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FAI – FACULDADE DE IPORÁ

BACHARELADO EM ENFERMAGEM

FERNANDA DUTRA RODRIGUES DE OLIVEIRA

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPUSÓRIA

IPORÁ – GO
2022
FERNANDA DUTRA RODRIGUES DE OLIVEIRA

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPUSÓRIA

Trabalho desenvolvido para a disciplina de Estágio


Supervisionado I Unidade básica, como parte da
avaliação referente ao 9º Período do curso superior
de Enfermagem.

Docente: Enf. Valdomiro de Paula

IPORÁ – GO
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 3
2 LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPUSÓRIA................................................................ 3
3. BOTULISMO................................................................................................................... 5
4. CÓLERA........................................ ....................................................................... 5
5. COQUELUCHE............................................................................................................... 6
6. DENGUE........................................................................................................................... 7
7. DIFTERIA......................................................................................................................... 7
8. DOENÇA DE CHAGAS.................................................................................................... 8
9. DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (DCJ)............................................................ 9
10. DOENÇA MENINGOCÓCICA................................................................................... 10
11. VÍRUS ZIKA.................................................................................................................. 10
12. ESQUISTOSSOMOSE.................................................................................................. 11
13. FEBRE AMARELA....................................................................................................... 12
14. FEBRE DO NILO OCIDENTAL................................................................................. 12
15. FEBRE MACULOSA E OUTRAS RIQUETISIOSES.............................................. 13
16. FEBRE TIFOIDE.......................................................................................................... 13
17. HANSENÍASE............................................................................................................... 14
18. HANTAVIROSE........................................................................................................... 15
19. HEPATITES VIRAIS................................................................................................... 15
20 HIV.................................................................................................................................. 16
21. CONCLUSÃO............................................................................................................... 16
22.. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 17
3

1. INTRODUÇÃO

A Notificação Compulsória é a comunicação obrigatória à autoridade de saúde,


realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de
saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação de doença, agravo
ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal.

2. LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPUSÓRIA

Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) Periodicidade de notificação


Imediata (até 24
Semanal
horas) para*
MS SES SMS
1 a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e
X
adolescentes
2 Acidente por animal peçonhento X
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X
4 Botulismo X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche X X
7 a. Dengue - Casos X
b. Dengue - Óbitos X X X
8 Difteria X X
9 a. Doença de Chagas Aguda X X
b. Doença de Chagas Crônica X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X
Doenças com suspeita de disseminação intencional:a.
12 X X X
Antraz pneumônicob. Tularemiac. Varíola
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:a.
13 Arenavírusb. Ebolac. Marburgd. Lassae. Febre purpúrica X X X
brasileira
14 a. Doença aguda pelo vírus Zika X
b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X
4

d. Síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika X


15 Esquistossomose X
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à
16 X X X
saúde pública (ver definição no art. 2º desta portaria)
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X
18 Febre Amarela X X X
19 a. Febre de Chikungunya X
b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de
20 X X X
importância em saúde pública
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X
22 Febre Tifoide X X
23 Hanseníase X
24 Hantavirose X X X
25 Hepatites virais X
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência
26 X
Humana ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e
27 X
Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo
30 X
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados)
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X
32 Leishmaniose Visceral X
33 Leptospirose X
34 a. Malária na região amazônica X
b. Malária na região extra-Amazônica X X X
35 Óbito: a. Infantil b. Materno X
36 Poliomielite por poliovírus selvagem X X X
37 Peste X X X
38 Raiva humana X X X
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X
40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. Rubéola X X X
41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em gestante X
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X
5

Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a


43 X X X
Coronavírus a. SARS-CoV b. MERS- CoV
44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal X
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X
46 Tuberculose X
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X
48 a. Violência doméstica e/ou outras violências X
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X

Abaixo será explicado sobre cada doença de notificação compulsória seus sintomas e
tratamento.

3. BOTULISMO

O botulismo é uma doença bacteriana grave, não contagiosa, causada pela ação de
uma potente toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, encontrada no solo, nas
fezes humanas ou de animais e nos alimentos. A doença pode levar à morte por paralisia da
musculatura respiratória.
Os sintomas variam de acordo com o tipo de infecção. Os mais comuns são: dores de
cabeça, vertigem, tontura, sonolência, visão turva, visão dupla, diarreia, náuseas, vômitos,
dificuldade para respirar, paralisia da musculatura respiratória, de braços e pernas,
comprometimento de nervos cranianos, prisão de ventre e infecções respiratórias.
O tratamento imediato reduz significativamente o risco de morte do paciente, mas é
preciso acompanhamento médico. Além disso, o processo de recuperação é lento e depende
de como o sistema imunológico reage para eliminar a toxina do corpo. Se tratada
adequadamente, a doença tem cura e não deixa sequelas.
O botulismo deve ser tratado em hospitais que tenham unidades de terapia intensiva
(UTI) e consiste, basicamente, em suporte das funções cardíacas e pulmonares e em medidas
específicas para eliminar a toxina e o bacilo, com o uso do soro antibotulínico (SAB) e de
antibióticos. Nas formas mais graves, o período de recuperação pode durar de 6 meses a 1
ano, embora os maiores progressos ocorram nos primeiros três meses após o início
dos sintomas.

4. CÓLERA

A cólera é uma doença que afeta o intestino delgado e é causada pela bactéria Vibrio
cholerae, que entra no organismo de um indivíduo por meio do consumo de água e de
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alimentos que foram previamente contaminados pelo bacilo. Essa é uma doença relacionada
majoritariamente à higiene e ao saneamento básico sendo que em regiões onde há uma falta
de infraestrutura básica, como redes de esgoto, é comum ter vários casos de cólera assolando
a população local.  A cólera é uma condição relativamente grave, que pode levar o paciente a
óbito.
A cólera nem sempre apresenta sintomas claros e, muitas vezes, tudo o que o paciente
pode apresentar é uma forma de diarreia leve. No entanto, certos casos de maior gravidade
de cólera necessitam de tratamento médico para evitar que eles evoluam e causem
complicações ao paciente. Entre os principais sintomas de cólera, podemos destacar: diarreia
volumosa, fezes líquidas e acinzentadas, náuseas e vômitos, febre leve, dores e cólicas
abdominais, desidratação, letargia, pele seca e sede excessiva, baixa da pressão arterial e
cãibras musculares.
Para tratar a cólera, o tratamento consiste na reposição dos líquidos e minerais que são
perdidos na diarreia. Além disso, o paciente pode tomar antibióticos com o objetivo de matar
a bactéria causadora da cólera.
Pessoas que vão viajar para regiões endêmicas de cólera podem tomar uma vacina
contra a cólera, que protege durante curtos intervalos de tempo e serve como uma forma
de prevenção da cólera. 

5. COQUELUCHE

A coqueluche é uma infecção contagiosa que afeta as vias respiratórias que levam o ar
até os pulmões. Ela é causada por uma bactéria, a Bordetella pertussis, e também é chamada
de “tosse convulsa”, porque um dos principais sintomas de quem a possui é que a tosse sai
com um som diferente, similar a um assobio.
A coqueluche é uma doença que dura várias semanas e que é dividida em 2 fases, com
sintomas que são progressivos até que eles passam a diminuir, aos poucos, e o paciente se
recupera. Na fase inicial da doença, chamada de estágio catarral, os sintomas podem ser
bastante similares com o da gripe. Entre os principais sintomas de coqueluche, podemos
destacar: tosse com silvo, que acontece em acessos e de forma continuada, os acessos de
tosse, que podem fazer com que o paciente não consiga respirar entre uma tosse e outra,
quando o paciente tenta respirar fundo, pode guinchar ou emitir sons que denotam
dificuldade, coriza, febre, mal-estar, falta de ar, cansaço extremo, vômitos pelo esforço
durante os acessos de tosse e lábios e extremidades azuladas por causa da falta de ar.
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Para tratar a coqueluche, o paciente precisa ficar em isolamento, evitando que outras
pessoas desenvolvam a doença.O tratamento é feito por meio de medicamentos diversos, que
aliviam os sintomas e a tosse constante, além do uso de oxigênio para tratar a falta de ar.
Curiosamente, xaropes e medicamentos usados comumente na gripe não têm efeito algum nos
pacientes com coqueluche.
O paciente deve permanecer em repouso, manter-se hidratado e usar talheres e copos
somente para si, evitando a contaminação de outros indivíduos.

6. DENGUE

É uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma benigna ou
grave, dependendo de alguns fatores, entre eles: o vírus envolvido, infecção anterior pelo
vírus da dengue e fatores individuais como doenças crônicas (diabetes, asma brônquica,
anemia falciforme).
O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo,
náuseas ou até mesmo não apresentar qualquer sintoma. O aparecimento de manchas
vermelhas na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua e
vômitos persistentes podem indicar um sinal de alarme para dengue hemorrágica. Esse é um
quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as
manifestações iniciais podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela,
malária ou leptospirose e não servem para indicar o grau de gravidade da doença.
Todas as pessoas com febre de menos de sete dias durante uma epidemia ou por casos
suspeitos de dengue, cuja evolução não é possível predizer, devem procurar tratamento
médico onde algumas rotinas estão estabelecidas para o acompanhamento, conforme a
avaliação clínica inicial e subsequente, quanto a possibilidade de evolução para gravidade. A
hidratação oral (com água, soro caseiro, água de coco), ou venosa, dependendo da fase da
doença, é a medicação fundamental e está indicada em todos os casos em abundância. Não
devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios, como
aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

7. DIFTERIA
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A difteria (ou crupe) é uma doença respiratória facilmente transmissível que tem a


capacidade de afetar inúmeras partes do corpo, como as amígdalas, a laringe, o nariz e até
mesmo a pele e as mucosas do corpo humano. A bactéria da difteria é a Corynebacterium
diphtheriae.
Entre os principais sintomas da difteria, podemos destacar: surgimento de uma placa
esbranquiçada nas amígdalas, que pode se espalhar por outras regiões do organismo, podendo
causar grandes dificuldades respiratórias, dor leve na garganta, gânglios aumentados no
pescoço, problemas para respirar, palidez, cansaço, febre, coriza e manchas avermelhadas na
pele. Os sintomas costumam se agravar durante a noite e crianças podem apresentar sintomas
extras, como lábios azulados, arritmia e epiglote inflamada.
O tratamento da difteria é feito por meio de medicamentos que tem como objetivo
matar a bactéria que causa a doença. A medicação se inicia ainda antes da confirmação
do diagnóstico de difteria, já que a doença é altamente transmissível. O uso de antibióticos
também pode ser feito, como complemento ao uso de medicamentos, já que a condição pode
levar à insuficiência respiratória e cardíaca. A melhor forma de prevenir a difteria é por meio
da vacinação contra a difteria, que impede o desenvolvimento dessa condição médica.

8. DOENÇA DE CHAGAS

É uma doença transmissível causada por um parasito e transmitida principalmente


através do inseto “barbeiro”. O agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma
cruzi. No homem e nos animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares,
especialmente as cardíacas e digestivas. Os barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à
fonte de alimento e podem ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca
de animais, casca de tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas
escondem-se nas frestas, buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem
encontrados em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.
Os sintomas são na fase aguda: febre, mal estar, falta de apetite, edemas (inchaço)
localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado e
distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente,
nesta fase, não há qualquer manifestação da doença, podendo passar desapercebida. Na fase
crônica: nessa fase muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a sua
vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do T.cruzi.
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Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo


comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.
As drogas hoje disponíveis são eficazes apenas na fase inicial da enfermidade, daí a
importância da sua descoberta precoce.

9. DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (DCJ)

A Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é uma doença neurodegenerativa, caracterizada


por provocar uma desordem cerebral com perda de memória e tremores. É de rápida evolução,
e de forma inevitável, leva à morte do paciente. A doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é um
tipo de Encefalopatia Espongiforme Transmissível (EET) que acomete os humanos. As EET
são chamadas assim por causa do seu poder de transmissibilidade e suas características
neuropatológicas que provocam alterações espongiformes no cérebro das pessoas (aspectos
esponjosos).
Assim como outras (EET´s), a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) é caracterizada por
uma alteração espongiforme visualizada ao exame microscópico do cérebro. A causa e
transmissão desta doença estão ligadas a uma partícula proteinácea infectante denominada de
“PRÍON” (do Inglês Proteinaceous Infections Particles). Os príons são agentes infecciosos de
tamanho menor que os dos vírus, formados apenas por proteínas altamente estáveis e
resistentes a diversos processos físico-químicos. Os primeiros casos dessa doença - a forma
vDCJ - surgiram no Reino Unido em 1996 e, diferentemente da forma tradicional (DCJ
esporádica), acomete, predominantemente, pessoas jovens, abaixo dos 30 anos. Com
características clínicas e patológicas diferentes da DCJ, também apresenta um perfil genético
particular do gene da proteína priônica.
Embora exista uma grande variação nas manifestações clínicas, a Doença de
Creutzfeldt-Jakob (DCJ) caracteriza-se pelos seguintes sintomas: desordem cerebral com
perda de memória, tremores. Em um terço dos casos, os pacientes apresentam: falta de
coordenação de movimentos musculares, distúrbios da linguagem, perda da capacidade de
comunicação, perda visual.
Apesar de que várias propostas terapêuticas terem sido estudadas, nenhuma até o
momento foi efetiva para alterar a evolução fatal da doença. Dentre as principais formas de
tratamento para a Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) disponíveis encontram-se drogas
antivirais e corticóides. No entanto, aproximadamente 90% dos indivíduos acometidos pela
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Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) evoluem para óbito em um ano. Atualmente o tratamento


recomendado é basicamente de suporte e controle das complicações.
Desta forma, é essencial abordar os aspectos físicos, as necessidades nutricionais,
psicológicas, educacionais e sociais do paciente, bem como as necessidades dos familiares. É
necessário realizar um planejamento coordenado para a transferência de cuidados da unidade
de saúde para o acompanhamento em domicílio.

10. DOENÇA MENINGOCÓCICA

A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda. Quando se apresenta na


forma de doença invasiva, caracteriza-se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a
meningite meningocócica a mais frequente delas e a meningococcemia a forma mais grave.
Sinais e sintomas comuns são: Febre, vômitos/náuseas, letargia, irritabilidade, recusa
alimentar, cefaleia, dor muscular/articular, dificuldade respiratória.
A antibioticoterapia deve ser instituída o mais precocemente possível, de preferência,
logo após a punção lombar e a coleta de sangue para hemocultura. O uso de antibiótico deve
ser associado a outros tipos de tratamento de suporte, como reposição de líquidos e cuidadosa
assistência.

11. VÍRUS ZIKA

O Zika é um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Tem essa
denominação por ter sido identificado na floresta Zika, em Uganda, na África.
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações
clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações,
manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos
frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Em geral, a evolução da
doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a
dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves são raras,
mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito.
Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika. Também não há
vacina contra o vírus. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso
de analgésicos para o controle da febre e da dor. No caso de manchas vermelhas e coceira na
pele, os anti-histamínicos podem ser considerados. Não se recomenda o uso de ácido
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acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de


complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros flavivírus. Os casos suspeitos
devem ser tratados como dengue, devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.

12. ESQUISTOSSOMOSE

A esquistossomose é uma doença causada por vários parasitas. O Schistosoma


mansoni é um deles e, por isso, ela pode ser chamada também de esquistossomose mansônica.
A esquistossomose trata-se, basicamente, de vermes que entram no organismo e acabam por
viver nos intestinos (esquistossomose intestinal) e nas vias urinárias (esquistossomose
urogenital), onde se aproveitam dos benefícios do corpo humano. Outros parasitas do tipo
Schistosoma também são capazes de causar diferentes variedades da doença.
Essa condição pode ser chamada também de barriga d’água e de febre do caramujo, já
que o agente causador da esquistossomose, o parasita do tipo Schistosoma, se aproveita
também de um tipo de caramujo de água doce, que serve de hospedeiro intermediário para
suas larvas, permitindo que o parasita se multiplique antes de contaminar águas e ir parar
dentro do organismo do homem.
Se a esquistossomose não for tratada, o paciente pode acabar desenvolvendo certas
doenças e condições crônicas, como a cirrose. Essa é uma condição que tem o potencial de
levar o paciente a óbito. De modo geral, a esquistossomose é dividida em fase aguda e fase
crônica.
A esquistossomose é geralmente assintomática, nos dois primeiros meses de infecção.
Depois, ela passa a se dividir em duas fases. A fase aguda da esquistossomose apresenta
sintomas que podem incluir: coceiras e alergias na pele, febre, dor no corpo, calafrios, falta de
apetite, fadiga e prostração, emagrecimento, tosse, diarreias e náuseas e vômitos. Na fase
crônica, o paciente que possui esquistossomose pode apresentar diarreia e prisão de ventre de
forma alternada. Conforme a esquistossomose crônica evolui, sintomas mais perigosos podem
surgir, como: aumento do fígado e do baço, cirrose, tonturas, coceira constante no ânus,
impotência sexual, emagrecimento, hipertensão pulmonar, hemorragias e abdômen distendido
e inchaço, que são considerados a principal característica da barriga d’água.
O tratamento da esquistossomose é feito por meio de medicamentos e drogas que
combatam a proliferação da droga, impedindo que o verme se alimente dos insumos
oferecidos pelo corpo e fazendo com que o número de parasitas diminua progressivamente,
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até acabar de vez. Casos mais graves de esquistossomose crônica podem necessitar de cirurgia
e de internação hospitalar.
13. FEBRE AMARELA

A febre amarela é um tipo de doença causada por um vírus e transmitida por meio da
picada de um mosquito. Existem dois tipos de febre amarela: a urbana e a silvestre, sendo que
a diferença entre ambas é o tipo de mosquito que transmite o vírus. No geral, os sintomas são
os mesmos. No caso da febre amarela urbana, quem a transmite é o mosquito Aedes aegypti, o
mesmo responsável por passar para o ser humano, entre outras doenças e condições, a dengue.
Quem foi infectado pela febre amarela pode apresentar os seguintes sintomas: febre
repentina, calafrios, náuseas e vômitos, dor de cabeça, dor nas costas, dor no corpo
generalizada, mal-estar, cansaço e diarreia. Esses sintomas se apresentam em uma janela de
tempo que vai de 3 a 6 dias após a picada do mosquito. Por isso, é importante observar se
você se lembra de ter sido picado por um quando apresentar sintomas como os listados acima.
Muitas vezes, a febre amarela tem seus sintomas confundidos com o de um simples
resfriado, sendo que o paciente se recupera naturalmente. Mas alguns pacientes acabam sendo
inoculados com uma versão mais grave da febre amarela.

14. FEBRE DO NILO OCIDENTAL

A Febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma doença causada por um vírus do gênero


Flavivirus, da família Flaviviridae, assim como os vírus da dengue e da febre amarela, sendo
uma arbovirose (grupo de doenças transmitidas por insetos). A doença é uma infecção viral
que pode ser assintomática ou com sintomas de distintos graus de gravidade - que variam
desde febre e dor muscular até encefalite grave. As formas graves ocorrem com maior
frequência em idosos.
Os sintomas são: mal-estar, anorexia, náusea, vômito, dor nos olhos, dor de cabeça,
dor muscular, exantema máculo-papular, linfadenopatia.
Não existe vacina ou tratamento antiviral específico para a Febre do Nilo Ocidental. A
maioria das pessoas se recupera da infecção sem tratamento, que normalmente visa a melhora
dos sintomas. Os casos mais graves necessitam de hospitalização para tratamento de suporte,
com reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções
secundárias, além de tratamentos específicos para pacientes com quadros de encefalites ou
meningoencefalite em sua forma severa. Para casos leves, analgésicos vendidos sem receita
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médica podem ajudar a aliviar dores de cabeça leves e dores musculares. Tenha cuidado ao
administrar aspirina a crianças ou adolescentes.

15. FEBRE MACULOSA E OUTRAS RIQUETISIOSES

A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela
pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de
letalidade. A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida
pela picada do carrapato.
Os principais sintomas da Febre Maculosa são: febre alta e súbita, cefaleia, hiperemia
conjuntival, dor muscular e articular, mal-estar, dores abdominais, vômito, diarreia e
exantema.
A precocidade na introdução do antibiótico específico, determinará o sucesso no
tratamento. O antimicrobiano recomendado pelo Ministério da Saúde, de primeira escolha é
Doxiciclina em todos os casos suspeitos de infecção pela Rickettsia rickettsii e de outras
riquetsioses, independente da faixa etária e da gravidade da doença e na impossibilidade de
sua utilização oral ou injetável, preconiza-se o cloranfenicol como droga alternativa. 

16. FEBRE TIFOIDE

A febre tifoide é uma condição médica relativamente grave e rara, que é causada pela
bactéria Salmonella enterica typhi. A febre tifoide também pode ser chamada somente de
“tifo”. A febre tifoide é transmitida por meio da ingestão de água ou de alimentos que estejam
contaminados com a bactéria. Os indivíduos também podem contrair a febre tifoide por meio
do contato com as fezes e a urina de pessoas que estejam contaminadas com a Salmonella
enterica typhi. É por conta dessas características que a febre tifoide está relacionada, muitas
vezes, às más condições de higiene.
Uma vez que a bactéria causadora da febre tifoide cai na corrente sanguínea de um
indivíduo, ela precisa ser combatida de imediato. Caso isso não aconteça, a pessoa pode
acabar desenvolvendo complicações sérias em órgãos como o fígado, o baço, a vesícula e até
mesmo a medula óssea, podendo levar o ser humano ao óbito.
Entre os sintomas de febre tifoide, podemos destacar: febre alta, mal-estar, dor de
cabeça, mudanças nos hábitos do intestino, como diarreia com sangue e intestino preso,
prostração, perda do apetite, aumento do fígado e do baço, dores e inchaço no abdômen,
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náuseas, vômitos, tosse seca, coração que bate mais lento, manchas rosadas que surgem em
locais como o abdômen e o fígado e prostração. Os sintomas de febre tifoide podem durar por
várias semanas, chegando a ultrapassar um mês, sem o devido tratamento.
A febre tifoide é tratada por meio de medicamentos antibióticos, sendo que o paciente
precisa ser observado e ter sua hidratação reforçada, já que perde muito líquido nas diarreias
características da doença. Existe vacina contra a febre tifoide, que pode ser tomada por
indivíduos que viajam para locais onde a doença é endêmica. Além disso, manter bons hábitos
de higiene, como lavar constantemente as mãos, são formas de evitar a contração da febre
tifoide.

17. HANSENÍASE

A hanseníase é uma condição que durante muitos anos foi conhecida como lepra,
sendo que seu diagnóstico fazia com que os pacientes fossem vítimas de preconceito, já que
ela é crônica e transmissível para outros indivíduos. A hanseníase é causada por uma bactéria
chamada Mycobacterium leprae e atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos
periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a
sensibilidade tátil e a dor.
Existem tipos variados de hanseníase, que estão relacionados à forma como o
organismo reage ao bacilo causador da doença. Entre esses tipos, podemos destacar:
hanseníase tuberculoide, hanseníase virchowiana, hanseníase borderline e hanseníase
indeterminada.
Entre os principais sintomas da hanseníase, podemos destacar: surgimento de manchas
de cores variadas nas diferentes partes do corpo, que geralmente estão associadas a uma perda
de sensibilidade ao toque e à dor, além de terem uma temperatura diferente do resto da pele,
sumiço de pelos em certas partes do corpo, suor que para de acontecer nas regiões onde é
comum, dormência em partes do corpo, caroços que surgem nas mãos e orelhas,
formigamento nas mãos, pés, braços e pernas, inchaços em mãos e pés, feridas que aparecem
nos membros, febre, dor nas juntas, sangramentos nasais recorrentes, diminuição da força
muscular e ressecamento dos olhos. Uma vez que o paciente apresente esses sintomas, o
médico dermatologista fará exames para confirmar o diagnóstico da hanseníase.
De forma geral, a hanseníase tem cura. Mas caso o paciente não busque tratamento, a
hanseníase pode deixar sequelas no paciente pelo resto da vida. O tratamento da hanseníase é
feito por meio do uso de medicamentos antibióticos que têm como função matar o bacilo
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causador da doença. Uma vez que o tratamento é iniciado, em apenas 4 dias a pessoa deixa de
ser capaz de transmitir a hanseníase para outros indivíduos. O uso dos medicamentos costuma
ser prolongado, podendo durar mais de um mês, e o tratamento não deve ser interrompido em
nenhuma hipótese, já que há o risco de tornar a bactéria resistente aos antibióticos disponíveis
no mercado.

18. HANTAVIROSE

Hantavirose é uma doença rara, que é causada por uma infecção do Hantavírus, um
gênero de vírus com vários subtipos, sendo que todos são capazes de causar a hantavirose.
A transmissão da hantavirose se dá por meio de roedores. O vírus se aloja no organismo de
ratos, por exemplo, e é transmitido para o ambiente por meio de sua urina e de suas fezes.
Caso o ser humano inale os odores desses materiais ou sua pele entre em contato direto com
essas substâncias, ele pode desenvolver a hantavirose. Mordidas de rato também podem fazer
com que uma pessoa desenvolva hantavirose.
Uma vez que ela é infectada com hantavirose, a pessoa pode desenvolver duas
condições distintas: a Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH) e a Febre
Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR). O tipo de hantavirose que mais afeta o Brasil e a
América Latina é a Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus. 
Entre os sintomas de hantavirose, podemos destacar: febre, dores musculares, dor de
cabeça, diarreia, náuseas, vômitos, diminuição na quantidade de vezes que vai ao banheiro
fazer xixi ou na quantidade de xixi que é expelido a cada vez, aumento na taxa de ureia
presente no sangue, manchas pelo corpo, gengiva que sangra facilmente, taquicardia, tosse
seca, dificuldade para respirar, acúmulo de fluídos no pulmão e insuficiência renal.
Não há cura para a hantavirose. Como essa é uma condição que pode levar ao colapso
dos rins e do sistema cardiopulmonar, é preciso fazer um acompanhamento que elimine os
sintomas e deixe o paciente estabilizado por mais tempo.

19. HEPATITES VIRAIS

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. É


uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na
maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto,
quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo,
vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
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No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem


ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e
o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil, sendo encontrado com maior
facilidade na África e na Ásia. 
As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam
crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas
desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o
devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado sendo causa de fibrose
avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de
transplante do órgão. O impacto dessas infecções acarreta em aproximadamente 1,4 milhões
de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose
associada as hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada
ao HIV e tuberculose.

20. HIV

O HIV é transmitido através do contato estreito com um líquido corporal que contenha
o vírus ou células infectadas com o vírus (como sangue, sêmen ou líquidos vaginais). O HIV
destrói certos tipos de glóbulos brancos do sangue, enfraquecendo as defesas do corpo contra
infecções e cânceres. Quando as pessoas são infectadas, os sintomas de febre, erupções
cutâneas, aumento do tamanho dos linfonodos e cansaço podem durar de alguns dias a várias
semanas. Muitas pessoas infectadas permanecem bem por mais de uma década.
Os medicamentos contra o HIV (medicamentos antirretrovirais) – dois, três ou mais
tomados conjuntamente – podem interromper a reprodução do HIV, fortalecer o sistema
imunológico e, dessa forma, tornar as pessoas menos suscetíveis a infecções, mas os
medicamentos não conseguem eliminar o HIV, o qual persiste em uma forma inativa.
As infecções por HIV podem ser causadas por um ou mais retrovírus, HIV-1 ou HIV-
2. O HIV-1 causa a maioria das infecções por HIV no mundo todo, mas o HIV-2 causa muitas
infecções pelo HIV na África Ocidental.

21. CONCLUSÃO

Dentro das doenças de notificação compulsória encontramos outros tipos de doenças que não
serão citadas, pois são comuns ao conhecimento.
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22. REFERÊNCIAS

SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN). Ficha de


Notificação compulsória, 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de


Vigilância Epidemiológica. Manual dos centros de referência para imunobiológicos
especiais. Brasília, 2006.

GOLDSCHNEIDER, I.; GOTSCHLICH, E. C.; ARTENSTEIN, M. S. Human immunity to


the meningococcus. II. Development of natural immunity. Journal of Experimental
Medicine, [S.l.], v. 129, p. 1327-1348, 1969.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Calendário Nacional de


Vacinação. Brasil, 2017.

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