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Aline Valduga
Nadiessa Dorneles Almeida
Juliana Battistello
Letícia Germany Paula
UNITERMOS
ÂMNIO; ÂMNIO/patologia; RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS
KEYWORDS
AMNION; AMNION/pathology; PREMATURE RUPTURE OF MEMBRANES
SUMÁRIO
A ruptura prematura de membranas (RUPREMA) é a ruptura das
membranas amnióticas antes do início do trabalho de parto, podendo ocorrer a
termo (≥ 37 semanas de gestação) ou pré-termo (< 37 semanas de gestação). O
diagnóstico é principalmente clínico e a história natural é o parto. O manejo da
RUPREMA depende de diversos fatores, os mais importantes são a idade
gestacional e as condições clínicas materno-fetais.
SUMMARY
Premature rupture of membranes (PROM) refers to the rupture of
membranes before the onset of labor. It may occur at term (≥37 weeks of
gestation) or preterm (< 37 weeks of gestation). The diagnosis is primarily
clinical and the natural course is delivery. The management of PROM depends
upon several factors, most importantly the gestational age and the maternal-
fetal clinical condition.
DEFINIÇÃO
A ruptura prematura de membranas (RUPREMA) se refere à ruptura
espontânea das membranas amnióticas após 20 semanas de gestação e antes
do início do trabalho de parto. Podendo ocorrer em gestações a termo (≥ 37
semanas de gestação) ou pré-termo (< 37 semanas de gestação), a última é
nomeada como ruptura prematura pré-termo de membranas (RPPM). A rotura
das membranas amnióticas antes da 20ª semana de gestação caracteriza o
quadro de abortamento inevitável.1
INCIDÊNCIA
A RUPREMA ocorre em aproximadamente 8% das gestações a termo,
enquanto que a RPPM ocorre em 3% das gestações e é responsável por cerca de
um terço dos nascimentos de prematuros.1,6
ETIOLOGIA
Em casos de RUPREMA, mais de um processo patofisiológico pode ser
evidente, sendo, portanto, de natureza multifatorial. Os principais processos
associados são a diminuição progressiva de colágeno do córion e a diminuição
das concentrações de fosfatidilinositol, o qual possui papel lubrificante na
interface entre o córion e o âmnio e sua diminuição cursa com menor
distensibilidade das membranas, o que favorece a sua rotura.4
Na RPPM a patogênese não é bem compreendida, porém diversos fatores
de risco associam-se com tal desfecho, sendo os processos infecciosos
responsáveis por grande parte dos casos.6
FATORES DE RISCO
Os principais fatores de risco estão citados abaixo:6
Infecção ou inflamação coriodecidual
Baixo nível socioeconômico
Tabagismo
Doenças sexualmente transmissíveis
Vaginose bacteriana
Conização cervical prévia
Parto prematuro ou RUPREMA prévios
Trabalho de parto prematuro prévio na gestação atual
Útero distendido (gemelaridade, polidrâmnio, macrossomia)
Incompetência cervical
Procedimentos invasivos (amniocentese, cordocentes, biópsia de
vilo corial)
Sangramento vaginal durante a gestação
DIAGNÓSTICO
Em 90% dos casos o diagnóstico é clínico, sendo realizado através de
anamnese e exame físico.6
Anamnese
A paciente relata perda de grande quantidade de líquido pela vagina.1
Exame físico
O exame especular poderá evidenciar o acúmulo de líquido na cúpula
vaginal posterior. Permite, ainda, observar a saída de líquido pelo orifício
externo do colo confirmando o diagnóstico de RUPREMA, além de avaliar o
apagamento e dilatação do mesmo. Deve-se determinar a posição do feto
através da realização das manobras de Leopold ou de exame ultrassonográfico
em caso de dúvida. Os sinais vitais da paciente devem ser avaliados, assim como
se há contrações uterinas regulares ou sinais de infecção. O toque vaginal está
associado com o aumento nos índices de infecção, devendo ser evitado, exceto
se a paciente encontra-se em trabalho de parto.1,2,6
Métodos laboratoriais
Determinação do pH vaginal
O pH vaginal normal é ácido, oscilando entre 5,2 e 6,0; já o pH do líquido
amniótico varia de 7,0 a 7,7. Assim, o pH entre 6,0 a 8,1 detectado através de
uma fita de papel nitrazina sugere a presença de líquido amniótico na vagina.7
Ultrassonografia
Deverá ser realizada em caso de dúvida diagnóstica. Auxilia na
confirmação da idade gestacional, estima o peso fetal e estima o volume de
líquido amniótico. A presença de oligodrâmnio associado à história de perda de
líquido é indicativa de RUPREMA. Se a quantidade de líquido amniótico
encontrada for normal, ainda assim, não se pode afastar o diagnóstico de
amniorrexe.2,7
MANEJO
Coriamnionite complicando a RUPREMA em qualquer idade gestacional:
Quando a corioamnionite é diagnosticada em qualquer idade gestacional,
antibióticos de amplo espectro, com cobertura para aeróbios e anaeróbios,
devem ser iniciados via endovenosa. Neste caso, não há espaço para o manejo
expectante e, portanto, a indução do parto é indicada.2,4
COMENTÁRIOS FINAIS
A ruptura prematura de membranas é uma entidade que está associada a
risco significativo de complicações para a mãe e seu concepto. Em cada período
gestacional os riscos versus benefícios da conduta conservadora e
intervencionista devem ser cuidadosamente avaliados. As pacientes devem ser
adequadamente monitorizadas, além de esclarecidas sobre as possíveis opções
de tratamento e seus desfechos.
REFERÊNCIAS
1. Scorza WE. Management of premature rupture of the fetal membranes at term. UpToDate. Online.
[Database on Internet] 21.4; feb. 2013. [update 2012 nov.]. [5 p.] [Acesso 2013 abr. 1]. Disponível
em: http://www.uptodate.com/contents/management-of-premature-rupture-of-the-fetal-
membranes-at-term?detectedLanguage=en&source=search_result&translation=
management+of+premature+rupture+of+the+fetal+membranes+at+term&search=Management+of
+premature+rupture+of+the+fetal+membranes+at+term&selectedTitle=1%7E150&provider=google
2. Duff P. Preterm premature rupture of membranes. UpToDate. Online. [Database on Internet] 21.4;
apr. 2013. [uptodate 2013 fev.]. [25p.] [Acesso 2013 abr.1]. Disponível em:
http://www.uptodate.com/contents/preterm-premature-rupture-of-
membranes?detectedLanguage=en&source=search_result&translation=Preterm+premature+ruptur
e+of+membranes&search=Preterm+premature+rupture+of+membranes&selectedTitle=1%7E71&pr
ovider=noProvider
3. Baker CJ. Chemoprophylaxis for the prevention of neonatal group B streptococcal disease. In:
UpToDate. Online. [Database on Internet] 21.4; apr. 2013. [uptodate 2013 mar.]. [12 p.] [Acesso
2013 maio. 24]. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/chemoprophylaxis-for-the-
prevention-of-neonatal-group-b-streptococcal-disease?detectedLanguage=en&source=search_
4. Gibbs RS. Premature rupture of the membranes. In: Gibbs RS. editor. Danforth’s obstetrics and
gynecology. 10 th ed. Philadelphia: Lippincott Williams &Wilkins; 2008. p. 186-96.
5. Passos F, Cardoso K, Coelho AM, et al. Antibiotic prophylaxis in premature rupture of membranes at
term: a randomized controlled trial. Obstet Gynecol. 2012;120(5):1045-51.
6. Mercer BM. Preterm premature rupture of membranes. In: Queenan JT. High-risk pregnancy.
Washington (DC): American College of Obstetricians and Gynecologists; 2007. p. 183-97.
7. Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Projeto Diretrizes: Rotura Prematura das
Membranas. Brasília (DF): CFM; 2008. [acesso em 2013 15 mai]. Disponível em:
http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/087.pdf.