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Farmacologia na geriatria

IDOSOS
Pessoas com mais de 65 anos

Número de idosos aumenta a cada década.

Hoje são da população – 13,5% - 32,5 milhões

Apresentam alterações naturais ou patológicas na bioquímica, na


fisiologia e/ou no comportamento. Alterações morfológicas.

Uso de vários medicamentos (7 em média). Várias patologias e


deficiências fisiológicas = polifarmácia.

45% do medicamento consumido no Brasil

Favorecimento do aparecimento de efeitos adversos e interações.


Estatísticas sobre idosos nos EUA
Efeitos colaterais graves e fatais ocorrem com:

42% dos idosos acima de 85 anos


30% dos idosos entre 75 e 84 anos
18,5% entre pacientes entre 65 e 74 anos.

30% das admissões hospitalares de idosos devem-se a


problemas com o uso de fármacos, sendo 70% atribuídos a
efeitos não desejados.

Estes números são parecidos com o que ocorre no Brasil.


Características do tratamento farmacológico em Idosos

Tratamento racional complexo

Abrange médicos especialistas, clínicos gerais geriatras,


psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e assistentes sociais
especializados em geriatria.

Farmacêuticos especializados em atenção Farmacêutica e


farmácia Clínica na Geriatria.

Baixa adesão à prescrição médica.


Fatores que dificultam a adesão ao Tratamento em idosos
• Presença de doenças pouco sintomáticas
• Uso de vários medicamentos
• Complexidade do esquema terapêutico
• Insucesso terapêutico prévio
• Presença de distúrbios cognitivos (atenção e memória)
• Limitações físicas (menor acuidade visual, auditiva,
artrites, tremores e sequelas motoras de doenças
neurológicas.
• Menor compreensão de instruções orais e escritas
• Inabilidade de abrir frascos
• Medo de tomar medicamentos (dos efeitos adversos)
• Desaparecimento dos sintomas, dando a falsa ideia de
cura
• Preocupação com o preço
Medidas para promover a adesão ao tratamento
• Simplificar os esquemas de tratamento (quando possível)

• Fornecer instruções orais claras, simples e em linguagem acessível sobre o


medicamento, a patologia e a forma de utilização (para o paciente e familiares)

• Fornecer essas mesmas instruções por escrito (Utilizar símbolos para idosos
iletrados)

• Incentivar a família a colaborar na administração do medicamento e na


monitorização dos efeitos

• Utilizar letras grandes e legíveis nas prescrições

• Avaliar como as informações foram recebidas e seguidas

• Encorajar o desenvolvimento de uma rotina para administração dos medicamentos


(associação com as refeições, ou com outras atividades diárias rotineiras).

• Encorajar os pacientes a lerem informações impressas sobre a patologia e os


tratamentos sobre a mesma, e retornarem em caso de dúvidas.
Alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas relevantes
induzidas pela idade

Decréscimo na taxa de albumina: Aumento da distribuição

Decréscimo do metabolismo hepático: queda na metabolização

Decréscimo da excreção renal: diminuição da excreção.

Redução da Barreira Hematoencefálica.

Aumento da Responsividade tecidual: modificação no número e na


afinidade dos receptores (ambos aumentados)

Fármacos afetados: benzodiazepínicos, barbitúricos, opióides, anti-


histamínicos, salicilatos, varfarina, sulfonamidas, fenitoína,
propranolol, anestésicos gerais e antibióticos.
CRITÉRIOS DE BEERS-FICK

Instrumento que visa detectar potenciais riscos de iatrogenia


medicamentosa em idosos mais utilizado.

Estabelece critérios, baseados em trabalhos publicados sobre


medicamentos e farmacologia do envelhecimento, para definir uma
lista de fármacos potencialmente inapropriados a adultos com 65
ou mais.

1) Medicamentos ou classes deles que deveriam ser evitados em


idosos, independentemente do diagnóstico ou da condição clínica,
devido ao alto risco de efeitos colaterais e pela existência de outros
fármacos mais seguros.

2) Medicamentos ou classes deles que não devem ser usados em


determinadas circunstâncias clínicas
1) Medicamentos não recomendados para idosos comercializados no Brasil
Independentemente do diagnóstico ou da condição clínica.
Apresentam alto risco de efeitos colaterais e com opções à
prescrição de outros fármacos mais seguros.
Sedativos e anticonvulsivantes: Benzodiazepínicos, Lorazepam > 3,0 mg/dia,
Alprazolam > 2,0 mg/dia Clordiazepóxido, Diazepam, Clorazepato, Flurazepam,
Barbitúricos (exceto fenobarbital),
Antiplaquetários: Ticlopidina, Tioridazina, Dipiridamol.
Anti-inflamatórios não-hormonais: Indometacina, Naproxeno, Piroxicam, Cetorolaco.
Anti-histamínicos: Clorfeniramina, , Difenidramina, Hidroxizina, Prometazina,
ciproeptadina, Orfenadrina, Dexclorfeniramina.
Miorrelaxantes: carisoprodol, e antiespasmódicos, Alcalóides da Belladonna,
Hiosciamina
Anoréxicos e psicoestimulante a base de anfetaminas.
Antidepressivos: Amitriptilina, Fluoxetina (diariamente), Meperidina
Anti-hipertensivos: Metildopa ,Clonidina, Nifedipina, Doxazosina,
Cardiotônicos: Digoxina > 0,125 mg/dia.
Antiarrítmico: Amiodarona.
2) Fármacos não recomendados para idosos em determinada condições clínicas.
Ansiolíticos (Alprazolam, Diazepam, Lorazepam),

Antiagregantes plaquetários (Ticlodipina),

Antialérgicos (Dexclorfeniramina isolada, ou + betametasona / pseudoefedrina, Fexofenadina),

Antianginosos e vasodilatadores (Nifedipino),

Antiarrítmicos (Amiodarona),

Antidepressivos (Amitriptilina, Fluoxetina),

Antiespasmódicos (N-butilescopolamina isolada ou + dipirona),

Anti-hipertensivos (Metildopa),

Anti-inflamatórios (Naproxeno, Piroxicam),

Antiulcerosos (Cimetidina), Glicosídeos (Digoxina).

Outros: Clorzoxazona, Ciclobenzaprina, Tripelenamina, Oxibutinina Propantelina,


Clorpropamida, Estrogênios não-associados (via oral), Extrato de Tireoide, Ergot e ciclandelata,
Metiltestosterona, Laxantes, Nitrofurantoina, Bisacodil, Sulfato ferroso, Cascará sagrada,
Cimetidina, Óleo mineral.
Analgésicos e antitérmicos
Fim

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