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SP 2.3 – Até que enfim.

Fertilização, embriologia, infertilidade, e planejamento familiar.

O texto disparador traz a história de um casal que tinha a ideia de terem filhos, mas
estavam na dúvida como fariam para engravidar, visto que Josimar tinha Oligospermia
e Carla Anovulação. Nesse sentido, o casal teve muitas ideais uma delas foi a
fertilização In Vitro ou então partirem para adoção.

Termos Desconhecidos:
1. Oligospermia
2. Anovulatório

Questões:
• Citar as principais IST’s.
Herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo
Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.

• Descrever o processo de fertilização natural.


A fertilização natural é o processo de fecundação de um óvulo dentro do corpo da
mulher, sem nenhuma intervenção externa médica. A fecundação é uma das
primeiras etapas de todo o processo de uma gestação. Durante o ciclo
menstrual, a mulher passa pela ovulação, que é a liberação de um óvulo
que sai dos ovários e segue para as tubas uterinas. A fecundação acontece
nas tubas uterinas. O s ovários liberam um óvulo maduro e este é transportado
para as tubas uterinas. Ele sobrevive ali por um período que dura entre 24 e 36
horas. Os espermatozoides viajam da vagina até o óvulo, muitos morrem nesse
trajeto, pois a vagina é muito ácida. Os espermatozoides se orientam pela parede do
útero, nadando cada vez mais rápido. Os pelos nas paredes das trompas de falópio
transportam o óvulo, o fl uxo de fl uido desses pelos ajudam o deslocamento dos
espermatozoides. O óvulo começa a emiti r prostaglandina, para ajudar o
espermatozoide a encontrá-lo. A membrana que envolve o óvulo é formada por
glicoproteínas, os espermatozoides tentam perfurá-la. Um espermatozoide consegue
penetrar, se desprende da cauda e o óvulo fecha sua membrana. Inicia-se a
ferti lização. O DNA masculino é liberado dentro do gameta feminino e começa a
divisão celular que dará origem ao embrião.

• Citar os principais métodos de reprodução assistida.


A reprodução assistida é um conjunto de técnicas utilizadas pela medicina para auxiliar
os pacientes a terem filhos. Ela funciona pela manipulação de, pelo menos, um dos
gametas (espermatozoides ou óvulos) e dos meios de fecundação, preparando as
condições ideais para que o processo ocorra da maneira planejada.
São 5 técnicas:
1. Relação Sexual Programada – Coito Programado: A mulher faz um tratamento
hormonal para estimular o desenvolvimento dos folículos, que contêm um óvulo cada
em seu interior. Quando ele atinge o tamanho ideal, a mulher utiliza outro hormônio
para induzir a liberação do óvulo (ovulação). O tratamento é acompanhado por
ultrassonografia para controle do crescimento. Após a indução da ovulação, o casal
deverá manter relações sexuais próximas ao momento da ovulação, isto é, 36 horas
após a injeção.

2. Inseminação Intrauterina Artificial: A inseminação intrauterina é um dos métodos


mais comuns, devido à sua baixa complexidade, pois apenas um dos gametas é
manipulado: o espermatozoide. Para que ocorra, é importante que os
espermatozoides, depois de coletados, sejam devidamente capacitados. A capacitação
é um processo determinante, pois permite a separação dos espermatozoides mais
ativos e aptos a fertilizar o óvulo. Tendo a quantidade desejável de gametas
masculinos, o médico, então, deposita-os na cavidade uterina para que ocorra a
fecundação in vivo nas trompas uterinas. Esse método tem cerca de 15% de sucesso e
é recomendado para homens que apresentem o espermograma leve ou
moderadamente alterado. Nesse tratamento, a mulher recebe a mesma estimulação
ovariana da realizada na relação sexual programada.

3. FIV (Fertilização in vitro): Para os casais que não obtiveram sucesso após 3 ciclos de
tratamento com a Relação Sexual Programada ou com a Inseminação Artificial, é
recomendado que se submetam à Fertilização in vitro. Essa técnica é também indicada
como primeira opção para diversas indicações. Inicialmente, realiza-se a estimulação
ovariana, com a administração de hormônios, para aumentar o número de óvulos
disponíveis para a fertilização. O controle do desenvolvimento folicular é
acompanhado por meio de exames de ultrassom e de sangue para dosagem hormonal.
Quando os folículos atingem o tamanho adequado, é feita a coleta dos óvulos e do
sêmen. Aproximadamente 40.000 espermatozoides serão colocados juntos a cada
óvulo para que ocorra a fertilização, no laboratório. Os embriões formados e
selecionados serão transferidos para o útero, para que a gestação tenha seu
prosseguimento de forma natural.
4. Injeção Intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI): Semelhante à Fertilização in
vitro, a Injeção Intracitoplasmática difere-se apenas na etapa final, já que, a colocação
do espermatozoide junto do óvulo é feita por injeção diretamente dentro do óvulo.
Com o auxílio de micromanipuladores e utilizando-se de uma agulha finíssima, o
espermatozoide é colocado diretamente no interior do óvulo. Inicialmente essa técnica
era indicada para casos de fator masculino grave. Atualmente é usada rotineiramente
em todos os casos.

5. Doação de óvulos: Essa técnica é indicada para mulheres que não tenham mais
óvulos ou possuam uma quantidade muito reduzida associada à baixa qualidade. Isso
ocorre em idade avançada, menopausa precoce ou problemas relacionados à
produção de óvulos. A doação é feita por uma mulher desconhecida, que também está
em tratamento e compartilha os óvulos excedentes. A receptora é preparada com o
uso de medicamentos que preparam seu útero para receber o embrião. A fecundação
ocorre in vitro com os espermatozoides do marido e possui uma taxa de sucesso
semelhante à obtida com FIV e ICSI.

• Descrever os eventos que ocorrem desde a formação do zigoto


até o fim do período embrionário, caracterizando as principais
mudanças ocorridas a cada semana.
Esses eventos são denominados embriogênese. Suas etapas são: segmentação,
gastrulação e organogênese.
O desenvolvimento do embrião humano começa com a formação do zigoto que, após
passar por muitas divisões celulares (mitoses), as clivagens, até chegar no estágio de
blastocisto, irá se fixar nas paredes do endométrio, isso é chamado de nidação. A
divisão do zigoto, origina, inicialmente, duas células chamadas blastômeros. Em
seguida, os blastômeros se dividem novamente, formando 4 células, depois 8 e assim
segue até formar muitas células no estágio da mórula. A mórula passará por novas
divisões, formando o blastocisto, que se diferencia por apresentar uma cavidade
interna (blastocela). Continua o desenvolvimento do blastocisto, que possui uma
massa de células germinativas no seu interior, é chamado de embrioblasto, e irá se
fixar na parede do útero. O embrião continua o seu desenvolvimento com a formação
do cório, do âmnio, do alantoide e do saco vitelínico, cujas funções são proteger, nutrir
e realizar as trocas entre o embrião e meio externo, através do corpo materno.
Formam-se os folhetos embrionários, que são camadas de células que originarão os
tecidos e órgãos do embrião. O processo de formação dos órgãos recebe o nome de
organogênese. O folheto embrionário mais externo, o ectoderma, é que formará o
sistema nervoso e os órgãos dos sentidos. Os primeiros órgãos que se formam são o
encéfalo, a medula espinhal e a coluna vertebral. Isso ocorre por volta da terceira
semana de gestação, quando a mulher ainda nem sabe que está grávida, há apenas
suspeitas devido à falta da menstruação. A camada intermediária, o mesoderma,
origina a derme, os ossos e cartilagens, os músculos e os sistemas circulatório, excretor
e reprodutor. Enquanto que a camada mais interna, o endoderma dá origem aos
órgãos do sistema digestivo, fígado, pâncreas, tubo digestivo e aos pulmões.

• Conceituar infertilidade e citar as principais causas.


Infertilidade é a incapacidade de engravidar, após tentar uma gestação durante o
período de, pelo menos, um ano, tendo relações sexuais com frequência e sem o uso
de preservativos ou outros métodos anticoncepcionais. A infertilidade masculina é a
que acomete o paciente do sexo masculino e a infertilidade feminina é a que acomete
a paciente do sexo feminino. A infertilidade pode ser primária, quando os integrantes
do casal nunca tiveram uma gestação anterior, ou pode ser secundária, quando um
deles (ou ambos) já tiveram filhos antes dessa tentativa.
Causas comuns de infertilidade feminina:
➔ mudanças nas texturas do interior do útero da paciente, como endometriose e
adenomiose;
➔ mudanças no formato do útero, como útero bicorno ou útero septado e presença
de pólipos uterinos;
➔ problemas nas tubas uterinas, como inflamação nas tubas (salpingite), além de
obstruções nas tubas uterinas, que podem ficar colapsadas, impedindo que o óvulo
chegue até o útero;
➔ problemas relacionados a ovulação;
➔ síndrome dos ovários policísticos;
➔ menopausa precoce;
➔ problemas de tireoide: hipotireoidismo ou hipertireoidismo.
Causas comuns de infertilidade masculina:
➔ problemas de ejaculação, como ejaculação retrógrada;
➔ pouca mobilidade dos espermatozoides;
➔ infecções no aparelho reprodutor (como caxumba, prostatites e uretrites);
➔ alterações hormonais;
➔ varicocele;
➔ insuficiência testicular;
➔ alterações anatômicas.

• Descrever o processo de diferenciação sexual.


A diferenciação sexual em mamíferos envolve uma cascata de genes que atuam desde
a diferenciação da gônada bipotencial em testículo ou ovário (determinação sexual)
até a diferenciação dos genitais internos e externos também bipotenciais em
masculinos ou femininos nas primeiras semanas de vida intrauterina. A diferenciação
das genitálias externa e interna no sexo masculino é um processo dependente da
produção de hormônios sexuais pelo testículo, enquanto que no sexo feminino esse
processo independe dos hormônios ovarianos. Portanto, a diferenciação sexual é
gônada-dependente apenas nos homens. O desenvolvimento do fenótipo masculino
(incluindo descida testicular até a bolsa escrotal) requer a produção normal de três
hormônios testiculares: HAM (hormônio anti-mülleriano), andrógenos e Insl3. Por
outro lado, no sexo feminino, a ausência da produção desses hormônios determina a
diferenciação sexual feminina. Neste complexo processo de diferenciação sexual, estão
envolvidas numerosas enzimas, hormônios e seus receptores e fatores de transcrição.
Defeitos nos genes que codificam a síntese de quaisquer destas substâncias
determinam o aparecimento das anomalias da diferenciação sexual.

• Caracterizar os diferentes tipos de células-tronco e suas


potencialidades.
São três os principais tipos de células-tronco. As células-tronco embrionárias e as
adultas (encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical), que têm
fontes naturais. E as células pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas
em laboratório em 2007.
Células-tronco embrionárias são as células chamadas de pluripotentes, pois têm a
capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no
interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias
após a fecundação).
Células-tronco adultas são células obtidas, principalmente, na medula óssea e no
sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui uma quantidade de
células-tronco que é responsável pela renovação das nossas células ao longo da vida.
Elas têm capacidade de se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica e com o
mesmo potencial, como outra diferenciada. São chamadas de multipotentes, por
serem menos versáteis que as células-tronco embrionárias.
Células-tronco pluripotentes induzidas foram produzidas em laboratório, inicialmente,
em 2006, por um pesquisador japonês chamado Shynia Yamanaka. Na ocasião, foram
reprogramadas células da cauda de um camundongo e estas voltaram a se comportar
como células-tronco embrionárias. Posteriormente, em 2007, foram produzidas as
primeiras células induzidas humanas, a partir da pele. Esta tem sido, até então, a
principal fonte de células para reprogramação, mas, teoricamente, qualquer tecido do
corpo pode ser reprogramado. O processo de reprogramação se dá por meio da
inserção de vírus contendo 4 genes (oct-4, sox-2, Klf-4 e c-Myc). Estes genes se
inserem no DNA da célula adulta (ex.: pele) e reprogramam o código genético. Como
este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e
possuem características de autorrenovação e a capacidade de se diferenciarem em
qualquer tecido.
• Definir planejamento familiar e reconhecer os instrumentos e
seus propósitos.
Conforme a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é direito de todo o cidadão e
se caracteriza pelo conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta
direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo
homem ou pelo casal. Em outras palavras, planejamento familiar é dar à família o
direito de ter quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com
toda a assistência necessária para garantir isso integralmente. Para o exercício do
direito ao planejamento familiar, devem ser oferecidos todos os métodos e técnicas de
concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida
e a saúde das pessoas, garantindo a liberdade de opção. As áreas englobadas por
ações preventivas e educativas, com garantia de acesso às informações, meios,
métodos e técnicas disponíveis incluem o auxílio à concepção e contracepção, o
atendimento pré-natal, a assistência ao parto, puerpério e ao neonato, o controle das
doenças sexualmente transmissíveis e controle e prevenção do câncer de colo do
útero, de mama e de pênis. A lei de planejamento familiar também estabelece as
regras de esterilização cirúrgica. Somente podem submeter-se a ela homens e
mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo
menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias
entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à
pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização
precoce. Ela também pode ser realizada quando uma nova gravidez pode trazer risco à
vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto. Não pode ser realizada durante os
períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por
sucessivas cesarianas anteriores. As únicas formas aprovadas para esterilização são a
laqueadura tubária e a vasectomia, não sendo permitida sua realização pela retirada
do útero ou dos ovários. É importante lembrar que a esterilização cirúrgica é um
método irreversível, mas que também pode apresentar falhas. A pessoa que realiza
esse procedimento deve estar ciente desses termos e manifestar sua vontade por
escrito após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais,
dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes.

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