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NUTRIÇÃO ENTERAL

E PARENTERAL
H O B E R L A N D I A M A R A D A S I LV A
N U T R I C I O N I S TA – C R N 2 4 1 3 9
INGESTÃO, DIGESTÃO E ABSORÇÃO:
Ingestão é o processo de trazer o alimento e fluidos para dentro
do trato digestivo.

A digestão é o processo de desdobramento que transforma


pedaços grandes de comida em estruturas muito menores, que
podem então ser absorvidas através do intestino até o sangue.

A absorção é a mudança do alimento digerido do trato


gastrintestinal para o sangue para transporte às células do
organismo.
FATORES QUE AFETAM A INGESTÃO DE
ALIMENTOS

Um Acidente Vascular Cerebral (AVC)


Paralisias
Anorexia Nervosa
Lesões, ferimentos e cânceres de face e esôfago
Própria doença e processo de hospitalização e etc.
TERAPIA NUTRICIONAL (TN):
Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção
ou recuperação do estado nutricional do usuário por meio
da Nutrição Parenteral e/ou Enteral.

A via de escolha de acesso depende das condições do


paciente e da possibilidade ou não do uso do trato
gastrintestinal.
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM
TERAPIA NUTRICIONAL (E.M.T.N.)
Médico: Indicar, prescrever, acompanhar os pacientes
submetidos a Terapia Nutricional
Enfermeiro: Administração dos Nutrientes
Nutricionista: Avaliação do estado nutricional dos pacientes
suas necessidades e requerimentos.
Farmacêutico: Realiza todas as operações de
desenvolvimento, preparo, avaliação farmacêutica,
manipulação, controle de qualidade, conservação e
transportes de nutrientes
NUTRIÇÃO ENTERAL
O trato gastrointestinal tem a função de decompor as nutrientes
pelo processo da digestão. O transito do alimento ocorre através
do trato digestivo, passando pela boca, esôfago, estômago,
intestinos e ânus.
É realizado por via nasogástrica ou nasoenteral, através de uma
sonda que passa pelo nariz, estômago e vai até o duodeno e
jejuno.
Esse método é empregado quando os pacientes apresentam:
anorexia extrema, lesões na boca, esôfago, pacientes
inconscientes, disfágicos, com refluxo gastesofágico e outros casos.
ABSORÇÃO DE ALIMENTOS:
Duodeno: Parte inicial do
Intestino delgado

Íleo: Absorção de nutrientes


(Comida digerida – Enzimas Jejuno: Responsável pela
produzidas pelas células de absorção de nutrientes já
revestimento do íleo) parcialmente digeridos pelo
estômago e pelo duodeno.
BENEFÍCIOS:
Garantir nutrição adequada;

Suprir demanda metabólica decorrente de diversas patologias e


situações de estresse;

Corrigir desnutrição aguda ou crônica;

Promover apoio nutricional mais seguro, fisiológico e econômico.


ADMINISTRAÇÃO
Naso/orogástrica;
Nasoduodenal;
Nasojejunal;
Nasoenterica;

Gastrotomia
Jejunostomia
(são mais utilizadas para alimentação enteral em longo prazo).
ADMINISTRAÇÃO
EX:
SELEÇÕES DE VIAS DE ACESSO
Deve-se primeiramente, estimar o tempo de terapia
nutricional para a escolha da melhor via de acesso.

Sonda Nasogástrica: Indicada nos primeiros dias de terapia


nutricional, apenas para adaptação da dieta, não devendo
exceder o prazo de 7 dias desde que seja de pequeno
calibre ou utilizada apenas para drenagem gástrica (neste
caso de maior calibre).

Pode causar ulcerações de mucosa, refluxo gastro-


esofágico, aumento do risco de aspiração e complicações.
Sonda Nasoenteral: Em posição pré ou pós pilórica (gástrica,
duodenal ou jejunal), em geral, para terapia nutricional de curto
prazo.

Embora não seja consensual, seis semanas parece ser um período


estimado para diferenciar nutrição enteral de curto e longo prazos.

A sonda nasoenteral por períodos prolongados pode também levar


a complicações tardias como migração da sonda (especialmente
para o esôfago), aspiração pulmonar das soluções infundidas, lesão
de mucosa do trato gastrintestinal pela ponta da sonda, infecção de
vias aéreas e trato respiratório superior e paralisia das cordas
vocais.
Gastrostomias ou jejunostomias, estão indicadas na terapia
nutricional de longo prazo, realizadas cirúrgica ou
endoscopicamente. Reduzem risco de infecções.
Sonda Nasogástrica e orogástrica

Objetivo:
Facilitar o acesso a cavidade gástrica, permitindo tratamentos como
administração de alimentos, medicamentos, etc., em pacientes
incapacitados, comatosos, debilitados.

Drenagem de conteúdo gástrico – sangue, secreção gástrica, gases


(alterações metabólicas), medicamentos, etc.

Em caso de obstrução intestinal ou pós cirúrgica (íleo paralitico),


prevenindo ou aliviando náuseas, vômitos ou distensão.
Material Necessário
(Exemplo)
Procedimentos
•Preparo psicológico do paciente quando possível
•Lavar as mãos reunir o material e levar para a beira do leito do
paciente.
•Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira
inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça
lateralizada.
•Proteger o tórax com a toalha, Limpar narina e testa do paciente
para retirar a oleosidade e facilitar a fixação.

•Preparar pedaços de esparadrapos para fixação da sonda


•Calçar as luvas.
•Medir a sonda da ponta do nariz ao lobo da orelha e dela até a
base do apêndice xifoide.
•Marcar com esparadrapo. Lubrificar a sonda com lidocaína.
• Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que
degluta, introduzir até a marca do adesivo.
• Observar sinais de cianose (mudando de cor), dispneia (Falta de
ar) e tosse.
•Para verificar se a sonda está no local:
•Injetar 20ml de ar na sonda e escutar com estetoscópio, na base
do apêndice xifoide, para ouvir ruídos hidroaéreos. Ver fluxo de
suco gástrico aspirando com a seringa de 20ml. Colocar a ponta da
sonda no copo com água se tiver borbulhamento não está no
local. Deve ser retirada.
•Fixar a sonda não tracionando a narina.

•Fechá-la ou conectá-la ao coletor conforme prescrição médica.

•Deixar o paciente em posição confortável.

•Recolher o material e fazer anotações de enfermagem


pertinente
CUIDADOS DA ENFERMAGEM
Lavar a sonda de 4/4 horas conforme prescrição médica, com soro fisiológico ou
água destilada para evitar obstrução da mesma.

Observar durante a lavagem, a quantidade de liquido introduzido e a quantidade


aspirada.

Colocar o recipiente para drenagem abaixo do nível do paciente para facilitar a


saída de líquido (sifonagem)

Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente, quando da fixação da sonda,


para evitar traumatismos (necrose).
Fixar a sonda utilizando-se apenas de fitas adesivas.
Varia posição de fixação da sonda diariamente.

Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7 dias, ou quando necessário.

Elevar cabeceira (45 a 90 graus) para veiculação de dieta enteral, medicação ou


lavagem da sonda.

Após infusão da dieta lavar a sonda com 20 a 50 ml de água (em adultos) e


mantê-la fechada se não houver vômito ou regurgitação.

Caso o paciente apresente vômito, distensão abdominal, ou situação de


reanimação cardio- pulmonar, abrir a sonda gástrica; se necessário aspirar com
uma seringa.

Ao retirar a sonda gástrica, puxá-la continuadamente; fechar a sonda durante a


retirada evitando o escoamento do conteúdo gástrico (pelos orifícios da sonda)
no trato digestivo alto, fato que provoca irritação das mucosas.
NUTRIÇÃO PARENTERAL
É a alimentação ministrada ao pacientes utilizando outras
vias de administração que não seja a do trato digestivo. Via
endovenosa é a mais utilizada.

Quando a alimentação enteral é contra indicada, a


alimentação parenteral se apresenta como um método
rápido e controlado de repor líquidos e nutrientes no
organismo. Ela é usada como medida de emergência ate
que a alimentação oral possa ser restabelecida.
COMPOSIÇÃO
MACRONUTRIENTES “ combustível” e “material de construção”
Proteína - Aminoácido
Carboidrato - Glicose
Gordura – Emulsão lipídica

MICRONUTRIENTES são as “ ferramentas para auxiliar”


Vitaminas
Minerais
OBJETIVO
Garantir o adequado aporte de macro e micro nutrientes.

Corrigir desnutrição.

Suprir as necessidades metabólicas decorrente de certas


patologias.

Fornecer suporte coadjuvante na terapia nutricional enteral ou


oral quando estas forem insuficientes.
INDICAÇÃO
Quando o paciente “Não pode” “Não deve” “Não quer” se
alimentar
SITUAÇÕES CLÍNICAS
“Impossibilidade temporária ou definitiva de nutrição do TGI.
Ex: Peritonites (Inflamação da membrana que reveste a parede
abdominal e cobre os órgãos abdominais). Pancreatite, síndrome
do intestino curto (distúrbio que causa diarreia e absorção
deficiente de nutrientes ), etc...
SITUAÇÕES DE HIPERMETABOLISMO
Ex: Sepse ( conjunto de manifestações graves em todo o
organismo produzidas por uma infecção), insuficiência renal
Distúrbios gastrintestinais: vômitos crônicos e doença intestinal
infecciosa.

Doença inflamatória intestinal: colite ulcerativa (Doença intestinal


inflamatória e crônica que provoca inflamação no trato
digestivo).
ADMINISTRAÇÃO
De modo geral, a via de acesso ao sistema venoso para
administração da terapia são as vias periféricas nos membros
superiores e centrais (veia subclávia ou a veia jugular interna ou
externa).
Outra via de acesso é por meio de uma veia menor, geralmente na
mão ou no antebraço.

A velocidade de infusão das fórmulas de alimentação parenteral


varia de acordo com as condições clínicas do paciente.
A velocidade ideal da infusão de glicose varia de entre 0,5 e 0,75
g/kg/hora.
Os pacientes devem receber 1000 ml da fórmula de alimentação
parenteral no primeiro dia. Se estes 1000 ml forem bem tolerados,
(se não surgirem sinais de intolerância a glicose ou outro
desequilíbrio metabólico) 2000 ml podem ser infundidos no
segundo dia. Se for necessário, mais 1000 ml da fórmula podem ser
adicionados.

Um fato de extrema importância é que as soluções sejam


administradas em fluxo contínuo e regular.
CUIDADOS DA ENFERMAGEM
Verificar rótulo observando: nome do paciente, composição da solução e
gotejamento;
Orientar o paciente;
Lavar as mãos antes e depois da administração da dieta;
O doente que recebe a nutrição parenteral deve merecer rigorosos
cuidados higiênico;
O máximo rigor deve ser observado para com as técnicas de assepsia e
antissepsia, no manuseio do instrumental e frascaria quando do preparo
das soluções nutritivas finais;
Realizar curativo com técnica asséptica a cada 24 horas ou de
acordo a necessidade utilizando solução estabelecida pelo
protocolo da unidade no acesso central;

Observar o local da inserção quanto à fixação do cateter,


edema, dor, rubor, hiperemia e presença de secreção;

A localização central do cateter deve ser confirmada (RX) antes


de iniciar a NP.
PAPEL DO AUXILIAR DE
ENFERMAGEM DA DIETOTERAPIA.
O auxiliar de enfermagem deve administrar a dieta aos pacientes
impossibilitados de fazê-lo por si próprio. Após anotar no prontuário
a aceitação alimentar do paciente.

Deverá também, na ausência do enfermeiro, notificar ao serviço de


nutrição e dietética, as admissões e transferências, altas e óbitos de
pacientes, bem como as alterações dietéticas prescritas pelo
médico.
Referências:
SOUSA, J. P. de. Cuidados De Enfermagem Com Nutrição Enteral E Parenteral.
Disponível em: < https://www.ebah.com.br/content/ABAAAg8H4AG/cuidados-
enfermagem-com-nutricao-enteral-parenteral#> Acesso em: 03 de Dezembro de
2018;

BORTOLETTO, N. nutrição enteral e parenteral. - Saúde e medicina. 15 de mar de


2012.

CAETANO, A. Nutrição enteral e Parenteral. – Ciências. 21 de out de 2014.

SANTOS, E. Nutrição Parenteral E Nutrição Enteral. – Educação. 30 de jun de 2014.


Obrigada!
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS
DESSA AULA?

oEntender o que é a nutrição enteral;


oEntender o que é a nutrição parenteral;
oSaber diferenciar nutrição enteral e parenteral;
oConhecer o material hospitalar que é utilizado;
oAprender teoricamente sobres os dois casos.

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