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MENINGITE

Centro de Educação Profissional e


Tecnológico - CENTROTEC
Profª: Isis Costa Silva
Biomédica
Email: isissilva10@hotmail.com
1. O QUE É?
 O termo meningite expressa a ocorrência de um processo
inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro.

 A doença é considerada perigosa e fatal pelo fato de provocar


lesões mentais, motoras e auditivas.

 No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Casos


da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência
de surtos e epidemias.
1. O QUE É?
 Em geral, a meningite atinge especialmente idosos e crianças
menores de dois anos, cujo sistema imunológico ainda não possui
completa resistência.
2. TIPOS
- Principais tipos de meningite:
Existem diferentes tipos de meningite e, para cada um, há causas e
sintomas específicos. O tipo de meningite mais conhecido e recorrente é o
causado por bactérias: a meningite bacteriana.
Os demais tipos de meningite fazem parte do grupo de meningites
assépticas, que é quando a doença não é causada por bactérias, mas por
fatores como:

- Vírus (Meningite Viral);


- Fungos (Meningite Fúngica);
- Parasitas (Meningite Eosinofílica);
- Lesões físicas (traumatismo craniano);
- Infecções, como otites, por exemplo;
- Uso de medicamentos (anti-inflamatórios, antibióticos, imunossupressores).
2. TIPOS
 Meningite bacteriana:
- A meningite bacteriana é a mais grave, geralmente, é passado de
pessoa para pessoa pelo contato com a saliva do portador da
bactéria. Tosse, espirro, fala e beijo são exemplos de meios de
transmissão.
- Nesse caso de meningite, a doença se instala quando a bactéria
entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro.
- A meningite bacteriana também pode ser desencadeada após
uma infecção no ouvido, fratura ou, mais raramente, após uma
cirurgia.
2. TIPOS
 Quais são as bactérias capazes de causar meningite?
- Neisseria Meningitidis: esta bactéria possui um alto grau de contágio e se
espalha pela corrente sanguínea após uma infecção no trato respiratório. As
principais vítimas geralmente são adolescentes e jovens adultos.
-Streptococcus Pneumoniae (Pneumococo): é a mais comum entre todas as
bactérias que transmitem a doença e pode causar infecções no ouvido e até
pneumonia.
- Haemophilus influenzae: esta bactéria se espalha pela corrente sanguínea após
uma infecção no trato respiratório e costumava ser a principal causa de meningite
em crianças. No entanto, atualmente a sua ocorrência foi controlada e reduzida por
meio de vacinas.
- Listeria Monocytogenes: esta bactéria não causa sintomas na maioria das pessoas
expostas a ela. Gestantes, pessoas com imunidade comprometida, recém-nascidos e
idosos estão mais suscetíveis em contrair meningite por causa deste tipo de
bactéria.
2. TIPOS
 Meningite viral:
- A meningite viral é a causa mais comum de meningite asséptica,
mas também é a menos perigosa, pois a pessoa infectada melhora
sem a necessidade de um tratamento específico.
- A meningite viral atinge principalmente crianças com menos de 5
anos e é transmitida por meio da saliva (fala, tosse, espirro, beijo)
ou pelas fezes.
2. TIPOS
 Quais são os vírus capazes de causar meningite?
-Enterovírus que geralmente residem no trato digestivo
(Ecovírus e Coxsackievírus);
-Vírus do Herpes simples: geralmente tipo 2 (HSV-2);
- Arbovírus, transmitidos por mosquitos (Aedes Aegypti);
-Arenavírus, transmitido por camundongos domésticos ou hamsters que
abrigam o vírus e o secretam na urina, fezes, sêmen e em secreções nasais,
causando um tipo de Meningite, a Coriomeningite Linfocítica;
-Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da AIDS e que
atinge o sistema imunológico.
2. TIPOS
 Meningite fúngica:
-A Meningite fúngica é rara e sua principal causa são os fungos do
tipo Cryptococcuse Coccidioides, que se propagam através do sangue
para as meninges.
-Essa propagação pode acarretar um quadro crônico, originando
sérias complicações como hidrocefalia e interrupção do fluxo
sanguíneo. Por isso, esse tipo de meningite dificilmente tem cura e a
taxa de mortalidade é bastante alta – podendo atingir 90% dos casos.
-Em alguns casos, os seus sintomas podem ser similares ou até
idênticos aos da meningite bacteriana. Mas a evolução da doença e a
gravidade dos sintomas dependem do estado imunológico do
indivíduo.
2. TIPOS
- As pessoas com doenças crônicas (como diabetes e câncer) ou
que são portadoras do vírus HIV têm mais chances de desenvolver
o problema.
- Quanto aos sintomas, a doença se caracteriza por febre, dor de
cabeça, torcicolo, náusea, vômito, fotofobia e confusão mental.
2. TIPOS
 Meningite eosinofílica:
- É um tipo raro da doença e se manifesta após o consumo da
carne de animais contaminados com o parasita Angiostrongylus
Cantonensis, que infesta o caracol, a lesma, o caranguejo ou o
caramujo gigante africano.
- Além disso, o consumo de alimentos contaminados com a
secreção liberada pelos caramujos também pode causar a doença.
2. TIPOS
- As larvas se alojam no intestino dos ratos → As larvas são
eliminadas nas fezes → Os caramujos ingerem as fezes contaminas
→ Em contato com alimentos, os caramujos liberam os parasitas →
Pessoas consomem os caramujos e/ou os alimentos infectados →
Parasitas caem na corrente sanguínea → Alcançam o córtex cerebral
→ Está instalada a meningite eosinofílica.
- Os principais sintomas desse tipo de meningite são dor de cabeça
forte, rigidez na nuca, dor e dificuldade em mexer o pescoço,
náuseas e vômitos, febre baixa, formigamento no tronco, braços e
pernas e confusão mental.
3. TRANSMISSÃO

 Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias


respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta.
Também ocorre a transmissão fecal-oral, através da ingestão de água
e alimentos contaminados e contato com fezes.
3.1 DIFERENÇAS NOS TIPOS DE TRANSMISSÃO

 Meningite Bacteriana:
-Geralmente, as bactérias que causam meningite bacteriana se
espalham de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias,
por gotículas e secreções do nariz e da garganta. Já outras bactérias
podem se espalhar por meio dos alimentos, como é o caso da Listeria
monocytogenes e da Escherichia coli.
-É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas
bactérias sem estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de
“portadoras”.
-A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode espalhá-
las para outras pessoas.
3.1 DIFERENÇAS NOS TIPOS DE TRANSMISSÃO

 Meningite Viral:
-As meningites virais podem ser transmitidas de diversas maneiras a
depender do vírus causador da doença.
-No caso dos Enterovírus, a contaminação é fecal-oral, e os vírus
podem ser adquiridos por contato próximo (tocar ou apertar as mãos)
com uma pessoa infectada, tocar em objetos ou superfícies que
contenham o vírus e depois tocar nos olhos, nariz ou boca antes de
lavar as mãos, trocar fraldas de uma pessoa infectada, beber água ou
comer alimentos crus que contenham o vírus.
3.1 DIFERENÇAS NOS TIPOS DE TRANSMISSÃO

 Meningite causada por Fungos:


- A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa.
Geralmente os fungos são adquiridos por meio da inalação dos
esporos (pequenos pedaços de fungos) que entram nos pulmões e
podem chegar até as meninges.
- Alguns fungos encontram-se em solos ou ambientes contaminados
com excrementos de pássaros ou morcegos.
- Já um outro fungo, chamado Candida, que também pode causar
meningite, geralmente é adquirido em ambiente hospitalar.
3.1 DIFERENÇAS NOS TIPOS DE TRANSMISSÃO

 Meningite causada por parasitas:


- Os parasitas que causam meningite não são transmitidos de uma
pessoa para outra, e normalmente infectam animais e não pessoas. As
pessoas são infectadas pela ingestão de produtos ou alimentos
contaminados que tenha a forma ou a fase infecciosa do parasita.
4. INCUBAÇÃO

 Em média, de 3 a 4 dias, podendo variar de 2 a 10 dias. Após a


colonização da nasofaringe, a probabilidade de desenvolver doença
meningocócica invasiva dependerá da virulência da cepa, da
imunidade do hospedeiro e da capacidade de eliminação do agente
da corrente sanguínea, pela ação de anticorpos séricos com atividade
bactericida.
5. SINAIS E SINTOMAS

 MENINGITE BACTERIANA:

É geralmente mais grave e os sintomas incluem febre, dor de cabeça


e rigidez de nuca. Muitas vezes há outros sintomas, como: mal-estar,
náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), confusão
mental. Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de
meningite bacteriana podem aparecer, como: convulsões, delírio,
tremores e coma.
5. SINAIS E SINTOMAS

 Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima


podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode
ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou
irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela
(moleira) protuberante ou reflexos anormais.
 Na septicemia meningocócica (também conhecida como
meningococcemia) que é uma infecção na corrente sanguínea
causada pela bactéria Neisseria meningitidis, além dos sintomas
descritos acima, podem aparecer outros como: fadiga, mãos e pés
frios, calafrios, dores severas ou dores nos músculos, articulações,
peito ou abdômen (barriga), respiração rápida, diarreia e manchas
vermelhas pelo corpo.
5. SINAIS E SINTOMAS

 MENINGITE VIRAL:
Os sintomas iniciais da meningite viral são semelhantes aos da
meningite bacteriana: febre, dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea,
vômito, falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para
acordar do sono, letargia, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz).
Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima
podem estar ausentes ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode
ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal ou parecer letárgico ou
irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a fontanela
(moleira) protuberante ou reflexos anormais.
5. SINAIS E SINTOMAS

 MENINGITE POR PARASITAS:


Tal como acontece com a meningite causada por outras infecções, as
pessoas que desenvolvem este tipo de meningite podem apresentar
dores de cabeça, rigidez de nuca, náuseas, vômitos, fotofobia
(sensibilidade à luz) e/ou estado mental alterado (confusão).
5. SINAIS E SINTOMAS

 MENINGITE POR FUNGOS:


Os sinais e sintomas de meningite fúngica são parecidos com os
causados por outros tipos de agentes etiológicos, como segue: febre,
dor de cabeça, rigidez de nuca, náusea, vômitos, fotofobia
(sensibilidade à luz), e status mental alterado.
6. DIAGNÓSTICO

Baciloscopia direta do escarro (BAAR): É o método prioritário,


permite identificar o doente bacilífero. A baciloscopia direta deverá
ser indicada para todos os sintomáticos respiratórios (indivíduo
com tosse e expectoração por três semanas ou mais). Deverá ser
dada ênfase, para realização deste exame, em pacientes que
apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax.
6. DIAGNÓSTICO
 Se o médico suspeita de meningite, ele solicita a coleta de
amostras de sangue e líquido cefalorraquidiano (líquor). O
laboratório então testa as amostras para detectar o agente que
está causando a infecção. A identificação específica do agente é
importante para o médico saber exatamente como deve tratar a
infecção.
6. DIAGNÓSTICO
 Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de
casos suspeitos de meningite são: exame quimiocitológico do
líquor; bacterioscopia direta; cultura; aglutinação pelo látex e Reação
em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR).
 O aspecto do líquor, embora não considerado um exame, funciona
como um indicativo. O líquor normal é límpido e incolor, como água.
Nos processos infecciosos, ocorre o aumento de elementos
figurados (células), causando turvação, cuja intensidade varia de
acordo com a quantidade e o tipo desses elementos.
6. DIAGNÓSTICO
6. DIAGNÓSTICO
7. TRATAMENTO
 Meningite bacteriana: o tratamento deve ser imediato, com uso
de antibióticos intravenosos, medicamentos de cortisona,
conforme a bactéria causadora da doença e a fim de reduzir o risco
de futuras complicações;

 Meningite viral: geralmente, os únicos meios de terapia são


repouso, ingestão de muito líquido, uso de medicamentos para
aliviar dores e, em casos específicos, de antivirais;
7. TRATAMENTO
 Meningite fúngica: o tratamento é feito com o uso de fungicidas,
que podem causar diversos efeitos colaterais. Por isso, só serão
recomendados após a identificação do fungo responsável pela
infecção;
 Meningite eosinofílica: é feita administração de remédios
antiparasitários, analgésicos, para aliviar as dores de cabeça, e
corticoides, para tratar a inflamação da meningite e reduzir a
pressão cerebral. Para casos crônicos, o tratamento recomendado é
o mesmo da meningite fúngica.
7. TRATAMENTO
 Nas meningites fúngicas o tratamento é mais longo, com altas e
prolongadas dosagens de medicação antifúngica, escolhida de
acordo com o fungo identificado no organismo do paciente.
 A resposta ao tratamento também é dependente da imunidade da
pessoa, e pacientes com história de HIV/AIDS, diabetes, câncer e
outras doenças imunodepressoras são tratados com maior rigor e
cuidado pela equipe médica.
 Nas meningites por parasitas, tanto o medicamento contra a
infecção como as medicações para alívio dos sintomas são
administrados por equipe médica em paciente internado.
7. TRATAMENTO
 Nestes casos, os sintomas como dor de cabeça e febre são bem
fortes, e assim a medicação de alívio dos sintomas se faz tão
importante quanto o tratamento contra o parasita.
8. PREVENÇÃO
 A meningite é uma síndrome que pode ser causada por diferentes
agentes infecciosos. Para alguns destes, existem medidas de
prevenção primária, tais como vacinas e quimioprofilaxia. As vacinas
estão disponíveis para prevenção das principais causas de meningite
bacteriana. As vacinas disponíveis no calendário de vacinação da
criança do Programa Nacional de Imunização são:
• Vacina meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença
meningocócica causada pelo sorogrupo C.
• Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as
doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo
meningite.
8. PREVENÇÃO
• Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas
pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, e
também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.
• Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença
meningocócica causada pelo sorogrupo C.
• Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença
meningocócica causada pelos sorogrupos A,C,W e Y.
9. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 Para descrever a situação epidemiológica das meningites,
foram utilizados dados do SinanNet, com data de atualização
em 12/03/2021. No Brasil, entre os anos de 2007 e 2020, foram
notificados 393.941 casos suspeitos de meningite. Destes, foram
confirmados 265.644 casos de várias etiologias, sendo a meningite
viral mais frequente (121.955 casos), seguida pela etiologia
bacteriana (87.993 casos).
9. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
 Em relação à Doença Meningocócica, houve redução do
coeficiente de incidência (CI) total após a introdução da vacina
meningocócica C (conjugada), passando de um coeficiente médio
de 1,5 caso, no período anterior à vacinação (2007-2010), para 0,4
caso/100 mil hab., nos últimos quatro anos (2017-2020).

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