidos metabolizado
quase completa corporais por conjunção
• Efeito de 1ª passagem: • Volume de distribuição: 1 L/kg hepática
20%
• Pico plasmático: 30-
60min
• Tempo de semi-vida: 2-
3h
Corticosteroides: glucocorticoides e mineralocorticoides:
• AINEs:
o Inibem COX (1, 2, 1+2)
o Inibem a síntese de PG e TX
• Anti-leucotrienos:
o Inibem lipoxigenase (zileuton)
o Bloqueiam os recept dos LT (montelukast, zafirlukast)
• Corticosteróides:
o Inibem fosfolipase A2:
o Inibem síntese de PG, TX e LT.
Glucocorticóides:
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Farmacologia
Biossíntese de hormonas adrenocorticais:
Mecanismo de ação:
Genómicos Não-genómicos
Lento; Rápido;
Várias horas; Alguns minutos;
Ativação de genes; Interferência com a fluidez
Aumento síntese de das membranas celulares;
proteínas anti-
inflamatórias;
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Farmacologia
Repressão de genes Ativação de recetores
pró-inflamatórios membranares (GR, GABA A,
(citosinas, moléculas de etc,);
adesão, enzimas);
Efeitos dos corticosteróides:
• Glucocorticóides:
o Ação anti-inflamatória
o Metabolismo dos hidratos de carbono
o Metabolismo das proteínas
o Metabolismo dos lípidos
o Manutenção da pressão arterial
o Efeitos no stress
• Mineralocorticóides:
o Controlo da pressão arterial
o Níveis de potássio sanguíneo
o pH do sangue
o Reabsorção de sódio e água no rim
Aplicações clínicas:
• Imunomoduladores
• Anti-inflamatórios
• Terapia substitutiva (disfunção adrenal)
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Farmacologia
neutropenia auto-imune, trombocitopenia, reações
transfusionais.
Oncologia Linfomas, leucemias.
Gastroenterologia Doenças inflamatórias intestinais, algumas
hepatopatias.
Infetologia Meningite, tuberculose, sepses.
Nefrologia Nefrite
Cardiovascular Cardite reumática, miocardite, pericardite,
hemangioma, choque hemodinâmico, choque
endotóxico.
Dermatologia Eczema, dermatite, neurodermite, pênfigo, alopecia
areata, líquen plano, micose fungóide, necrose
epidérmica tóxica, psoríase, lúpus discóide,
granuloma anular.
Otorrinolaringologia Rinite, otite, sinusite, epiglotite, laringite, estenose
traqueal, polipose.
Obstetrícia Prevenção da síndrome do desconforto respiratório
do recém-nascido.
Utilizações terapêuticas:
Oncologia:
• Em combinação com agentes antineoplásicos no tratamento de neoplasias especifícas (p.ex., doença de Hodgkin,
leucemia linfocítica aguda) - efeitos inibitórios sobre a proliferação de linfócitos.
• Para reduzir o edema cerebral em doentes com tumores cerebrais primários e metastásicos (dexametasona).
• Como componente do tratamento antiemético em combinação com a quimioterapia.
• Neurologia: Diminuição do edema cerebral
• Nenonatologia: Diminuição do síndrome da angústia respiratória do recém-nascido - SARRN ou doença da membrana
hialina (produção insuficiente de surfactante pulmonar, com colapso alveolar), uma vez que estes aumentam a
maturidade pulmonar, aumentam produção de surfactante pulmonar e diminuem o edema pulmonar.
Farmacocinética:
Vias de administração:
• Utilização tópica:
33
Farmacologia
o Via inalatória (asma, DPCO)
o Via ocular (conjuntivite)
o Via nasal (rinite alérgica)
o Via cutânea (urticária, psoríase, dermatite,...)
o Via intra-articular (inflamações articulares)
• Utilização sistémica:
o Via oral
o Via parentérica.
• Distribuição:
o Elevada ligação à CBG (cortisol binding globulin) ou transcortina (80-90%)
o Baixa ligação à albumina (10%)
o São extremamente lipofílicos entrando por difusão passiva em quase todas as células
• Metabolização:
o Hepática (CYP3A4)
• Excreção:
o Urinária
Efeitos adversos:
• Locais:
o Secura e irritação da mucosa nasal e oral
o Sensação de queimadura da mucosa
o Alteração do paladar e olfato
o Disfonia
o Odinofagia
o Candidíase oral, orofaríngea e esofágica
*A maior parte dos corticosteróides disponíveis no mercado pertencem, nas concentrações mais usadas, ao grupo de
potência moderada.
*A telangiectasia é uma modificação da rede capilar que associa multiplicação, anomalia de estrutura e dilatação dos
vasos.
• HTA:
o Retenção Na+ e aumento V plasmático
o ↑ resposta à angiotensina II e catecolaminas.
• Glaucoma, cataratas.
• Sistema nervoso central:
o Euforia, psicose, insónia
o Quadros convulsivos, simulando pseudotumor cerebral e alterações do humor (altas doses por tempo
prolongado)
• Efeitos gastrointestinais:
o Úlcera péptica
o Hemorragia digestiva (> se outros fatores de risco: AINEs, AC, idosos...)
• Efeitos hematológicos:
o Diminuição do nº de linfócitos, eosinófilos, monócitos e basófilos.
• Insuficiência suprarrenal aguda:
o Supressão eixo hipotálamo-hipófise anterior-suprarrenal.
o Tratamentos > a 2 semanas:
▪ Efeitos de feedback negativo: administração de glicocorticoides exógenos ↓ a secreção de CRH e
ACTH
→ inibe secreção glicocorticoides endógenos
→ atrofia córtex suprarrenal.
• Supressão síntese e secreção de gonadotrofinas:
o Hipogonadismo
o Anovulação, Oligomenorreia
• Síndrome de Cushing iatrogénico:
o Exposição a elevadas concs. de glicocorticoides
• HTA
• Insuficiência cardíaca congestiva
• Insuficiência renal
• Osteoporose
• Epilepsia mal controlada
• Úlcera GI
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Farmacologia
• Estados de infeção
• Diabetes (CI relativa)
Interações:
• Utilizações terapêuticas:
o Terapia de reposição (Fludrocortisona)
• Nota: a aldosterona não se usa na terapêutica pela curta duração de ação (t1/2 de 15 min vs 18-36h)
• Mecanismo de ação:
o Aumentam a reabsorção de Na+ e H2O nos túbulos distais do rim
o Aumentam a excreção de K+
• Efeitos adversos:
o Podem induzir hipertensão arterial e edemas.
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Farmacologia
Fármacos que atuam ao nível de alergias:
• Anti-histamínicos: Histamina:
o É uma molécula hidrofílica que contêm um anel imidazólico e um grupo amina ligado por um grupo etileno;
o Atua em quatro classes de recetores, designados H1, H2, H3, e H4, todos ligados a proteínas G (G-protein
coupled receptors (GPCR));
o A resposta destes recetores é ativada ou inibida de forma diferencial por análogos da histamina ou por
antagonistas específicos, respetivamente;
o A histamina encontra-se em quase todos os tecidos nos mamíferos;
o As concentrações de histamina no plasma e outros fluídos é normalmente muito baixa, no entanto é
significativamente alta no líquido cefalorraquidiano;
o A concentração de histamina é particularmente elevada nos tecidos que contêm um elevado número de
mastócitos, como a pele, mucosa brônquica e mucosa intestinal;
o A histamina é sintetizada a partir do aminoácido histidina, após a sua descarboxilação pela L-histidina
descarboxílase.
Metabolização:
Armazenamento:
• A histamina é normalmente armazenada nos grânulos secretários dos mastócitos e basófilos, onde se encontra
carregada positivamente e complexada com grupos carregados negativos dos outros constituintes dos grânulos
(proteases, heparina, proteoglicanos, etc.);
• Nestas células a histamina é armazenada durante longos períodos, pelo que o seu turnover é lento;
Libertação:
• A histamina é libertada dos grânulos como resultado da interação de antigénios com anticorpos IgE existentes na
superfície celular dos mastócitos;
• Adicionalmente, a libertação de histamina pelos mastócitos, pode ocorrer também por lesão mecânica.
Resposta alérgica:
• As células responsáveis pelas respostas de hipersensibilidade são os mastócitos e os basófilos, que produzem
anticorpos IgE, que se ligam à porção externa da membrana celular via recetores FC;
• Quando ocorre a ligação de um antigénio, o recetor é ativado, ativando tirosina cinases, que subsequentemente
catalisam a fosforilação de vários substratos proteicos;
• Estes eventos levam à exocitose do conteúdo dos grânulos secretórios que contêm histamina, assim como de outros
compostos, como serotonina, proteases, enzimas lisossómicas, citocinas, proteoglicanos;
• A estimulação deste recetor também ativa a PLA2, responsável pela produção de PG, LT, TX;
• A histamina apresenta um papel central na hipersensibilidade e respostas alérgicas imediatas, quer ao nível dos
brônquios quer ao nível dos vasos sanguíneos;
• A histamina é um quimioatractor dos leucócitos, apresenta um papel importante na regulação da acidez gástrica e
modula a libertação de neurotransmissores;
• A histamina é também libertada dos mastócitos após contacto com vários compostos básicos, por interação direta
destes como as proteínas G, ou ativação de um recetor GPCR, chamado MRGRX2, específico dos mastócitos;
• A libertação de histamina é mais provável se estes compostos forem administrados por via intravenosa (ex:
tubocurarina, succinilcolina, morfina, alguns antibióticos, alguns carbohidratos existentes como expansores do
volume plasmático e meios de radiocontraste));
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Farmacologia
• Em segundos, a pessoa sente sensação de ardor e comichão, mais marcada nas palmas da mão, cara, coro cabeludo e
orelhas, seguido por uma sensação de calor intenso;
• Ocorre rubor que se espalha rápidamente pelo torso, a pressão arterial diminui, o ritmo cardíaco aumenta, e
normalmente ocorrem cefaleias;
• Após alguns minutos a pressão arterial recupera, e aparecem manchas de urticária na pele;
• Cólicas, náusea, hipersecreção de ácido e broncospasmo moderado também ocorrem frequentemente;
• O efeito é menos intenso após administrações sucessivas, uma vez que os grânulos nos mastócitos ficam depletados
de histamina;
Libertação:
• A histamina é também formada noutras células como as células da epiderme, células enterocromafins da mucosa
gástrica, neurónios do sistema nervoso central e células em tecidos em regeneração ou com em rápido crescimento;
• Nestas células a libertação de histamina contínua, e não é armazenada, pelo que o seu turnover é rápido.
• Células enterocromafins da mucosa gástrica:
o A histamina promove a produção de ácido gástrico, pepsina e factor intrínseco no estômago por interação
com os recetores H2;
o Esta secreção pelas células parietais é adicionalmente estimulada pelo nervo vago e pela hormona entérica
gástrica, embora que a produção gástrica é predominantemente mediada pela histamina;
• Sistema nervoso central:
o Os neurónios que contêm histamina afetam funções homeostáticas e funções superiores no cérebro,
incluindo regulação do ciclo de sono-acordado, ciclo circadiano, ritmo alimentar, imunidade, aprendizagem,
memória, ingestão de líquidos e temperatura corporal;
o Tanto os recetores H1, H2 e H3 como a enzima histidina-descarboxílase encontra-se distribuídos
amplamente, mas não de forma uniforme, pelo sistema nervoso central;
o Os recetores H1 estão normalmente associados a células neuronais e não neuronais, responsáveis pelo
controlo neuroendocrino, comportamental e nutricional, inibindo o apetite e levando estados de alerta;
o Os recetores H2 estão normalmente associados a projeções histaminergicas, sugerindo que mediam muitas
das ações pós-sinápticas da histamina;
o Os recetores H3 encontram-se associados a neurónios pré-sinápticos;
• Patologias:
o Urticaria pigmentosa - os mastócitos agregam-se na camada superficial da pele e. Dão origem a lesões
cutâneas pigmentadas que doem quando pressionadas;
o Mastócitos sistémica - há uma proliferação excessiva de mastócitos por vários órgãos;
o Leucemia mieloide - elevação dos basófilos sanguíneos;
o Tumores carcinoides gástricos - segregam histamina.
*Sintomas: urticária, dermografismo, prurido, cefaleias, fraqueza, hipotensão, rubor facial, diarreia e úlcera péptica.
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Farmacologia
Agonistas histamínicos:
• Cardiovasculares:
o Vasodilatação e diminuição da pressão arterial sistémica:
▪ Ativação da eNOS, e subsequente ação do NO, por ativação do H1;
▪ Estimulação da AMPc-PKA, por ativação do H2;
▪ Nota: Em alguns vasos, ocorre constrição, o que leva a extravasão e edema nos capilares e vénulas
pós-capilares;
o Aumento da permeabilidade capilar:
▪ Ativação do OhoA e ROCK que estimula a maquinaria contrátil dos vasos de pequeno calibre e afeta
as junções interendoteliais;
o Aumento da força de contração cardíaca e aumento do ritmo cardíaco:
▪ Promove o influxo de Ca2+, promove a despolarização do nódulo SA, o que ocorre principalmente
por ativação do H2;
▪ Diminui a condução AV aumentando a automaticidade, o que ocorre principalmente por ativação do
H1;
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Farmacologia
• Sistema nervoso central:
o Os antagonistas H1 de primeira geração conseguem estimular e deprimir o sistema nervoso central;
o A estimulação dá origem a inquietação, nervosismo e insónias. Esta ocorre também em casos de overdose,
o que pode resultar em convulsões, particularmente em crianças.
o A depressão, dá origem a sonolência e sedação;
• Efeitos anticolinérgicos:
o Muitos antagonistas H1 de primeira geração conseguem inibir a resposta muscarinica colinérgica, sendo
eficazes no combate ao enjoo.
• Sedação, tonturas, náuseas, vómitos, cansaço, descoordenação, zumbidos, diplopia e visão turva;
• Insónia, tremores, nervosismo, euforia (em vez dos anteriores, apenas em alguns casos, especialmente em crianças
e mulheres de baixo peso);
• Aumento do apetite;
• Secura das mucosas e vias respiratórias • Reações alérgicas em preparações tópicas;
• Hipersensibilidade à luz.
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Farmacologia
o Tratamento de outras doenças gastrointestinais.
• Anti-histamínicos H3:
o Doença de défice de atenção;
o Epilepsia;
o Deficiência cognitiva;
o Esquizofrenia;
o Obesidade;
o Dor neuropatia;
o Alzheimer;
o Promovem o estado de alerta, melhoram a função cognitiva, a memória, a aprendizagem e atenção, reduzem
o apetite.
• Anti-histamínicos H4:
o Doenças inflamatórias;
o Prurido;
o Dor neuropática;
o Mediação da quimiotaxia induzida por histamina, alterações da forma celular, secreção de citoquinas adesão
molecular.
• Asma:
o A asma é uma doença crónica inflamatória das vias respiratórias, que normalmente começa cedo na infância
e pode desaparecer na adolescência e reaparecer na idade adulta, não alterando normalmente a sua
severidade ao longo da vida;
o É caracterizada pela ativação de mastócitos, infiltração de eosinófilos, linfócitos do tipo 2 ajudantes TH2
, e linfócitos do tipo 2 inatos ILC2 nas vias respiratórias;
o Esta ativação de mastócitos (por alergénios e estímulos físicos) levam á libertação de histamina, LTD4 e
PGD2 que são mediadores da broncoconstrição, e que adicionalmente provocam extravasão microvascular e
exsudação;
o A inflamação crónica parece ser induzida pelas células dendríticas que regulam os TH2 e que levam à
inflamação eosinófila, assim como à formação de IgE pelos linfócitos.
o O epitélio apresenta um papel importante na libertação de múltiplos fatores inflamatórios e na libertação
de fatores de crescimento na tentativa de reparar danos causados pela inflamação;
o A inflamação crónica pode levar a alterações estruturais das vias aéreas, incluindo um aumento no numero
e tamanho das células do musculo liso das vias aéreas, vasos sanguíneos e células secretoras de muco.
o Hiper reatividade brônquica;
o Edema das vias respiratórias;
o Hipersecreção de muco;
o Dispneia;
o Tosse;
o Sensação de pressão torácica
o Hipertrofia da musculatura lisa;
o Descamação das células epiteliais (por reação inflamatória a estímulos inespecíficos como odores fortes,
frio, poluentes, alérgenos sazonais, ácaros, etc.).
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Farmacologia
Tratamento da asma:
Broncodilatadores:
• Levam ao relaxamento do músculo liso das vias aéreas contraídas, levando ao reversão imediata da obstrução das
vias aéreas na asma, adicionalmente também conseguem prevenir broncoconstrição e assim fornecem
broncoprotecção.
• Broncodilatadores;
o Agonistas adrenérgicos β2 (simpaticomiméticos);
o Agentes anticolinérgicos (antagonistas muscarínicos);
o Metilxantinas Broncodilatadores.
• Os agonistas adrenérgicos β2 administrados por via inalatória são o tratamento de escolha na asma;
• São os broncodilatadores mais eficazes e apresentam efeitos adversos mínimos quando utilizados corretamente;
• A administração sistémica de agonistas β não seletivos, como o isoproterenol (isoprenalina) ou metaproterenol deve
ser apenas realizada como último recurso.
Mecanismo de ação:
• A ligação dos agonistas β2 ao recetor leva à ativação da via da GS-adenilato ciclase-cAMP-PKA, ativando a proteína
cinase A (PKA), o que resulta numa série de eventos fosforilativos, e diminuição da hidrólise do fostatidilinositol
(PI), aumento da atividade da Na+/K+ ATPase e diminuição da atividade da miosina-cinase de cadeia leve (MLCK) o
que leva ao relaxamento do musculo liso das vias aéreas.
• Podem também causar broncodilatação indiretamente ao inibir a libertação de mediadores broncoconstritores de
células inflamatórias e de neurotransmissores broncoconstritores das células nervosas das vias respiratórias:
o Prevenção da libertação de mediadores de mastócitos isolados (recetores β2);
o Prevenção da perfusão microvascular e consequente edema brônquico após exposição a mediadores como a
histamina, LTD4 e PGD2;
o Aumento da secreção de muco pelas glândulas submucosas e do transporte iónico nas células epiteliais das
vias aéreas (aumento da motilidade ciliar e limpeza);
o Redução da neurotransmissão dos nervos colinérgicos das vias aéreas ao inibir a libertação de ACh pelos
recetores pré-sinápticos β2.
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Farmacologia
• Os agonistas β2 de curta duração de ação são os broncodilatadores mais utilizados e eficazes no tratamento da
asma (tratamento de primeira lina na crise asmática);
• São extremamente eficazes em casos severos agudos de asma;
• Quando inalados apresentam um início de ação rápido;
• Não apresentam efeitos sistémicos significantes;
• São eficazes ao proteger contra vários agentes despoletadores da asma como exercício, ar frio e alergénios;
• Devem ser apenas utilizados em caso de necessidade e não numa base regular (podem levar taquifilaxia e
broncospasmo rebound em caso de suspensão súbita);
• Utilização aumentada indica a necessidade de terapia anti-inflamatória;
• Utilização oral:
o Encontram-se indicados como um broncodilatador adicional;
o Formas de libertação prolongadas estão indicadas para o tratamento da asma nocturna;
o Apresentam um maior risco para efeitos adversos;
• Salmeterol, formoterol e arformoterol (> 12 h), indacaterol, vilanterol e olodaterol (> 24h));
• São lipofílicos e capazes de interagir com a membrana celular lipídica, o que permite um maior tempo acoplados ao
recetor β-adrenérgico.
Efeitos adversos:
• Os efeitos adversos são dose dependentes e devem-se à estimulação dos recetores β extrapulmonares, não sendo
comuns na administração inalatória, mas muito frequentes com a oral ou intravenosa;
• Comuns:
o Tremor muscular (efeito direto nos recetores β2 do músculo esquelético);
o Taquicardia (efeito direto sobre os recetores β2 atriais, efeito reflexo do aumento da vasodilatação
periférica por meio dos recetores β2);
o Hipocalemia (efeito β2 direto na captação de K + pelo músculo esquelético);
o Agitação, inquietação, nervosismo;
o Hipoxia (↑ da incompatibilidade V / Q devido à reversão da vasoconstrição hipóxiaca pulmonar);
o Efeitos metabólicos (↑ ácidos gordos livres, glicose, lactato, piruvato, insulina) comuns após administração
de doses sistémicas elevadas.
• A longo prazo:
o O uso regular de agonistas β2 inalados encontra-se associada ao aumento da morbidade da asma, existindo
algumas evidências de que podem aumentar a asma induzida por alérgenos e a eosinofilia na expetoração;
o Aumento das mortalidade em doentes a tomar agonistas β2 de longa duração de ação sem corticosteróides,
uma vez que as tomas são mais frequentes se a inflamação não estiver controlada;
• Raros:
o Prolongamento do intervalo QT (arritmias) (salbitamol, salmeterol, terbutalina).
Interações medicamentosas:
• Os agonistas beta 2 devem ser administrados com precaução em doentes medicados com fármacos que
prolongam o intervalo QT, pois a ação dos agonistas adrenérgicos no sistema cardiovascular pode ser
potenciada por estes fármacos:
o Quinidina, Disopiramida, Procainamida (anti-arrítmicos);
o Fenotiazinas;
o Anti-histamínicos H1;
o Antidepressivos tricíclicos
• Beta-bloqueadores:
o Se o doente necessitar de terapêutica simultânea com bloqueadores beta, o fármaco deverá ser
cardiosseletivo, β1 (mas mesmo este tem risco de broncospasmo, especialmente em doentes com
antecedentes de asma);
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Farmacologia
• Fármacos que aumenta o risco de hipocaliémia:
o Diuréticos não poupadores de K+;
o Xantinas;
o Corticosteróides;
• Salmeterol com inibidores CYP 3A4:
o Eritromicina;
o Cetoconazol, itraconazol,…;
o Antiretrovirais;
o Etc.
• Os antagonistas colinérgicos muscarínicos são antagonistas endógenos da ACh nos recetores muscarínicos, que
inibem o efeito broncoconstritor mediado pelo nervo vago da ACh;
• Esta broncoconstrição mediada pela via vagal, pode ser estimulada por vários estímulos, como mecânicos, químicos
ou imunológicos;
• Os antagonista colinérgicos apenas conseguem inibir o efeito broncoconstritor reflexo vagal, não apresentando
efeito ao nível dos mediadores inflamatórios no musculo liso brônquico (leucotrieno e histamina);
• São menos eficazes como broncodilatadores que os agonistas β2, e menos eficientes na proteção brônquica;
• Apresentam um efeito sinérgico com os agonistas β2 no tratamento da asma aguda e crónica, e devem ser
considerados quando o tratamento com agonistas β2 não consegue por si só controlar a asma. • Na DPCO estes
fármacos podem ser tão ou mais eficazes que os agonistas β2, uma vez que apresentam um efeito inibitório no tónus
vagal.
• Antagonistas muscarínicos de longa duração de ação:
o Brometo de ipratropium;
o Brometo de tiotropium (mais seletivo para os recetores M3 e M1);
o Brometo de glicopirronium;
o Brometo de umeclidinium;
o Brometo de aclidinium;
Efeitos adversos:
• Os agentes anticolinérgicos inalados são normalmente bem tolerados, no entanto quando se suspende a terapêutica
existe um pequeno efeito rebound;
• Efeitos sistémicos são pouco comuns em administração inalatória;
• Redução das secreções e muco mais viscoso devido à inibição da secreção de muco colinérgica;
• Pode agravar o glaucoma em doentes idosos, devido ao efeito direto da nebula nos olhos;
• Broncoconstrição paradoxal, pela utilização de antibacterianos no aerossol e possivelmente por bloqueio dos
recetores M2 dos neurónios pré-juncionais das vias respiratórias que normalmente inibem a libertação de ACh;
• Xerostomia que normalmente desaparece com a continuação da terapêutica;
• Retenção urinária em doentes idosos (ocasional).
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Farmacologia
Metilxantinas:
Mecanismo de ação:
• O mecanismo de ação das metilxantinas ainda não está completamente esclarecido, existindo vários mecanismos
propostos:
o Inibição da fosfodiesterase (PDE), que aumenta os níveis de cAMP e GMPc e induzem broncodilação;
o Antagonismo no recetor da adenosina, impedindo o efeito broncoconstritor da adenosina que induz a
libertação de histamina e leucotrienos (o antagonismo dos recetores A1 pode ser responsável por efeitos
adversos sérios como arritmias e convulsões);
o Libertação de Interleucina 10, que é um anti-inflamatório de largo espectro, pensa-se que este efeito é
mediado pela inibição da atividade da PDE;
o Efeitos na transcrição génica, ao impedir a translocação da factor de transcrição pró-inflamatório NF-κB
para o núcleo;
• Aumentam a apoptose celular, revertendo diminuição na apoptose caraterística da asma que leva a uma vida
prolongada dos granulócitos, nos netrófilos pensa-se que este efeito é mediado pelo antagonismo dos recetores da
adenosina A2A, e nos linfócitos T via inibição da PDE;
• Ativação da histona desacetilase, ativando HDAC e favorecendo o efeito anti-inflamatório dos corticosteroides,
este efeito é mediado pela inibição da PI3-Cinase-δ que é ativada pelo stress oxidativo;
• A teofilina apresenta efeito anti-inflamatório ao inibir a resposta tardia a alergénios inalados ao reduzir a
infiltração de eosinófilos e linfócitos CD4 após contacto com o alérgeno;
• Em doentes com DPCO, reduz a o número total e proporção de neutrófilos no muco e a concentração de IL-8 e das
respostas hemotóxicas dos neutrófilos.
Efeitos secundários:
• Os efeitos secundários estão normalmente relacionados com a sua toxicidade por aumento das Cp acima de
15mg/L. • Cefaleias (inibição da PDE4):
o Náuseas e vómitos (inibição da PDE4);
o Desconforto gástrico (inibição da PDE4);
o Diurese (antagonismo do recetor da adenosina A1);
o Perturbações comportamentais (mecanismo desconhecido);
o Arritmias cardíacas (inibição da PDE3, antagonismo do recetor da adenosina A1)
o Ataques epiléticos (antagonismo do recetor da adenosina A1).
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Farmacologia
Efeitos tóxicos:
• Novos agentes:
o Sulfato de magnésio
o Efeito broncodilatador ao repor os níveis de Mg+ e reduzir a concentração citosólica de Ca2+ ao nível das
vias respiratórias;
• Ativadores dos canais de potássio:
o Efeito broncodilatador ao abrir os canais ATP-dependentes de K+, levando à hiperpolarização da membrana
e relaxamento do musculo liso das vias respiratórias;
• Análogos do péptidos vasoativo intestinal (VPA):
o Liga-se a GPCRs, VPAC1, VPAC2 estimulando a via da adenilatociclase-cAMP-PKA, e levando a um
relaxamento do musculo liso.
• Anti-inflamatórios:
• Corticosteróides:
• Anti-leucotrienos:
• Anti-inflamatórios:
• Cromonas Anti-inflamatórios:
Antitússicos e expetorantes:
• Epitélio brônquico:
o O epitélio da árvore traqueobrônquica é revestido por secreções fluidas produzidas pelas glândulas
brônquicas;
o Este muco em conjunto com os cílios vibráteis são responsáveis pela proteção brônquica, ao expulsarem
partículas depositadas nos brônquios, levando-as até à glote onde depois são deglutidas;
Tosse:
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Farmacologia
• O tratamento depende do tipo de tosse:
o Produtiva: utilizar expetorante e mucolíticos (não usar antitússicos);
o Seca: utilizar antitússicos;
Expetoração:
• As secreções brônquicas são constituídas pelo muco produzido nas vias aéreas inferiores, acrescido de:
o Fluidos plasmático e alveolar;
o Detritos celulares;
o Células de descamação;
o Elementos hemáticos, macrófagos;
o Surfactante;
o Produtos da inflamação/infeção (neutrófilos, DNA, filamentos de actina, bactérias, etc.);
• Estes componentes determinam as características físicas do muco (elasticidade e viscosidade);
• A mucosa respiratória, perante uma inflamação sofre:
o Hiperprodução de muco (glicoproteínas);
o Hiperplasia;
o Disfunção ciliar;
• Produtos da inflamação/infeção (neutrófilos, DNA, filamentos de actina, bactérias, etc.):
o Aumentam a deposição no muco;
o Fragmentos de DNA + F-actina, formam polímeros que conferem maior viscosidade ao muco.
Antitússicos:
• Dropropizina, levodropropizina;
• Inibidores dos recetores periféricos do reflexo da tosse;
• Possuem alguma atividade anti-histamínica (útil em tosse alérgica).
Expetorantes:
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Farmacologia
Expetorantes de ação direta – Estimulantes:
Expetorantes mucolíticos:
• Acetilcisteína (Fluimucil®):
o Mucinas do muco respiratório
contêm pontes dissulfureto,
que contribuem para sua
estrutura longa e formação de
gel.
• Acetilcisteína:
o Ação citoprotetora no
aparelho respiratório;
o Possui carácter antioxidante:
▪ Grupo tiol: ação antioxidante;
▪ Substrato para síntese de glutationa (antioxidante);
• Farmacocinética:
o Baixa biodisponibilidade após administração oral;
o Metabolizada a nível intestinal por desacetilação (80%);
o Excreção urinária.
• Efeitos adversos:
o Alterações digestivas (náuseas, vómitos e diarreia);
o Raro: broncospasmo;
o Os mucolíticos, como têm a capacidade de destruir a mucosa gástrica, estão C.I. em casos de úlceras
gastroduodenais.
• Interações:
o Antitússicos;
o Cefalosporinas, sais de metais pesados (ouro, cálcio ou ferro) – formação de quelatos.
• Carbocisteína (Drill Mucolítico®, Mucoral®, Finatux®; Pulmiben®):
o Mucoregulador;
o Altera a composição do muco:
▪ Diminui as fucomucinas;
o Aumenta as sialomucinas:
▪ Estimulam atividade ciliar;
▪ As sialomucinas têm alguma ação anti-inflamatória da mucosa;
▪ Facilita a penetração dos antibióticos (amoxicilina) no muco;
o Os grupos sulfidrilo apenas ficam “expostos” após metabolização, os quais se apresentam bloqueados na
molécula original.
o Farmacocinética:
▪ Boa absorção oral;
▪ t1/2=1.33 h;
49
Farmacologia
▪ Boa penetração pulmonar;
▪ Metabolização por acetilação, descarboxilação, sulfoxidação:
▪ 30% - 60% excretada inalterada na urina.
• Bromexina (BISSOLVON®, LISOMUCIN ®) Ambroxol (BRONCOLIBER®, DRENOXOL®, BENFLUX®,
MUCOSOLVAN®):
o O ambroxol é um metabolito da Bromexina mas muito mais potente do que esta;
o Libertam enzimas lisossomais das células secretoras de muco, digerindo fibras mucopolissacarídeas.
o Farmacocinética:
▪ Boa absorção via oral;
▪ F=80%;
▪ Acumulação pulmonar (20x > plasma);
▪ t1/2= 7,5 h;
▪ Eliminação urinária, com 2
metabolitos glucuronoconjugados.
• Ambroxol: Também demonstrou efeito anti-
inflamatório: Diminuição libertação de citocinas
(TNF-a (fator de necrose tumoral a), IL-2
(interleucina-2) e IFg (interferon-g)).
•
Questão:
• Uma idosa apresenta tosse noturna persistente. Ela é diabética, sofre de obstipação e está medicada com
ansiolíticos e anti-hipertensores. Seria uma boa opção de tratamento a codeína como antitússico?
o A codeína é um antitússico estupefaciente de ação central, opióides fraco;
o Efeitos adversos dos opióides:
▪ Obstipação;
▪ Depressão do sistema nervoso central;
o Desaconselhada nesta doente uma vez que ela é uma doente idosa, com obstipação, medicada com
depressores do sistema nervoso central.
• O diagnóstico da hipertensão arterial é baseado em medidas repetidas e consistentes de pressão sanguínea elevada.
• A hipertensão arterial é um preditor extremamente preciso do risco para das consequências para o doente.
• Uma pressão arterial aumentada, independentemente de ser sistólica ou diastólica, encontra-se associada a danos
em órgãos de elevado débito como os rins, coração e cérebro.
• O risco dos danos a órgãos é proporcional à magnitude da elevação da pressão arterial.
• A hipertensão arterial é na sua maioria das vezes assintomática, até que danos nos órgãos estejam iminentes ou já
tenham acontecido;
• Fatores de risco:
o Raça negra;
o Tabagismo;
o Síndromes metabólicos: Obesidade; Dislipidémias; Diabetes.
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Farmacologia
o Manifestações de danos em órgãos;
o História familiar de doenças cardiovasculares.
• Resulta de uma combinação de vários fatores, como fatores
genéticos, ambientais, alimentares e stress.
• De causa conhecida, e que pode muitas vezes ser passível de
tratamento cirúrgico definitivo:
o Constrição da artéria renal;
o Coartação da aorta;
o Feocromocitoma;
o Aldostoronismo primário;
o Doença de Cushing.
• A pressão arterial (BP) é diretamente proporcional ao produto fluxo sanguíneo (output cardíaco (CO)) e a resistência
à passagem do sangue pelas arteríolas precapilares (resistência vascular periférica (PVR)): Fármacos que atuam no
sistema cardiovascular; BP = CO × PVR
• A pressão arterial é mantida por regulação constante do output cardíaco e da resistência vascular periférica
exercida nas arteríolas, vénulas pós-capilares e
coração.
• Os rins contribuem para manter a pressão sanguínea
ao regular o volume de fluido intravascular.
• A libertação de substâncias vasoativas pelo epitélio
vascular também pode estar envolvida na regulação da
resistência vascular.
• O baroreflexo é responsável pelos ajustes rápidos à
pressão arterial, como quando há mudanças posturais.
• Ao controlar o volume sanguíneo, o rim é o principal
responsável pelo controle da pressão arterial a longo prazo.
• A redução da pressão de perfusão renal causa redistribuição Intra-renal
do fluxo sanguíneo e aumento da reabsorção de sal e água.
• A diminuição da pressão nas arteríolas renais, bem como a atividade
neural simpática (via β adrenoceptores), estimula a produção de renina,
que aumenta a produção de angiotensina II.
• A angiotensina II causa (1) constrição direta dos vasos de resistência e
(2) estimulação da síntese de aldosterona no córtex adrenal, o que
aumenta a absorção renal de sódio e o volume de sangue intravascular.
• A vasopressina liberada pela glândula pituitária posterior também desempenha um papel na manutenção da pressão
arterial por meio de sua capacidade de regular a reabsorção de água pelo rim.
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Farmacologia
Anti-hipertensores:
Angina pectoris:
• A angina pectoris é caracterizada por dor no peito causada pela acumulação de metabolitos resultantes de isquemia
miocárdica;
• A causa mais comum de angina é a obstrução ateromatosa dos grandes vasos coronários (doença arterial coronariana
(DAC));
• O desequilíbrio entre a necessidade de oxigénio do coração e o oxigénio fornecido pelos vasos sanguíneos coronários.
• A isquémia resultante com acumulação de metabolitos ácidos geralmente leva à dor.
• Na angina de esforço, o desequilíbrio ocorre quando a necessidade de oxigênio do miocárdio aumenta, principalmente
durante o exercício, e o fluxo sanguíneo coronariano não aumenta proporcionalmente.
Anti-anginosos:
• Vasodilatadores diretos: reduzem a pressão ao relaxar o músculo liso vascular, dilatando assim os vasos de
resistência e, em vários graus, aumentando a capacitância também.
• Bloqueadores β: diminuem o ritmo cardíaco e pressão arterial, diminuindo o consumo de oxigénio pelo miocárdio;
• Bloqueadores dos canais de cálcio: reduzem a resistência vascular, ritmo cardíaco e força de contração cardíaca,
diminuindo o consumo de oxigénio pelo miocárdio
Insuficiência cardíaca:
• A insuficiência cardíaca é uma doença progressiva que se caracteriza por uma redução gradual do desempenho
cardíaco, pontuada em muitos pacientes por episódios de descompensação aguda.
• Embora se acredite que a causa primária da insuficiência cardíaca sistólica inicial resida na maquinaria de
acoplamento excitação-contração do miocárdio, sabe-se que esta condição clínica também envolve muitos outros
processos e órgãos, incluindo o reflexo barorecetores, o sistema nervoso simpático, os rins, a angiotensina II e
outros peptídeos, aldosterona e apoptose de células cardíacas.
• O tratamento é desta forma direcionada para dois objetivos:
o Reduzir os sintomas e desacelerar a progressão tanto quanto possível durante períodos relativamente
estáveis
o Gerenciar episódios agudos de falha descompensada.
• Diuréticos: reduzem a pressão arterial ao esgotar o sódio do corpo e reduzir o volume do sangue e talvez por outros
mecanismos.
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Farmacologia
• Vasodilatadores diretos: reduzem a pressão ao relaxar o músculo liso vascular, dilatando assim os vasos de
resistência e, em vários graus, aumentando a capacitância também.
• Agentes que bloqueiam a produção ou ação da angiotensina: reduzem a resistência vascular periférica e
(potencialmente) o volume sanguíneo.
• Vasodilatadores diretos: reduzem a pressão ao relaxar o músculo liso vascular, dilatando assim os vasos de
resistência e, em vários graus, aumentando a capacitância também.
• Bloqueadores β: diminuem o ritmo cardíaco e pressão arterial, diminuindo o consumo de oxigénio pelo miocárdio
• Glicosídeos cardíaco: como a digoxina que aumenta a contratibilidade cardíaca.
• Hipertensão arterial:
o Fármacos inibidores da ação do sistema nervoso simpático:
▪ β-bloqueadores;
▪ Agonistas α2;
▪ Bloqueadores α1;
o Modificadores do eixo renina-angiotensina-aldosterona;
o Vasodilatadores diretos;
o Bloqueadores dos canais de cálcio;
o Diuréticos;
• Angina pectoris • β-bloqueadores • Bloqueadores dos canais de cálcio • Vasodilatadores diretos;
• Insuficiência Cardíaca:
o Digitálicos
o Vasodilatadores diretos;
• Arritmias:
o Anti-arrítmicos.
Diuréticos:
Autacoides renais:
• Adenosina:
o A adenosina é libertada em resposta a hipóxia e consumo de ATP.
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Farmacologia
o No rim esta diminui o fluxo sanguíneo e a taxa de filtração glomerular (TFG), aumenta a reabsorção de Na+
devido à redução do fluxo no córtex e consequentemente na medula
o Antagonistas da adenosina, apresentam efeito diurético, que não leva à depleção de K+.
• Prostaglandinas:
o A PGE2 ao atuar nos recetores EP1, EP3 e possivelmente EP2, diminui a reabsorção de Na+ na porção
ascendente da alça de Henle e o transporte de água mediado por ADH nos túbulos coletores, que contribuem
significativamente para a eficácia diurética dos diuréticos de ansa.
o O bloqueio da síntese de prostaglandinas com AINEs pode, portanto, interferir na atividade diurética de
ansa.
• Péptidos natriuréticos:
o Os peptídeos natriuréticos cardíacos ANP e BNP aumentam a TFG por meio de efeitos no tónus vasomotor
arteriolar glomerular e também exibem atividade diurética.
o O péptido natriurético CNP tem muito pouca atividade diurética.
o Existem apenas três péptidos natriuréticos em uso clínico ou sob investigação: nesiritide (BNP), carperitide
(ANP) e ularitide (sob investigação).
• Diclorfenamida; Matazolamida;
• A anidrase carbónica está presente em muitos locais do nefrónio, mas a localização predominante dessa enzima são
as células epiteliais do TCP.
• Aqui, catalisa a desidratação de H2CO3 para CO2 na membrana luminal e a rehidratação de CO2 para H2CO3 no
citoplasma.
• Ao bloquear a anidrase carbónica, os inibidores reduzem a reabsorção de NaHCO3 e causam diurese
• Indicações terapêuticas:
o Glaucoma;
o Alcalinização urinária;
o Alcalose metabólica;
o Síndrome de doença aguda da montanha;
o Outras indicações:
▪ Epilepsia (coadjuvantes);
▪ Vazamento do LCR;
▪ Hiperfosfatemia;
▪ Doença de Meniere;
▪ Diabetes insipidus nefrogénico:
▪ Hipertensão idiopática intracraniana:
▪ Síndroma de Kleine-Levin;
• Farmacocinética:
o Bem absorvidos no trato gastrointestinal;
o Pico plasmático: ~ 2 h;
o Tempo de ação: ~ 12h;
o Eliminação pelo túbulo contornado proximal:
• Efeitos adversos:
o Acidose metabólica hiperclorémica;
o Pedras renais;
o Depleção renal de K+;
o Outros efeitos adversos:
▪ Tonturas;
▪ Parestesias;
▪ Hipersensibilidade.
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Farmacologia
Inibidores do SGLT2:
Diuréticos da ansa:
• Furosemida;
• Torasemida;
• Bumetanida:
• Ácido etacrínico;
• Inibem a reabsorção de Na+, K+, e 2CL- ao inibir a NKCC2;
• Aumentam a síntese de prostaglandinas renais (induzem a expressão de COX-2), que aumentam o fluxo sanguíneo
renal;
• Indicações terapêuticas:
o Hipertensão;
o Edema pulmonar;
o Edema periférico:
o Insuficiência cardíaca;
o Hipercalcémia aguda;
o Overdose por aniões;
• Farmacocinética:
o Absorvidos rápidamente no trato gastrointestinal;
o Inicio de ação: 30 m (oral), 5 m (IV);
o Pico plasmático: 2 h;
o Fraca metabolização hepática;
o Eliminação renal por filtração glomerular e secreção tubular ativa.
• Reações adversas:
o Fenómenos de depleção:
▪ Hipocaliémia e consequentemente perturbações cardíacas, e alcalose metabólica:
▪ Hiponatrémia;
▪ Hipomagnesémia;
▪ Desidratação;
o Ototoxicidade;
▪ Dose dependente, reversível, maior no caso de insuficiência renal, ou no caso de ser administrada
conjuntamente com outros fármacos ototóxicos (ex.: aminoglicosídeos);
o Hiperuricémia (hipovolémia -> aumento da reabsorção de ácido úrico);
o Hiperglicémia (Furosemida):
o Alergia cruzada com sulfonamidas:
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Farmacologia
Diuréticos tiazídicos:
• Clorotiazida;
• Hidroclorotiazida;
• Indapamida;
• Clortalidona;
• Inibem o cotransporte de Na+/Cl-, e assim a sua reabsorção, sendo que o aumento da concentração de Na+ no túbulo
distal aumenta a excreção de K+.
• Indicações terapêuticas:
o Hipertensão;
o Insuficiência cardíaca moderada;
o Nefrolitíases;
o Diabetes insipidus nefrogénico
• Farmacocinética:
o Absorvidos no trato gastrointestinal;
o Duração de ação: 8 - 12h;
• Efeitos adversos:
o Alterações metabólicas:
▪ Hipocaliémia (frequente, mesmo em doses baixas);
▪ Hiponatrémia;
▪ Hipomagnesémia (factor de risco para arritmias, cãibras, fadiga);
▪ Hipercalcémia (diminuição da excreção urinária de cálcio);
o Nervosismo, ansiedade, irritabilidade, agitação;
o Fadiga, fraqueza, cãibras, letargia, parestesias;
o Hiperglicémia (diminuição da concentração de K+ e aumento da diurese -> aumento da glicémia);
o Hiperuricémia (competição com o ácido úrico na secreção ativa no TCP) • Dermatológicos
(fotossensibilidade, Rashes cutâneos);
o Impotência sexual (diminuição do volume plasmático);
o Alergias cruzadas com sulfonamidas.
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Farmacologia
Diuréticos osmóticos:
• Manitol: Os diuréticos osmóticos têm o seu principal efeito no túbulo proximal e no porção descendente da ansa
de Henle, onde a presença de um soluto não reabsorvível, como o manitol, impede a absorção normal de água
impondo uma força osmótica de compensação.
• Indicações terapêuticas:
o Redução da pressão intracraniana;
o Redução da pressão intraocular;
• Farmacocinética:
o Não absorvido por via oral (funciona como laxante);
o Eliminado pelo rim;
• Efeitos adversos:
o Expansão do volume extracelular;
o Desidratação;
o Hipercaliémia;
o Hipernatrémia;
o Hiponatremia (insuficiência renal grave);
o Falência renal aguda.
• Conivaptan e Tovaptan
• Inibem o efeito da hormona antidiurética (ADH) ao nível dos recetores V2 existentes nas células do túbulo coletor,
reduzindo assim a reabsorção de água, e aumentando a concentração plasmática de Na+.
• Indicações terapêuticas:
o Elevação da hormona antidiurética (ADH);
o Hiponatrémia;
o Insuficiência cardíaca congestiva (Conivaptan);
o Doença policística renal autossómica dominante (Tolvaptan);
• Efeitos adversos:
o Diabetes insípidos nefrogénicos;
o Hipernatrémia;
o Poliúria;
o Xerostomia;
o Sede;
o Falência renal.
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Farmacologia
Inibidores da ação do sistema nervoso simpático:
Bloqueadores-β:
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Farmacologia
• Efeitos adversos:
o Cardíacos: Bradicardia, bloqueios AV
o Gastrointestinais: Náuseas, vómitos, alterações do trânsito intestinal, dores abdominais.
o Respiratórios: Broncospasmo (mesmo os cardiosseletivos), especialmente em doentes com antecedentes de
asma brônquica.
o Sistema nervoso central: Depressão, insónia, alucinações.
o Outros: Alterações metabólicas e Impotência sexual.
Bloqueadores α1:
Baroreflexo:
• Neurónios pré-ganglionares do sistema nervoso autónomo (controlo por barorecetores arteriais e cardíacos
(feedback)):
o Permite manter estável pressão arterial;
o Importante no controle a curto prazo da pressão sanguínea;
o Alterações persistentes na pressão sanguínea (maiores do que alguns minutos → ↓ resposta reflexa):
Adaptação do baroreflexo.
• Nota: A atividade do baroreflexo depende do tipo de vasculatura:
o Vasculatura rim: ↑↑↑ sensível ação barorecetores (porque influenciam muito a pressão arterial);
o Vasculatura cutânea: ↓↓ dependente da ação baroreflexo (pq contribui pouco para resistência vascular).
• Comprometimento do baroreflexo:
o Envelhecimento;
o Insuficiência cardíaca;
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Farmacologia
o Hipertensão arterial (explica pq é que alguns anti-hipertensores são mais eficazes em doentes com HTA
que em normotensos, uma vez que neste caso o baroreflexo iria contrariar o efeito do fármaco, diminuindo
a sua ação, o que não acontece).
Sistema nervoso autónomo e sistema renina-angiotensina-aldosterona -> Resposta SARAA a uma ↓ PA:
Vasodilatadores diretos:
• Prostaciclina (PGI2) ativa a adenilciclase, levando ao aumento da produção de AMP cíclico (cAMP).
• Óxido nítrico (NO) - predomina nas largas artérias – ativa guanilciclase, produzindo níveis aumentados de GMP
cíclico (cGMP).
• Abertura dos canais de K + nas células musculares lisas vasculares leva à sua hiperpolarização.
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Farmacologia
• Desvantagens:
o Reflexos SNV e Neuroendócrinos → ↓ ↓ eficácia vasodilatadores.
Nitratos:
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Farmacologia
o Metabolismo hepático;
• Nota: Nitroprussiato de sódio (I.V.) apenas para URGÊNCIAS HIPERTENSIVAS:
o Administração por perfusão contínua a nível hospitalar, metabolismo liberta cianeto e óxido nítrico. O
cianeto é metabolizado por uma enzima hepática (rodanase) a tiocianato, eliminado lentamente por via renal,
8h (a adm. continuada pode conduzir a envenenamento) - Máx. adm = 72 horas.
• HTA
• Desordens vasculares periféricas (S. Raynaud - diminuição do fluxo sanguíneo para alguns tecidos ou órgãos: mãos
e pés, orelhas, língua e nariz)
• Doenças coronárias
• Angina pectoris (doença isquémica cardíaca).
Hidralazina:
• Farmacocinética:
o Bem absorvida via oral (65–90%);
o Metabolização hepática: acetilação de 1ª passagem hepática (F=25%), acetiladores rápidos /lentos;
o t1/2=1-3h;
o Duração de ação: 6h;
o Eliminação maioritariamente renal;
o Patologias renais (↑↑↑ efeito hidralazina).
• Efeitos adversos:
o Taquicardia reflexa (resposta ao efeito hipotensor);
o Tonturas;
o Cefaleias;
o Rubor facial;
o Congestão nasal;
o Fadiga.
Nicorandilo:
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