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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL


ESTADO MAIOR GENERAL
COMANDO DO EXÉRCITO
ESCOLA PRATICA DE EXERCITO-MANHIÇA
SECÇÃO DA SAÚDE

MEDIDAS PROFILÁTICAS
CONTRA MENINGITE
BACTERIANA

Por: Tercídio Eugénio Macuvele .MD


Sumário
 Introdução
 Factores de Risco
 Sinais e sintomas
 Diagnóstico
 Vigilância epidemiológica
 Medidas profiláticas contra meningite bacteriana.
Introdução
 Doença grave e associada a alta morbi -
mortalidade;

 Maioria dos casos ocorre em crianças menores de 5


anos;

 Prognóstico depende de diagnóstico precoce e


tratamento adequados.
Definição
 A meningite é um processo inflamatório das
meninges, os tecidos que envolvem o encéfalo e
medula espinhal.
Factores de risco

 Colonização recente por bactérias patogénicas


 Contacto próximo com indivíduos com doença
invasiva por H. influenzae, N. meningitidis
Aglomerações(domicílio, creches, militares)
 Aglomerados (creches ,quarteis, prisoes)
 Pobreza
 Raça negra
 Sexo masculino
Agentes Etiologicos

• Neisseria • Enterovírus, • Criptococos


Bactérias

Vírus

Fungos:
meningitidis*, Herpes neoformans
Mycobacteriu Simplex
m • Vírus da
tuberculosis*, parotidite,
Streptococcus • Herpes
pneumoniae, Simplex
Haemophilus • Vírus de
influenzae*, Sarampo
Staphyococcus
aureus,
Cont.
 Modo de Transmissão
 Via respiratória - inalação de aerossóis
 Contacto directo com as secreções

 Período de incubação: 2 a 10 dias.

 Período de transmissibilidade: presença do agente


na nasofaringe.
Sinais e sintomas
 Febre > 38º C
• Irritabilidade
 Convulsões • Aparência tóxica
• Sucção fraca
 Alteração do nível de consciencia
 Rigidez da nuca
 Fontanela abaulada
Diagnóstico

 Clínico: febre, cefaleia, rigidez da nuca, convulsão,


vómitos em jacto, hipotonia, fontanela abaulada,
sonolência, transtornos da consciência, fotofobia ...

 Laboratorial: Exame do LCR – (fundamental)


Vigilância Epidemiológica:
Definição de caso de Meningite meningocócica:

 Qualquer pessoa com início súbito de febre (>38,5ºC rectal


ou 38ºC axilar) e um dos seguintes sinais: rigidez da nuca,
alteração da consciência, ou outro qualquer sinal meníngeo.

 Adulto ou criança com mais de 1 ano: Qualquer pessoa com


início súbito de febre (>38,5◦C rectal) ou (38◦C axilar) e um
dos seguintes sinais: rigidez da nuca, alteração da consciência,
ou qualquer outro sinal meningeo;

 Criança, com idade inferior a um ano que apresente


abaulamento de fontanela ou convulsões ou pelo menos dois
destes sintomas: vômitos, sonolência, irritabilidade aumentada

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Definição de caso – novo BES
 Notas:

 É obrigatória a investigação de todos os casos suspeitos de meningite; sempre


que haja um médico ou técnico de medicina geral na US, deve-se fazer uma
punção lombar e enviá-la ao laboratório; se o LCR for turvo, o caso deve ser
tratado como meningite meningocócica.

 Na presença de epidemia por meningite meningocócica, todos os sindromes


meníngeos com LCR turvo devem ser considerados e tratados como meningite
meningocócica) e notificados ao MISAU (Dpto de Epi.), pela Via rápida.

 Perante sinais meningeos e presença de LCR transparente deve-se fazer


igualmente investigação de caso (envio do LCR ao laboratório) para detectar o
agente etiológico.

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Sinais de alerta para uma epidemia

 Duplicação do número de casos de meningite de


uma semana para a outra durante 3 semanas
consecutivas.

Taxa de ataque de casos suspeitos e/ou


confirmados superior a 5 casos/100.000 habitantes.

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Lembrar que:

 (i) Só as meningites meningocócicas causam epidemias.

 (ii) os surtos ocorrem geralmente na época fria.

 (iii) zona rural: apenas um caso de meningite meningocócica, segundo a


definição mencionada, é sinal de alerta - Importante fazer um Gram do
LCR a todos os doentes com síndrome meníngeo.

 (iv) um caso originário dum local de aglomeração de pessoas (quartel,


creche, orfanato, acampamento de refugiados) deve ser suspeito -
Importante considerar a possibilidade do surgimento duma epidemia

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Lembrar que:
 (v) Zona urbana ou suburbana: podem acontecer casos esporádicos, sem que haja
epidemia (maior dispersão das pessoas/modo de vida).

 (vi) Vigilância para prevenção de surtos: comparar o nº de casos de meningite com o


dos anos anteriores no mesmo período, principalmente na época fria.

 (vii) Gráfico linear, com os dados de internamento dos Hospitais Provinciais ou Rurais,
ajuda a vigilância.

 (viii) Elevada proporção de casos de meningite em idades superiores a 5 anos, aumenta


a probabilidade de se tratar duma epidemia meningocócica (maior moblidade).

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Notificação
 BES: casos (formas) de meningite

 Ficha de investigação: todos casos de meningite


(envio de uma copia para o MISAU).
o importante a punção lombar

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Em caso de epidemia
As meningites meningogocicas são notificadas:
 diariamente, pela “via rápida”, através do telefone,
e-mail ou fax.
 semanalmente, BES.
 mensalmente, pelos Postos sentinelas (BE-PS).
 

Fonte: Palestra sobre VE das meningites 2016


Dep. De epidemiologia
Medidas de Prevenção

 Educação sanitária
1. Promoção da higiene pessoal;
2. Evitar quartos e habitações superlotadas;
3. Limpeza e ventilação das habitações.

 Vacinação dos grupos de risco(militares em quqrteis,


profissionais de saude laboratorio...)

 Vigilância Epidemiológica
Controlo da epidemia
 Isolamento dos doentes;

 Tratamento precoce dos casos;

 Restrição das visitas no “Centro de Isolamento”;

 Quimioprofilaxia precoce dos contactos;

 Educação sanitária;

 Intensificar a vigilância epidemiológica


 
Posto Medico de Munguine
MEDIDAS PROFILÁTICAS CONTRA MENINGITE
BACTERIANA
Posto Medico de Munguine
MEDIDAS PROFILÁTICAS CONTRA MENINGITE
BACTERIANA

 Quimioprofilaxia: (N.Meningitides)
• Rifampicina 20mg/kg/dia divididos de 12/12h para crianças > 1 mês de
 vida, 10mg/kg/dia dividido de 12/12h para < 1 mês de vida e 600mg

 12/12h para adultos; durante dois dias.

• Para grávidas, opcionalmente, pode ser utilizada


 Ceftriaxona 250mg IM em dose única.

 Em crianças a dose de ceftriaxone é de 125mg IM.

• Ciprofloxacina ou azitromicina são outras opções para adultos: 500mg VO


dose única.

Quimioprofilaxia:(H.Influenzae)
Rifampicina 20mg/kg/dia para crianças e 600g/dia para adultos por 4
dias.
Quimioprofilaxia: (N.Meningitides)
Ceftriaxona 250mg IM em dose única.
Quimioprofilaxia: (N.Meningitides)
Ceftriaxona 250mg IM em dose única.
Distribuição de cloro para Limpeza das casernas, lavagem das casas de banho e lavagem das
roupas;
Distribuição de cloro para desinfecção das casernas, lavagem das casas de banho e lavagem das
roupas;
Limpeza das casas dee banho
3.Palestras aos recrutas sobre meningite
Referência Bibliográfica
 Cecil, Tratado de Medicina Interna 22ª edição
 Fisiopatologia, Porth, 6ª edição
 Reinaldo de Oliveira, Black Book –Medicina-2005;
3a edição
 Ministério da Saúde. Guia de Vigilância
Epidemiológica, 6ª edição – 2006
 - Ministério da Saúde. Doenças Infecciosas e
Parasitárias, 6ª edição revisada
 Artigos.
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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