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Fertilização e Infertilização
A infertilidade pode afetar tanto homens quanto mulheres e pode ter uma variedade de causas
em ambos os sexos.
A infertilidade é considerada um problema de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
e pode ser definida como a ausência de gestação após 12 meses de tentativas
Infertilidade no Homem
Problemas:
Anomalias na produção do esperma (os espermatozoides com morfologia anormal têm
dificuldade em fertilizar um óvulo.)
Problemas:
Disfunção sexual- problemas de ereção e ejaculação (a ejaculação retrógrada, na qual o
esperma entra na bexiga em vez de ser liberado pelo pênis (volta para trás), pode causar
infertilidade)
Técnicas de diagnóstico:
- Análise do sémen (espermograma)
- Análise aos níveis hormonais (deteção de testosterona no sangue)
- Ecografia escrotal e transretal
- Ressonância magnética à hipófise, à pélvis e ao escroto
Infertilidade na Mulher:
Problemas:
Problemas na ovulação- a anovulação, ou ausência de ovulação, é uma causa comum de
infertilidade. Pode ser devido a distúrbios hormonais, síndrome dos ovários poliquísticos (SOP),
entre outros.
Causas:
Idade (a fertilidade nas mulheres diminui com a idade, especialmente após os 35 anos);
Síndrome do ovário poliquístico; obesidade e exercício em excesso
Problemas:
Bloqueio das trompas de Falópio- a obstrução ou danos nas trompas de Falópio podem impedir
que o óvulo alcance o útero e o esperma alcance o óvulo.
Problemas:
Problemas no útero- anormalidades no útero, como pólipos e miomas, podem dificultar a
implantação do óvulo fertilizado.
Infertilidade em Portugal:
Dos 300 mil casais inférteis em Portugal (segundo a estimativa), 40% dos casais estarão
relacionados com causas femininas, outros 40% com causas masculinas, 20% com outras
causas.
A infertilidade pode ser tratada com sucesso por meio de intervenções médicas, incluindo
medicamentos, cirurgia e outras técnicas. O tratamento terapêutico depende da causa
subjacente da infertilidade em cada indivíduo. Portanto, se um casal está a passar por
problemas de infertilidade, é aconselhável consultar um especialista em reprodução ou um
ginecologista para avaliação e orientação personalizada.
A infertlização é cada vez menos uma condição permanente, podendo ser ultrapassada, como
já referimos anteriormente, através do recurso à procriação medicamente assistida (PMA).
Inseminação Intra-uterina:
Para além de ter um custo mais reduzido, comparado com outros métodos de inseminação
artificial, o processo é menos invasivo para o paciente. É no entanto menos eficaz, em
comparação com a fertilização em vitro, por exemplo.
- Problemas na ovulação;
- Alterações no muco cervical.
Fertilização In vitro
Apesar da sua taxa de sucesso estar entre 25% a 30%, é umas das técnicas mais usadas,
devido, principalmente, ao seu custo.
Curiosidade:
A gravidez múltipla constitui o maior risco da FIV, e, devido às complicações que a mesma
causa, tem se verificado uma redução do número de embriões transferidos para o útero de uma
vez só, sendo cada vez mais frequente a implantação de apenas um embrião.
Na ICSI recorre-se a uma micropipeta para a injeção de um único espermatozoide num oócito,
de forma que ocorra a fecundação. Dependendo do número de espermatozóides obtidos, a ICSI
permite que o embriologista fertilize vários óvulos. Isto aumenta as hipóteses de sucesso em
casos de infertilidade masculina ou baixa qualidade dos óvulos.
Para que a fecundação aconteça, um único espermatozoide tem de penetrar no óvulo para que
se possam fundir. Às vezes, a membrana externa do óvulo pode ser demasiado espessa ou
forte, ou o esperma pode estar demasiado fraco para conseguir penetrar no óvulo. Se este for o
caso, então o procedimento de ICSI pode ser indicado.
A partir de novembro de 2021, a inseminação post mortem passou a ser permitida. Com isto, as
mulheres em Portugal passaram a poder engravidar de todas as técnicas disponíveis.
Questões bioéticas
A procriação medicamente assistida (PMA) levanta várias questões éticas, uma vez que é um
processo complexo que envolve intervenções médicas para facilitar a concessão ou a gravidez.
Vou apresentar alguns argumentos a favor e contra para fornecer uma visão mais abrangente.
Argumentos a favor:
- Realização do desejo de ter filhos (muitos casais enfrentam dificuldades naturais para
conceber, a reprodução medicamente assistida oferece a oportunidade de realizar o
desejo de ter filhos biológicos);
- Avanços científicos e tecnológico;
- Oportunidade para grupos específicos (a reprodução assistida pode ser a única opção
para determinados grupos, como casais do mesmo sexo, mulheres solteiras ou pessoas
com problemas de saúde que dificultam a concepção natural);
- Prevenção de doenças genéticas (algumas técnicas de reprodução assistida, como a
seleção embrionária, permitem a identificação e prevenção de doenças genéticas
hereditárias).
Argumentos contra:
- Preocupações éticas e religiosas (algumas pessoas argumentam que uma intervenção
humana na concepção vai contra princípios éticos ou religiosos, como a crença de que
a vida começa no momento da concepção);
- Custo financeiro e acesso desigual (é inacessível para muitas pessoas, o que cria
disparidades socioeconômicas e limita o acesso a determinados grupos);
- Riscos para a saúde (algumas técnicas de reprodução assistida podem estar associadas
a riscos para a saúde das mães e dos bebês, como gravidez múltipla e complicações
médicas).
Na nossa opinião: Todos temos o direito de construir uma família independentemente dos
processos utilizados; Para além disso, concordamos que a PMA deve ser sempre utilizada com
um fim em si mesmo e nunca por um meio.
Será ético poder-se escolher a cor dos olhos, a pele e o sexo do bebé?
A questão da seleção de características específicas, como cor dos olhos, cor da pele e sexo do
bebê, por meio de técnicas de reprodução assistida levanta considerações éticas complexas.
Aqui estão alguns argumentos a favor e contra essa prática:
Argumentos a favor:
- Autonomia reprodutiva (os defensores da seleção de características genéticas
argumentam que os pais têm o direito de tomar decisões sobre a concepção e o
desenvolvimento de seus filhos, visto que essas decisões não causam danos
significativos aos indivíduos envolvidos);
- Prevenção de doenças genéticas (não ocorre a transmissão de doenças genéticas
graves, melhorando a saúde global da futura criança);
- Realização de Preferências Pessoais (alguns pais podem desejar escolher
características específicas para realizar suas próprias preferências pessoais).
Argumentos contra:
- Risco de Discriminação (uma seleção de características específicas pode levar a
preocupações sobre a criação de uma sociedade que valoriza certos traços e
discrimina outros, perpetuando ideias específicas sobre superioridade ou inferioridade
com base em características físicas);
- Perpetuação de estereótipos (uma seleção de características como cor da pele e sexo
pode perpetuar estereótipos culturais e de gênero, contribuindo para a falta de
diversidade e acessibilidade);
- Questões éticas e morais.
Na nossa opinião: Concordamos tanto com argumentos a favor, visto que permitiria evitar que
o bebé nascesse com doenças genéticas, como aqueles que são contra, uma vez que, se todos
tivéssemos a oportunidade de escolher as características que pretendemos acabaria por não
haver qualquer diversidade no mundo, o que poderia causar discriminação por parte da
sociedade.
Argumentos a favor:
- Salvar vidas (e a intenção é criar um bebê doador com a finalidade de salvar vidas, por
exemplo, para fornecer órgãos ou tecidos para um irmão ou parente doente, alguns
argumentos que isso pode ser ético, pois está relacionado à promoção da vida e saúde);
- Alívio do sofrimento (se uma criança gerada por meio de reprodução assistida aliviar o
sofrimento ou melhorar a qualidade de vida de outra pessoa, isso pode ser visto como
um ato ético);
- Escolha informada e consentimento (se os pais estão completamente informados sobre
os riscos e implicações da criação de um bebê doador e fornecem um consentimento
informado).
Argumentos contra:
- Autonomia da criança (uma criança não tem autonomia na decisão de ser concebida
com esse propósito, isso levanta questões sobre a justiça e o respeito pelos interesses
e direitos da criança);
- Risco de exploração (pode ser visto como instrumentalização da criança para atender
às necessidades de outros);
- Dignidade humana (diminui a criança a um objeto de uso).
Na nossa opinião: Discordamos desta tese, uma vez que, as crianças não devem ser originadas
apenas para este fim, ou para satisfazer as necessidades do outro. Para além disso, é errado, já
que as crianças não dão qualquer consentimento para tal ação.
Conclusão
Com a realização deste trabalho ficámos a conhecer e depreender melhor a distinção entre
fertilidade e infertilidade, as várias causas e problemas que apresenta (tanto na mulher como
no homem), algumas das diversas técnicas de procriação medicamente assistida, e, por fim, as
questões éticas que este tema levanta.
Webgrafia
https://ceti.pt/inseminacao-intrauterina-iiu/?gclid=Cj0KCQiApOyqBhDlARIsAGfnyMpJ6VoLOIu
6FrdsDqY6cTvHnk3bsImucRS3Z1HhoQthtR_s0QtItTYaAq6LEALw_wcB (20 de outubro)
https://ceti.pt/fertilizacao-in-vitro-fiv/?gclid=Cj0KCQiApOyqBhDlARIsAGfnyMoR02wiZnALFN4
DPc3qRGRnVxKJ5WrZKArlrPpJ6xpdGhI_45FhjVgaAvqrEALw_wcB (22 de outubro)
https://www.cnpma.org.pt/cidadaos/Paginas/tecnicas-de-pma.aspx (22 de outubro)
https://pt.slideshare.net/JaquelineAlmeida26/slides-de-reproduo-assistida-alunos (26 de
outubro)
https://observador.pt/2022/05/16/infertilidade-a-dois/ (10 de outubro)
Jorge Reis, António Guimarães, Ana Bela Saraiva, Hugo Novais, (2023) Odisseia. Portugal: Porto
Editora;
Powerpoints disponibilizados na classroom pela professora;
https://www.publico.pt/2023/08/16/sociedade/noticia/nasceu-bebe-portugal-recurso-insemi
nacao-posmorte-2060419 (11 de novembro)
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150424_doador_recem_nascido_fn (18 de
novembro).