Consulta Pré-Natal
1. História Clínica
• Identificação
• História Familiar
• História Patológica Pregressa
• História Ginecológica
• História Obstétrica
• História Obstétrica atual
Exames Laboratoriais
• Tipagem sanguínea
• Glicemia de jejum
• Hemograma
• HIV1e2
Se reagente Ver protocolo de AIDS na gestação
• Sumário de urina
• Colpocitologia oncótica
• Ultra-sonografia obstétrica
Ações Complementares:
• Imunização (antitetânica)
Principais objetivos:
Ultrassonografia em obstetrícia 15
3 - Avaliação da vitalidade ovular (perfil biofísico do embrião)
Fornece dados preditivos acerca do prognóstico da gestação. Deverá
ser realizado entre 5 – 12 semanas.
Vias de acesso
• A usg no 1º trimestre deve ser preferencialmente realizada por via
transvaginal pelas seguintes vantagens:
- utilização de transdutores de alta frequência com melhor resolução
da imagem.
- estruturas embrionárias são observadas aproximadamente uma se-
mana antes quando comparada à via transabdominal.
- tem como única contra-indicação a recusa da paciente.
- é especialmente útil em pacientes obesas, com útero retrovertido e
com cirurgias pélvicas anteriores (aderências).
16 Ultrassonografia em obstetrícia
U.s. na gestação de 2o trimestre:
Principais objetivos:
Vias de acesso
• Transabdominal.
• Transvaginal (casos selecionados).
Oportunidade do exame
• 20 – 26 semanas.
Ultrassonografia em obstetrícia 17
* caso a paciente só tenha oportunidade de realizar uma ultrassonografia
na gestação, esta deverá ser realizada entre 20 – 22 semanas.
Principais objetivos:
18 Ultrassonografia em obstetrícia
3 - Avaliação do volume de líquido amniótico
Utilizamos o índice de Phellan para avaliação do volume de líquido
amniótico.
V.n. = 80 – 180 mm.
Oligohidrâmnios = < 80 mm.
Polidrâmnios = > 180 mm.
5 - Estática fetal
Indicações:
Na gestação de alto risco.
Rastrear sofrimento fetal descompensado.
Ultrassonografia em obstetrícia 19
Oportunidade do exame:
A partir de 28 semanas
1º trimestre
Avaliação da vitalidade ovular.
Avaliação do fluxo retro-placentário.
Avaliação do fluxo das artérias uterinas.
Avaliação do corpo lúteo gravídico.
Oportunidade do exame:
10 – 14 semanas.
2o trimestre:
Avaliação da 2a onda de migração trofoblástica (fator prognóstico
para DHEG).
É considerado fator prognóstico positivo para DHEG a presença
de incisuras bilaterais.
Oportunidade do exame:
20 – 26 semanas.
3o trimestre;
Avaliação da vitalidade fetal (perfil hemodinâmico fetal).
Avaliar posição do cordão umbilical.
Oportunidade do exame:
A partir de 28 semanas.
20 Ultrassonografia em obstetrícia
U.s. tridimensional:
Oportunidade do exame:
A partir de 26 – 28 semanas.
Ultrassonografia em obstetrícia 21
Avaliação da
Vitalidade Fetal
• Dra. Micheline Monte de Carvalho
I - Métodos Clínicos
II - Metodos Biofísicos
1. CARDIOTOCOGRAFIA (CTG)
Desacelerações:
- Desaceleração precoce (DIP I): uniforme, é imagem em espelho
da contração uterina (o ponto mais baixo da desaceleração coincide
com o pico da contração), com retorno à linha de base coincidente
com o final da contração. Não tem significado patológico, pois não
está associado a hipóxia fetal.
Contração uterina
Hipertensão intra-craniana
Hipóxia local
Resposta vagal
Desaceleração
- Desaceleração tardia (DIP II): Tem início tardio, geralmente seu início
coincide com o pico da contração uterina, e com recuperação lenta a
linha de base (>20 segundos após o final da contração). É decorrente
da presença de insuficiência úteroplacentária, porém pode ser vista
quando há hiperestimulação uterina ou hipotensão supina materna. DIP
II de qualquer magnitude quando são persistentes e incorrigíveis deve
ser considerada como sinal preocupante. Quando se associa a
taquicardia e/ou variabilidade reduzida ou ausente pode ser um sinal de
comprometimento fetal grave.
Fisiopatologia:
Contração uterina
Fisiopatologia:
Contração uterina
Hipóxia temporária
Desaceleração
3.1. Comentários:
• Consiste na medida da velocidade do fluxo sanguíneo;
• Na gravidez essa medida pode ser realizada através de três leitos
vasculares principais: materno (vasos uterinos), placentário (vasos
umbilicais) e fetal (aorta, veia cava inferior, ducto venoso e artérias
cerebrais).
• Na tentativa de se medir a dinâmica da circulação feto-placentária,
bem como a resistência ao fluxo, utilizam-se mais freqüentemente
três índices básicos: IR (índice de resistência), IP (índice de
pulsatilidade) e relação A/B (sístole/diástole). Alguns estudos têm
evidenciado que o IR tem melhor eficácia diagnóstica em predizer o
comprometimento fetal.
3.2. Indicações:
• Está indicado em todas as gestantes que apresentem fatores de risco
para desenvolverem insuficiência útero-placentária e CIUR, tais como,
Insuficiência útero-placentária
Centralização Fetal
Incidência- 0,5 - 3%
Classificação:
• Precoce- quando ocorre até a 12ª semana da gestação
• Tardio- quando ocorre entre a 13ª e a 22ª semana.
•Fatores etiopatogênicos:
Genéticos
Endócrinos
Imunológicos
Anatômicos
Infecciosos
Desconhecidos
Abortamento habitual 39
cromossômico dos pais e do material do aborto, também deve ser realizada
o estudo histopatológico do material do aborto.
O tratamento, na dependência do diagnóstico, se faz com doação de
oócitos ou de espermatozóides, fertilização in vitro e por último o aconse-
lhamento genético.
• Fatores endócrinos
• Fatores imunológicos
40 Abortamento habitual
por genes do complexo maior de histocompatibilidade (cmg), localizado no
cromossomo 6. O sistema mais envolvido é da classe 2, ou seja, o hla-d
(DP, DQ e DR), cujos antígenos se localizam nos linfócitos CD4.O sistema
da classe 1, hla-a (a,b e c), hla-g tem um menor envolvimento. As classes 1
e 2 de antígenos cmh determinam a compatibilidade imunológica tecidual.
O diagnóstico do fator aloimune se baseia na tipagem do hla do casal
e na detecção in vitro do fator bloqueador da mulher (cultura mista de
linfócitos). Nos fatores imunológicos auto imunes fazemos o rastreamento
pré natal com coagulograma, TTPA e anticoagulante lúpico.
O tratamento da síndrome antifosfolipídica materna se faz com heparina
subcutânea (liquemine), 10000 UI 12/12h e ácido acetilsalicílico(aspirina)
oral, 100 mg/dia até a 36 sem.
No sistema aloimune, o tratamento consiste na imunização materna
com linfócitos do próprio marido ou, com melhor resultado, utilizando linfócitos
de doadores pela via subcutânea, intradérmica, intramuscular ou endovenosa.
• Fatores anatômicos
Malformações uterinas
As malformações uterinas tem incidência de 1 a 6%. Todas elas (útero
unicorno, bicorno, didelfo, septado) aumentam a taxa de abortamentos,
sendo a do útero septado a que mais aumenta .
O diagnóstico se faz através da histerosalpingografia,que algumas vezes
se completa com a histeroscopia, laparoscopia, ultra sonografia e ressonância
magnética. Recomenda-se também a avaliação urológica, pois em 1/3 dos
casos há associação de anomalias renais.
O tratamento durante a gravidez consiste no repouso relativo,
abstinência sexual, uterolíticos e progesterona.
O tratamento cirúrgico, fora da gravidez, consiste na ressecção
histeroscópica de septos uterinos e de metroplastias para alguns casos de
úteros bicorno e didelfo.
Abortamento habitual 41
Sinéquias intra – uterinas
O diagnóstico se faz através da histerosalpingografia ou pela
histeroscopia.
O tratamento se faz através do debridamento das sinéquias com tesoura,
guiado pela histeroscopia. Introduz-se o DIU por três ciclos menstruais ou
balão com 3 ml na sonda de foley número 8 por 10 dias. Emprega-se estrogênio
conjugado (premarin), 1.25 mg/dia,durante os dias 1 a 21 do ciclo
menstrual,associado a acetato de medroxiprogesterona entre os dias 12 e 21.
Mioma uterino
O mioma submucoso é diagnosticado pela ultrasonografia ou
histeroscopia fora da gestação.
O tratamento se faz através da miomectomia submucosa por via
histerocópica e só é indicada após exclusão de todos os outros fatores de
abortamento habitual.
• Fatores infecciosos
42 Abortamento habitual
Pesquisar micoplasma hominis e ureaplasma urealyticum através de
culturas.
Confirmado a toxoplasmose fazer tratamento(ver capítulo sobre o
assunto)
Os micoplasmas são tratados com doxiciclina 100mg 2x ao dia por
14 dias na ausência de gravidez, ou com estearato de eritromicina 500 mg
de 6/6h vo por 14 dias, na presença de gravidez.
Abortamento habitual 43
Hiperemese
gravídica
• Dra. Ana Cláudia Louçana Costa Araújo
D efinição
Hiperemese gravídica é caracterizada por vômitos incontroláveis,
durante o período gestacional, provocando desidratação com repercussões
sistêmicas, notadamente no fígado.
Etiologia
Nenhuma das hipóteses propostas para explicar a etiologia da
hiperemese gravídica consegue, isoladamente, cumprir este objetivo. Parece
haver uma somatória de fatores atuando, observando-se a manifestação em
pessoas com maior sensibilidade para apresentar vômitos.
Entre as teorias etiopatogênicas orgânicas da hiperemese gravídica, as
que conseguem maiores taxas de concordância são: o relaxamento fisiológico
da musculatura lisa do estômago, a presença de elevados níveis de estrógeno
e progesterona na circulação e da gonadotrofina coriônica. Outras existem
como a desnutrição seletiva (vitamina A) e o hipopituitarismo, mas não são
satisfatórias. Paralelamente, a teoria psicogênica tem seus adeptos. O fato
desta síndrome ocorrer com maior frequência entre adolescentes e em
mulheres com gestação não programada dá realce especial a esta teoria, mas
não responde a todos os preceitos exigidos. Portanto, parece que a hiperemese
gravídica tem gênese multifatorial.
Hiperemese gravídica 45
Diagnóstico clínico
Na anamnese destaca-se a presença de vômitos com produção
excessiva de saliva e com sintomas ligados à expoliação de água e solutos.
Casos mais extremos são referidos icterícia, hematêmese, confusão mental e
extrema fraqueza. Em alguns casos, queixas de hipertireoidismo.
O exame físico detecta sinais objetivos de desitratação, olhos
encovados, hálito cetônico, icterícia e até febre. O exame físico especial deve
ser acurado principalmente de houver manifestações do sistema nervoso e/
ou de hipertireoidismo.
Diagnóstico laboratorial
• Hemograma
• Sódio, potássio, glicemia
• Enzimas hepáticas
• Bilirrubinas
• Proteínas totais e frações
• Uréia e creatinina
• Função tireoidiana
Casos mais graves ou com hematêmese é necessário exame endoscópio
do esôfago, estômago e duodeno.
Diagnóstico diferencial
• Obstrução intestinal
• Pancreatite
• Litíase biliar
• Úlcera péptica
• Meningite
• Hipertireoidismo
46 Hiperemese gravídica
Conduta
O manuseio da hiperemese gravídica é primariamente de suporte,
repondo as perdas e viabilizando formas de evitá-las. Como ocorre geralmente
no 1º trimestre gestacional a avaliação fetal se restringe apenas às medidas
que aferem seu desenvolvimento. Na fase aguda a conduta é:
Internação da paciente
• Hidratação e reposição energética com glicose hipertônica;
• Reposição de sódio e potássio de acordo com os exames laboratoriais;
• Dieta zero até cessar completamente a sensação de náuseas. A partir
daí, introduzir dieta fracionada (6-8 vezes/dia), evitando alimentos
mornos, ácidos ou gordurosos. Dê preferência para chás e alimentos
secos. Progressivamente tentar adequar a dieta para repor as perdas
proteicas;
• Evitar estímulos da parte posterior da cavidade oral durante escovação
dentária;
• Não levantar antes de alimentar-se, evitando esforço físico com
hipoglicemia;
• Não havendo melhora pode haver necessidade de nutrição enteral ou
até parenteral. Para esta decisão, discutir o caso com especialistas da
área. Neste momento talvez seja prudente o exame endoscópico.
Hiperemese gravídica 47
Sedativos
• fenotiazídicos - levomepromazina (neozine) 3 mg (solução 4% - 3
gotas) vo 8/8 h
Tratamento complementar
• psicoterapia;
48 Hiperemese gravídica
Gemelidade
• Dra. Maria Liduína Meneses B. Chaves
1 - Diagnóstico
O diagnóstico da gemelidade pode ser aventado a partir da anamnese,
tanto através dos fatores predisponentes para sua instalação, quanto pela
presença de sinais e sintomas gravídicos e locais exacerbados principalmente
quando se tem a frente a altura uterina discordante da idade gestacional,
sinais específicos como os de Pinard, Hergott, Mauriceau, e Arnoux. Porém,
o diagnostico de certeza vem através da ultrassonografia .
Gemelaridade 49
esvaecimento e dilatação. Neste mesmo período a vitalidade fetal é assegurada
através da cardiotocografia, perfil biofísico, avaliação do líquido amniótico e
dopplerfluxometria. Outros fatores, como vaginites, vaginoses, cervicites,
devem ser rastreados e tratados adequadamente. Caso ocorra alguma das
intercorrências discutidas que possam comprometer o termo da gestação, a
paciente deverá ser mantida em repouso associado a antiespasmódicos.
Quando necessário, o uso de uterolíticos está indicado para manter a
quiescência do miométrio .
50 Gemelaridade
que ocorra enluvamento fetal por útero contraído. Nas situações em que este
evento for inevitável a fim de evitar uma cesariana no segundo gemelar, deve-
se lançar mão de anestésicos inalatórios que promovem relaxamento uterino,
permitindo a realização de manobras obstétricas. É importante lembrar que
a analgesia do trabalho de parto é imperativa.
No puerpério deve-se manter ocitócito por 24h pós parto para evitar
hipotonia uterina.
Gemelaridade 51
Trabalho de
parto prematuro
• Dra. Maria do Perpétuo Socorro S. Martins Costa
1 - Definição
Definimos como parto pré termo todo aquele que ocorre entre 22 e
36 semanas e 06 dias de gravidez.
2 – Incidência
A incidência encontra-se em torno de 10 a 15%. Nos países
industrializados situa-se entre 5 a 7%.
3 - Etiologia
Na etiologia do trabalho de parto pré termo incluem-se fatores
maternos, como complicações médicas ou obstétricas (gemelidade, partos
prematuros anteriores, placenta prévia, amniorrexe prematura, polidrâmnio,
infecção do trato urinário, corioamnionite, infecções vaginais, incompetência
instmo cervical, malformações uterinas, cirurgias na gestação atual, amputações
do colo, etc.); comportamentais (tabagismo, alcoolismo, hábitos alimentares
inadequados, traumatismos, uso de drogas ilícitas, esforço físico intenso),
alterações fetais e placentárias e condições sócio econômicas adversas.
Atualmente, dá-se muita importância à corioamnionite e a infecção
vaginal pela gardnerella vaginalis.
Em cerca de 30% dos casos não é possível a identificação de fator
causal e, seguramente, neste grupo incluem-se fatores emocionais, pouco
lembrados e sequer abordados.
5 - Exames complementares
5.1 ultrasonografia.
5.2. vitalidade fetal: cardiotocografia, perfil biofísico fetal.
6 - Tratamento
6.1 – Ameaça de parto prematuro
Orientação:
Repouso domiciliar (físico e sexual)
Sedação (se necessário).
Tocólise
1 - Estimuladores dos receptores beta adrenérgicos:
Salbutamol, terbutalina, ritodrina e isoxsuprina.
-Ritodrina
Apresentação - amp 10 mg - 5ml.
Ataque: dose inicial: 50 microgotas/min (10 gotas/min).
-Cloridrato de isoxsuprina
Apresentacao- 2ml- 10mg.
Dose=10 amp –500 ml SG a 5%.
Iniciar com 20 a 30 gotas /min.
Aumentar gradativamente ate 50 gotas /min até cessarem as contrações
uterinas.
Diminuir gradativamente o gotejamento até menor dosagem e manter
por 12h.
Sulfato de magnésio
Melhor alternativa se existe contra indicação ao uso de beta agonistas
adrenérgicos ou se os mesmos causarem toxicidade .
Dose de ataque: 4 a 6 g diluídos em infusão lenta/100 ml SG 5%.
Monitorar frequência cardíaca, frequência respiratória, diurese e reflexo
patelar.
Dose de manutenção: iniciar 30 min após dose de ataque-2 g/hora(12
g de sulfato de magnésio em 500 ml de SG 5%-28 gotas/min) .
Definição
É considerada prolongada, quando sua duração, calculada a partir do
1° dia da última menstruação, ultrapassa 294 dias ou 42 semanas.
Etiologia
A maioria dos casos é de causa desconhecida.
As teorias que procuram explicar este fato mostram evidências que
alterações bioquímicas ou anatômicas, presentes no feto ou no âmnio podem
predispor a falha nos mecanismos que determinam o término da gestação. A
hipótese mais aceita é a deficiência adrenocortical, decorrente da produção
inadequada de cortisol pelo feto.
Diagnóstico
O diagnóstico de certeza é importante para minimizar os riscos
perinatais decorrentes do atraso da resolução da gestação.
Anamnese
confirmação da idade gestacional: calculado através da última
menstruação, em paciente com ciclos eumenorrêicos e sem uso de
contraceptivos orais pelo menos nos últimos 3 ciclos antes da ocorrência
da gravidez.
Exame físico
o exame pélvico através do toque combinado nas gestações iniciais e a
mensuração seriada e cuidadosa do abdômen com fita métrica a partir
do 2° trimestre permite estimar a idade gestacional.
Gestação prolongada 59
Os batimentos cardiofetais audíveis à partir da 13a semana pelo sonar,
é também um recurso que pode auxiliar nesta estimativa.
Exames complementares
- dosagem do hormônio gonadotrofina coriônica (HCG) realizada logo
na ocasião do atraso menstrual.
- ultrasonografia: é um excelente recurso de datamento gestacional. Este
é fornecido através da medida de alguns segmentos corporais do
feto.
1° trimestre: comprimento cabeça -nádegas (CCN), estima a IG com
erro de menos de l semana, sendo por isso o melhor parâmetro para
estimar a idade gestacional.
2° trimestre: diâmetro biparietal, circunferência abdominal e comprimento
dos ossos longos são capazes de predizer de forma eficaz a IG.
Complicações
60 Gestação prolongada
Conduta
Gestação prolongada 61
Doença
hemolítica perinatal
• Dra. Maria do Perpétuo Socorro S. Martins Costa
1- Amniocentese
2 - Cordocentese
C ritérios diagnóstico
1. Hipertensão
2. Edema
2.1. Tem valor apenas se edema generalizado. O ganho ponderal súbito
( > 500g/semana) deve ser interpretado como sinal de edema oculto.
3. Proteinúria
• 300 mg/l /24h ou labstix (+) em pelo menos duas aferições ou 2 (+)
ou mais em qualquer amostra isolada.
Forma clínica
1. DHEG leve
definida pela presença da tríade hipertensão, edema, proteinúria e/ou
hiperuricemia, ausentes sinais e/ou sintomas característicos de DHEG grave.
3. Síndrome HELLP
• hemólise.
• esfregaço periférico anormal (esquisocitose, anisocitose, equinocitose).
• BT > 1,2 mg%
• LDH > 600 U/L
• elevação das enzimas hepáticas
• TGO >70 U/L
• plaquetopenia 3
• plaquetas < 150.000mm
4. Eclâmpsia
1. Avaliação materna
• monitorização semanal da PA.
• propedêutica laboratorial quinzenal: hemograma completo, uréia,
creatinina, ácido úrico, bilirrubinas, transaminases, EAS, proteinúria
24h.
2. Avaliação fetal
• ultra-sonografia seriada: avaliar crescimento fetal e volume de líquido
amniótico.
• mobilograma.
• CTG semanal.
• dopplerfluxometria das artérias umbilicais e cerebral média quinzenal.
4. Via parto
• Parto vaginal
- feto hígido
- colo favorável
- TP desencadeado
• Cesárea:
- bishop desfavorável
- sofrimento fetal
- oligoidramnia
Hidratação
• não exceder 150 ml/h
Profilaxia anticonvulsivante
• Sulfato de mg: 50% - amp l0ml
• Ataque 4 a 6g: 8 a 12 ml ev, diluído em l00ml de sg 5% em 30 min.
• Manutenção 1 a 2g/h: 12 a 24 ml em cada sg 5%, a 28gts/min ou
84ml/h.
- Manter sulfatoterapia por 24h após o parto ou após a última convulsão.
- Pesquisar reflexos patelares/diurese/freqüência respiratória
- Suspender se: diminuição dos reflexos patelares ou diurese < 30 ml/h
ou FR < 16ipm (administrar gluconato de cálcio a 10%).
ECLÂMPSIA
Terapia anticonvulsionante
• sulfato de mg 50%
• 4 a 6g - ataque
• 1 a 3g hora - manutenção
- ataque: diluir em l00ml de sg 5%, fazer ev em 20 a 30 min. Ter
sempre a mão 01 amp. de gluconato de cálcio, para o caso de
reação grave ao sulfato de Mg.
Controle da PA
Via de parto
• parto vaginal
- TP ativo
- sem contra-indicação para parto vaginal
• parto abdominal
- ausência de TP
- Bishop> 7
- contra-indicação para parto vaginal
Anestesia
• bloqueio de condução se não apresentar distúrbio de coagulação.
• anestesia geral — coagulação presente ou suspeita.
Pós-parto
• manter sulfato de Mg por 24h após a resolução da gestação,
independente do n0 de doses anteparto.
• tratar picos hipertensivos;
• rastrear complicações como Sd HELLP, IRA;
• iniciar antihipertensivo de manutenção se picos hipertensivos após
48 a 72h da resolução.
- alfametildopa 750mg a 3g/dia
- nifedipina 20 a 60mg/dia
- pindolol 30 a 60mg/dia
- captopril 25 a 100mg/dia.
• evitar uso de bromoergocriptina para inibir lactação.
• não há contra-indicação a qualquer método contraceptivo nem mesmo
os anticoncepcionais orais combinados de baixa dosagem.
Conduta
• cuidados gerais;
- punção da veia calibrosa
- instalação da pressão venosa central
- sonda vesical demora
- monitorização sinais vitais
• correção da CIVD
- utilização de plasma congelado
- crioprecipitado
- concentrado de plaquetas
- concentrado de hemácias
• a conduta obstétrica é a antecipação do parto cuja via é de indicação
obstétrica, independentemente da idade gestacional e uma vez
avaliada as condições maternas
• no caso de cesariana, para a síndrome HELLP recomenda-se a incisão
infraumbilical mediana.
Conceito
Incidência
Etiologia
1. Maternas:
• fatores constitucionais - Peso materno pré-gravídico < 50kg, idade
materna, status sócio econômico.
2. Fetais:
• Anomalias cromossômicas — trissomias 13, 18, 21
• Displasias esqueléticas
• Infecções — rubéola, toxoplasmose, citomegalovirose, herpes, sífilis,
parvovirose.
• Gemelaridade
3. Útero-placentárias:
• Anomalias uterinas
• Má adaptação da circulação materna
• Mosaicismo placentar
Classificação
Segundo Carrera o CIUR pode ser dividido em tipo I, II, III.
PATOGÊNESE
Centralização fetal
(sem diástole zero ou reversa)
Internamento
Corticóide
Doppler 2x/semana
• > 34 semanas:
- resolução da gestação
Internamento
Corticóide
Doppler
CTG
PBF
normal alterado
cordocentese parto
normal Alterado
Acompanhamento
Rigoroso
Via de parto
Em linhas gerais indica-se cesárea nas seguintes condições:
• CIUR com condição fetal aceitável, porém com maus antecedentes
obstétricos (polimortalidade fetal anterior)
• CIUR a termo, sem sinais de sofrimento fetal, porém com
apresentação anômala (ex.: Apresentação pélvica).
1 - Conceito
3 - Etiopatogenia
- Rotura prematura das membranas
- Insuficiência placentária
- Anomalias congênitas fetais(agenesia renal bilateral, displasias
renais e obstrução do trato urinário fetal)
- Idiopática
4 - Diagnóstico
4.1- clínico- altura uterina inferior áquela esperada para a idade
gestacional associada á diminuição dos movimentos fetais e fácil percepção
das partes fetais á palpação obstétrica.
Oligoidrâmnio 91
4.2 ultrasográfico
3 cm ——————————————la normal
2 - 3 cm —————————————— la reduzido
< 2 cm —————————————— oligoidrâmnio
< 1 cm —————————————— oligoidrâmnio grave
Índice do LA (ILA)
ILA vol de LA
0 - 5 cm———————————— oligoidrâmnio
5 - Conduta
O tratamento visa restaurar o volume de LA e irá depender de sua
etiologia.Quando for decorrente de anomalias renais fetais, só poderá ser
tratado nas patologias obstrutivas, através da colocação de cateter de
derivação para a cavidade amniótica, procedimento reservado aos centros
de medicina fetal. Nos casos de alterações renais com ausência de
função(displasias renais), e na ausência de rins( agenesia) não existe terapêutica.
No caso de alteração da perfusão placentária ( como na hipertensão arterial),
medidas clínicas, como o repouso, podem ter alguma valia, contudo, na
amniorrexe prematura, o tratamento vem sendo mais pesquisado. Os
procedimentos nestes casos incluem a amnioinfusão e a hiperidratação.
92 Oligoidrâmnio
A amnioinfusão consiste na infusão de líquidos, principalmente solução
salina, na cavidade amniótica . Embora ainda não utilizada sistematicamente
no país, tem demonstrado ser uma técnica simples e eficaz.
A hidratação materna tem mostrado sua eficácia em aumentar o volume
de LA residual, desde que não haja contra- indicação para uma sobrecarga
circulatória. Além da hidratação oral, pode-se complementar por via
endovenosa, recomendando-se um aporte total de 3 a 4 litros de líquidos
por dia.
Obs: pela associação do oligoâmnio com prognóstico fetal
desfavorável é necessário vigilância fetal rigorosa através da cardiotocografia,
perfil biofísico fetal e US com doppler . Na presença de sofrimento fetal
com feto viável convém a resolução da gravidez.
Oligoidrâmnio 93
Polidrâmnio
• Dra. Samara da Costa Sobral Silva
1 - Conceito
Acúmulo de líquido amniótico em volume superior a 2000 ml.
2 - Incidência
Incide em 0,4 a 1.5% das gestações.
3 - Etiopatogenia
3.1- patologias fetais: obstruções gastrointestinais, anomalias
congênitas, esqueléticas, cardíacas, endócrinas, renais, do
SNC, hematológicas, arritmias cardíacas, infecções (rubéola,
sífilis, toxoplasmose), hidropsia fetal não imune e tumores fetais.
4 - Classificação
- Agudo: aparecimento rápido (menos que 24h ou poucos dias),
mais frequente antes da 24ª sem.
- Crônico: desenvolvimento no decorrer da prenhez, mais frequente
no terceiro trimestre
Polidrâmnio 95
5 - Diagnóstico
5.1- clínico: altura uterina não compatível com a IG, dificuldade na
palpação das partes fetais dificuldade de ausculta do concepto,
tônus uterino aumentado, dispnéia materna. Diagnóstico
diferencial com gemelaridade e macrossomia fetal.
3 a 8 cm normal
>8 cm polidrâmnio
8,1 – 18 cm normal
96 Polidrâmnio
6 - Complicações
Trabalho de parto prematuro
Rotura prematura das membranas
Descolamento prematuro de placenta
Dispnéia materna
7- Conduta
Tratamento de acordo com a etiologia
- Corrigir causas maternas (ex, diabetes)
- Corrigir causas fetais(anemia,arritmia fetal)
Recomendações:
Controle do peso materno, altura uterina, circunferência abdominal e
edema materno, repouso relativo, dieta hiperprotéica
Controle das proteínas séricas
Pesquisa de malformações fetais (US morfológico)
Ecocardiografia fetal
Avaliação ultrasonográfica da placenta
Pesquisar diabetes
Pesquisa de anticorpos irregulares
Considerar realização do cariótipo fetal
Inibição do TPP com uterolíticos
Corticóides (TPP)
Amniocentese esvaziadora (dispnéia progressiva ou dor abdominal
persistente)
Amniocentese:
Realizada com assepcia adequada e sob controle do US
Retirar 200 a 500 ml de LA por hora
Polidrâmnio 97
Riscos: TPP, infecção intra- uterina, lesão do feto, rotura prematura
das membranas e hemorragias
Prognóstico perinatal:
- Relacionado às malformações
- Na ausência de malformações depende da etiologia
98 Polidrâmnio
Rotura prematura
das membranas
• Dra. Carolina dos Santos Oliveira
1 - Definição
Rotura prematura das membranas antes do início do trabalho,
independente da idade gestacional.
2 - Etiologia
- Infecções vaginais: forte correlação com microorganismos,
freqüentemente anaeróbios como streptococos fecalis, E. Coli,
klebsiela sp, Pneumococos e Mycoplasma hominis.
- Infecção das vias urinárias
- Outros fatores:
• variações bruscas da pressão atmosférica;
• coito nas últimas semanas da gestação;
• tabagismo;
• malformação e patologias uterinas;
• polidrâmnio
• gestações múltiplas;
• atividades exercidas em pé.
3 - Diagnóstico
3.1 - História Clínica
O obstetra deverá inquirir sobre o momento da rotura, quantidade e
continuidade da perda de líquido, cor e odor do fluido.
4 - Conduta
4.1 - Acima de 36 sem.: Interrupção da gestação
4.2 - Entre a 34a e a 36 semanas: Será instituída a terapêutica ativa
mediata, quando aguardamos 24 horas, após o momento da rotura,
para resolvermos a gravidez. Visamos, com isso, diminuir a incidência
e gravidade da síndrome da membrana hialina, pelo aumento dos níveis
séricos do cortisol fetal, o que enseja a liberação do surfactante
pulmonar.
4.3 < 34ª semanas - conduta conservadora
A conduta conservadora será adotada em virtude da elevada incidência
da doença da membrana hialina e da hemorragia intraventricular, diretamente
relacionadas à prematuridade.
- Internação hospitar ( necessidade de repouso)
- Pulso e temperatura de 6/6h
- Leucograma a cada 2/3 dias. Nas pacientes em início de trabalho
de parto está elevado e somente deverá ser valorizado se associado
a outros parâmetros clínicos, ou se houver elevação de 50% do valor
inicial, ou se > 15.000 e/ ou desvio a E.
- Na vigilância do bem-estar fetal preconizamos a realização diária da
OBSERVAÇÕES:
- Inibição do trabalho de parto: não deve ser recomendada a utilização
de uterolíticos.
- Na presença de infecção ou sofrimento fetal interrupção imediata da
gravidez, independente da idade gestacional
- Profilaxia antibiótica: Quando decidir por resolução da gestação.
A BORTAMENTO
Observação:
O diagnóstico diferencial dos sangramentos genitais da 1a metade da
gravidez deve passar necessariamente pelo exame ginecológico na busca de
lesões do trato genital que possam causar sangramento tais como: Cervicites,
lacerações, Pólipos, Neoplasias, Varizes Rotas, lesões causadas por agentes
químicos ou mecânicos.
Condutas.
1) Aborto evitável (ameaça de abortamento).
• Repouso relativo.
• Abstinência sexual.
• Analgésicos e antiespamódicos para alívio da dor.
• Tranqüilização da paciente.
• Hormônios, se necessário. Usa-se progesterona manipulada 50mg/
dia (óvulos ou supositórios ) do início da gravidez até a 12a semana. Pode-se
usar também progesterona oral micronizada (Utrogestan), l00mg, 4 vezes ao
dia, até a 12a semana da gestação.
3) Abortamento completo.
Usualmente evoluem bem e não necessitam esvaziamento cirúrgico.
6) Incompetência cervical.
O tratamento é a cerclagem cervical entre a 13a e a 16a semana de
gestação. O tratamento pode ser:
1) CONCEITO
É o termo que se designa 4 entidades anatomoclínicas distintas:
( l ) Mola Hidatiforme.
(2)MolaInvasora_______________________ FormasMalignasouNeoplasias
(3)Coriocarcinoma_____________________ TroblásticasGestacional(NTG)
( 4 ) Tumor Trofoblástico Sítio Placentário.
2) ESVAZIAMENTO
- Para escolha do método leva-se em consideração:
• Volume Uterino, idade da paciente, paridade e grau de sangramento.
• Altura Uterina < 10 cm - Dilatação e curetagem.
• Altura Uterina > l 0 cm - Vácuo - Aspiração complementada com a
cureta romba.
• Após cervicodilatação infunde-se ocitocina ( syntocinon), 25 u em
500ml de SG 5%
• Histerotomia é restrita a mola parcial com feto com mais de 16
semanas, colo desfavorável a indução e sangramento profuso.
• Histerectomia total profilática é indicada em multíparas com mais de
38 anos. é realizada com a Mola In Situ com altura inferior a 10 cm e
cinco a sete dias após curetagem em útero mais volumoso.
• Hemograma.
• Uréia. 3 vezes
• Creatinina. semana
• TGO
• TGP
- Curso l - EMA.
Dia l: Actinomicina D ( Cosmegen ) - 0,5 mg, EV.
Etoposido ( Vepesid ) - l00mg / m2, EV, infusão em SF 250ml.
MTX (Metrotexate ) - l00mg / m2, E V. MTX ( Metrotexate)
- 200mg / m2, EV, infusão em 12h.
DIA 2: Actinomicina D - 0,5 mg, E V.
Etoposido - l00mg / m2, EV, infusão em SF 250ml. Ácido
folínico ( Leucovorin ) - 15mg /m2, IM ou VO, a cada 12
horas por 4 doses; iniciando 24hs após MTX. Intervalo de 5
dias sem a droga até o curso 2.
5) CIRURGIA NA NTG:
• Histerectomia total é suficiente na mola invasora não metastática.
• Histerectomia total + quimioterapia no coriocarcinoma não metas-
tático.
• Indicação:
- NTG com prole constituída.
- Sangramento genital que não cessa com curetagens repetidas.
- Resistência a quimioterapia.
l - Causas de Sangramento
1.1. Causas obstétricas
• Placenta prévia
• Descolamento prematuro de placenta
• Rotura do seio marginal
• Vasa prévia
• Rotura uterina
• Placenta circunvalada
• Perda do tampão mucoso
2.2. Classificação
• Total (47%): Quando a placenta recobre totalmente o orifício
interno do colo;
• Parcial (29%): Recobre parcialmente o orifício interno;
• Marginal (24%): Quando a margem placentária atinge a borda do
orifício interno, sem ultrapassá-lo;
• Lateral ou inserção baixa: A placenta está implantada no segmento
inferior do útero, sem atingir o orifício interno.
2.5. Conduta
• A conduta inicial é igual para todos os sangramentos durante a
gestação, e consiste em: Estabilização hemodinâmica, tipagem
sanguínea e monitorização fetal.
• Daí em diante a conduta vai depender do tipo de localização
placentária, da idade gestacional, do volume do sangramento e
das condições materno-fetais.
• Gestação pré-termo:
- Conduta expectante
- Internação com repouso no leito
- Proibir atividade sexual
- Avaliação periódica do hematócrito e hemoglobina: manter
hematócrito entre 30 e 35% e hemoglobina >10g/dl.
- Avaliação da vitalidade fetal: CTG diariamente, enquanto
houver sangramento, depois duas vezes por semana.
- Uso de corticóide para amadurecimento pulmonar fetal entre
26-34 semanas: Betametasona ou dexametasona 12mg IM,
com intervalo de 24h, total de 2 doses.
- Uso de tocolíticos é discutível, porém na presença de
hemorragias maiores deve ser evitado. Se for utilizado, deve-
se evitar o uso de beta-miméticos, pois em pacientes com
hipovolemia, este pode levar a hipotensão materna grave e
taquicardia.
- Pacientes Rh - não sensibilizadas com STV deve ser
administrado globulina imune Rh.
- Resolução da gestação se: Sangramento profuso, comprome-
2.6. Complicações
• Acretismo placentário
• Anemia fetal (25%)
• Isoimunização
• CIUR(16%)
• Malformações maiores
• Tratamento:
- Se a preservação do útero não é importante ou presença de
sangramento excessivo é indicado a realização de
histerectomia total.
- Cerca de 2/3 das pacientes com PP e acretismo necessitam
de histerectomia pós-cesária.
- Se após a histerectomia persistir sangramento pélvico, avaliar
a ocorrência de coagulação intravascular disseminada,
sangramento de ligaduras, de cúpula vaginal etc. Não cessando
a hemorragia com a utilização de hemocomponentes e
compressão local, a ligadura de artéria ilíaca interna
3.4. Diagnóstico
• Achados clínicos:
- Dor abdominal de intensidade variável associada a STV com
início súbito, sem episódios anteriores, geralmente de média
intensidadede coloração vermelho-escura com coágulos
(80% dos casos);
- 20% das pacientes têm sangramento uterino oculto, sendo a
quantidade de STV incompatível com o quadro hemodinâmico
da paciente;
- Taqui-híperssistolia (contrações uterinas de alta frequência e
baixa amplitude) seguida de hipertonia uterina, com dor à
palpação;
- Sofrimento fetal ou óbito fetal;
- Aumento do volume uterino devido o hematoma retropla-
centário;
- Hemoâmnio;
- Alterações hemodinâmicas.
• Ultra-sonografia:
- Pode não demonstrar o hematoma em até 30% dos casos,
principalmente nas fases iniciais;
- Tipos de hematoma: Retroplacentário e subcoriônico;
- A localização e extensão do hematoma têm significado clínico,
sendo o retroplacentário de pior prognóstico que o sub-
coriônico. Um hematoma retroplacentário > 60ml/50% está
associado a 50% de óbito fetal, enquanto um subcoriônico
do mesmo tamanho tem mortalidade fetal de apenas 10%;
3.5. Conduta
• Hospitalização imediata
• Medidas gerais: Acesso venoso, cateterismo vesical e sinais vitais;
• Reposição volêmica: A base de concentrado de hemácias associado
a cristalóides (evitar o uso de solutos glicosados), na ausência
absoluta de sangue e derivados pode-se utilizar soluções
expansoras do plasma;
• Avaliação laboratorial: Hemograma, tipagem sanguínea,
avaliação da função renal (uréia e creatinina), coagulograma,
TAP, TTPA, fíbrinogênio, produtos da degradação de fibrina
(PDF);
• Na impossibilidade de se determinar os testes específicos de
coagulação, recomenda-se realizar o teste de wiener na sala de
parto;
• Monitorização fetal;
• Transfusão de concentrados de hemácias, plaquetas e plasma
fresco, quando indicado;
• Se indicado resolução da gestação, realizar amniotomia precoce,
para diminuir a área de sangramento, prevenindo a passagem de
tromboplastina tecidual à circulação materna;
• Conduta obstétrica:
• DPP grau I com feto a termo: Indução do parto com
monitorização materno-fetal.
• DPP grau I com feto pré-termo: Conduta expectante
- U.S periódico para avaliar tamanho do descolamento e
presença de CIUR;
- Hematócrito e hemoglobina seriados;
3.6. Complicações
• Choque hipovolêmico
• Útero de Couvelaire (8%): Infiltração de sangue para o interior
do miométrio, que leva a diminuição da capacidade contrátil do
órgão e consequente atonia uterina e hemorragia puerperal. É
facilmente diagnosticado durante a cesariana devido à coloração
púrpura da superfície serosa. A maioria dos casos responde ao
uso de ocitócitos e massagem uterina, sendo raramente necessário
realizar histerectomia;
- Conduta:
• Reposição volêmica e expansão (cristalóides, plasma, albumina):
Sempre iniciar com cristalóides, partindo-se depois para os
4 - Rotura uterina
4. 1. Definição
• Trata-se da rotura completa ou incompleta da parede uterina, que
ocorre sobretudo além da 28° semana gestacional e durante o
trabalho de parto, precedida, em sua maioria, por quadro clínico
de iminência de rotura uterina, o que facilita a sua prevenção.
4.2. Causas
• Hipercontratilidade uterina (iatrogênica ou não) em pacientes com
cirurgias uterinas anteriores (sobretudo cesariana corporal e
miomectomia);
• Cicatrizes de cesária corporal anterior;
• Insistência do parto vaginal em casos de desproporção céfalo-
pélvica não diagnosticada;
• Traumas externos;
• Manobras de versão interna/externa feitas intempestivamente.
4.3. Diagnóstico
• Sinais de iminência de rotura uterina:
- Contrações subentrantes intensas e excessivamente dolorosas;
- Distensão segmentar (sinal de Bandi-Frommel): Anel próximo
4.4. Conduta
• O tratamento é cirúrgico, variando desde sutura uterina a
histerectomia;
• Algumas roturas provocam grandes hematomas de ligamento largo,
podendo estender-se para retroperitônio; os de ligamento largo
devem ser drenados e os hematomas retroperitoniais, em princípio,
não devem ser manipulados.
• Se após parto vaginal, durante a revisão do canal de parto,
observa-se rotura ou deiscência de cicatriz segmentar transversa,
a conduta vai depender das condições hemodinâmicas da paciente
e da intensidade do sangramento. Em alguns casos pode ser
adotada conduta expectante, desde que a paciente fique sobre
rigorosa observação e com ocitócitos em altas doses. Nas
grandes roturas é mais aconselhável a laparotomia com sutura
da área lesada, podendo ou não ser feito laqueadura tubária,
conforme o desejo da paciente e sua condição obstétrica.
1. Classificação
1.1. Diabetes gestacional (90% das gestantes diabéticas): Intolerância
aos carboidratos, de graus variados de intensidade, diagnosticada
pela primeira vez durante a gestação, podendo ou não persistir
após o parto.
1.2. Diabetes pré-gestacional (10% das gestantes diabéticas): diabetes
prévio a gravidez (tipo I ou tipo II).
2. Diabetes pré-gestacional
2.1. Consulta pré-concepcional
• Controle glicêmico estrito
• Hemoglobina glicosilada < 8%
• Ácido fólico 0,4mg/dia (prevenção de defeitos do tubo neural)-
iniciar 3 meses antes da concepção.
• Avaliação dos sistemas: cardiovascular, renal, oftalmológico.
• Aconselhamento genético
• Pacientes em uso de hipoglicemiantes orais deverão substituí-lo
por insulina.
Diabetes 131
2.2. Acompanhamento pré-natal da gestante diabética
Frequência das consultas
• Em pacientes compensadas:
- Mensal até 28 semanas
- Quinzenal de 28 a 34 semanas
- Semanal de 34 semanas até o parto
• Pacientes descompensadas avaliar cada caso.
lº Trimestre
• Rotina pré-natal
• Urinocultura
• Hemoglobina glicosilada (fator prognóstico de malformação fetal)
• U.S gestacional (confirmação da IG e translucência nucal)
2° Trimestre
• Função renal
• Exame oftalmológico
• U.S morfológico
• Ecocardiograma fetal após 22 semanas em pacientes com
hemoglobina glicosilada elevada no 1° trimestre.
3° Trimestre
• Função renal
• Exame oftalmológico
132 Diabetes
US gestacional a cada 4-6 semanas para avaliar crescimento fetal
e líquido amniótico
• Avaliação da vitalidade fetal (período de maior número de OF
intra-útero):
- Mobilograma: a partir de 28 semanas.
- CTG semanal: A partir de 32-34 semanas se paciente com-
pensada sem vasculopatia; a partir de 28 semanas se paciente
compensada com vasculopatia;
- Pacientes descompensadas avaliar cada caso.
- Doppler: nos casos com vasculopatia ou outros fatores associados.
2.3. Tratamento
Dieta
• Acompanhamento conjunto com a nutricionista;
• Ingestão calórica de 30-35kcal/kg de peso ideal, distribuídos em
40-50% de carboidratos, 30% de gordura e 20-30% de proteínas;
• Pacientes obesas devem ter uma restrição dietética moderada
com modificação dos carboidratos (1600cal/dia), deve-se, porém,
rastrear cetonúria;
• Evitar perda de peso acentuada devido ao risco cetogênico, o
qual é prejudicial ao desenvolvimento neurológico do feto;
• Fracionada em 5-6 refeições diárias;
• Pode-se utilizar adoçantes, evitando-se aqueles à base de sacarina;
Atividade física
• Exercícios ergométricos aumentam a sensibilidade a insulina
reduzindo a necessidade de insulina;
• Pacientes sedentárias devem ser orientadas a iniciar um programa
de caminhadas regulares;
• Gestantes que já praticavam exercícios regularmente podem mantê-
los, evitando os de alto impacto.
Diabetes 133
Controle glicêmico
• É feito sempre que possível, com glicemias de jejum e pós prandiais
semanais;
• Níveis de glicemia desejados: Jejum = 60-90mg/dl, lª h pós-
prandial < 140mg/dl, 2ª h pós-prandial < 120mg/dl
Insulina
• Tratamento com insulina deve ser indicado se após duas semanas
de dieta os níveis glicêmicos permanecerem elevados (jejum
>105mg/dl e 2h pós-prandial >120mg/dl);
• A dose inicial de insulina deve ser em torno de 0,3 a 0,5U/kg;
• Cálculo de insulina por trimestre:
- 1° trimestre: 0,7U/kg/dia
- 2° trimestre: 0,8U/kg/dia
- 3° trimestre: lU/kg/dia
• A dose calculada deve ser fracionada: 2/3 pela manhã antes do
café e 1/3 antes do jantar;
• As necessidades de insulina aumentam progressivamente durante
a gravidez, devido ao efeito dos hormônios contra-insulínicos
produzidos pela placenta;
• Pacientes que já faziam uso de insulina antes da gestação devem
ser submetidas ao mesmo controle glicêmico, e aumentada a dose
de insulina quando necessário.
• Os picos hiperglicêmicos devem ser controlados com doses
suplementares de insulina regular, conforme esquema abaixo:
<100 O
100-140 2
141-160 3
161-180 4
181-200 5
201-250 6
251-300 8
>300 10
134 Diabetes
Obs:
1. Entre as 22h e 6h fazer só metade da dose, pela possibilidade maior
de hipoglicemia.
2. A frequência de medidas de glicemia e formas de tratamento variam
caso a caso e deve ser discutida com o endocrinologista.
Internação
Todas as pacientes que necessitem avaliação contínua, seja por evidência
de complicações maternas ou fetais, e ainda aquelas com difícil controle
metabólico deverão ser internadas em qualquer época da gestação.
Diabetes 135
• Durante o trabalho de parto ou parto cesariana, pode-se fazer
monitorização da glicemia de duas formas:
136 Diabetes
2.5. Pós-parto
• Incentivar a amamentação;
• Dieta: 25kcal/kg/dia ou 27kcal/kg/dia se estiver amamentando;
• Durante o pós-parto ocorre redução das necessidades de insulina,
portanto:
- Se paciente iniciou o uso de insulina durante a gestação -
Observar os níveis de glicemia nos primeiros dias pós-parto
e reintroduzir a insulina caso necessário;
- Se paciente já utilizava insulina antes da gestação - Fazer
metade ou 1/3 da dose de NPH da gestação pela manhã. Se
houver necessidade de insulina regular adicional, esta deverá
ser transformada em NPH no valor de 2/3 da dose adicional
de regular.
• Controle glicêmico menos rigoroso, com glicemia capilar feita a
cada 2h;
<200 OU
200-240 4U
241-300 8U
>300 12U
3. Diabetes gestacional
3.1. Rastreamento
• Deve ser iniciado na lª consulta do pré-natal por intermédio da
glicemia de jejum;
• Se glicemia de jejum > 85mg/dl deve-se realizar o TTGO com
50g de glicose;
Diabetes 137
• Dois resultados de glicemia de jejum acima de 105mg/dl confirma
o diagnóstico de diabetes gestacional, não sendo necessário realizar
o TTGO com 50g;
• Pacientes que apresentam hiperglicemia de jejum no l° trimestre,
provavelmente já tinham diabetes previamente a gestação, e
portanto devem ser tratadas como tal;
• O TTGO com 50g de dextrosol deve ser realizado com 24-28
semanas - Ideal para todas as gestantes, mas principalmente
naquelas com fatores de risco;
Fatores de risco:
- Idade > 25 anos
- História familiar de diabetes mellitus ou gestacional
- História pessoal prévia de diabetes gestacional
- Obesidade
- Baixa estatura
- Deposição central excessiva de gordura corporal
- Hipertensão arterial
138 Diabetes
TTGO 50g
Valor da l ° hora
3.2. Tratamento
• Semelhante a diabetes pré-gestacional
• A insulina é requerida em aproximadamente 15-20% das pacientes
com diabetes gestacional.
Diabetes 139
3.3. Avaliação da vitalidade fetal
• Mobilograma a partir de 32 semanas
• CTG a partir de 36 semanas
• Ultra-sonografia semelhante a diabetes pré-gestacional
3.5. Pós-parto
• A probabilidade de diabetes subsequente ocorre principalmente
naquelas pacientes cujo diagnóstico foi feito no início da gestação
e/ou pela glicemia de jejum, assim como, naquelas que necessitaram
utilizar insulina para controle glicêmico;
• As pacientes com diagnóstico de diabetes gestacional devem ser
submetidas a TTGO 75g com 5-6 semanas pós-parto para o
diagnóstico definitivo de diabetes;
• TTGO 75g:
140 Diabetes
Anemias
• Dra. Conceição de Maria G. Martins
1. Classificação
1.1. Anemia ferropriva
• É o tipo de anemia mais frequente durante a gestação (80%), e
geralmente é causada por carência alimentar, deficiência de
absorção intestinal, perda crônica de sangue nas fezes ou urina,
ou pelo aumento das necessidades de ferro na gravidez normal.
• A paciente apresenta sintomas de fadiga fácil, letargia e cefaléia, e
dentre os achados clínicos observa-se palidez cutâneo-mucosa,
glossite e queilite.
• É uma anemia hipocrômica, microcítica (VCM diminuído < 85dl),
com evidências de depleção das reservas de ferro, caracterizada
pela redução da dosagem de ferritina (< 15ug/l), ferro sérico (<
60ug/dl) e saturação da transferrina (<15%).
Anemias 141
• O tratamento é feito com sulfato ferroso oral 300mg três vezes ao
dia, trinta minutos antes das refeições, seguido de manutenção
profilática até o puerpério e lactação.
• A reticulocitose deve ser observada após 7-10 dias de terapia, e
a hemoglobina aumenta aproximadamente 0,2g/dia (até l g
semanal), geralmente normalizando após 1-2 meses.
• Cerca de 10% das pacientes tratadas com ferro oral apresentam
intolerância gastrintestinal, a qual é dose-dependente, devendo-
se, portanto, reduzir a dose para um nível tolerável ou mudar para
o tratamento parenteral.
Tratamento Parenteral:
• Tratamento parenteral (IM ou EV) é indicado nos seguintes casos:
- Anemia ferropriva grave (Hb < 8g/dl), poucas semanas antes
do parto, pois requerem normalização rápida dos índices
hematológicos, o que não é possível com o tratamento oral;
- Deficiência de absorção de ferro (síndromes malabsortivas);
- Intolerância gastrintestinal ao tratamento oral;
• Dose recomendada: 2ml (100mg)/dia IM ou e EV até a dose
calculada ser atingida.
• Cálculo prático: Dose necessária = 250mg x (Hb desejada - Hb
atual)
• Efeitos colaterais: Vômitos, dores musculares, artralgia, cefaléia,
mal-estar, febre, urticária, hemólise, hipotensão, choque anafilático,
desconforto local e hiperpigmentação da pele no local da punção
(IM) e flebite (EV).
• Deve-se realizar teste de sensibilidade com 0,5ml da solução de
ferro elementar antes da administração.
142 Anemias
• A maioria dos casos é resultado da deficiência de ácido fólico,
porém a deficiência de vitamina B12 também deve ser considerada.
• A deficiência de ácido fólico se deve ao aporte insuficiente, má-
absorção e/ou ao aumento da demanda que ocorre durante a
gestação; e a deficiência de vitamina B12 deve-se a ingesta
inadequada (vegetarianas estritas) e defeitos de absorção como a
secreção inadequada de fator intrínseco (anemia perniciosa).
• As pacientes com deficiência de folato apresentam-se com sintomas
típicos de anemia mais aspereza da pele e glossite.
• A deficiência de vitamina B12 produz desmineralização progressiva,
podendo a paciente demonstrar defeitos neurológicos relacionados
ao dano das colunas posteriores da medula espinhal, o que não
ocorre com a deficiência de folato; e o tratamento da deficiência
de vitamina B12 com ácido fólico pode melhorar a anemia, mas
não terá efeitos salutares sobre a neuropatia e pode, de fato, piorá-
la. Daí a importância de um diagnóstico diferencial correto entre
estas duas causas de anemia megaloblástica.
• No hemograma observa-se uma anemia macrocítica (VCM > 95
dl) e normocrômica, com hipersegmentação dos leucócitos
polimorfonucleares.
• A contagem de reticulócitos é normal ou diminuída, e as contagens
de leucócitos e plaquetas estão frequentemente diminuídas.
• Para o diagnóstico diferencial entre os tipos de anemia
megaloblástica é necessário a dosagem de ácido fólico eritrocitário
(folato hemático) e nível sérico de vitamina B12. Na deficiência de
folato o ácido fólico eritrocitário é menor que 150ng/ml, e na
deficiência de vitamina B12 o seu nível sérico é menor que l00ng/ml.
Anemias 143
• Tratamento:
Deficiência de folato:
- Ácido fólico l-5mg/dia VO
- Ácido fólico parenteral é indicado nos casos de síndrome
malabsortivas.
- Uma resposta reticulocitária deve ser vista em 48-72h, a
contagem de plaquetas normaliza dentro de poucos dias e os
neutrófilos após 1-2 semanas.
144 Anemias
• Forma grave (SS):
Consequências Materno-fetais:
- Mortalidade materna significativa (2-7%): causada prin-
cipalmente por infecção pulmonar, infarto pulmonar e
tromboembolismo pulmonar.
- Aumento da morbidade materna grave: crises falciformes,
infecção, acidentes cérebro-vasculares e DHEG.
- Alta incidência de abortamento espontâneo precoce (20%).
- Elevada incidência de natimortos (14,2%) e óbito neonatal.
- Redução do peso ao nascer (37,5% dos nascidos vivos),
principalmente por CIUR.
Conduta:
- Consultas quinzenais em conjunto com o hematologista;
- Manter hemoglobina em torno de 9-l0g/dl por meio de
transfusões sanguíneas profiláticas e durante crises falcêmicas,
infecções e redução da eritropoiese.
- Ácido fólico 5mg/dia. Não ministrar ferro, exceto se evidência
de ferropenia.
- Ultra-sonografias seriadas para detecção de CIUR.
- Estudo da vitalidade fetal a partir de 30 semanas.
- Internar em casos de intercorrências.
- Aconselhamento genético do cônjuge.
- No trabalho de parto evitar hipoxemia, desidratação, acidose
e hipotensão.
- A cesária é frequentemente indicada por hipoxemia fetal e
distocia óssea.
- No planejamento familiar é contra-indicado o uso de ACO e
DIU, podendo ser utilizada a progesterona.
Anemias 145
Crise vaso-oclusiva (hemolítica): Caracterizada por dores
abdominais, articulares etc, causadas por microinfartos
em diversos órgãos.
Conduta:
- Hidratação venosa;
- Oxigénio 5 l/min;
- Sedação com meperidina (dolantina l00mg IM);
- Cefalosporinas em doses usuais;
- Combate à acidose materna com bicarbonato de sódio a 3%
250ml EV;
- Hemácias lavadas: 2-3 unidades;
- Evitar ergotamínicos.
1.4. Talassemia
• É uma doença autossômica recessiva, caracterizada pela dimi-
nuição ou ausência das cadeias alfa ou beta da globina.
• Classificação:
- Alfa-talassemia maior (homozigótica) - É incompatível com a
vida, causando hidropsia fetal e óbito intra-uterino.
146 Anemias
- Alfa-talassemia menor (heterozigótica) - Pode ser assinto-
mática ou ter quadro clínico discreto de anemia. Deve sempre
ser pesquisada nas pacientes com anemia hipocrômica e
microcítica que não respondem ao tratamento oral com ferro.
- Beta-talassemia maior (homozigótica) - Tem evolução grave,
também chamada de “anemia de Cooley”.
- Beta-talassemia menor (heterozigótica) - É a mais encontrada
na gestação, e na maioria das vezes é assintomática.
• O diagnóstico da beta-talassemia menor é dado pela presença de
anemia hipocrômica, microcítica com ferro sérico e saturação de
transferrina normais, e eletroforese de hemoglobina com A2 maior
que 3,5%.
• Conduta:
- Suplementação de ácido fólico 5mg/dia;
- A suplementação de ferro é contra-indicada, exceto se houver
evidências comprovadas de ferropenia;
- Uroculturas mensais;
- Transfusão de concentrados de hemácias quando hemoglobina
for menor que 7g/dl no momento do parto;
- Pesquisar hemoglobinopatia no marido para aconselhamento
genético.
Anemias 147
Patologias
da Tireóide
• Dra. Maria do Perpétuo Socorro S. Martins Costa
Incidência: 1 a 2% na gestação.
Hipertireoidismo
Tratamento:
Crise tireotóxica:
Conduta obstétrica
Puerpério
Causas:
Manifestações clínicas:
Diagnóstico
Clínico: Difícil.
Laboratorial = TSH sérico elevado.
Tratamento
Fatores predisponentes:
Diagnóstico
1- Trombose venosa profunda
Anamnese
Exame físico - Dor na panturrilha ou coxa, aumento da temperatura
local, edema, deambulação difícil, dor á dorsiflexão do pé (sinal de Homans)
Tromboembolismo 155
Ultrasonografia Doppler - Avalia a imagem da veia, e a dopplerfluxo-
metria, as alterações do fluxo venoso.
2 - Tromboembolismo pulmonar
Tratamento:
Tratamento de suporte(TVP)
- Repouso
- Elevação do membro afetado (posição de Trendelenburg)
- Calor local
- Analgésicos
- Uso de meias
Tratamento medicamentoso
Baseia-se no uso da heparina, seja ela não fracionada ou a de baixo
peso molecular. A warfarina está indicada no puerpério após a fase aguda
da doença.
É importante observarmos que os cumarínicos cruzam a barreira
placentária, e são teratogênicos durante toda a gestação, sendo crítica a sua
atuação da sexta a décima segunda semana.
156 Tromboembolismo
Fase aguda
Tromboembolismo 157
plaquetopenia, a heparina deve ser descontinuada. Já a osteopenia deve ser
combatida com a suplementação de cálcio pela dieta e/ou medicamentosa,
estando indicada em todos os casos, inclusive, com o uso de heparina de
baixo peso molecular.
158 Tromboembolismo
Infecção
urinária na gestação
• Dra. Maria Liduína Meneses B. Chaves
1.3. Pielonefrite:
• Incide em 1% das gestações.
• Bacteriúria associada à febre, calafrios e dor lombar, podendo
haver náuseas, vômitos e desidratação importante. Sintomas do
trato urinário baixo podem ou não estar presentes.
• Conduta:
– Internação;
– Hidratação venosa adequada;
– Antibioticoterapia após colher material para urocultura:
Cefalotina lg ev 6/6h até 24h após ceder a febre, quando então
se inicia medicação oral por 10-14 dias;
– Se após 48-72h não houver resposta clínica deve-se agilizar o
resultado da urocultura, avaliando sensibilidade bacteriana. Caso
o resultado não esteja disponível, substituir antibiótico
empiricamente por cefalosporina de terceira geração (ceftriaxona
1-2g/dia) ou associar um aminoglicosídeo( gentamicina 3,0-4,5mg/
kg/dia, não ultrapassando 240mg/dia) mantendo por 5 dias após
a resposta terapêutica.
Toxoplasmose 163
anti-IGG e com conjugado específico anti IgM. O IgM aparece precocemente
uma a duas semanas após a infecção aguda, desaparecendo muitas semanas
ou meses depois. O IGG aparecerá semanas após o pico de IgM
permanecendo em títulos baixos mesmo após correto tratamento como cicatriz
imunológica.
164 Toxoplasmose
Toxoplasmose 165
Tratamento
• Espiramicina 3g/dia (Rovamicina) - cp 250mg cx c/16 comp - 4
cp 3x/dia
• Pirimetamina 25mg/dia (Daraprim) - cp 25mg cx c/100 comp
• Sulfadiazina l00mg/kg/dia - (Sulfadiazina) - cp 500mg cx c/ 200
comp l a 2cp 2x/dia
• Pirimetamina + Sulfadoxina - (Fansidar) comp 25mg/500mg cx c/
50 comp 2 a 4 comp/semana
• Ácido fólico 15mg/dia (Leucovorin) - cp 15 mg cx c/ 10 comp
• Nas pctes alérgicas ou que não toleram a espiramicina pode ser
usado: Clindamicina, Roxitromicina ou Azitromicina
Observações:
166 Toxoplasmose
6. O resultado, se mostrado positivo, deve-se instituir tratamento
modificado que consiste em pirimetamina + sulfadiazina ou
pirimetamina + sulfadoxina alternados a cada 3 semanas com
espiramicina 3g/dia até o parto. Para prevenir alterações
hematológicas decorrentes do uso da pirimetamina deve-se utilizar
o acido folínico.
7. Ultra-som mensal para pesquisa de alterações do SNC, hepáticas,
placentárias e acúmulo de fluidos em cavidades corpóreas que são
indicativos de comprometimento fetal grave.
8. Na presença de alterações ao US, sugerindo comprometimento
fetal grave, o casal deve ser orientado quanto ao prognóstico do
feto.
Toxoplasmose 167
Doenças
sexualmente transmissíveis
• Dra. Sammara Medina da Silva Soares
DST
Pelas repercussões maternas e fetais serão abordadas as de maior
importância.
Sífilis
Doença infecciosa sistêmica causada pela bactéria espiroqueta
treponema pallidum.
1. Clínica
- Sífilis primária: Após período de incubação médio de 3
semanas da relação sexual contagiante, o diagnóstico pode
ser feito diretamente pelo surgimento do cancro duro (lesão
ulcerativa, indolor, com bordas duras, fundo limpo que incide
com maior frequência nos pequenos lábios, paredes vaginais
e colo uterino, acompanhada de adenopatia inguinal não
supurativa).
- Sífilis secundária: Após período de latência de 6-8 semanas,
caso não se faça diagnóstico na fase primária, ocorre o
secundarismo: Micropoliadenopatia generalizada, adinamia,
mal estar geral, febre, cefaléia, manifestações tegumentares:
Máculas, pápulas hipertróficas (condiloma plano) em região
das palmas, tronco; alopecia principalmente couro cabeludo,
sobrancelhas e cílios.
2. Transmissão
As principais são sexuais e materno-fetal (congênita).
- Congênita: Foram evidenciadas espiroquetas em abortamentos
de 9-12 semanas, porém a infecção do feto ocorre com maior
frequência no 2° e 3° trimestre. A transmissão transplacentária
do treponema pode ocorrer em qualquer fase da doença,
tornando-se menos frequente com decorrer dos anos quando
diminui a espiroquetemia. Durante o 1° ano da doença (latente
inicial) o risco de transmissão ao feto em pacientes tratadas é
de 80-90%.
5. Diagnóstico pré-natal
Todas as gestantes na 1a consulta devem ser rastreadas e quando
negativas, repetir no 3º trimestre
Métodos invasivos
2. Quadro clínico
3. Tratamento
- Estearato de eritromicina 500 mg 6/6 hs VO 10 dias.
- Ceftriaxona 250 mg IM, dose única.
- SMT+ TMP (800 + 160) VO 12/12 hs 7 dias.
- Azitromicina lg VO dose única
Gonorréia:
3. Diagnóstico
- Pesquisa do diplococo em esfregaço corado por gram, de
material colhido da endocérvice, mas a certeza diagnóstica é
feita c/ cultura do material em meio de Thayer - Martin.
(a concomitância com infecção por clamídia pode ser de
40%).
- Na gestação esta infecção pode estar associada a abortamento
séptico, corioamnionite, prematuridade, rotura prematura de
membranas e infecções pós-parto.
4. Tratamento
- Ampicilina 3,5g VO ou amoxicilina 3g VO precedidos em
30min. de 1g VO de probenecide
- Espectinomicina 2g IM dose única
- Ceftriaxona 125mg dose única IM.
- Cefixima 400mg VO dose única.
Chlamydia tracomatis
1. Quadro clínico
- Cervicite mucopurulenta, uretrite, bartolinite e dispareunia.
4. Tratamento
- Eritromicina 500mg VO 6/6hs 7 dias, ou azitromicina l,0g
VO dose única.
Vaginose bacteriana
1. Etiologia
- Em geral, ocasionada pela proliferação intensa de flora mista
e desaparecimento de lactobacilos acidófilos - Agente mais
frequente é a Gardnerela vaginalis.
2. Quadro clínico
- Corrimento vaginal acinzentado, às vezes, bolhoso, de odor
fétido, que piora com fluxo menstrual ou relações sexuais.
3. Diagnóstico
- Exame do conteúdo vaginal, à fresco, ou em esfregaço corado
pelo gran (clue - cells).
4. Tratamento
- Metronidazol 250mg VO 3x ao dia por 7 dias ou 2g – DU
- Tianfenicol 2g VO por 2 dias
Candidiase vulvovaginal
1. Agente etiológico
- Cândida (principalmente albicans).
2. Quadro clínico
- Descarga vaginal branca com prurido.
- Mucosa vaginal edemaciada e eritematosa
3. Diagnóstico
- Ph vaginal < 4,5.
- Preparação com KOH para hifas e pseudohifas.
- Cultura (Sabouraud) - Em quadros persistentes e exames
negativos.
4. Tratamento
- Nitrato de isoconazol 1% creme vaginal 7 dias ou óvulo dose
única.
- Tioconazol 6,5 % creme vaginal ou óvulo de 300mg dose única.
- Limpeza e embrocação vaginal com violeta de gencina 1%.
Herpes genital
1. Agente etiológico
- Herpes vírus simples tipo II e ocasionalmente pelo tipo I.
4. Diagnóstico
- Principalmente clínico.
- Isolamento do vírus em culturas de tecido.
- Exame de papanicolau: Pode dar diagnóstico preliminar com
o achado de células gigantes multinucleadas.
- PCR: pesquisa de DNA viral.
5. Tratamento
- Na primo infecção poderá ser utilizado aciclovir 200mg VO
5x dia por 10 dias.
- Nas formas recorrentes, uso tópico pode ser utilizado, embora
com benefícios não muito evidentes.
1. Agente etiológico
- Trichomonas vaginallis.
2. Quadro clínico
- Prurido vaginal.
- Dispareunia superficial.
- Frequência urinária.
- Disúria.
- Corrimento vaginal bolhoso amarelado e fétido.
3. Diagnóstico
- Clínico.
- Exame direto à fresco
- Exame citológico vaginal
4. Tratamento
- Metronidazol 2g VO dose única ou 500mg VO de 12/12hs
por 7 dias, associando creme vaginal.
- Tinidazol 250mg VO 12/12hs 7 dias ou 2g em dose única
2. Diagnóstico
- Clínico.
- Às vezes, o diagnóstico só é feito pelas alterações citológicas
sugestivas da presença do vírus, confirmados pela
vulvoscopia, colposcopia e biópsia, captura híbrida e PCR.
3. Tratamento
- As lesões vulvares tendem a melhorar ou desaparecer após o
parto.
- Droga de escolha: ácido tricloroacético 80 - 90% 2 a 3 x por
semana.
- A ablação com laser, crio ou diatermoterapia pode ser realizada
e quando as lesões são muito volumosas pode-se praticar
excisão cirúrgica com eletrocautério, criocirurgia, cautério de
alta frequência .
- A cesariana só está recomendada para pacientes com lesões
grandes e obstrutivas.
Hepatite B
2. Diagnóstico
Após período de incubação de 50-180 dias a doença evolui para fase
prodrômica (febre baixa, anorexia, náuseas, fadiga, mialgia). Após 5-10 dias
estes sintomas se atenuam e inicia-se a fase ictérica e, em seguida, a de
convalescência, que pode durar de 2-12 semanas.
A doença aguda é marcada pela presença do HbsAg e anticorpo para
o HbcAg.
A identificação do HbeAg indica replicação viral.
Pacientes que tem hepatite B crônica, possuem o HbsAg persistente
no soro e tecido hepático.
Enzimas hepáticas devem estar elevadas
Screening: Em todas as gestantes de risco na 1ª visita.
3. Tratamento
- Repouso domiciliar
- Acompanhamento laboratorial dos marcadores
- Na assistência à parturição, a cesariana não tem indicação
para proteger o feto da infecção pelo vírus. O parto, sempre
que possível, deve ser espontâneo.
D iagnóstico
Na parturiente:
AZT injetável - frasco ampola de 200 mg com 20 ml (l0mg/ml)
A parturiente deve receber AZT endovenoso, independente do trabalho
de parto e do clampeamento do cordão umbilical.
Iniciar a infusão, em acesso venoso individualizado, com 2 mg/kg na
primeira hora, seguindo infusão contínua com l mg/kg/hora até o clampeamento
do cordão umbilical. Diluir em soro glicosado a 5% e gotejar conforme tabela
abaixo. A concentração não deve exceder a 4 mg/ml.
No recém-nascido:
AZT - Solução oral 10 mg/ml.
Iniciar até 24 horas após o parto (preferencialmente até a 8a hora), na
dose de 2 mg/kg a cada 6 horas, durante 6 semanas.
Excepcionalmente, quando o Rn não tiver condições de receber o
medicamento por via oral, deve ser utilizado o AZT injetável , na mesma
dose do esquema recomendado acima.
B) Recomendações clínicas:
Estabelecer durante o pré-natal o acompanhamento conjunto da
gestante por infectologista ou clínico experiente no manejo de pacientes
infectadas pelo HIV.
Sempre que possível, antes de iniciar o uso do AZT, submeter a gestante
à contagem de linfócitos CD4 e medida da carga viral, para melhor avaliação
do esquema terapêutico e da necessidade de quimioprofilaxias para infecções
oportunistas
O AZT deve fazer parte de qualquer esquema terapêutico que venha a
ser adotado para a gestante portadora do HIV, já que este medicamento é o
único anti-retro viral com eficácia comprovada na redução da transmissão
vertical do HIV, além de não apresentar efeitos adversos no recém-nascido
que contra-indiquem seu uso.
Oferecer AZT oral a toda gestante infectada pelo HIV, independente
do nível de CD4, carga viral, estado clínico ou uso concomitante de outros
anti-retrovirais, devendo o tratamento ser iniciado a partir da 14a semana da
gestação até o parto, com reavaliação do tratamento no pós-parto. Quando
a oportunidade acima for perdida, o tratamento com AZT deverá ser iniciado
em qualquer idade gestacional, inclusive no momento do parto.
Monitorar a gestante com hemograma e transaminases no início do
tratamento com AZT e, a seguir, a cada mês. Frente à ocorrência de efeitos
adversos (anemia, neutropenia, leucopenia, náuseas, vômitos, astenia, mal-
estar geral, cefaléia, miopatia, insônia, pigmentação ungueal, alteração das
provas hepáticas), reavaliar a conduta.
As mulheres que já vinham recebendo anti-retro viral previamente à
gestação devem ser informadas sobre os potenciais riscos/benefícios da
Via de parto:
Evidências sugerem que a maioria dos casos de transmissão vertical
Recomendações Obstétricas:
- Não há necessidade em isolar a paciente portadora do HIV.
HIV + Gestação 189
- Evitar que as gestantes portadoras de HIV permaneçam com
a bolsa rota por mais de 4 horas, ou em trabalho de parto
prolongado.
- Contra indicam-se os procedimentos invasivos durante a
gestação, trabalho de parto (amniocentese, amniotomia).
- No parto vaginal, evitar a episiotomia (pelo sangramento,
biossegurança).
- Realizar o clampeamento imediato do cordão umbilical.
- Aspirar delicadamente as vias aéreas do recém-nascido,
evitando traumatismos em mucosas.
- Imediatamente após o parto, lavar o recém-nascido com água
e sabão.
- Orientar a gestante quanto ao preparo dos substitutos do
leite materno. A puérpera deverá ser medicada para
suspender a lactação logo após o parto e ser orientada quanto
aos cuidados que deverá ter com as mamas. A inibição da
lactação pode ser conseguida simplesmente com compressão
das mamas com atadura, imediatamente após o parto, sem
restringir os movimentos respiratórios e causar desconforto
materno, sem apertar. No entanto, alguns casos requerem
ação medicamentosa, que pode ser conseguida com o Benzo-
ginoestril ap (hexadro benzoato de estradiol), 2 amps de 5
mg (l ml); ou o Dopergin (hidrogenomaleato de lisurida) 0,2
mg, l comprimido pela manhã e a noite, por 14 dias, ou com
o Parlodel (bromocriptina) comprimido de 1,25 mg, na dose
total de 1/2 comprimido pela manhã e 1/2 comprimido a
noite.
- Ao receber alta no puerpério, a mulher deve ser orientada
quanto à importância do acompanhamento clínico dela e da
1 - Conceito:
2 - Incidência:
1 a 2%
3 - Classificação:
Abdominal- 0,5%
Tubária – 98%
Ovariana- 0,9 %
Cervical- 0,2%
5 - Sinais e Sintomas:
- Dor abdominal(98%)
- Amenorréia (85%)
- Sangramento irregular(80%)
- Formação de massa pélvica
- Sinais neurovegetativos de gravidez
- Febre
6 - Exames Complementares :
6.1 - Beta HCG - Hormônio denunciador do tecido trofoblástico po-
dendo ser detectado á partir de 10 dias da ovulação, ou seja,
antes de instalada á amenorréia. Na gravidez normal os níveis
duplicam a cada 48h e na ectópica permanecem inalterados ou
aumentam em torno de 20%.
- Zona discriminatória do HCG - É aquele nível do hormônio onde
todas as gravidezes intrauterinas devem ser vizualizadas. Em
relação á ultrasonografia abdominal todas as gravidezes devem
ser vizualizadas quando o nível for maior ou igual a 6500mUI/mL.
Na ultrasonografia transvaginal o nível pode ser reduzido para
1000mUi/ml
7 - Diagnóstico Diferencial:
- Abortamento uterino
- Anexite aguda
- Rotura de cisto luteínico
- DIP, apendicite, torção de cisto ovariano
8 - Tratamento
Não existe tratamento único a ser seguido. Cada paciente deve ser
instituída terapêutica mais apropriada, dependendo da gravidade do caso,
da localização e o desejo de gravidez futura.
Critérios:
- Estabilidade hemodinâmica
- Regressão dos títulos de Beta HCG acima de 15% num intervalo de
48h.
- Ausência de vascularização ou presença de fluxo de alta
resistência ao Doppler.
- Ausência de batimentos cardíaco.
- Massa anexial menor ou igual a 4 cm.
- Desejo de gravidez futura.
Acompanhamento:
Beta hcg a cada 48h até regressão dos títulos
US com Doppler para avaliação da involução da massa tubária
1 - Etiologia
1.1 - Idiopática: Em metade dos casos nenhuma causa pode ser encon-
trada.
Conduta:
Conduta Ativa:
MISOPROSTOL MISOPROSTOL
OCITOCINA APÓS O
PREPARO DO COLO
Coagulograma alterado:
A coagulopatia do feto morto retido é crônica, manifestando-se
geralmente após o parto no momento da dequitação. Deve ser usada a
heparina 1.000 U / hora E.V, em bomba de infusão até que o fibrinogênio
seja maior que 150 mg% e as plaquetas estejam em número superior a
100.000/mm3. Somente após a normalização devemos iniciar a indução.
Assistência ao parto:
1 . Critérios diagnósticos:
• Anticardiolipina:
- NEG <10U GPL ou MPL / ml
- FRACO 10 - 19U GPL ou MPL / ml
- *MODERADO 20 - 80U GPL ou MPL / ml
- *FORTE > 80U GPL ou MPL / ml
- *Critérios laboratoriais suficientes para o diagnóstico – tratar.
2 - Fisiopatologia
4 . Complicações:
- CIUR
- Oligoidrâmnio
- Morte fetal
- Sofrimento fetal
- Prematuridade
5 . Observação
6 . Pós-parto:
- Continuar AAS por 1 mês
- Anti-coagulante (heparina/wafarin) por 3 meses.
- Na vigência de trombose (gestação ou pós-parto) prolongar
o tratamento.