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Resumo capítulo 6 – Terapêutica Medicamentosa aplicada a

Odontologia(Eduardo Dias Andrade)


Lara Carnio

Prevenção e Controle da Dor


Hipocrates (400 a.C.), considerado o pai da medicina, a famosa frase:
Sedare dolorem opus divinum est (amenizar a dor e obra divina).

Tipos de regimes analgésicos na Odontologia:

CUIDADO:

. É contraindicado o uso de inibidores seletivos da COX-2 em


pacientes que fazem uso continuo de antiagregantes
plaquetarios, como a aspirina ou o clopidogrel.
. O uso concomitante de piroxicam, ibuprofeno (e
provavelmente outros AINEs) com a varfarina, um
anticoagulante, pode potencializar o efeito anticoagulante desta
e provocar hemorragia.
. O uso concomitante dos AINEs com certos anti-hipertensivos
pode precipitar uma elevação brusca da pressão arterial
AINES – ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS
sanguínea.
Quando e como empregar os AINEs? . Deve-se evitar a prescrição dos inibidores da
Os AINEs são indicados para o controle da dor aguda de
COX a pacientes com historia de infarto do miocárdio, angina ou
intensidade moderada a severa, no período pós-operatório de
stents nas artérias coronárias, pelo risco aumentado de trombose,
intervenções odontológicas eletivas, como a exodontia de
especialmente em idosos.
inclusos, as cirurgias periodontais, a colocação de implantes
múltiplos, os procedimentos de enxertias ósseas, etc.
O regime mais eficaz com os AINEs e o de analgesia preventiva,
introduzido imediatamente após a lesão tecidual, porém antes
Paracetamol
do início da sensação dolorosa. É também um inibidor da ciclooxigenase, apesar de não
apresentar quase nenhum efeito anti-inflamatório (fraco inibidor
Uso em crianças – o ibuprofeno e o único AINE aprovado para da COX-1 e COX-2). Por isso na Odontologia é empregado
uso em crianças, de acordo com as atuais recomendações do apenas como analgésico em procedimentos que há expectativa
FDA (Food and Drug Administration). ou presença de dor de intensidade leve a moderada, não
interferindo na produção de edema.
Duração do tratamento
A dor decorrente de procedimentos odontológicos cirúrgicos
eletivos perdura, em geral, por um período de 24 h, com o pico CORTICOSTEROIDES (AIES) - Fármacos que
de intensidade sendo atingido entre 6 e 8 h pós-cirúrgicas. inibem a ação da fosfolipase A2
Da mesma forma, o edema inflamatório atinge seu ápice após
36 h do procedimento. Uso dos corticosteroides na clínica
E é por isso que não é justificada a prescrição de AINES (desde Odontológica
que a causa tenha sido removida) por um tempo maior que 72h
(máximo de 48 a 72h). Caso haja exacerbação de dor ou edema, De forma similar aos AINEs, os corticosteroides são indicados
uma consulta deve ser realizada pois deve ter algum problema para prevenir a hiperalgesia e controlar o edema inflamatório,
local. decorrentes de intervenções odontológicas eletivas, como a
exodontia de inclusos, as cirurgias periodontais, a colocação de
implantes múltiplos, as enxertias ósseas, etc.
Para essa finalidade, a dexametasona ou a betametasona
são os fármacos de escolha, pela maior potencia antiinflamatoria
e duração de ação.
ADULTOS: 4 a 8 mg, administrada 1 h antes do
inicio da intervenção.

Em crianças: intervenções mais invasivas:


solução oral “gotas” de betametasona (0,5
mg/mL), obedecendo a regra pratica de 1
gota/kg/peso corporal, em dose unica, 1 h antes do
procedimento.
Considerações sobre o uso do
Paracetamol
• Analgésico seguro para uso em gestantes e lactantes.
• Pode causar danos ao fígado (hepatotóxico). FDA recomendou
que as doses máximas diárias de paracetamol, fossem
reduzidas de 4 g para 3,25 g.
Usos com precaução e
• Deve-se evitar o uso concomitante do paracetamol com álcool
contraindicações dos corticosteroides etílico ou outras substancias com potencial hepatotoxico, como
São contraindicações absolutas ao uso dos corticosteroides: o estolato de eritromicina (antibiótico do grupo dos
pacientes portadores de doenças fungicas sistêmicas, herpes macrolideos).
simples ocular, doenças psicóticas, tuberculose ativa ou os que • Contraindicado para pacientes fazendo uso continuo da
apresentam historia de alergia aos fármacos deste grupo. varfarina sódica, pelo risco de aumentar o efeito
anticoagulante e provocar hemorragia.
Nos quadros de dor já instalada, o emprego de fármacos • Contraindicado para pacientes com historia de alergia ao
que deprimem diretamente a atividade dos nociceptores pode medicamento ou de alergia aos sulfitos, se empregada a
ser conveniente, pois conseguem diminuir o estado de solução oral “gotas” de paracetamol, que contém
hiperalgesia metabissulfito de sódio em sua composição.
persistente.
A substancia-padrão desse grupo é a dipirona. Considerações sobre o uso do
Outro fármaco que bloqueia diretamente a sensibilização dos
nociceptores é o diclofenaco. Ibuprofeno
Isso significa que ele age de duas formas: prevenindo a • Contraindicado para pacientes com historia de gastrite ou
sensibilização dos nociceptores (pela inibição da COX-2) e ulcera péptica, hipertensão arterial ou doença renal.
deprimindo sua atividade apos estarem sensibilizados. • Evitar em pacientes com historia de hipersensibilidade
ao acido acetilsalicílico, pelo risco potencial de alergia cruzada.
USO CLÍNICO DOS ANALGÉSICOS
 Os analgésicos rotineiramente empregados na clinica
odontológica são a dipirona e o paracetamol.
 Como alternativa a ambos, pode-se optar pelo ibuprofeno, que
em doses menores (200 mg, em adultos) tem ação analgésica
similar a da dipirona, sem praticamente exercer atividade anti-
inflamatória.
 Na clinica odontológica, esses analgésicos são geralmente
empregados por períodos curtos, em ~ 24 a 48 h.
Considerações sobre o uso da
dipirona
• É um analgésico eficaz e seguro para uso em odontologia.
 Por via IM ou IV, pode abaixar a pressão (tomar cautela a
administração em pacientes com a pressão < sistólica
100mmhg)
 O uso da dipirona deve ser evitado nos três primeiros meses e
nas ultimas seis semanas da gestação e, mesmo fora desses
períodos, somente administrar em gestantes em casos de
extrema necessidade.
 A dipirona é contraindicada para pacientes com
hipersensibilidade aos derivados da pirazolona, pelo risco de
alergia cruzada, ou para portadores de doenças metabólicas
como a porfiria hepática ou a deficiência congênita da glicose-
6-fosfato-desidrogenase. Os derivados
da pirazolona compreendem a fenilbutazona, oxifembutazona
e dipirona.
Analgésicos de ação predominantemente
central – Opioides fracos
 O protótipo dos opioides é a morfina, que é extraída do suco
da papoula, que contém morfina e outros alcaloides. Este
extrato é conhecido como ópio e foi muito utilizado por
provocar efeito eufórico e analgésico além de evitar diarreia

Indicados no tratamento de dores moderadas a intensas, que


não respondem ao tratamento com outros analgésicos.
No Brasil, estão disponíveis para uso clinico a codeína
(comercializada em associação com o paracetamol) e o tramadol.
O cloridrato de tramadol possui potencia analgésica 5 a 10 vezes
menor do que a morfina.
Seu inicio de ação ocorre, em geral, 1 h após a administração de
uma dose de 50 mg.
Não é indicado para pacientes < 16 anos, pela falta de estudos
clínicos controlados.

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