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2.

A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA


2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 A gravidez é um processo fisiológico e as intervenções oferecidas no âmbito dos cuidados pré-


natais devem ter benefícios conhecidos e ser aceites pelas grávidas. Estas recomendações são
a base dos cuidados pré-natais para todas as grávidas, não contemplando os cuidados
adicionais que algumas grávidas necessitam.

 Os cuidados pré-natais devem estar centrados na mulher, que deve ter acesso fácil à sua
prestação e continuidade de cuidados. À grávida deve ser dada a possibilidade de tomar
decisões após discussão das opções com os profissionais envolvidos. A comunicação entre a
grávida e os profissionais de saúde é fundamental.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Informação pré-natal
 Deve ser prestada informação à grávida baseada na evidência, suportada por informação escrita, sobre:

o Alterações fisiológicas da gravidez.


o Vigilância da gravidez (periodicidade das consultas, ecografias e estudos analíticos).
o Alimentação.
o Estilos de vida (cessação dos consumos de tabaco, álcool e drogas).
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

o Trabalho e atividade física.


o Prevenção primária da transmissão da toxoplasmose.
o Amamentação.
o Parto.
o Cuidados ao recém-nascido.
o Abordagem dos sintomas próprios da gravidez.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Boletim de saúde da grávida


 O Boletim de Saúde da Grávida deve ser preenchido na 1ª consulta
e estar permanentemente atualizado.

 Datação da gravidez
 A gravidez deve ser datada entre as 11 e as 13S+6d através do
comprimento craniocaudal (CCC). se o CCC for superior a 84 mm
deve utilizar-se para estimar a idade gestacional o perímetro
cefálico.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Suplementação

 Todas as grávidas devem ser suplementadas com ácido fólico (400 microgramas/dia) na
preconceção e até às 12 semanas. aquelas que ainda não tiverem iniciado ácido fólico devem
faze-lo na 1ª consulta.

 A suplementação com ferro (60 mg ferro ferroso/dia) não deve ser efetuada por rotina, mas
apenas nas grávidas que apresentem hemoglobina <11 g/dl2. Devem ser suplementadas com
vitamina D (10 microgramas/dia) as grávidas com dieta pobre em vitamina D ou com risco
aumentado para deficiência de vitamina D.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Esquema das consultas

 Recomenda-se a realização de 10 consultas durante


a gravidez, distribuídas da seguinte forma:

o 1ª consulta antes das 12 semanas.


o Consultas às 16, 22, 28, 32, 35, 37, 39, 40 e
41 semanas.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Rastreios infeciosos

o São preconizados durante a gravidez a realização dos rastreios de bacteriúria assintomática,


rubéola, sífilis, toxoplasmose, VIH 1 e 2, hepatite B e estreptococos do grupo B.
o Não se recomenda a realização dos rastreios de infeção por citomegalovírus, hepatite C e
clamídia.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Rastreio/ diagnóstico de patrologias associadas à gravidez

 Durante a gravidez deve efetuar-se o diagnóstico de anemia, das formas graves de


hemoglobinopatias e de trombocitopenia.

 A importância das situações de aloimunização e a possibilidade de intervenção, justificam a


determinação do grupo de sangue, do factor Rh e a pesquisa de aglutininas irregulares. A
aloimunização anti-D é passível de prevenção através da administração de imunoglobulina anti-
D. Deve ponderar-se não ministrar nos casos em que o cônjuge é RhD negativo.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 É recomendado o diagnóstico universal de diabetes gestacional


através da realização da PTOG com 75g.

 Com o objetivo de rastrear/diagnosticar precocemente as


doenças hipertensivas da gravidez, deve ser efetuada a
avaliação da tensão arterial e proteinúria em todas as consultas.
Na 1ª consulta deve proceder-se à avaliação dos fatores de risco
e deve ser dada informação à grávida sobre os sintomas e sinais
de alarme, que devem fazê-la recorrer aos cuidados de saúde.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Rastreio de cromossomopatias

 Deve ser explicado e dada a possibilidade a todas as grávidas de efetuar o rastreio de síndrome
de Down. O rastreio combinado tem uma relação custo-benefício que justifica a sua
recomendação. Se não estiver disponível a realização de biopsia das vilosidades coriónicas deve
ser disponibilizada a realização de rastreio integrado.

 Quando a grávida procura os cuidados de saúde depois das 14 semanas a opção é pela
realização do rastreio bioquímico do 2º trimestre (teste quádruplo).
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Avaliação fetal

 A avaliação fetal deve efetuar-se pela audição do foco fetal


(com Doppler contínuo, a partir das 11 semanas) e pela
medição da altura uterina (a partir das 24 semanas), apesar
da fraca evidência.

 Não está recomendado a realização de CTG anteparto na


gravidez de baixo risco.
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 Terminação da gravidez na 41ª semana

 Com o objetivo de diminuir o número de grávidas que atingem as 41 semanas e que vão
necessitar de indução do parto, é de proceder previamente ao descolamento de membranas.

 É recomendado avaliar a situação e apresentação fetal perto do termo, orientando para versão
cefálica por manobras externas os casos de apresentação não cefálica.
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 Procedimentos

 1ª Consulta (antes das 12 semanas)

o Identificação das grávidas que possam necessitar de cuidados adicionais.


o Planear a vigilância da gravidez (consultas, estudos analíticos e ecográficos).
o Informações gerais (suportadas por informação escrita).
o Exame vaginal.
o Citologia cervical – grávidas com + de 25 anos, se não tiver citologia normal < 3 ano.
o Avaliação da altura e do peso e determinação do índice de massa corporal (IMC).
o Informação sobre rastreio de cromossomopatias.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Avaliação em cada consulta

 1. Avaliação fetal:
o Frequência cardíaca fetal (Doppler contínuo), a partir das 11 semanas.
o Avaliação da altura uterina, a partir das 24 semanas.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 2. Avaliação materna

o Sintomas de condições que possam afetar a mãe e o feto.


o Pressão arterial (medição automática, braço direito, sentada).
o Peso atual e variação ponderal.
o Análise sumária de urina com fita-teste (proteinúria).
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

 Outros procedimentos

o Administração de imunoglobulina anti-D às grávidas Rh negativas às 28 semanas.


o Avaliação da situação e apresentação fetal, às 36-37 semanas.
o Versão cefálica por manobras externas, se feto em apresentação pélvica, às 36- 37 semanas
o Pesquisa de estreptococos do grupo B às 35-37 semanas.
o Toque vaginal (a partir das 37 semanas) e descolamento de membranas (a partir das 39 semanas).
o Terminação da gravidez na 41ª semana.
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 Ecografias

o Às 11-13 semanas (datação, diagnóstico de malformações major, avaliação de marcadores


de aneuploidia, determinação do número de fetos e corionicidade).
o Às 20-22 semanas (diagnóstico de malformações).
o Às 30-32 semanas (avaliação de crescimento e diagnóstico de malformações tardias).
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 Avaliação analítica

 Até às 14 semanas:
o Hemograma e determinação de plaquetas.
o Glicemia em jejum.
o Grupo de sangue, fator Rh e pesquisa de aglutininas irregulares.
o Serologia da toxoplasmose, rubéola, VDRL, VIH 1 e 2, hepatite B.
o Exame bacteriológico de urina.
o Rastreio de hemoglobinopatias.
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 Às 24-26 semanas:

o Hemograma e determinação de plaquetas.


o Pesquisa de aglutininas irregulares.
o Serologia da toxoplasmose (se IgG negativa na determinação anterior).
o Exame bacteriológico de urina.
o PTOG com 75g (0, 60 e 120 min).
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 Às 32-34 semanas:

o Hemograma e determinação de plaquetas.


o VDRL, VIH 1 e 2, hepatite B e toxoplasmose (se IgG negativa na determinação anterior).
o Exame bacteriológico de urina.

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