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NUTRIÇÃO DO PACIENTE

CRÍTICO
DESAFIOS NUTRICIONAIS DO PACIENTE GRAVE
DENTRO DA UTI:

 Conscientização dos profissionais da importância dos papéis na


condução da suporte nutricional.

 As diversas causas que podem levar o paciente a UTI também se


constituem desafios na escolha de condutas uniformes no uso do
suporte nutricional.
PACIENTE CRÍTICO
TERAPIA NUTRICIONAL PRECOCE

Diminuir risco de infecção;


 Minimizar resposta inflamatória da fase aguda;
 Reduzir o risco do desenvolvimento de falência múltiplas
dos órgãos;
 Evitar desnutrição.
DESNUTRIÇÃO HOSPITALAR

A desnutrição limita as chances de sucesso do tratamento.

Mortalidade

Morbidade infecciosas

Complicações
Desnutrição
Cuidados mais intensivos

Tempo de internação

Probabilidade de morte
ASSISTÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

Assistência Nutricional
ATUAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Decreto Lei 94.406/87 Art. 10 e 11- O


técnico e auxiliar de enfermagem
executam atividades auxiliares de nível
médio, cabendo-lhes:

I – Assistir ao Enfermeiro
 a)no planejamento, programação,
orientação e supervisão das atividades de
assistência de enfermagem
IV – presta cuidados de higiene e
conforto e zela pela segurança do
paciente, inclusive:
 a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se.
SUPORTE NUTRICIONAL DO PACIENTE CRITICO

 Nutrição ENTERAL ou PARENTERAL visa oferecer:


 Calorias
 Aminoácidos
 Eletrólitos
 Vitaminas
 Minerais
 Oligoelementos (ferro, iodo)
 Líquidos

VIA ORAL NÃO É


OPÇÃO!!!
Satisfazer as necessidades metabólicas

Alterar o desfecho da doença

Considerar as fases da doença


 Fase aguda: predomínio do catabolismo de CARBOIDRATOS
 Recuperação: predomínio do anabolismo
 Correção da hipoproteinemia
 Reparo de perda muscular
 Recuperação das reservas nutricionais.
TERAPIA NUTRICIONAL DO PACIENTE GRAVE

ENTERAL PARENTERAL
Nutrição enteral:
 Menor incidência de infecções
 Introdução precoce (<48h)

Nutrição parenteral
 Introdução precoce pode aumentar risco de infecções
 Prejudicial se introduzida concomitantemente com nutrição enteral.
NUTRIÇÃO ENTERAL

 Administração de líquidos dietéticos especializados no TGI através de


sondas gástricas ou entéricas ou estomias.
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

 Curto prazo: realizada por meio de sondas nasoenteral / oroenteral, cuja


localização poderá ser pré-piloro ou pós-piloro (posição gástrica ou
duodenal e jejunal).

 Longo prazo: deverá ser oferecida através de um estoma, seja ela


gástrica ou jejunal (gastrostomia, jejunostomia).
 A sonda nasoenteral (SNE) por tempo prolongado, pode levar a
complicações tardias (migração da sonda para o esôfago), aspiração
pulmonar, lesão da mucosa do Trato Gastro Intestinal (TGI) pela ponta
da sonda, infecção das vias aéreas e trato respiratório, estenose
esofágica e paralisia de cordas vocais.
Vantagens
 Evita translocação bacteriana,
 Apresenta menor custo;
 Por ser mais fisiológica apresenta menor probabilidade
de contaminação;
 Se não for possível, a via parenteral deverá ser a opção.
Indicação para Nutrição Enteral

 Neurológica /Psiquiátrica – acidentes cerebrovasculares,


neoplasias, doenças desmielinizantes, depressão grave,
anorexia.
 Gastrintestinal – doença inflamatória intestinal, síndrome
do intestino curto, síndrome de má absorção, neoplasias,
inflamações, trauma.
 Orofaríngea /esofagiano- queimadura, quimioterapia,
radioterapia.
Contra–Indicação para Nutrição Enteral

 Obstrução intestinal mecânico completa;


 Íleo paralítico ou hipomotilidade intestinal;
 Diarreia severa;
 Fístulas de alto débito;
 Prognóstico extremamente pobre e sem esperança de
melhora.
Os nutrientes utilizados na elaboração dietas
enterais são:
 Carboidratos: glicose, frutose, sacarose, lactose, maltose,
amido.
 Proteínas: aminoácidos; extratos proteicos de soja, ovo,
carne, peixe...
 Lipídeos: triglicerídeos de cadeia longa: óleo vegetal (soja,
milho, girassol).
 Triglicerídeos de cadeia média: gordura de coco.
 Triglicerídeos de cadeia curta: leite de vaca, cabra.
CUIDADOS COM A SONDA DE NUTRIÇÃO
ENTERAL:
 Verificar o posicionamento por  Higienizar as narinas, ajuda a
controle radiológico; prevenir infecção (sinusite);
 Fixar de modo a não tracionar a  Manter a permeabilidade da sonda,
narina, evitando escara na asa do para evitar que obstrua
nariz;
 Limpar e manter conservação
externa da sonda, mantendo boa
aparência;

Lavar sonda com 20 a 40ml de


agua quando:
•Após administração de
medicamentos
•Ao termino ou troca de dieta
•Pausa das infusões
•Após verificar refluxo
EXAME RADIOLÓGICO
CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A DIETA
ENTERAL:
 Lavar as mãos, evitar contaminação;
 Observar aspecto da dieta, observando a validade;
 Conferir o rótulo do recipiente com a prescrição médica, leito do
 paciente, clínica de internação, volume prescrito;
 Controlar a temperatura da dieta, pois deve chegar na Unidade
 aquecida pronta para ser instalada;
 Colocar o equipo adequado;
 Colocar o paciente em posição confortável -semi fowler, para evitar
 bronco aspiração;
 Conferir a permeabilidade da sonda, para prevenir obstrução;
 Checar o residual gástrico, observando distensão gástrica;
CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM A DIETA
ENTERAL:
 Limpar a ponta da sonda, para evitar contaminação;
 Instalar dieta;
 Controlar gotejamento/ Bomba de infusão, checando a velocidade da
infusão.
 Administrar a dieta, cumprindo rigorosamente o prazo estabelecido;
 Lavar a sonda com água ou conforme prescrição médica, após cada
dieta;
 Prevenir complicações (diarreias, bronco aspiração, desconforto
abdominal);
 Trocar equipos de acordo com a rotina de cada Unidade ou em
consonância com o CCIH – Centro de Controle de Infecção Hospitalar.
COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO ENTERAL

Diarreias:

Causas:
 Refeições Hiperosmolares,
 Infusão rápida ( a jato),
 Contaminação da dieta por bactérias,
 Deficiência de lactose,
 Medicações,
 Alergias alimentares.

Cuidados de Enfermagem:
 Controlar gotejamento/Bomba de infusão,
 Trocar equipo conforme rotina,
 Conhecer história de alergias do paciente.
Náuseas:

Causas:
 Mudança na velocidade da infusão,
 Cheiro desagradável,
 Esvaziamento gástrico inadequado.

Cuidados de Enfermagem:
 Controlar gotejamento/Bomba de infusão,
 Checar resíduo gástrico.

 Gases / Cólicas:
 Causas: Ar na sonda.
 Cuidados de Enfermagem: Evitar ar na sonda.
Deslocamento da sonda:

Causas: Tosse/ vômitos


 Aspiração da dieta
 Intubação das vias aéreas
Cuidados de Enfermagem: Checar posição da sonda

Obstrução da sonda:

Causas: Lavagem inadequada.


Cuidados de Enfermagem:
 Instilar 20 ml de água após cada dieta.
Atelectasia/ possível pneumonia:

Causas: Vômito e dieta aspirada por mal posicionamento da sonda.


Cuidados de Enfermagem: Manter decúbito superior a 35 graus.

Irritação nasofaríngea:

Causas: Sonda mal posicionada.


Cuidados de Enfermagem: Checar posição da sonda , manter
bem fixada.
Hiperglicemia:
Causas: Deficiência de insulina.
Cuidados de Enfermagem: Controle de glicemia capilar.

Hipoglicemia:
Causas: Suspensão súbita da dieta em pacientes hiperglicêmicos..
Cuidados de Enfermagem: Controle de glicemia capilar.
EQUIPO DE DIETA ENTERAL

Resolução – RCD 63 – ANVISA

 NBR 6493 – Emprego de cores


para Identificação de tubulação.

 5.6.2 “ A administração da NE
deve ser executada de forma a
garantir ao paciente uma terapia
segura e que permita a máxima
eficácia, em relação aos custos,
utilizando materiais e técnicas
padronizadas”
PONTAS QUE NÃO SE
CONECTAM EM ACESSOS
ENDOVENOSOS
NUTRIÇÃO PARENTERAL

 Dieta administrada exclusivamente por via


endovenosa, podendo ser por via venosa
central, através de veias de grosso calibre,
subclávia ou jugular interna, por terem maior
fluxo sanguíneo, o que permite a
administração de soluções hiperosmolares,
ou seja, com maior concentração de glicose,
proteínas e aminoácidos. No caso de
administração de nutrição parenteral
periférica isto é, por veias localizadas no
braço ou antebraço, devem ser selecionadas
com cautela, pois se deve manter sua
preservação para posterior utilização da rede
venosa, evitando-se flebite.
INDICAÇÕES DA DIETA PARENTERAL:

 Impossibilidade de usar a via enteral por um tempo predefinido.

 Grande Queimado;
 SIC – Síndrome do Intestino Curto;
 Má nutrição: são casos onde a ingestão é insuficiente para manter um
estado de equilíbrio proteico.
 Incapacidade da ingestão de alimentos por via oral ou por sonda. Ex: íleo
paralítico; Crohn com obstrução; enterite pós-irradiação.
 Recusa da ingestão adequada de nutrientes: anorexia nervosa; pós
operatórios geriátricos.
 Pacientes que não devem ser alimentados por via oral e sonda: pancreatite
aguda.
 Apoio nutricional pré e pós-operatório. Ex: pós-operatório cirurgia intestinal.
NP INDUSTRIALIZADA:
NP MANIPULADA - EMPRESA TERCEIRIZADA
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 Retirar o frasco de NPP da geladeira com duas horas de antecedência,


 Lavar as mãos:, evitar contaminação,
 Preparar o material necessário em uma bandeja,
 Pegar o frasco da solução, conferindo o rótulo com a prescrição e a data de
validade,
 Abrir o lacre e fazer assepsia com algodão umedecido em álcool a 70%,
 Conectar o equipo próprio no frasco, preenchendo-o com a solução,
 Instalar o equipo na bomba de infusão conforme as orientações do
fabricante, evitar erros;
 Programar a bomba da infusão de acordo com a prescrição médica.
 Em caso de cateter venoso central de multilumen, deixar um lúmen
exclusivamente para a nutrição parenteral,
CUIDADOS DE ENFERMAGEM

 Trocar curativo uma vez ao dia, se cateter venoso central, evitar infecção.
 Se nutrição parenteral periférico, manter cateter exclusivo.
 Observar refluxo sanguíneo se cateter venoso periférico e sinais de
inflamação
 Fazer a troca de cateter periférico a cada três dias, e antes se necessário,
para evitar flebite.
 Manter o cateter pérvio. Evitando obstrução e/ ou extravasamento.
 Fazer a troca do equipo a cada 24 horas ou conforme rotina da instituição,
evitando infecção;
 Pesar o paciente diariamente, para controle de ganho de peso;
 Fazer controle da glicemia capilar, conforme a prescrição médica,
prevenindo hiper - hipoglicemia;
 Fazer controle da temperatura no mínimo três vezes ao dia, atentando
para estado febril (sepses)
 Ligar a bomba de infusão, controlar volume /hora, mantê-la limpa,
 Checar e anotar a administração da solução.

A bolsa da Nutrição Parenteral não deve permanecer em


infusão por mais de 24 horas.
COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTERAL

Sepse:

Causas:
 Separação do tubo/contaminação,
 Solução contaminada,
 Infecção no local do cateter.

Cuidados de Enfermagem:
 Proteger todas as conexões,
 Trocar curativo,
 Avisar o médico, monitorar a Tempo.
Embolia gasosa:

Causas: Tubo desconectado.


Cuidados de Enfermagem: Proteger as conexões.

Sobrecarga líquida:

Causas: Infusão rápida do líquido.


Cuidados de Enfermagem:
 Reduzir a infusão,
 Monitorizar SSVV,
 Avisar enfermeiro/ médico.
Hiperglicemia:
Causas: Intolerância à glicose.
Cuidados de Enfermagem: Monitorizar níveis de glicose (sangue/urina)
OBS.:estupor, confusão, letargia.

Hipoglicemia:
Causas: As NPP são suspensas.
Cuidados de Enfermagem:
 Monitorizar sinais de: fraqueza, sudorese, tremores, cefaleia.
 Desmamar a NPP gradualmente.

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