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Abortamento
INTRODUÇÃO

O abortamento é uma grande perda para o casal que tenta ter um filho,
podendo causar significantes problemas psicológicos para a mulher, seu
parceiro e a família. Freqüentemente é um acontecimento único,
normalmente seguido de uma gravidez normal. Quando ocorrem três ou mais
perdas consecutivas denominamos de abortamento de repetição.

Mesmo após três perdas consecutivas, as chances de uma gravidez normal são
maiores que 60%. A maioria dos abortamentos ocorre nas primeiras 14
semanas de gravidez. A idade materna e o número prévio de perdas são
fatores de risco independentes para uma nova perda.Sangramento vaginal é o
sintoma mais comum do abortamento; pode ser leve, mas às vezes muito
forte com coágulos, seguido de dor no baixo abdomen de caráter súbito.

TIPOS DE ABORTAMENTOS

Ameaça de abortamento, caracterizado por sangramento vaginal leve sem dor


ou se houver é leve, o colo uterino está fechado e o útero apresenta tamanho
adequado para idade gestacional. O repouso no leito muitas vezes é suficiente
para eliminar os sintomas e a gravidez evoluir normalmente.

Abortamento inevitável, caracterizado por sangramento muito forte, colo


uterino pérveo (aberto), dor intensa e o feto poderá ser eliminado.
Abortamento completo, caracterizado pela eliminação completa do feto e
placenta. Se permanecerem alguns restos de feto ou placenta dentro do útero
chamamos de abortamento incompleto. Neste caso a paciente poderá
necessitar de um esvaziamento uterino sob anestesia (ex. curetagem).

Qualquer resto de tecido dentro do útero pode significar riscos de infecções.


Se ocorrer infecção então denominaremos de aborto infectado ou séptico.

O diagnóstico é feito pelo ultra-som, que pode mostrar um saco gestacional


vazio, gravidez viável, restos ovulares ou embrião inviável.

TRATAMENTO DO ABORTAMENTO
 Esvaziamento cirúrgico do produto do abortamento (aborto) com
exame anátomo patológico, que pode ser por sucção ou curetagem, é o
método mais efetivo. Fornece rápida resolução do problema, mas está
associado com 2% de risco de perfuração uterina.
 Esvaziamento com medicamentos que ajudam a expulsão do produto
da concepção retido é uma alternativa efetiva em casos selecionados.
No tratamento clínico usamos um medicamento chamado misoprostol
(análogo da prostaglandina), com ou sem outra droga chamada de
mifepristone (também conhecido como RU-486) que bloqueia os
hormônios da gravidez. Aproximadamente 10% das pacientes tratadas
clinicamente necessitarão de esvaziamento cirúrgico em caso de
retenção do produto da concepção.
 A conduta expectante (aguardar a eliminação espontânea do aborto).
Atualmente bastante usada pela facilidade de monitorização das
pacientes. É um tratamento efetivo, mas leva algumas semanas para a
resolução. Cerca de 40% dessas pacientes necessitarão de intervenção
de esvaziamento uterino do produto da concepção.

A incidência de infecções após esvaziamento uterino, tratamento clínico ou


conduta expectante em abortamento de primeiro trimester é baixa (2 – 3%) e
as taxas independem do método usado.

Se a tipagem sangüínea da mulher for Rh-negativo, e ela aborta ou sangra na


gravidez; é importante usar a injeção Anti-D para previnir o desenvolvimento
de anticorpos. Na maioria das mulheres, a fertilidade não é comprometida
após o abortamento.

INCIDÊNCIA

O percentual total das gravidezes que terminam em abortamento situa-se


entre 10-15%. O abortamento de repetição afeta 1% de todas as mulheres. O
risco de abortamento aumenta com a idade materna de 9% aos vinte anos
para 80% aos 48 anos. É importante notar que esse aumento observado
independe da história reprodutiva da mulher.

CAUSAS DO ABORTAMENTO

Existem várias causas identificadas de abortamento. Incluíndo,


anormalidades comossômicas, defeitos em alguns genes, problemas
hormonais, infecções, causas imunológicas, anormalidades uterinas, doenças
maternas crônicas e perigos ambientais.

Anormalidades cromossômicas
As alterações cromossômicas fetais são as causas mais comuns de
abortamentos e respondem por mais da metade dos abortamentos precoces.
Isso pode ocorrer devido anormalidades no óvulo, nos espermatozóides ou
em ambos.

O normal para espécie humana são 46 cromossomos distribuídos em 23 pares,


um desses pares é chamado de cromossomos sexuais, a mulher terá dois
cromossomos X e o homem terá um X e um Y. Todos os nossos genes estão
distribuídos ao longo dos cromossomos. Para cada um desses genes, existem
duas cópias.

Uma pessoa herdará uma cópia de cada gene e formará o par proveniente dos
pais. Os mais comuns defeitos cromossômicos são:TrissomiasQuando existem
três cromossomos de um tipo ao invés de um par. É a anormalidade mais
comum e sua incidência aumenta com a idade materna.

A recurrência dessas falhas não é comum e existe grande chance da gravidez


seguinte ser normal. O exemplo mais conhecido é a síndrome de
Down.MonossomiaQuando falta um cromossomo no par. Somente 1% das
gravidezes com um cromossomo X sobreviverá, essa condição é chamada de
síndrome de Turner.

Poliploidia

É quando um ou mais conjuntos de cromossomos extras estão presentes,


pode ser o resultado de um óvulo fertilizado por mais de um espermatozóide.

Translocação balanceada

É uma causa menos comum de abortamento. Algumas anormalidades são


herdadas dos pais (da mãe ou do pai) que chamamos de translocação
balanceada, onde um dos cromossomos troca unidades do seu material
genético por material de outro cromossomo. Não causará problemas por que
o material genético da mãe e do pai estão presentes, apenas em locais
diferentes.

Existiría riscos para o feto nos casos de translocação não balanceada, o que
significa que o feto terá muito pouco ou muito material genético. Essa
situação pode causar morte fetal e abortamento.

Defeitos dos Genes


Alguns defeitos gênicos podem causar abortamentos, mas a maioria resultam
em problemas mais sérios a criança como a fibrose cística ou a distrofia
muscular de Duchenne.

Problemas hormonais

Vários diferentes problemas podem estar neste grupo, inclusive baixos níveis
de progesterona, altos níveis de LH, ou anormalidades da tireóide.Baixos
níveis de progesteronaSe for produzida progesterona em baixos níveis pelo
corpo lúteo, o endométrio pode não se desenvolver adequadamente para
manter a gravidez. Altos níveis de LHNíveis elevados do LH são comuns em
pacientes com SOP. Os níveis elevados afetam a qualidade dos óvulos e dos
embriões, podendo levar ao abortamento ou falha de implantação.

Infecções

Qualquer infecção severa como a rubéola, citomegalovírus e listeriose, podem


causar abortamentos esporádicos. Vaginose bacteriana também pode causar
abortamento tardio, parto prematuro e ruptura prematura de membranas. O
papel das infecções no aborto de repetição não está totalmente esclarecido.

Imunológica

A síndrome dos anticorpos anti-fosfolípedes (SAAF) está presente em 15% das


mulheres com abortamento de repetição. Estes anticorpos circulam no
sangue, podem causar trombose dos vasos placentários e, se isso acontecer, o
feto morrerá. A associação da síndrome com abortamento é mais forte no
segundo trimestre. Também é possível que distúrbios nos mecanismos que
protegem o feto da rejeição causem abortamento. A probabilidade é maior de
acontecer se mãe e pai possuirem compatibilidade tecidual (HLA). A
proporção de células NK (células de defesa) no sangue das mulheres afetadas
são maiores do que em mulheres normais.

Anormalidades uterinas

Existem muitos problemas uterinos que podem provocar abortamentos. As


malformações, miomas, incompetência cervical e aderências intra-uterinas.

Malformações uterinas

Algumas mulheres com malformação uterina abortam. A razão para isso não
está completamente esclarecida, mas é possível que o útero não tenha espaço
suficiente para que uma gravidez se desenvolva. O abortamento
frequentemente ocorre no segundo trimestre, mas também pode ocorrer mais
precocemente.

Anormalidades uterinas estão presentes no nascimento e incluem desde o


útero septado (útero dividido por uma membrana) até o útero
duplo.MiomasMiomas algumas vezes deformam a cavidade uterina e
poderiam impedir a adequada implantação do embrião.Incompetência istmo-
cervicalDurante a gravidez, o colo uterino deve permanecer fechado até o
início do trabalho de parto.

Em algumas mulheres, o colo é frágil e inicia sua abertura, de maneira indolor,


com subsequente ruptura das membranas e expulsão do feto. O abortamento
causado pela incompetência cervical geralmente é tardio, após 16 semanas.

Essa fragilidade do colo pode ser inata ou resultar de cirurgias prévias do colo
como conizações ou trabalho de parto prévio.

Aderências

Aderências intra-uterinas (Síndrome de Asherman) podem causar infertilidade


e também podem estar associadas ao abortamento por restringir a
implantação e o crescimento do feto.Causas viagra to buy
online endometriaisAbortamentos podem estar associados com um
desenvolvimento endometrial atrasado (defeitos da faser lútea).

Doenças maternas crônicas

Algumas doenças crônicas como diabetes, hipertensão grave, problemas


renais e lúpus eritematoso, podem ocasionalmente causar abortamento.
Entretanto, é comum que com todas essas doenças a gravidez possa se
desenvolver.

Perigos ambientais

Qualquer substância que provoque toxicidade na gravidez pode estar


associada em abortamento, incluíndo a radiação, alguns inseticídas,
substâncias químicas tóxicas, fumo e álcool.

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