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Docente: Enf.

ª Isabela Matos
Alimentação do paciente
 A alimentação é essencial para nossa saúde e bem-estar. O estado nutricional
interfere diretamente nos diversos processos orgânicos como, por exemplo,
no crescimento e desenvolvimento, nos mecanismos de defesa imunológica e
resposta às infecções, na cicatrização de feridas e na evolução das doenças;

 O profissional de enfermagem tem a responsabilidade de acompanhar seus


pacientes, preparando o ambiente e auxiliando-os durante as refeições. Os
pacientes impossibilitados de alimentarem-se sozinhos devem ser assistidos
pela enfermagem, a qual deve providenciar os cuidados necessários de
acordo com o grau de dependência existente;

 É importante verificar se os pacientes estão aceitando a dieta e identificar


precocemente problemas, como por exemplo, a bandeja de refeição posta
fora do alcance do mesmo, e sua posterior retirada sem que ele tenha tido a
possibilidade de tocá-la (fato que se observa com certa frequência).
Alimentação do paciente
 A enfermagem tem entre suas funções a de orientar pacientes quanto à
adoção e manutenção de bons hábitos alimentares. A incorporação dos
conhecimentos de nutrição ao estilo de vida pode levar à prevenção de
muitas doenças;

 A enfermagem pode atuar da seguinte maneira: estar atenta às necessidades


individuais de nutrientes e alimentos; observar o consumo de alimentos pelo
paciente; observar a eficácia dos processos orgânicos de absorção,
armazenamento, utilização e excreção, por meio de sinais como distensão
abdominal; observar sinais de falta de apetite; se há indisposição para se
alimentar; se ocorrem náuseas; sinais de repulsa por alimentos, impedindo a
ingestão adequada; observar sinais de desconforto estomacal; se ocorrem
vômitos; e observar a presença de fatores emocionais que podem interferir
no apetite.
Dieta do paciente
 Nutrição enteral

 Via oral
 Sonda nasogástrica ou orogástrica
 Sonda nasoenteral
 Gastrostomia
 Jejunostomia

 Nutrição parenteral

 Nutrição parcial (NPP)


 Nutrição total (NPT)
Via oral
 Método para alimentar o paciente acamado, capaz de alimentar-se sozinho:

 Verificar se a dieta está de acordo a prescrição médica;


 Auxiliar o paciente a sentar-se;
 Colocar a bandeja sobre a mesa de refeição;
 Colocar o prato, copos e talheres ao seu alcance, cortar carnes, pães se for
necessário;
 Se o paciente recusar a refeição ou deixar de comer alimentos adequados à
sua dieta, persuadi-lo, explicando-lhe o valor dos mesmos;
 Terminada a refeição, retirar a bandeja e oferecer materiais para higiene oral
e lavagem das mãos;
 Deixar o paciente confortável;
 Registrar alterações observadas.
Via oral
 Método para alimentar o paciente acamado, incapaz de alimentar-se sozinho:

 Verificar se a dieta está de acordo com a prescrição;


 Colocar o paciente em posição de fowler, se não houver contraindicações;
 Colocar a bandeja sobre a mesa de refeição;
 Servir pequenas porções do alimento de cada vez, com cuidado e paciência,
estimulando o paciente a aceitar toda a refeição;
 Se o paciente estiver impossibilitado de ver; descrever os alimentos antes de
começar a alimentá-lo;
 Limpar a boca do paciente, sempre que necessário;
 Terminada a refeição, oferecer-lhe água;
 Remover a bandeja;
 Realizar a higiene oral do paciente, deixá-lo confortável e a unidade em
ordem;
 Realizar anotação: hora da alimentação, tipo de dieta, reações do paciente e
alterações observadas.
Sondagem nasogástrica
 Sondagem nasogástrica (SNG): trata-se da introdução de uma sonda ou
cateter pelo nariz até o estomago. Tem como objetivos:

 Administração de alimentos, promoção da hidratação do paciente e também


administração de medicamentos;
 Drenagem de secreções e descompressão, removendo substâncias gasosas do
trato gastrointestinal (prevenção ou alívio da distensão abdominal);
 Lavagem gástrica, em casos de envenenamento ou dilatação gástrica.

 Pode ser mantida aberta para drenagem ou fechada para alimentação.

 Sonda de Levine – Possui luz única, manufaturada com plástico ou borracha,


com aberturas localizadas próximas a ponta; as marcas circulares contidas
em pontos específicos da sonda servem como guia para sua inserção.
Sondagem nasogástrica
Sondagem orogástrica
 Sondagem orogástrica (SOG): trata-se da inserção de uma sonda na cavidade
oral até o estômago; com objetivo de descompressão do estomago ou de
alimentação (hidratação, medicação). A via oral é muito utilizada em pacientes
com desvio do septo nasal e em algumas lesões;

 Tem como objetivos os mesmos da sondagem nasogástrica, porém, se escolhe


por via oral caso o paciente possua algum tipo de lesão, desvio ou trauma que
impeça a passagem por via nasal;

 A equipe de enfermagem responsável pela manutenção precisa estar atenta a


alguns cuidados como: Verificar a tolerância da dieta e/ou medicamento a ser
administrado pela sonda; Deve-se fazer a infusão de determinada quantidade de
água na sonda após administração da dieta e/ou medicamento a fim de evitar
obstruções; No caso de neonatos, verificar sempre se a sonda orogástrica esta no
local correto, pois pode se deslocar ou ser retirada; Realizar troca da sonda em
caso de danos, identificando sempre com a data e a hora e realizando sempre a
lavagem das mãos.
Sondagem orogástrica
Sonda de Levine
 A Sonda Gástrica Levine é uma sonda descartável
confeccionada em tubo de PVC, atóxico,
transparente de paredes finas e maleáveis, com 120
cm de comprimento nos calibres: 04, 06, 08 (uso
infantil); 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 e 24 Fr (uso
adulto), com ponta arredondada e aberta, 4
furos laterais, provida na outra extremidade de um
conector padrão com tampa.
Sondagem naso/orogástrica
 Materiais

 Sonda gástrica;
 Lubrificante anestésico (xilocaína gel 2%);
 1 seringa de 20 ml;
 Micropore / esparadrapo;
 Gazes;
 Luvas de procedimentos;
 Tesoura;
 Algodão umedecido com álcool a 70%;
 Toalha de rosto ou papel toalha.
Sondagem naso/orogástrica
 Método
O processo xifóide é
cartilagem que forma a
 Realizar lavagem das mãos; extremidade inferior do
 Reunir o material; esterno

 Explicar o procedimento ao paciente;


 Colocar os materiais sobre a mesa de cabeceira;
 Colocar o paciente em posição de fowler alta;
 Colocar a toalha sobre o tórax do paciente;
 Calçar as luvas;
 Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz, seguindo ao apêndice
xifoide e marcar com um pedaço de esparadrapo discreto;
 Passar a xilocaína na sonda a ser introduzida;
 Fletir a cabeça do paciente para frente com a mão não dominante, a fim de
fechar o acesso da sonda e as vias respiratórias;
 Orientar o paciente que ao sentir a sonda em região orofaríngea o mesmo
deve deglutir;
Sondagem naso/orogástrica
 Método

 Introduzir a sonda na narina do paciente até o ponto demarcado;


 Testar localização da sonda através da aspiração de conteúdos e/ ou ausculta
de ruídos em região epigástrica injetando 10ml de ar com a seringa e
auscultando com o estetoscópio;
 Fixar a sonda de modo que não atrapalhe o campo visual e não traumatize a
narina;
 Recolher o material;
 Manter ambiente limpo e organizado;
 Anotar o procedimento realizado (tipo e tamanho da
sonda, data e hora, volume e aspecto de secreções
drenadas e intercorrências).
Sondagem enteral
 Sondagem entérica: É a introdução através da narina ou da boca, oro e
nasoenteral, respectivamente, de uma sonda de poliuretano, radiopaca com
ponta protegida. Ela pode ser posicionada no estômago ou no duodeno. Esta
possui como finalidade melhorar o aporte nutricional de pacientes debilitados
por meio de dietas especiais. É indicada aos pacientes com trato
gastrintestinal funcionante, que não podem ingerir por via oral;

 As indicações clinicas são: aumento das necessidades metabólicas (trauma,


queimaduras, câncer); coma; cirurgia de cabeça e pescoço; má absorção
gástrica; anorexia grave e aspiração recorrente;

 Pode ser posicionada pré pilórica: no estômago (dieta deve ser infundida de
40min-1h); ou pós pilórica: no intestino (duodeno ou jejuno): (dieta deve ser
infundida de 1:30min a 2h).
Sondagem enteral
 A técnica de introdução desta sonda é semelhante à da sonda nasogástrica,
sendo necessário medir a extensão da sonda a ser introduzida: medir a sonda,
locando a extremidade distal na ponta do nariz, estendendo a sonda até o
lobo da orelha e seguir até o apêndice xifoide, descer a sonda mais 15cm a
20cm (adulto) ou 10cm (criança) ou até a cicatriz umbilical para crianças
menores;

 Aguardar que a sonda migre do estômago para o duodeno (cerca de três


horas a mais) e confirmar sua posição. Essa confirmação é dada através de
radiografia. A passagem da sonda é facilitada colocando-se o paciente em
decúbito lateral direito.
Sondagem enteral
 Sondagem entérica

 A sonda enteral vêm com fio-guia; onde é retirado após confirmação do


posicionamento da sonda;

 Sonda de dobhoff: sonda utilizada com frequência na alimentação enteral,


com uma ponta pesada e flexível.
Sonda de dobbhoff
Sondagem gástrica
 Técnicas para verificação da posição da SNG/SOG

Através de ausculta

 Posicionar o estetoscópio abaixo do apêndice xifoide;

 Introduzir rapidamente de 5ml a 20ml de ar pela sonda com auxílio de uma


seringa de 20ml, respeitando o grupo etário do paciente;

 Não realizar mais que duas vezes consecutivas esta verificação, pois causará
desconforto gástrico por excesso de ar.
Sondagem gástrica
 Técnicas para verificação da posição da SNG/SOG

Através de aspiração de secreção

 Aspirar conteúdo gástrico com seringa, observando coloração e


composição;

 Devolver conteúdo aspirado – empurrar êmbolo da seringa;

 Em casos de sinais como tosse, cianose e dispneia, o procedimento deve ser


interrompido e os sinais vitais verificados, a fim de se prevenir
complicações e tranquilizar o paciente.
Sondagem gástrica
 Técnicas para verificação da posição da SNE

Realizar raio-X de abdome

Através de ausculta

 Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com estetoscópio, na base do


apêndice xifoide.
Sondagem
 Cuidados/orientações

 Manuseio da sonda – cuidados com retrações, pois pode deslocar do


posicionamento correto. Exemplo: durante o sono, banho, mudança de
decúbito ou pelo próprio paciente;

 Limpeza/higiene/fixação – após o banho, deve-se secar e trocar a fixação da


face, devendo estar sempre limpa e seca, evitando qualquer desconforto para
o paciente ou odores desagradáveis; deve-se realizar diariamente a higiene
das narinas do paciente e tomar cuidado para não tracionar a asa nasal ao
fixar a sonda, pois isso causara lesões. As vezes, e necessário restringir as
mãos do paciente a fim de impedi-lo de retirar a sonda, como pode ocorrer
com doentes com demências, agitação motora, quadros de confusão mental
etc.
Sondagem
 Cuidados/orientações

 Administração de dieta, infusões de líquidos e medicamentos – deve-se


posicionar o paciente sentado no caso de ser acamado, manter cabeceira
elevada por no mínimo 30 graus, (pois assim diminuem os riscos de
aspirações de dieta, refluxos gástricos), e não deitar o paciente logo apos
ingesta alimentar e hídrica. Deve-se lavar a sonda com agua filtrada (1 a 2
seringas de 20 ml) apos administração de dietas, medicamentos, a fim de
manter sua permeabilidade, evitando obstruções por resíduos alimentares.
Deve ser realizada a ausculta pelo menos uma vez em cada plantão para se
ter certeza do seu posicionamento;

 Observação e detecção de anormalidades – obstrução, vazamentos, quebras


dos conectores das extremidades proximais.
Sondagem
 Cuidados/orientações

 Tempo de troca – determinado pelo protocolo do serviço de


acompanhamento do paciente.

 Caso tenha que reposicionar a sonda, não se deve reintroduzir o fio-guia, e


sim retirar a sonda por completo e repassar, repetindo todos os passos.
Sondagem
 Retirada da sonda

Material

 Gaze;
 Soro fisiológico 0,9%;
 Recipiente para lixo;
 Toalha de rosto;
 Cotonetes.
Sondagem
 Retirada da sonda

Método

 Confirmar prescrição médica para retirada da sonda;


 Explicar o procedimento para o paciente;
 Higienizar as mãos;
 Preparar material;
 Colocar toalha de rosto sobre o tórax do paciente;
 Retirar fita adesiva que fixa a sonda com gaze umedecida em soro
fisiológico;
 Fechar sonda;
 Calçar luvas de procedimento;
 Retirar sonda lentamente, solicitando que o paciente vá respirando
profundamente durante a retirada;
 Proceder à limpeza das narinas, com auxílio de cotonete umedecido com SF;
Sondagem
 Retirada da sonda

Método

 Deixar o paciente confortável e unidade em ordem;


 Providenciar destino adequado dos materiais;
 Higienizar as mãos;
 Realizar as anotações de enfermagem no prontuário do paciente: horário,
motivo e reações.
Sondagem
 Compete ao técnico/auxiliar de enfermagem

 Auxiliar ao enfermeiro na execução do procedimento da sondagem


oro/nasoenteral;

 Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de


enfermagem ou protocolo pré-estabelecido;

 Comunicar ao enfermeiro qualquer intercorrência advinda do procedimento;

 Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma


clara, precisa e pontual;

 Participar das atualizações.


Gastrostomia (GTT)
 Abertura cirúrgica do estômago, para introdução de uma sonda com a
finalidade de alimentar, hidratar e drenar secreções estomacais; Inserção de
um tubo de alimentação através de um estoma até o estômago para fornecer
nutrição enteral.

 Este procedimento é indicado quando não é possível a alimentação pela boca


por um período superior a um mês;

 São várias as indicações da gastrostomia, uma das mais comuns é a disfagia,


situação em que se tem dificuldade para engolir, com engasgos e aspirações
de saliva e alimentos para ao pulmão;

 Não é um procedimento definitivo. Havendo melhora da situação que a


indicou, o médico poderá realizar a reversão da gastrostomia.
Gastrostomia (GTT)
 Os cuidados higiênicos englobam o banho diário, que é importante para
manter a pele limpa;

 O curativo da pele da gastrostomia deve ser feito no mínimo 3 vezes ao dia,


usando soro fisiológico para a limpeza local e cobrindo com gaze seca;

 Se a pele estiver vermelha e irritada pode ser necessário algum medicamento,


devendo ser orientado pelo profissional médico;

 A dieta deve estar em temperatura ambiente e antes de ser introduzida


realizar a higiene da conexão da sonda com álcool 70%;

 Após a infusão a sonda deve ser lavada com água filtrada ou água destilada
em temperatura ambiente (30 a 50ml).
Gastrostomia (GTT)
Jejunostomia
 Abertura cirúrgica do jejuno, proporcionando comunicação com o meio
externo, com o objetivo de alimentar ou drenar secreções;

 Tubo oco inserido no jejuno através da parede abdominal para a


administração de alimentos em pacientes que apresentam risco elevado de
aspiração.
Alimentação por gavagem
 É o método empregado para introduzir alimentos no estômago, por meio de
sonda nasogástrica (SNG), sonda nasoenteral (SNE) ou gastrostomia. A dieta
enteral pode ser administrada por método intermitente ou contínuo. Na
administração intermitente o volume a ser administrado varia em torno de
350 ml/vez, de 4 a 6 vezes ao dia. A introdução da alimentação pode ser feita
com uma seringa, com fluxo lento, para evitar a ocorrência de náuseas,
diarreia, aspiração, distensão e cólicas;

 A melhor forma desse tipo de administração é o gotejamento por gravidade,


num período de 20 a 30 minutos, ou por bomba de infusão. A administração
contínua pode ser feita por meio de gotejamento gravitacional. Neste caso,
deve-se estabelecer rigoroso controle do gotejamento (aproximadamente a
cada 30 minutos).
Alimentação por gavagem
 Indicações

 Pacientes inconscientes;

 Pacientes que recusam alimentação;

 Cirurgias em cavidade oral que exigem mucosa oral limpa e em repouso;

 Pacientes debilitados ou com impossibilidade de deglutição.


Alimentação por gavagem
 Materiais

 Equipo de soro macrogotas;

 Seringa de 20 ml;

 Recipiente com alimento, fornecido pelo serviço de nutrição e dietética;

 Água filtrada;

 Estetoscópio;

 Luvas de procedimentos.
Alimentação por gavagem
 Método

 Explicar o procedimento ao paciente;


 Preparar o ambiente, desocupando mesa de cabeceira;
 Lavar as mãos e calçar as luvas;
 Separar e organizar o material, retirando o ar do equipo com a própria dieta;
 Levar o material para o quarto e colocar o frasco de dieta no suporte,
protegendo equipo;
 Dobrar a extremidade da sonda, adaptar a seringa, aspirar para verificação de
conteúdos gástrico. Se houver conteúdos, comunicar a enfermeira ou médico
sobre a quantidade e aspecto;
 Dobrar extremidade da sonda, retirar a seringa e adaptar o equipo da dieta,
controlando gotejamento cautelosamente;
Alimentação por gavagem
 Método

 Após o término de cada horário de dieta, injetar 10 a 20ml de água filtrada


ou mineral na sonda, com uma seringa descartável de 20 ml. O jato de água
serve para limpar a sonda;
 Fechar a sonda;
 Deixar o paciente confortável, em posição de fowler ou decúbito lateral
direito;
 Providenciar a ordem e a limpeza do local;
 Realizar anotações de enfermagem no prontuário do paciente.
Alimentação pela gastrostomia

 Consiste na introdução de alimentos líquidos no estômago, por meio de uma


sonda nele colocada através de uma cirurgia na parede abdominal;

 Segue materiais e método anterior (SNG ou SNE).


Nutrição parenteral
 A NP, também chamada de NP total (NPT), consiste na administração de
uma solução complexa e altamente concentrada, contendo nutrientes e
eletrólitos, a qual é formulada para satisfazer às necessidades de um
paciente;

 As soluções de NP são administradas por um cateter IV central;

 A NP é uma forma de apoio nutricional especializado fornecido por via


intravenosa. Os pacientes que são incapazes de digerir ou absorver NE
beneficiam-se de NP. Os pacientes em estados fisiológicos altamente
estressados como sepse, lesão na cabeça ou queimaduras são candidatos à
terapia NP.
Hidratação do paciente
 Visando evitar que o paciente se desidrate, a enfermagem deve observar o
atendimento de sua necessidade de hidratação. Desde que não haja
impedimento para que receba líquidos por via oral, cabe ao serviço de
nutrição e dietética fornecer água potável em recipiente apresentável e de
fácil limpeza, com tampa, passível de higienização e reposição diária, para
evitar exposição desnecessária e possível contaminação;

 Nem sempre os pacientes atendem adequadamente à necessidade de


hidratação, por falta de hábito de ingerir suficiente quantidade de água, fato
que, em situações de doença, pode levá-lo facilmente à desidratação e
desequilíbrio hidroeletrolítico. Considerando tal fato, é importante que a
enfermagem o oriente e incentive a tomar água, ou lhe ofereça auxílio se
apresentar dificuldades para fazê-lo sozinho. A posição sentada é a mais
conveniente, porém, se isto não for possível, deve-se estar atento para evitar
aspiração acidental de líquido.
Lavagem gástrica
 A lavagem gástrica ou do estômago consiste na passagem de um tubo
orogástrico, de calibre adequado, com a administração e aspiração sequencial
de pequena quantidade de volumes de líquidos (água, solução fisiológica),
com o objetivo de remover substâncias tóxicas do estômago, incluindo
grande quantidade de comprimidos íntegros ou parcialmente digeridos e
restos de plantas tóxicas, e em caso de hemorragias gástricas;

 Utilizada no tratamento de intoxicação provocada por ingestão de


substâncias tóxicas ou redução de hemorragia gástrica.
Lavagem gástrica
 Material

 Sonda nasogástrica de grosso calibre;


 Luvas de procedimento;
 Estetoscópio;
 Medicação ou solução prescrita (Soro Fisiológico);
 Frasco vazio de soro;
 Esparadrapo;
 Seringa de 50ml.
Lavagem gástrica
 Método

 Reunir todo o material necessário;


 Explicar o procedimento ao paciente;
 Lavar as mãos;
 Passar a sonda nasogástrica utilizando a técnica;
 Introduzir a medicação ou solução prescrita;
 Conectar o frasco de soro vazio na extremidade da sonda (lavar com Soro
Fisiológico até retorno do líquido limpo);
 Repetir o procedimento seguindo a prescrição médica;
 Desprezar o material utilizado em local apropriado;
 Manter a unidade limpa e organizada;
 Lavar as mãos;
 Registrar o procedimento no prontuário do paciente.
Lavagem gástrica
 Observações

 Observar as reações do paciente durante o procedimento;


 Registrar a quantidade e características da drenagem;
 Em caso de hemorragia gástrica, é indicada a introdução de solução gelada.
Sondagem retal
 A sondagem retal tem por objetivos aliviar a distensão, introduzir
medicações e realizar limpeza intestinal. O procedimento é indicado em
constipações intestinais, pré operatórios, tratamentos e radiografias do trato
intestinal, eliminações de gases;

 Na sonda retal, o primeiro cuidado da enfermagem deve ser com a variação


anormal na evacuação das fezes, que pode se dever à constipação, disenteria
ou diarreia;

 A constipação é a evacuação de fezes duras e secas devido ao retardo na sua


eliminação. Diarreia é uma doença caracterizada pela perda de água e
eletrólitos que resulta no aumento do volume e frequência de evacuação e na
diminuição da consistência das fezes. Pode ser aguda, persistente (duração
superior a 14 dias) ou crônica (duração superior a quatro semanas).
Disenteria é a diarreia com presença de muco ou sangue.
Sondagem retal
 Material

 Luvas de procedimento;
 Xilocaína gel;
 Forro para cama;
 Toalha;
 Comadre ou cadeia higiênica;
 Cuba;
 Papel higiênico;
 Biombo;
 Gaze;
 Sonda retal com calibre apropriado (adultos n°20 a 30; crianças n°14 a 20);
 Saco plástico para resíduos;
 Recipiente de enema.
Sondagem retal
 Método

Fase Preparatória:

 Avaliar os hábitos intestinais do paciente (última evacuação, uso de


laxativos, padrões intestinais) e condição física (hemorroidas, mobilidade,
controle do esfíncter externo);
 Fornecer privacidade e explicar o procedimento ao paciente.
Sondagem retal
 Método

Fase de realização:

 Lavras as mãos;
 Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo com o joelho direito
flexionado (posição de Sims);
 Ajeitar o forro da cama por baixo do paciente e cobrir com toalha de banho;
 Colocar a comadre ou cadeira higiênica em posição para os pacientes que
não podem deambular até o vaso sanitário ou têm dificuldade de controlar o
esfíncter;
 Remover a tampa de plástico da sonda e lubrificar a extremidade da sonda;
 Calçar as luvas descartáveis;
 Separar as nádegas e localizar o reto;
Sondagem retal
 Método

 Informar ao paciente que você está inserindo a sonda, para que ele faça
respirações lentas e profundas;
 Instilar lentamente a solução usando pinça em rolete e a altura do frasco para
ajustar a velocidade do fluxo, quando se empregam bolsas de enema e sonda;
 Abaixar o recipiente ou fechar a pinça do equipo, quando o paciente se
queixar de cólicas;
 Retirar a sonda retal, depois que toda a solução de enema foi instilada ou até
que o refluxo fique claro (não mais que três enemas); antes de retirar a
sonda, pinçá-la;
 Instruir o paciente a prender a solução o maior tempo possível e avisar que
uma sensação de distensão pode ser sentida;
 Descartar os suprimentos no recipiente de lixo apropriado;
Sondagem retal
 Método

 Auxiliar o paciente com a comadre ou na cadeira higiênica ou no vaso


sanitário, quando ocorre a urgência de defecar;
 Observar o retorno do enema para quantidade, conteúdo fecal, instruir o
paciente a não dar descarga no vaso sanitário, até que o enfermeiro tenha
observado os resultados;
 Anotar no prontuário: hora, efeito do tratamento, aspecto das fezes e reações
apresentadas.

 Em caso de impactação fecal deve-se calçar luvas de procedimento,


lubrificar o dedo indicador da mão dominante, e introduzi-lo no reto, quebrar
as fezes, reduzir a massa e retirar as partículas.
Sondagem retal – medidas de suporte

 Enemas (lavagem intestinal) – introdução de grande volume de solução no


intestino (acima de 500ml).

 Clister (fleet enema) - introdução de uma solução com volume até 500 ml no
reto para a realização do esvaziamento. Este possui como objetivo preparar o
cliente para determinados exames, remover fezes acumuladas e ainda aliviar
alguns casos de constipação.
EXERCÍCIOS
1) A sondagem gástrica é a introdução de uma sonda ou cateter através do nariz ou
da boca até o estômago. Diante desse conceito, quais são seus objetivos?
2) Trata-se da inserção de uma sonda na cavidade oral com objetivo de
descompressão do estômago ou para alimentação. A via oral é muito utilizada em
pacientes com desvio do septo nasal e algumas lesões. A qual tipo de sondagem o
texto se refere?
3) Quais cuidados necessários na sondagem nasogástrica?
4) Assinale verdadeiro ou falso, nas sentenças:
( ) A fixação das sondas deve ser feita por fitas adesivas, quaisquer outros anexos
(tais como cateteres, canudinhos, barbantes), devem ser utilizados juntamente com
fitas adesivas;
( ) A limpeza dos orifícios nasais do paciente, pelo menos uma vez ao dia, retira as
crostas que se acumulam ao redor da sonda; visando prevenir ulcerações, o
profissional de enfermagem deve inspecionar o local e mantenha a sonda livre de
pressão sobre a mucosa nasal;
( ) Se a sonda nasogástrica foi indicada para esvaziamento gástrico, deve ser
mantida aberta e conectada a um sistema de drenagem.
EXERCÍCIOS
5) Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação à
sondagem nasoenteral.
( ) O paciente deve ser posicionado em fowler alta, a menos que haja alguma
contraindicação.
( ) A sonda deve ser mensurada do ápice do nariz até o apêndice xifoide,
adicionando 15 a 20 cm.
( ) Para testar o posicionamento da sonda injete 20 ml de ar, ausculte a região
epigástrica simultaneamente com estetoscópio, e/ou aspire o conteúdo gástrico.
( ) No sistema de sondagem nasoenteral não há necessidade de realizar RX após a
passagem da sonda.
6) Como profissionais de enfermagem quais cuidados gerais e/ou orientações temos
que ter com a sondagem?
Referências
Potter, Patricia A. Fundamentos da enfermagem / Patricia A. Potter, Anne Griffin Perry ; tradução Adilson Dias Salles
… [et al.]. -- 9. ed. -- Rio de Janeiro : Elsevier, 2017. : il. ; 27 cm. Tradução de: Fundamentals of nursing Inclui
bibliografia e índice ISBN: 978-85-352-8701-1

Saberes e práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem/organização Genilda Ferreira Murta. 7.ed. São
Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2012.

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