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Epidemiologia:
Prevalência maior no continente africano, mas é uma doença distribuída em todo mundo.
No sudeste asiático também tem uma forte prevalência.
Cinturão da Meningite no Continente Africano: Etiópia, Burkina Faso, Guiné, Guiné Bissau,
Sudão, Gâmbia.
Brasil: doença endêmica.
É uma doença de alta mortalidade mundial – 10 a 32% dependendo do país. Isso depende
muito do aparato de saúde de casa país.
Um pouco menos da metade ficam com sequelas.
Anatomia:
Abaixo da calota craniana, acima do encéfalo – temos membranas meníngeas que recobrem
nosso sistema nervoso central.
Essas membranas são: Dura-máter, aracnoide e pia-máter.
Epidemiologia Nacional:
Diagnóstico Etiológico:
Dentro dos casos de meningites agudas, as principais são virais, seguidas das bacterianas em
geral.
Nas causas de meningites crônicas e subagudas, vemos outros agentes etiológicos:
tuberculose, fungos, sífilis e neurossífilis, outros parasitas como toxoplasma gondi etc.
As meningites bacterianas:
Apesar mais comum ser viral, a aula é focada em bacteriana.
A principal causa é infecção pela Neisseria meningitidis – cocos gram -.
Seguido por Streptococcus pneumonia: diplococos gram +.
H. Influenzae – cocobacilo gram -.
Meningites Virias:
O principal – enterovírus não pólios.
São os causadores de gastroenterites virais.
Mas, não esquecer das meningites por herpes – são os vírus neurotrópicos.
Tem Encefalite herpética – tem um prognóstico pior, do que a viral normal, ou bacteriana.
Meningite por varicela zoster – principalmente no imunodeprimido.
CMV – o bebê pode ter citomegalovirose congênita, que é tenso.
Arbovírus – Flavivírus – principalmente Zika, mas dengue também pode.
O tratamento empírico tem que cobrir as duas possíveis causas, até termos o resultado do
líquor. Tenho que colocar aciclovir venoso.
A desconfiança da possível bactéria, já saí com a coloração pelo gram.
A certeza só vem com a cultura do líquor.
Agentes Etiológicos:
Encefalites:
Mais grave.
Ex: Encefalite Herpética x Meningite Herpética.
Muito pior a encefalite.
Meningites:
De forma geral, febre, cefaleia, vômitos, crises convulsivas, e sinais de meningismos, que são
sinais de irritação meníngea.
Na suspeita de meningite, a causa etiológica não é sabida, só com punção.
Quadro clínico não nos ajuda a diferenciar.
Meningococemia:
É uma outra forma de apresentação da doença meningocócica.
Ela pode aparecer com ou sem meningite.
Ela é um quadro muito mais grave, quadro de uma sepse sistêmico.
Ele chega toxêmico, com sinais de sepse (suspeita de foco infeccioso + SIRS)
O prognóstico é pior quando não se tem meningite associada.
Como são essas lesões de pele?
Podem começar como um exantema, inicialmente macular (pequenas, médias, grandes), que
podem evoluir com lesões petequeais e purpúricas, e o paciente evolui rapidamente.
Em questão de horas, esse paciente pode chocar com diversas lesões, mesmo com adequado
tratamento, e vir a óbito.
Ocorre uma isquemia grave por conta das lesões, que pode levar a necrose e necessidade
amputação dos membros.
OBS: Fontanelas.
A fontanela anterior sempre nasce aberta – nos primeiros 6 meses deve ficar aberta.
A posterior, alguns bebês vão tê-la aberta outros já nascem com ela fechada.
FAN = Fontanela Anterior normotensa.
BB – Com aumento do líquor, com HIC – ele vai estar com a fontanela abaulada.
Clínica:
Clássico: Febre, cefalia, alteração do sensório e rigidez de nuca.
Mecanismos de transmissão:
Meningite bacteriana – gotículas e secreções nasofaríngeas e orofaríngeas.
Temos os portadores assintomáticas da bactéria, que são pessoas colonizadas (meningococo,
pneumococo etc.), e provavelmente nunca vão adoecer, mas fazer parte do ciclo porque vão
transmitir.
Meningite viral – a forma de transmissão depende de qual é o agente viral.
Enterovírus, que é o principal, a forma de transmissão é fecal-oral.
Outros: varicela zóster – contato com vesícula contaminada; aborvírus – vetorial etc.
História da Doença:
A bactéria pode circular e não fazer clínica franca -> chega no SNC e faz invasão meníngea
(atravesso BHE) -> vai para o espaço meníngeo -> lá ela faz uma replicação, libera sua cápsula,
componentes da parede etc. -> ativa o sistema imunológico/resposta imunológica ->
macrófagos, neutrófilos, células dendríticas etc. -> Essas células produzem as citocinas
inflamatórias para controle da infecção -> essas citocinas também geram dano, principalmente
processo inflamatória do espaço subaracnóideo -> esse processo inflamatória acaba
aumentado a resistência da drenagem liquórica, a resistência do fluxo do líquor -> esse líquor
passa de água de rocha para espesso, turvo, purulento, pois começa-se a ter aumento da
celularidade do líquor.
Logo, em uma meningite bacteriana acontece uma celularidade muito aumentada.
Aqui é aumento da celularidade às custas de PMN.
Enquanto na meningite viral, tem uma celularidade pouco aumentada.
Aqui é aumento da celularidade às custas de MNN.
As citocinas e células de defesa tem ainda uma outra consequência: ativam o sistema
microvascular do endotélio cerebral.
Há uma desregulação desse endotélio -> isso leva a uma alteração da permeabilidade dos
vasos -> que leva a perda de líquido do meio intra para o extravascular, contribuindo para um
edema de origem vasogênico.
Além disso, o processo inflamatório tende a desviar nossa cascata de coagulação para uma
cascata pró-coagulante -> trombose em graus variáveis.
Essa cascata pode levar ainda a uma vasculite cerebral, dos pequenos vasos, o que predispõe a
formação de micro trombos e podem ir para AVE.
Ocorre a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral -> isso diminui o aporte de oxigênio para as
células -> elas começam a trabalhar com o metabolismo anaeróbio -> e no final desse
metabolismo produz-se lactato -> ao dosar lactato no líquor, e vier positivo, nos fala a favor de
uma meningite bacteriana.
Outra coisa que acontece com o baixo aporte de O2 -> consumo maior de glicose -> menos
glicose no líquor, redução da glicorraquia.
Diagnóstico:
Primeira coisa: suspeita clínica.
Pensou em meningite aguda precisamos fazer ANÁLISE DE LÍQUOR.
Faz-se a punção lombar que tira o líquor para colocarmos para análise.
O que vamos pedir de exame para esse líquor?
Essa quimiocitológico dele:
- Análise Macroscópica do seu aspecto – ele tem que ser límpido, em água de rocha.
Se tiver turvo, purulento, hemorrágico, xantocrômico – está alterado.
- Pressão de Abertura – está associado com aumenta da PIC.
Pode ter uma pressão de abertura aumentada;
- Análise das Células do Líquor, proteínas, glicose, dosagem de lactato.
- Bacterioscopia direta.
Procurar a bactéria no microscópio e corar pelo gram.
Ela vai dizer se visualiza ou não bactérias no líquor.
A coloração me adianta se essa bactéria é gram positiva ou gram negativa.
Já começa a nos direcionar para um diagnóstico etiológico.
- Cultura do Líquor.
O resultado demora um pouco mais – cerca de 5 dias.
Ela é o padrão-ouro.
Ela nos diz nome e sobrenome – ex: Cresceu ali um S. Pneumoniae.
Ela ainda nos dá o teste de sensibilidade ao antimicrobiano = antibiograma.
Vai nos dizer o perfil de sensibilidade daquela bactéria que está causando a doença no nosso
paciente.
- Aglutinação pelo látex.
Não é mais tão usado na prática.
O líquor aglutina – a bactéria presente no líquor em contato com os anticorpos do método,
geram essa aglutinação.
- PCR.
Lembrar que existe um painel Multiplex.
Métodos de Imagem.
A punção lombar:
Especificidade Alta do GRAM – se a pessoa do laboratório falar que viu bactéria, ele realmente
viu é total fidedigno.
Látex é bom – o problema é o material e a técnica.
Cultura – sempre dar o sobrenome.
Ex: Cultura do Líquor, cultua do sangue (hemocultura).
Hemocultura – a sensibilidade aumenta com a meningococemia.
Quanto pior o caso, maior a sensibilidade, ou seja, mais fácil se identifica a bactéria.
Sempre fazer hemocultura e cultura do líquor.
Diagnóstico Laboratorial:
Diagnóstico Diferencial:
(ELA VAI COBRAR A APRESENTAÇÃO MAIS COMUM DE UMA BACTERIANA E UMA VIRAL).
Proteína no líquor aumenta mais ainda a chance de HIC.
Na suspeita de Meningite bacteriana -> vou pensar se tenho que tomografar ou não o paciente
-> para saber se posso ou não fazer Punção Lombar de pronto.
1) Se não tem contraindicação a punção e nem necessidade imagem -> faço hemocultura e
punção lombar -> logo início o tratamento empírico -> ATB (depende da faixa etária) +
Corticoide = Dexametasona -> Ao sair o resultado da análise quimiocitológica do LCR (é o que
sai rápido) -> se realmente suspeito de meningite bacteriana: proteinorraquia aumentado,
aumento da celularidade às custas de PMN, glicorraquia diminuída.
Se tivermos acesso a bacterioscopia com coloração pelo gram e der POSITIVA -> direcionamos
a terapia antimicrobiana, a depende das minhas hipóteses.
2) Preciso atrasar a minha punção lombar -> colher hemocultura, inicio o tratamento empírico
e mando para TC de crânio.
Se TC normal -> faço punção e sigo como no esquema anterior.
Não usamos Ceftriaxona no período neonatal, usamos cefotaxima, pele risco de fazer lama
biliar, complicações neurológicas pelo aumento da bilirrubina, porque esse medicamento altera
o metabolismo das bilirrubinas.
Mas, por não termos tão disponível a Cefotaxima, usamos a gentamicina na prática.
Tempo de Tratamento:
Prevenção:
Pentavalente – SUS.
Hexavalente – Privado.
Pneumo 10 – SUS.
Pneumo 13 – Privado.
Meningo C – SUS para todos. Crianças no primeiro ano de vida.
Meningo ACWY – SUS reforço para adolescentes.
Meningo B – só privado.