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Reações adversas

Resposta prejudicial ou não intencional.

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2 REAÇÃO ADVERSA À MEDICAMENTOS (RAM)

▹ RAM é qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um


medicamento, que ocorre nas doses usualmente empregadas no homem
para profilaxia, diagnóstico, terapia da doença ou para a modificação de
funções fisiológicas (ANVISA, 2011).

▹ A RAM é um evento adverso! O evento adverso não é exclusivamente


associado a medicamentos e não necessariamente tem relação causal.
▹ Efeito colateral nem sempre é negativo, pode ser positivo ou neutro.
3 Evento adverso a medicamento - Anvisa
▹ Refere-se aos casos em que existe uma suspeita de que o dano sofrido
pelo paciente tenha ocorrido após a utilização de um medicamento.
▹ Evento Adverso grave:
▸ Resulte em morte;
▸ Resulte em ameaça à vida
▸ Requer hospitalização ou prolongamento de uma hospitalização
preexistente;
▸ Resulta em incapacidade persistente ou significativa;
▸ Anomalia congênita e malformação ao nascimento;
▸ Efeitos clinicamente importantes (julgamento médico).
4 Evento adverso a medicamento - Anvisa
▹ Evento adverso inesperado:
▸ Evento adverso cuja natureza ou severidade não são coerentes
com as informações constantes na bula do medicamento ou no
processo do registro sanitário no país, ou que seja inesperada de
acordo com as características do medicamento.
Classificação das RAMs
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▹ Classificação de Rawlins e Thompson (1981):
▹ Tipo A: são resultado de uma ação farmacológica exagerada de um fármaco
utilizado em doses terapêuticas. São consideradas farmacologicamente
previsíveis e normalmente dependem da dose, portanto podem ser tratadas
com o ajuste de dose. São as mais comuns (80%).
▹ Tipo B: apresentam efeitos farmacológicos completamente inesperados e
anormais e não dependem da dose, portanto o tratamento consiste em
suspender a administração do fármaco.
Extended Rawlins–Thompson classification of adverse drug reactions
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7 Classificação

▹ Relacionada com a dose (previsíveis)


▹ Não-relacionada com a dose (imprevisíveis)
▹ Efeito a longo prazo ou de suspensão
▹ Efeitos tardios
▹ Falhas terapêuticas
Reações adversas relacionadas a dose

▹ Mais comuns (cerca de 80%)


▹ Podem ser previstas e evitadas
▹ Anormalidade farmacocinética ou farmacodinâmica → excesso
do efeito farmacológico da droga
▹ Ex:
▸ hipoglicemia decorrente da administração de insulina
▸ Broncoconstrição decorrente do bloqueio de receptores 2
Índice terapêutico ou Janela terapêutica
▹ Fármacos com alto índice terapêutico (pouca ocorrência)
▸ Ex.: antimicrobianos - penicilinas

▹ Fármacos com baixo (estreito) índice terapêutico


▸ Ex.: anticoagulantes – warfarina e heparina
▸ Hipoglicemiantes – insulina
▸ Anticoncepcionais orais
Variação farmacêutica

▹ Alterações na biodisponibilidade de um fármaco por


modificações na formulação
▸ Ex: substituição de sulfato de cálcio por lactose nos
comprimidos do fenitoína

• Contaminação de formulações intravenosas com pirógenos


• Prazo de validade – produtos de degradação
Variação farmacocinética
▹ Variações farmacogenéticas
▸ Metabolismo lento ou ausente de fármacos
Variação farmacocinética
▹ Hepatopatia
▸ Hepatite grave ou cirrose avançada pode reduzir depuração da fenitoína, teofilina,
warfarina.
▸ Hipertensão portal associada a cirrose reduz a depuração de analgésicos opióides,
propranolol, clorpromazina.
▸ Redução do fluxo sanguíneo hepático devido a insuficiência cardíaca, reduz a depuração de
drogas que são altamente metabolizadas pelo fígado, como lidocaína, morfina, propranolol.
▸ Produção diminuída de proteínas plasmáticas (albumina) pelo fígado na cirrose pode
resultar em ligação reduzida dos fármacos às proteínas.
▸ Fármacos hepatotóxicos podem causar depuração reduzida de outro fármaco mesmo em
indivíduos saudáveis.
▹ Doença renal
▹ Excreção por filtração glomerular ou secreção tubular →
toxicidade
▸ Dose de ataque geralmente não deve ser alterada
▸ Dose de manutenção deve ser reduzida (tamanho ou freqüência)
▸ Albuminúria/deslocamento de fármacos – redução da ligação de drogas a
proteínas plasmáticas
▹ Cardiopatia

▹ Insuficiência cardíaca congestiva


▸ Absorção comprometida por edema da mucosa intestinal e de
circulação intestinal deficiente
▸ Congestão hepática e redução do fluxo sanguíneo hepático
pode comprometer metabolismo
▸ Perfusão renal deficiente pode comprometer eliminação renal
▸ Reduções nos volumes de distribuição causam reduções nas
necessidades de doses de ataque de alguns fármacos
▹ Doença da tireóide
▸ Hipertireoidismo = aumenta o metabolismo de algumas drogas

▸ Hipotireoidismo = reduz o metabolismo de algumas drogas

▸ Ex: propranolol, digoxina


Variação farmacodinâmica

▹ Hepatopatia
▸ Redução da coagulação sanguínea x fármacos que comprometem
coagulação e hemostasia ou que predispõem ao sangramento gástrico
⬩ Ex.: anticoagulantes e AINES
▸ Encefalopatia hepática x sensibilidade aumentada a agentes sedativos
⬩ Analgésicos opióides e barbitúricos
▸ Retenção de sódio e água pode ser exacerbada por drogas
⬩ Corticosteróides e formulações contendo grandes quantidades de sódio
▹ Alterações de equilíbrio eletrolítico
▸ Hipocalcemia prolonga ação dos relaxantes musculares
▸ Depleção hídrica intensifica ação de agentes anti-hipertensivos
(inibidores de ECA)
Reações adversas não relacionadas a dose

▹ Alergias ou reações de hipersensibilidade


▸ Não existe relação com o efeito farmacológico da droga
▸ Intervalo entre primeira exposição e reação
▸ Não há relação dose-resposta
▸ Desaparece com a retirada do fármaco
▸ Manifestações: urticárias, anafilaxia, angioedema, exantema.
▹ Droga
▸ Macromoléculas (proteínas, polipeptídeos e dextranos)
⬩ Vacinas, estreptoquinase, insulina e heparina
▸ Moléculas menores podem atuar como haptenos
⬩ Ex: grupo peniciloil da penicilina

▹ Paciente
▸ Histórico de distúrbios alérgicos
Tipos de reações alérgicas a fármacos mais comuns

▹ Reações do tipo I (anafilaxia, hipersensibilidade imediata)


▸ IgE e mastócitos (penicilinas, anestésicos locais e contrastes
radiológicos)
▹ Reações do tipo IV (hipersensibilidade tardia ou mediada
por células)
▸ Sensibilização de linfócitos T com subsequente resposta
inflamatória (sensibilização a creme anestésicos ou agentes
tópicos)
Reações pseudo-alérgicas

▹ Asma e erupções cutâneas por aspirina


Efeitos a longo prazo e de suspensão

▹ Alterações adaptativas
▸ Tolerância a analgésicos opióides
▸ Aparecimento da discinesia tardia por neurolépticos
▹ Rebote e suspensão
▸ Álcool = delirium tremens
▸ Benzodiazepínicos = insônia
▸ Anti-hipertensivos = hipertensão de rebote
▸ Antagonistas -adrenérgicos = taquicardia de rebote
▸ Corticosteróides = Síndrome de Insuficiência da supra-renal
Outros efeitos a longo prazo

▹ Cloroquina se deposita na retina =


retinopatia pigmentar e cegueira
▹ Uso de AINEs a longo prazo = nefropatias
Efeitos tardios

▹ Carcinogênese
▸ Hormonal
▸ Toxicidade gênica
▸ Supressão da resposta imune

➢ Reações associadas a reprodução


➢ Comprometimento da fertilidade
➢ Teratogênese
25 Falha terapêutica

▹ Também considerada uma reação adversa.


26 Classificação quanto a frequência (FDA e ANVISA)

❖ Muito comum  1/10


❖ Comum (frequente)  1/100 e < 1/10
❖ Incomum (infrequente)  1/1000 e < 1/100
❖ Rara  1/10000 e < 1/1000
❖ Muito rara < 1/10000
27 Classificação quanto a gravidade

❖ Leve: não necessita de tratamentos específicos ou antídotos e não é


necessário suspender o medicamento;
❖ Moderada: requer modificação terapêutica, porém o medicamento agressor
não precisa ser suspenso. Pode ser necessário prolongar o tempo de
hospitalização e a utilização de tratamento específico;
❖ Grave: é potencialmente letal e exige interrupção da administração do
medicamento e adoção de tratamento específico para a reação adversa. É
motivo de hospitalização ou prolongamento do tempo de internação;
❖ Letal: contribui direta ou indiretamente para a morte do paciente.
28 Fatores de risco para surgimento de RAM

▹ Extremos de idade
▹ Gênero
▹ Gestantes
▹ Doenças
▹ Hipersensibilidades
▹ Variabilidade genética
▹ Polifarmácia/Polimedicação
29 Farmacovigilância
“A ciência e atividades relativas à identificação, avaliação,
compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer
problemas relacionados ao uso de medicamentos” (Anvisa).
▹ Cabe à farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos
eventos adversos relacionados ao uso dos medicamentos comercializados
no mercado brasileiro, com o objetivo de garantir que os benefícios sejam
maiores que os riscos.
▹ Identificar eventos adversos causados por desvios da qualidade de
medicamentos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de
medicamentos para indicações não aprovadas no registro (off-label), uso
abusivo, intoxicações e interações medicamentosas.
30 Notificação de RAM

▹ A notificação de RAM consiste na comunicação, através de um sistema


informatizado, por profissionais de saúde e usuários, de suspeitas de
RAM manifestadas após o uso de medicamentos, produtos para saúde,
cosméticos, saneantes, derivados do sangue, entre outros.

▹ RAM, mas também inefetividade terapêutica ou queixa técnica em


Medicamentos devem ser notificados.
31 Notificação de Eventos Adversos a medicamentos
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