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Colégio Internato dos Carvalhos ANO LETIVO: 2022/2023

“Uma Escola de Futuro com Valor(es)”

FICHA DE PREPARAÇÃO 1º TESTE

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia o texto.

Um piano na minha rua...


Crianças a brincar...
O sol de domingo e a sua
Alegria a doirar...
5

A mágoa que me convida


A amar todo o indefinido...
Eu tive pouco na vida
Mas dói-me tê-lo perdido.
10
Mas já a vida vai alta
Em muitas mudanças!
Um piano que me falta
E eu não ser as crianças!
25-2-1917

Fernando Pessoa, Poesia do Eu (edição de Richard Zenith),


Porto, Assírio & Alvim, 2014, pp. 102-103.

1. Indique o local, o tempo e a situação registados pelo sujeito poético na primeira estrofe.

2. Descreva o estado de espírito do sujeito poético, confrontando-o com o experienciado no


passado.

3. Refira, justificando à luz das aprendizagens realizadas, o tema predominante no poema.


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“Uma Escola de Futuro com Valor(es)”

GRUPO I B

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Cansa sentir quando se pensa

Cansa sentir quando se pensa


No ar da noite a madrugar
Há uma solidão imensa
Que tem por corpo o frio do ar.

5 Neste momento insone e triste


Em que nem sei quem hei de ser,
Pesa-me o informe real que existe
Na noite antes de amanhecer.

Tudo isto me parece tudo.


10 E é uma noite a ter um fim
Um negro astral silêncio e surdo
E não poder viver assim. James Abbott McNeill Whistler, Noturno Azul e Prata, 1872.

(Tudo isto me parece tudo.


Mas noite, frio, negror sem fim,
15 Mundo mudo, silêncio mudo –
Ah, nada é isto, nada é assim!)
Fernando Pessoa, Poesias,
15.ª ed., Lisboa, Ática, 1995, p. 148.

1. O sujeito poético revela um estado de espírito triste e desalentado.


1.1 Caracteriza o estado emocional do sujeito lírco, tendo em conta as seguintes
expressões: «nem sei quem hei de ser» (v. 6) ; «Pesa-me o informe real» (v. 7); «E não
poder viver assim» (v. 12).
1.2 Ao longo do poema, o estado de espírito do sujeito poético enquadra-se no real
circundante. Explicita esta afirmação, referindo o valor expressivo da enumeração e
da adjetivação no texto.
2. Explica o sentido do verso «E é uma noite a ter um fim» (v. 10), no contexto do poema.
3. Esclarece o possível significado da contradição entre «Tudo isto me parece tudo» (v. 13)
e «Ah, nada é isto, nada é assim!» (v. 16).

4. Justifica o discurso parentético presente no final da composição poética.


5. Tendo por base o poema e a análise que acabaste de fazer, indica, justificando, o tema
pessoano central aqui tratado.
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Lê o poema seguinte e responde às questões

O Menino da sua Mãe

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas traspassado
— Duas, de lado a lado —,
5 Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.


De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
10 E cego os céus perdidos.

Tão jovem! que jovem era!


(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
15 «O menino da sua mãe».

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lha a mãe. Está inteira Paul Cézanne, O Rapaz de Colete Vermelho, 1880-1890.
E boa a cigarreira.
20 Ele é que já não serve.

De outra algibeira, alada


Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
25 Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:


«Que volte cedo, e bem!»
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
30 O menino da sua mãe.
Fernando Pessoa, Poesia do Eu (ed. Richard Zenith)
3.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, pp. 180-181.
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1. Apresenta uma divisão lógica para o poema e resume cada uma das partes.

2. Como um hábil realizador de cinema, o sujeito lírico compõe o seu poema, através de uma
sucessão de planos, personagens e espaços. Comprova esta afirmação com elementos
textuais.

3. Atenta na pontuação da última estrofe. Justifica a sua utilização.

4. Identifica o recurso expressivo em «Jaz morto, e arrefece.» (v. 5) e «Jaz morto, e apodrece»
(v. 29), explicitando o seu valor.

5. Caracteriza objetiva e simbolicamente a personagem central do poema.


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GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia o texto.

A quarta revolução
A quarta revolução industrial está aqui, mesmo quando não percebida porque encoberta no velho
lodo de um Mundo desigual, onde a pobreza extrema se agrava e as alterações climatéricas bradam a
desordem de um modelo de desenvolvimento insustentável, do qual as migrações massivas e
desesperadas são um sinal, entre outros. Mas a “revolução” está aqui e agora, na sua mutabilidade
5 permanente, na vertiginosa capacidade de adaptação e integração, unindo polos longínquos do Planeta,
comunicando na mesma língua, à velocidade da Internet, uma fabriqueta do Burundi com um escritório
de Manhattan.
Na base da quarta revolução industrial está a transação acelerada e cada vez mais direta do
conhecimento e da inovação tecnológica para a economia, serviços, administração e governo das
10
sociedades (países, instituições, aldeias,..) inserindo alterações radicais no modo de organização dos
mercados e do trabalho, a uma escala mundial, sistémica e total.
O Fórum Económico Mundial, reunido este ano em Davos, prevê que sejam extintos cinco milhões de
postos de trabalho nos próximos anos. Há funções e trabalhos que rapidamente se tornarão irrelevantes
15
e obsoletos face a novos processos mais avançados de produção, novas necessidades e estilos de vida.
Mas, de igual modo, há novas profissões a nascer de forma surpreendentemente rápida.
Como nos situamos neste processo? De que modo podem um país, uma instituição, uma pessoa,
serem nele atores reivindicando para si o estatuto de sujeito − que interfere na decisão, no seu sentido
e rumo − e não mero elo anónimo da cadeia produtiva? Ou seja, que tipo de revolução desejamos, nos
seus fins e meios?
20
O conhecimento e a inovação, em si, não conhecem cores políticas ou preconceitos ideológicos. Pelo
contrário: são filhos do pensamento criativo, da liberdade. Mas o mesmo poderemos dizer da sua
aplicação? Da forma fluída e irresponsável como fluem, transformados em mercadorias sem barreiras
éticas ou compromissos contratualizados?
A verdade é que precisamos de pensar no futuro que queremos, para fazermos no presente as ações
25
que o constroem.
Uma das ideias utópicas mais recorrentes na filosofia política ou na literatura é o sonho de um futuro,
onde liberto pelo saber das tarefas mais duras, o homem poderia gozar o lazer, usufruindo num Éden
feliz uma relação de paz com a Natureza.
30 Não há Éden no Mundo dos homens. Temos de nos governar e a crítica é a arma indispensável de
toda a construção.
Rosário Gambôa, in JN, edição online de 07 de outubro de 2016 (consultado em novembro de 2016).
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1. A quarta revolução industrial relaciona-se com


(A) a transação rápida e direta do conhecimento e da inovação tecnológica.
(B) a capacidade imutável e vertiginosa de adaptação e de integração.
(C) a transformação social e a desordem ao nível do desenvolvimento.
(D) o aumento da riqueza e a diminuição da pobreza num mundo global.

2. Na atualidade, assiste-se a profundas transformações ao nível


(A) da estratificação das sociedades.
(B) dos mercados e do trabalho.
(C) das transações à escala mundial.
(D) da visão economicista dos governos.

3. A simbiose homem-natureza é
(A) uma ideia concretizável no futuro.
(B) possível no jardim do Éden.
(C) uma utopia veiculada pela literatura e pela filosofia.
(D) uma tarefa dura, mas concretizável pelo saber.

4. Na frase “Como nos situamos neste processo?” (l. 16) temos respetivamente presentes
deíticos
(A) pessoal e pessoal e temporal.
(B)pessoal e temporal e pessoal.
(C) ambos temporais.
(D) ambos pessoais.

5. O segmento “Na base da quarta revolução industrial” (l. 8) desempenha a função


sintática de
(A) sujeito.
(B) predicativo do sujeito.
(C) modificador do grupo verbal.
(D) modificador apositivo do nome.

6. A forma verbal “se tornarão” (ll. 13-14) pertence à subclasse dos verbos
(A) copulativos.
(B) transitivos predicativos.
(C) transitivos indiretos.
(D) intransitivos.

7. A conjunção “Mas” (l. 15) assegura a coesão


(A) lexical.
(B) referencial.
(C) interfrásica.
(D) frásica.

8. Classifique a oração “que sejam extintos cinco milhões de postos de trabalho nos
próximo anos”
(ll. 12-13).

9. Indique o referente do pronome “que” (l. 26).

10. Indique a modalidade e o seu respetivo valor presente na última frase do texto.
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GRUPO III

O desenvolvimento do conhecimento e das tecnologias, responsável por aquilo que se designa


por “quarta revolução industrial”, parece não estar a ser canalizado para o bem da Humanidade.
Escreva um texto de opinião, de 200 a 350 palavras, no qual defenda um ponto de vista sobre
o modo
como o ser humano usa os conhecimentos e os avanços tecnológicos na sociedade.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um
deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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