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ATUAÇÃO DO

FARMACÊUTICO
CLÍNICO
A farmácia clínica surgiu na década de 60 nos Estado Unidos;

Promover a saúde, prevenir e monitorar eventos adversos,


intervir e contribuir na prescrição de medicamentos;

Obtenção de resultados clínicos positivos, melhorar a


qualidade de vida dos pacientes e diminuir custos com
medicamentos.
▪ Surgiu em meio à acreditação de hospitais
entre as décadas de 80 e 90;
Acompanhamento farmacêutico em todos os
FARMÁCIA CLÍNICA NO ▪
processos da cadeia do medicamento no
BRASIL hospital;
▪ Análise de todas as prescrições dos pacientes,
cuidados clínicos e outras atividades.
Resolução nº 585/2013 do CFF
Regulamenta as atribuições clínicas do
farmacêutico e dá outras providências

Farmácia Clínica: ▪ Promoção, proteção e recuperação da saúde,


Área da farmácia voltada à ciência e além da prevenção de doenças e de outros
prática do uso racional de
medicamentos, na qual os farmacêuticos problemas de saúde;
prestam cuidado ao paciente, de forma a ▪ Promover o uso racional de medicamentos e
otimizar a farmacoterapia, promover
saúde e bem-estar, e prevenir doenças. otimizar a farmacoterapia;
▪ Prestar cuidados à saúde em todos os lugares
e níveis de atenção, em serviços públicos ou
privados.
▪ Hospitais;
▪ Casas de recuperação;
Asilos;
LOCAIS DE ATUAÇÃO DO ▪
▪ Farmácias comunitárias;
FARMACÊUTICO CLÍNICO ▪ Consultórios;
▪ Entre outros.
Consulta Farmacêutica

1. Revisão de medicamentos;
2. Orientações sobre saúde e prescrição de
medicamentos;
3. Rastreamento em saúde.
IV - Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos;
Regulamenta-se aqui a liberdade do farmacêutico em revisar a prescrição em observância às boas práticas de prescrição de
cada profissional de saúde habilitado para tal.
Vale ressaltar que o farmacêutico desempenha uma função importante na monitorização da farmacoterapia prescrita e também
está capacitado para avaliar aspectos relacionados aos medicamentos, garantindo, assim, a segurança do paciente.

V - Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros da equipe de saúde, com o propósito de
auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste ou interrupção da farmacoterapia do paciente;
Habilita-se o farmacêutico para sugerir a outros profissionais de saúde, além das ações citadas no inciso, até mesmo a
desprescrição da farmacoterapia.
Na desprescrição é importante que o farmacêutico desenvolva uma abordagem clínica que permita a tomada de decisões bem
embasadas para priorizar os medicamentos a ser mantidos ou interrompidos, a fim de maximizar os benefícios e minimizar os
danos.

VI - Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais membros da equipe de saúde;
Aqui o inciso reforça que para o cumprimento da missão das atribuições clínicas farmacêuticas, faz-se necessária a participação
de uma equipe transdisciplinar e multiprofissional.

VII - Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do
atendimento;
Atenção para o termo “consultório farmacêutico”! Ou seja, não é mais sala de atenção farmacêutica, não é sala de serviços
farmacêuticos, muito menos sala de aplicação de injetáveis. Apesar de o inciso não detalhar o tipo de sala, a mesma pede
privacidade no atendimento ao paciente. Isso significa que salas de vidro ou com divisórias sem acústica estão inadequadas.
XI - Solicitar exames laboratoriais, no âmbito de sua competência profissional, com a finalidade de monitorar os resultados
da farmacoterapia;
Além de avaliar exames solicitados por outros profissionais de saúde, o farmacêutico está habilitado para solicitar novos
exames, não para diagnóstico, mas sim, para acompanhamento de tratamentos medicamentosos, principalmente junto aos
pacientes com doenças crônicas. O desafio nesse ponto da resolução é fazer com que os planos de saúde e laboratórios de
exames acatem a determinação.

XII - Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como instrumento para individualização da
farmacoterapia;
Novamente, o inciso dá autonomia ao farmacêutico para avaliação e interpretação de exames.

XIII - Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de farmacocinética clínica;
Apesar do inciso autorizar o farmacêutico a solicitar exames que monitorem a absorção, a distribuição, a metabolização e a
excreção dos fármacos, o cumprimento desse inciso é praticamente inviável, tendo em vista o custo e a indisponibilidade
tecnológica dos laboratórios de exames.

XIV - Determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente, para fins de acompanhamento da farmacoterapia e
rastreamento em saúde;
O farmacêutico nesse inciso, fica habilitado para participar de equipes multiprofissionais, em programas que visem
determinar padrões de referências na verificação qualitativa e quantitativa de exames.
XV - Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos medicamentos e a outros
problemas relacionados à farmacoterapia;
Isso é Farmacovigilância! Na atualidade, um dos problemas que mais vem incomodando os profissionais
farmacêuticos são os erros de medicação atribuídos à equipe de saúde, especialmente aqueles
relacionados ao preparo e à administração de medicamentos.
Quando o farmacêutico está inserido na equipe multiprofissional assistencial, reduzem-se os problemas.
Ao detectar erros no início ou no meio do sistema é mais fácil intervir e corrigir possíveis danos. Para que
a farmacoterapia resulte em melhora no quadro clínico do paciente, é importante que os problemas
relacionados aos medicamentos utilizados possam ser prevenidos, identificados e resolvidos.

XVI - Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e clinicamente significantes;
Reforça-se aqui o poder de intervenção e desprecrição farmacêutica quando necessária, colocando em
prática a Farmacovigilância.
XVII - Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente;
Neste ponto a resolução visa estabelecer que não basta uma consulta com uma prescrição ou encaminhamento no final. Os
serviços clínicos farmacêuticos, exigem mais que isso, requerem um acompanhamento amplo e documentado no médio e
longo prazo junto ao paciente.

XVIII - Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da saúde, as ações de seu plano de cuidado;
Além de requerer um acompanhamento documentado de médio e longo prazo, o inciso objetiva que esse cuidado prolongado
tenha o compromisso do paciente, que parte do poder de convencimento do farmacêutico, e que tenha ainda, a participação
e/ou acompanhamento de outros profissionais de saúde.

XIX - Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, família, cuidadores e sociedade;
Traduzindo: é obrigatório ter um prontuário documentando todo o histórico clínico do paciente.

XX - Avaliar, periodicamente, os resultados das intervenções farmacêuticas realizadas, construindo indicadores de qualidade
dos serviços clínicos prestados;
Não basta documentar em prontuário os resultados de cada acompanhamento e intervenção farmacêutica. O inciso determina
o levantamento de indicadores qualitativos a partir dos serviços prestados. No entanto deixa em aberto o que fazer com esses
indicadores.

XXI - Realizar, no âmbito de sua competência profissional, administração de medicamentos ao paciente;


Leia-se competência profissional, como, habilitado com treinamento específico para tal atividade. O farmacêutico fica
portanto autorizado para realizar inclusive a aplicação de medicamentos injetáveis e vacinas.
Intervenção Farmacêutica

Ação planejada que faz parte do processo de


acompanhamento farmacoterapêutico, requer registro
e deve ser realizada em conjunto com profissionais
de saúde e paciente, com o objetivo de solucionar ou
prevenir resultados clínicos negativos oriundos da
utilização de medicamentos.
Dose

Reação
Posologia
adversa

Tempo de
Concentração
infusão

Prescrição

Interações Aprazamento

Incompatibilidades Diluição
Resolução nº 586, de
29 de agosto de 2013
Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências.
Prescrição/Prescrição medicamentosa

● Para os propósitos desta resolução, define-se a prescrição farmacêutica


como ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias
farmacológicas e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao
cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e
recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e de outros problemas
de saúde.
● Ato pelo qual o prescritor seleciona, inicia, adiciona, substitui, ajusta,
repete ou interrompe a farmacoterapia do paciente e documenta essas
ações, visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, e a
prevenção de doenças e de outros problemas de saúde.
Normativa
▪ Permite ao farmacêutico prescrever medicamentos que, mesmo
sendo limitados, resolvem a problemática de vários pacientes.

▪ A atuação do profissional farmacêutico foi ampliada e abriu campo


para o surgimento dos consultórios farmacêuticos, já que para
exercer a prescrição é necessário, no mínimo, um espaço reservado,
permitindo a assim a confidencialidade da avaliação.

▪ A partir da publicação da Resolução 586 o farmacêutico pode exercer


o papel de profissional de saúde, inclusive prescrevendo
medicamentos com orientações precisas, descritas em um
receituário, e o melhor, de acordo com a legislação.
Atribuições

● O ato da prescrição farmacêutica é permitida para profissionais legalmente habilitados e


registrado no conselho regional de farmácia da sua jurisdição
● Além disso o farmacêutico pode realizar intervenções voltadas para o cuidado ao paciente
com foco na proteção, prevenção,promoção e recuperação de problemas relacionados a
saúde
● A prescrição farmacêutica tem como base: Ética - Necessidade do paciente - Evidência
científica
Onde pode ser executada

● A prescrição farmacêutica pode ser executada em diversos estabelecimentos,


incluindo consultórios ou algum serviço de saúde, seja ele municipal ou estadual
● O ponto crucial dessa resolução é a necessidade de ser realizada em um ambiente
que permita confidencialidade do paciente e privacidade.
Quais medicamentos são permitidos

Existe um elenco de medicamentos, assim como produtos que possuam ação


terapêutica que podem ser prescritos e não necessitem de prescrição médica
(MIPS).
Estão incluídos neste contexto:
● Medicamentos industrializados
● Preparações magistrais
● Alopáticos
● Plantas medicinais
● Drogas vegetais
Das obrigações

Para o ato da prescrição é importante que além de ter registro no conselho, o


farmacêutico tenha conhecimento clínico, incluindo:
● Boas práticas de prescrição (levando em conta, escrita, correção posológica e
inexistência de interação)
● Fisiopatologia
● Semiologia (sinais e sintomas)
● Comunicação interpessoal
● Farmacologia clínica e terapêutica
Etapas da prescrição

O processo de prescrição constitui as seguintes etapas:


● Identificação das necessidades do paciente
● Definição do objetivo terapêutico
● Seleção da terapia ou intervenção
● Redação da prescrição
● Orientação do paciente
● Avaliação dos resultados
● Documentação do processo de prescrição
Segurança do paciente

O farmacêutico deverá, sempre, tomar as decisões e condutas levando em consideração as


melhores e mais relevantes evidências científicas. Suas decisões deverão sempre ser
compartilhadas com o paciente, não se esquecendo da existência de outras possíveis
condições clínicas e terapêuticas já utilizadas.

É imprescindível a orientação ao paciente quanto às recomendações necessárias, sendo


preciso, em algumas situações, adotar medidas para acompanhamento dos resultados.
Da prescrição
Um ponto de extrema importância que trata da redação da prescrição, que deverá ser redigida em
vernáculo que seja legível e sem rasuras.

Além dessa consideração, é de extrema importância conter nessa prescrição nome completo do
paciente. Quando houver terapia farmacológica sempre há a necessidade de conter o nome do
medicamento ou formulação com sua devida concentração, dose, frequência de uso e tempo de
duração do tratamento prescrito.

Tão importante quanto as informações acima, ainda é necessário conter o nome do profissional
prescritor com identificação do número de seu conselho de classe, identificação do estabelecimento
farmacêutico onde foi realizado aquele atendimento com elaboração da prescrição e, por fim, esse
documento deverá ser datado, informando local e assinatura do profissional.
Art. 9º - A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso, de modo legível,
observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras,
devendo conter os seguintes componentes mínimos:
I - identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico
está vinculado;
II - nome completo e contato do paciente;
III - descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes informações:

1. a) nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma farmacêutica e via


de administração

2. b) dose, frequência de administração do medicamento e duração do tratamento

3. c) instruções adicionais, quando necessário.


IV - descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado do
paciente, quando houver;
V - nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de
Farmácia;
VI - local e data da prescrição.
§ 1º - Para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de
Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de
especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de
formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de
prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia
clínica e terapêutica.
Para a execução da prática da prescrição farmacêutica os profissionais
necessitam ter seus títulos de especialista reconhecido pelo CRF de sua região,
podendo, conforme citado no §1º, ser especialistas na área clínica incluindo
conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia,
semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica.
Art. 6º - O farmacêutico poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija
prescrição médica, desde que condicionado à existência de diagnóstico prévio e
apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas
técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da
formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de
saúde.

Apesar de a Resolução 586/13 ser bem clara quanto ao tipo de medicamentos que
podem ser prescritos pelo farmacêutico, no caso dos Medicamentos Isentos de
Prescrições Médicas (MIP), observamos que os medicamentos cuja dispensação exija
prescrição médica podem ser prescritos pelos farmacêuticos, mas apenas quando
condicionados à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver previsto em
programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de
instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros
prescritores ou instituições de saúde.
Título: Júri Simulado sobre a Prescrição de PrEP por Farmacêuticos
Contexto e Descrição: A PrEP é uma estratégia de prevenção do HIV em que
medicamentos antirretrovirais são tomados por pessoas soronegativas para reduzir o
risco de infecção pelo HIV. Em alguns lugares, a legislação permite que farmacêuticos
prescrevam PrEP, enquanto em outros, apenas médicos podem fazê-lo. Este júri
simulado envolverá alunos em uma discussão sobre os méritos e desafios da
prescrição de PrEP por farmacêuticos.
Participantes:
Defesa da Prescrição de PrEP por Farmacêuticos: Alunos que argumentarão a favor da
ideia de que farmacêuticos devem ser autorizados a prescrever PrEP.
Oposição à Prescrição de PrEP por Farmacêuticos: Alunos que argumentarão contra a
ideia de que farmacêuticos devem ser autorizados a prescrever PrEP.
Jurados: Outros alunos que atuarão como jurados, avaliando os argumentos
apresentados e chegando a uma conclusão.
Regras:

Cada equipe terá a oportunidade de fazer uma declaração de abertura (5 minutos) e


apresentar suas evidências e argumentos.

Em seguida, haverá uma sessão de perguntas e respostas entre as equipes (10


minutos).

Cada equipe fará uma declaração de encerramento (3 minutos).

Os jurados farão perguntas adicionais, se necessário.

Após as apresentações e o debate, os jurados se reunirão para deliberar e chegar a


uma decisão.
• Pontos de Discussão:
Qual é o papel tradicional dos farmacêuticos e dos médicos na
prescrição de medicamentos?
Quais são os argumentos a favor da prescrição de PrEP por
farmacêuticos (acesso mais fácil, redução de custos, etc.)?
Quais são as preocupações em relação à prescrição de PrEP por
farmacêuticos (competência, segurança do paciente, etc.)?
Como a prescrição de PrEP por farmacêuticos pode afetar a
colaboração entre profissionais de saúde?
Qual é o papel da regulamentação governamental na
determinação das diretrizes de prescrição?

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