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Consulta Farmacêutica em

Doenças Crônicas

Luise Almeida Lopes


CRF 11.846
Como iniciar o serviço?
1.Identificar o perfil de pacientes que serão acompanhados:

 Por doenças;
 Por faixa etária;
 Por unidade de atendimento;
 Por classe de medicamentos
 Por score de risco farmacológico;
Score de risco
farmacológico

 Vantagens x desvantagens
Atividades para iniciar o serviço
Conciliação de medicamentos na admissão do paciente e Validação dos medicamentos próprios
Análise da prescrição
Farmacovigilância
Acompanhamento farmacoterapêutico Protocolos institucionais
Educação do paciente/orientação a alta hospitalar Ajustes
Incompatibilidades
Conciliação Medicamentosa

Verificar medicamentos que têm indicação de manutenção e não estão prescritos;


Avaliar e identificar substituições terapêuticas;
Verificar suspensões;
Avaliar ajustes de doses e posologias;
Avaliação técnica da prescrição
O farmacêutico deve avaliar a prescrição de forma clínica e técnica, essa avaliação ou validação
da prescrição deve preceder a dispensação (pré dispensação), utilizando-se de ferramentas
disponíveis.

Parte-se do pressuposto de que não há conhecimento sobre a condição clínica do paciente.


Avaliação técnica da prescrição
Medicamento (princípio ativo);
Ex: KAVIT x Kanakion
apresentação comercial;
Dose; Posologia; Ex: Dipirona 500mg/ml amp 2ml 6/6 hrs

Alergias;
Ex: Paciente alérgico a ceftriaxona

Duplicidades (rastrear duplicidades terapêuticas); Ex: omeprazol x


pantoprazol
Via de administração.
Ex: Vancomicina VO
Avaliação técnica associada a Clínica
Pressupõe conhecimento do paciente
Acesso venoso;
Acesso enteral;
Indicação/necessidade; Dose pela
indicação; Tempo de tratamento;
IB
R
Fichas de acompanhamento
1. Dados dos pacientes
2. Históricos
3. Medicamentos
4. Exames
5. Evolução
6. Monitoramento e acompanhamento
Fichas de acompanhamento
Anamnese Farmacêutica
Objetivo
Coleta de dados relevantes ao tratamento.
Criação de registro para permanente assistência

Apresentação do Sem caráter Histórico


farmacêutico medicamentoso
diagnóstico

RESOLUÇÃO Nº 585 DE 29 DE AGOSTO DE 2013


Regulamenta as atribuições clínicas
do farmacêutico e dá outras providências
Sinais que utilizamos
Avaliação do(a):
Estado de consciência (O paciente está lúcido? Consegue falar coerentemente? Os olhos estão
abertos?)
Frequência respiratória Temperatura corporal Pulso (frequência cardíaca) Pressão arterial
Dor
Entrevista/Registros
1. Conhecimento sobre o diagnóstico do paciente e a história clínica é fundamental ;
2. Postura profissional e respeitosa;
3. Cuidado com expressões faciais e corporais;
4. Cuidado com comentários e/ou opiniões;
5. Anotações adequadas na ficha do paciente , não tente guardar ‘de cabeça’ as informações .
6. Registro de Alergias e/ou RAM
Conhecer o paciente
Sinais x Sintomas
SINTOMAS:
sintomas são as
queixas apresentadas pelo
paciente em relação ao que
está sentindo.

SINAIS:
manifestações clínicas
que são reconhecíveis e
mensuráveis
Manejo Incompatibilidade Físico-
Química
1. Ajuste de horários para otimização;
2. Não esquecer dos medicamentos de infusão contínua;
3. SN e ACM;
4. Otimizar as vias dos cateteres centrais e periféricos;
5. Desenvolver um plano com equipe de enfermagem e médicos;
6. Educação contínua para a equipe de enfermagem
Medicamentos
Potencialmente
Perigosos
Inapropriado para Idosos
Medicamentos X Disfunção
Renal
•Os medicamentos podem gerar modificações no fluxo plasmático renal que, por vezes, torna-se
nocivo ao organismo.

•Avaliação da taxa de filtração glomerular


•Clcreat. = [140 - idade (anos)] x peso (kg)
• Creatinina plasmática (mg%) x 72
•Mulheres: x 0,85
•(Cockcroft e Gault)
Ajuste de dose em hepatopatias
Medicamento Observação

ácido acetilsalicílico Evitar em doença hepática grave, pois há


aumento do risco de sangramento
gastrintestinal.

Azitromicina Contraindicada. Icterícia relatada.

diazepam Contraindicado na doença hepática grave.

dipirona sódica Taxa de eliminação do fármaco é reduzida em


pacientes com insuficiência hepática. Doses
elevadas não são recomendadas.
furosemida Pacientes com cirrose: redução do efeito
natriurético, possível hipopotassemia e
depleção de volume.
Sites para Interação Medicamentosa
Padrão
1. Histórico
2. Conferência da prescrição
3. Check-list
4. Plano de acompanhamento farmacoterapêutico (perfil de monitoramento,
oque foi feito, orientações, intervenções)
Registro de
informações
Método SOAP
•S para as informações Subjetivas do paciente (Queixas, Patologias, Reações
adversas...).
• O para dados que podem ser coletados e medidos.

•A para Avaliação dos dados coletados, possíveis PRM´s e quais as


intervenções farmacêuticas passíveis de serem adotadas.

•P para Plano de Atenção onde o farmacêutico registra o que foi realizado,


qual seu plano de intervenções a serem acordadas com o paciente e a
determinação dos objetivos terapêuticos.
VAMOS ANALISAR
UMA
PRESCRIÇÃO?
Paciente 53 anos, 65 anos, masculino, em PO de revascularização do miocárdio. Portador de HAS, DM e dislipidemia.
Histórico de etilismo e tabagismo. Nega alergias.
Prescrição avaliada sem observações (ou com observações em via de administração, posologia, forma farmacêutica...).
Check-lisT medicamentoso:
-Analgesia : dipirona IV 1g 6/6hrs
-Sedação: não
-IBP: não
-Profilaxia TEV: não
-ATB: Cefuroxima 750mg IV 8/8hrs
Plano farmacoterapêutico
-Realizo conciliação medicamentosa. Paciente faz uso de losartana 50mg 12/12hrs, hidroclorotiazida 25mg 1x ao dia.
Oriento paciente não utilizar o medicamento por conta própria para evitar duplicidade terapêutica.
-Sugiro avaliar indicação de profilaxia de TEV. Paciente pós RM com risco de eventos tromboembólicos.
-Orientações para enfermagem:
Paciente em uso de levotiroxina via sonda nasoenteral. Administrar durante a pausa da dieta para evitar interação com
alimentação.
Atuação do Farmacêutico
Clínico
Atendimento
Orientações de Reconciliação
alta Farmacológica

Reconhecimento e
Plano de avaliação do
diagnóstico
cuidado
Discussão
Multiprofissional Acompanhamento do
tratamento
Avaliação
laboratorial
VAMOS ANALISAR UMA
PRESCRIÇÃO?

VAMOS EVOLUIR
UM PACIENTE?
Questões
Resposta:
a) Importância das medidas não farmacológicas para o tratamento do diabetes:
Medidas não farmacológicas são importantes para melhor controle metabólico, visando o manejo
ou a cura de doenças e melhora na qualidade de vida de portadores de problemas crônicos como
o diabetes, além de diminuir gastos com a saúde. O paciente deve ser continuamente estimulado a
adotar hábitos de vida saudáveis, como manutenção de peso adequado, suspensão do fumo e baixo
consumo de bebidas alcoólicas, e prática regular de exercícios.
b) Justificativa para a utilização da metformina:
A metformina é o único fármaco pertencente à classe das biguanidas que é utilizada na prática
clínica. As biguanidas exercem diversas ações bioquímicas: reduzem a produção hepática de glicose
(gliconeogênese), a qual se encontra marcadamente aumentada no diabetes tipo 2; aumentam a
captação e a utilização de glicose no músculo esquelético; e reduzem a absorção de carboidrato.
c) Justificativa para a realização da medida da hemoglobina glicada:
A dosagem da hemoglobina glicada (HbA1c) tem papel fundamental na monitorização do controle
glicêmico em pacientes diabéticos, pois fornece informações acerca do índice retrospectivo da
glicose plasmática. A glicose sanguínea é capaz de ligar-se à hemoglobina; quanto maiores os níveis
de glicose, maior a ligação com a hemoglobina. O resultado do exame expressa a glicemia
sanguínea média nos últimos 90 dias.
d) Fatores pré-analíticos que poderiam interferir nos resultados dos exames laboratoriais:
Neste caso, fatores que poderiam interferir nos resultados dos exames incluem: baixa adesão ao
tratamento; ausência de orientação ao paciente em relação ao jejum adequado; falta de treinamento
adequado aos profissionais da área da saúde que realizam a coleta de materiais biológicos de forma
invasiva (sangue arterial, venoso e/ou capilar) no que se refere à postura do cliente na hora da coleta,
ao tempo de garroteamento, à constrição do músculo do antebraço e à ordem correta dos tubos nas
coletas em sistema a vácuo; tempo de transporte e maneira de estocagem errônea da amostra antes da
determinação analítica.
ENADE 2016- Paciente com 60 anos de idade, com hipertensão arterial sistêmica diagnosticada aos 40 anos e
sem adesão ao tratamento anti-hipertensivo prescrito, após discussão clínica, foi encaminhado para
acompanhamento farmacêutico e nutricional.

Dados do exame físico: peso = 117 kg; altura = 1,72 m; pressão arterial = 170 x 95 mmHg; frequência cardíaca =
68 bpm.

Com base nessas informações, avalie as afirmações a seguir e


marque verdadeiro ou falso.

I. A dislipidemia apresentada pelo paciente é fator determinante


para o surgimento de lesão renal, pois leva a processos
oxidativos e, consequente, lesão glomerular.

II. É importante garantir a qualidade dos resultados obtidos em


relação aos exames laboratoriais realizados, devendo o
farmacêutico avaliar interferentes pré-analíticos.

III. A hipertensão arterial crônica não controlada pode levar a


quadro de lesão renal de natureza microvascular, sendo
importante o acompanhamento farmacêutico para adesão ao
tratamento.
Descreva a interação medicamentosa presente nessa prescrição e faça uma intervenção
farmacêutica:
Descreva a interação medicamentosa presente nessa prescrição e faça uma intervenção
farmacêutica:
Paciente chega a consulta farmacêutica com essa prescrição, oriente qual o
melhor horário para o uso dos medicamentos:
Paciente chega a consulta farmacêutica com essa prescrição, oriente qual o melhor horário para
o uso dos medicamentos:
Referência
s
PEDROSO, T. M.; MASTROIANNI, P. C.; SANTOS, J. L. Semiologia farmacêutica e os
desafios para sua consolidação. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 11, n. 2, p. 55-69,
2014.
OLIVEIRA-FILHO, Alfredo Dias; BARRETO-FILHO, José Augusto; NEVES, Sabrina
Joany Felizardo and LYRA JUNIOR, Divaldo Pereira de. Relação entre a Escala de Adesão Terapêutica de
itens de Morisky (MMAS-8) e o controle da pressão arterial.Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2012, vol.99,
oito
n.1 [cited 2018-04-02], pp.649-658. Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-
782X2012001000011&lng=en&nrm=iso>. Epub June 07, 2012. ISSN
782X. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2012005000053.
0066-
BRASIL, 2012 . Acesso em 02/04/2018. Disponível em: http://www.cff.org.br/noticia.php?id=2581
BRASIL,2013.Acessoem 02/04/2018. Disponível em
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf
BRASIL, 2013.Acesso em 02/04/2018. Disponível em
http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf

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