Você está na página 1de 2

Quem é que nunca escondeu o seu verdadeiro “eu” com medo da rejeição ou da crítica alheia?

A verdade é que todos nós nascemos e crescemos em busca de aceitação por parte da
sociedade, muitas vezes omitindo quem realmente somos ou mesmo criando personagens
com características completamente opostas ao nosso “eu”.

Pergunto-me se seremos verdadeiramente felizes quando todas as relações que


estabelecemos ao longo da nossa vida são baseadas numa mentira.

Claro que em certas ocasiões é essencial o uso de uma máscara social, por exemplo, se
estivermos num momento festivo, num dia em que nos sentimos particularmente
desanimados, muito provavelmente iremos optar por utilizar uma personagem que, por um
lado, vai proteger a nossa intimidade do exterior e, por outro, irá promover a nossa inserção
naquele meio. Não deixamos de nos sentir tristes naquele contexto, mas não é dessa forma
que nos queremos apresentar, sendo, portanto, útil o recurso a uma personagem atenciosa
e bem-educada que responda às exigências daquela situação e ao que é esperado pelo
coletivo.

Para além disso, podemos considerar que também existem máscaras que nos ajudam a
reforçar a autoestima e a desenvolver as nossas capacidades, quando, por exemplo, temos de
fingir que estamos seguros e à vontade num determinado papel. Mais tarde ou mais cedo
essas características poderão passar efetivamente a fazer parte da nossa pessoa.

Porém toda esta temática das máscaras sociais é demasiado perigosa. É preciso ter um
domínio e um autocontrole fantásticos para não nos perdermos no meio de tantos “eus”. O
que remete para uma outra questão: Será que temos uma real identidade para além de todas
estas construções com que nos vamos enfeitando todos os dias?

Sendo como for, a chave para sermos nós mesmos é não nos importarmos com o que os
outros esperam de nós. De facto, nunca iremos agradar a todos e levar uma vida a tentá-lo é
simplesmente esgotante, fazendo com que desta forma vivamos para os outros e não para
nós.

Ao longo da nossa vida, ocorrem situações em que sentimos a necessidade de usar uma
máscara para, por exemplo, escondermos certos sentimentos. Contudo, do mesmo modo que
as máscaras trazem vantagens, também poderão ter desvantagens.

De facto, um ponto positivo a favor do uso de máscaras seria a preservação da nossa saúde
mental e bem-estar. Por vezes, mais vale fingir não ouvir algumas opiniões, ou até fingir
concordar com elas, não criando discussões desnecessárias que nos poderiam deixar
transtornados.

Do mesmo modo, a criação responsável de diferentes personagens/personalidades pode


ajudar-nos a ultrapassar obstáculos que nos aparecem na vida. Por exemplo, tentar passar
um ar mais confiante numa apresentação oral, aumentando as probabilidades de obter uma
melhor nota.

Apesar de tudo, as máscaras sociais também trazem algumas desvantagens ao ser humano.
Parece-me evidente que se uma pessoa passar o tempo todo a desempenhar um papel, terá
uma grande probabilidade de perder o seu verdadeiro “eu”. Desta forma a sua personalidade
irá desaparecer e nunca conseguirá ter amigos que a amem e respeitem pelo que é. Além
disso, sentir-se-á triste e confusa para o resto da sua vida, não sendo capaz de se identificar
quando se olhar ao espelho.

Concluindo, devemos sempre manter-nos fiéis a nós próprios, enquanto, de maneira


saudável e responsável, nos adaptamos ao ambiente que nos rodeia, escondendo, por vezes,
certos traços da nossa personalidade.

Você também pode gostar