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Desenvolvimento embrionário

Após a fecundação, o zigoto começa uma fase de divisão que dura durante o deslocamento
até ao útero com ajuda da trompa de falópio. Após 4 dias, devido a este processo de divisão,
o embrião passa-se agora a chamar mórula e acaba de atingir a cavidade uterina. A mórula
continua a dividir-se e as células começam a organizarem-se e ao chegar ao 5º dia começa a
designar-se por blastocisto. Este é constituído por uma massa celular interna e o
trofoblasto.

Ao 6º ou 7º dia o trofoblasto do blastocisto adere à zona superficial do endométrio


iniciando o processo de implantação do embrião (blastocisto nesta fase) à qual se chama
nidação.
Ao mesmo tempo que a nidação ocorre, as células continuam as suas divisões e ocorrem
movimentos de territórios de células.
Durante as primeiras 2 a 4 semanas do seu desenvolvimento o embrião obtém nutrientes
do endométrio.

Casos onde não ocorre nidação:


➢ O embrião não está no estado de desenvolvimento necessário.
➢ O endométrio não está preparado para receber o embrião.

Processos do desenvolvimento embrionário (resumo)


Segmentação -> Grastulação -> Organogénese

• Segmentação- Sequência de divisões mitóticas que originam células cada vez mais
pequenas (blastómeros).
• Grastulação- Rearranjos e movimentos de grupos de células uns em relação aos
outros (morfogénese).
• Organogénese- Diferenciação celular.
Folhetos germinativos

Ectoderme (mais externas)

Células responsáveis pela formação de:


• Sistema nervoso
• Órgãos dos sentidos
• Epiderme

Mesoderme (no meio)

Células responsáveis pela formação de:


• Esqueleto
• Músculos
• Sistema circulatório
• Sistema excretor
• Sistema reprodutor

Endoderme (mais interior)

Células responsáveis pela formação de:


• Sistema respiratório
• Revestimento do tubo digestivo
• Fígado
• Pâncreas
Anexos embrionários

Estruturas originadas pela extensão das camadas embrionárias para o exterior do embrião,
que têm a função de nutrição e fixação do ser até ao seu nascimento.

Âmnio

Origem- Ectoderme e mesoderme.


Localização- Delimita a cavidade amniótica.
Função- Mantém o embrião num meio líquido, protegendo-o da desidratação e
amortecendo os choques.

Córion

Origem- Trofoblasto.
Localização- Envolve o embrião e restantes anexos embrionários.
Função- Superfície de trocas.

Vesícula Vitelina

Origem- Endoderme.
Localização- Incorporada no cordão umbilical.
Função- Forma parte do tubo digestivo.

Alantóide

Origem- Endoderme.
Localização- Incorporado no cordão umbilical, contribui para a formação
da placenta.
Função- Não possui função específica.

Cordão umbilical

Origem- Âmnio.
Função- Une o embrião à placenta permitindo a realização de trocas
gasosas.

Placenta

Constituição- Endométrio e córion.


Função- Permite a troca de nutrientes e excreções entre o embrião e a mãe.
Produz hormonas e permite as trocas gasosas.

Regulação hormonal na gestação

Desde o início da nidação do embrião é produzida uma hormona gonadotropina cariónica


humana (HCG) pelo trofoblasto.

Função da hormona HCG

A função da hormona HCG é impedir que o corpo amarelo se degenere, para que este
continue a produzir estrogénios e progesterona, que são essenciais à manutenção do
endométrio.
Os elevados valores de HCG exercem uma retroação negativa no complexo hipotálamo-
hipófise, não ocorrendo assim o novo ciclo ovárico.
A hormona depois de fazer a sua ação, é eliminada através da urina, permitindo ser
detetada pelos testes de gravidez.

Após 8 a 10 semanas o declínio da produção de HCG faz com o que o corpo amarelo se
degenere. Porém a produção de estrogénio e progesterona tem de se manter, sendo assim
assegurada pela placenta.

Os estrogénios têm a função de expansão do útero. A progesterona impende que aconteça


contrações uterinas, para que o embrião não seja expulso. Ambas estas hormonas intervêm
no desenvolvimento das glândulas mamárias.

Parto

No final da gestação, os estrogénios atingem o seu nível máximo e os níveis de progesterona


diminuem. A diferença de concentrações de estrogénios e progesterona faz com que haja
contrações dos músculos uterinos.
Os estrogénios criam ainda no útero recetores de uma hormona chamada oxitocina. A
oxitocina é produzida pelo hipotálamo e depois libertada pela hipófise posterior e a sua
função é estimular as células musculares do útero a contraírem-se intensamente e com
maior frequência.
A oxitocina e as prostaglandinas são as responsáveis pelo desencadeamento do parto.

Resumo:

Os estrogénios induzem a produção de oxitocina e a criação de recetores no útero.


A oxitocina, que é produzida pelo hipotálamo e libertada pela hipófise posterior, irá
estimular as contrações uterinas.
As contrações uterinas estimulam a placenta a produzir prostaglandinas.
As prostaglandinas estimulam mais as contrações uterinas.
As contrações uterinas induzem uma retroação positiva no hipotálamo e na placenta que
iram produzir, respetivamente, mais oxitocina e prostaglandinas que por sua vez estimulam
ainda mais as contrações uterinas.

Leite materno

O desenvolvimento das glândulas mamárias ocorre durante a gestação, porém a sua


secreção só acontece depois do nascimento.
Desenvolvimento das glândulas mamárias.
• Os canais dispersos no tecido adiposo ramificam-se.
• Os alvéolos desenvolvem-se.
• Desenvolvimento de vasos sanguíneos e linfáticos.
A produção de leite é controlada por uma hormona chamada prolactina, que é produzida
pela hipófise anterior.
Esta hormona não é produzida durante a gestação devido à inibição do complexo
hipotálamo-hipófise resultante da continua produção de estrogénios e progesterona tanto
do corpo amarelo como da placenta, que exerce uma retroação negativa no complexo.

Após a placenta sair, deixa de ser produzida estrogénios e progesterona, deixando de existir
retroação negativa exercida no complexo hipotálamo-hipófise.
Nos primeiros 4 dias as glândulas mamárias elaboram um líquido chamado colostro, que é
mais menos rico em glícidos e lípidos, mas mais rico em proteínas, incluindo também
anticorpos para o bebe.

Produção de leite

A sucção efetuada pelo bebé estimula as terminações nervosas existentes no mamilo que
conduzem a informação até ao hipotálamo. O hipotálamo por sua vez produz oxitocina, que
é libertada pela hipófise posterior, que chega aos seus recetores nas glândulas mamárias e
ao serem estimuladas contarem-se, fazendo com que as células secretoras com leite sejam
contraídas de maneira a que o leite saia delas.
A sucção induz também a produção de prolactina pelo hipotálamo que é libertada pela
hipófise anterior, que induz a lactação pelas células secretoras. Assim, a manutenção da
produção de leite depende da frequência de amamentação.

Infertilidade

Incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho.

Infertilidade masculina

• Hábitos de vida pouco saudáveis.


• Varicocele.
-Dilatação das veias no testículo, acumulando sangue e afetando a produção de
espermatozoides.
• Infeções nos testículos.
• Disfunções hormonais.
-Produção inadequada de gonadoestimulinas.
• Cancro testicular.
• Disfunção erétil.
-Impotência, ejaculação precoce e ausência de ejaculação.
• Bloqueio dos ductos e túbulos seminíferos.
• Morfologia dos espermatozoides.

Infertilidade feminina

• Endometriose.
- Produção, noutras regiões, de tecido semelhante ao endométrio.
• Anomalias nas trompas de falópio.
- Impedem o contacto entre o oócito e os espermatozoides.
• Disfunções uterinas.
- Malformações, alterações da posição do útero, quistos.
• Disfunções ováricas.
- Ausência de maturação dos folículos.
• Infertilidade imunológica.
- Produção de anticorpos anti espermatozoides.
• Ovário policístico.
- Possui vários folículos em desenvolvimento.

Contraceção

Prevenção voluntária da gravidez.

Tipos de contracetivos:
• Modificam o funcionamento das gónadas.
• Impossibilitam a fecundação.
• Impedem a nidação.

Métodos contracetivos naturais

Abstinência periódica- Privação de relações sexuais durante o período fértil.

Maneiras de determinar o período fértil:

• Método do calendário

Considera o período de sobrevivência dos gâmetas (oócitos- 24 horas e espermatozoides-


72 horas). O período fértil varia entre o 10º e o 17º dia.

• Método da temperatura

Medir a temperatura ao acordar, sendo a maior temperatura registada depois da ovulação.

• Método do muco cervical

Elasticidade do muco cervical, no perdido fértil a elasticidade do muco entre os dedos é de


12 a 15 cm.

Métodos contracetivos não naturais

Cirúrgico

Vasectomia- Corte e sutura dos canais deferentes.


Laqueação- Corte e sutura das trompas de falópio.
Hormonal

Pílulas estropogestativas, pilulas progestativas (sem estrogénios) e anel vaginal

A pilula exerce retroação negativa no complexo hipotálamo-hipófise que assim não produz
LH e FSH, não ocorrendo assim a maturação dos folículos, a ovulação e nem a formação do
corpo amarelo. Sob derivados das hormonas, o endométrio desenvolve-se e ocorre a
menstruação, porém não é apto para a nidação.

Intrauterino

Dispositivo intrauterino (DIU)

Impede a união dos gâmetas ou a nidação.


Desvantagens- Desconfortável e não protege das DST.

Sistema Intrauterino (SIU)

Dispositivo com progesterona que produz o espaçamento do muco cervical de maneira a


que os espermatozoides não progridam.
Desvantagens- Desconfortável e não protege das DST.

Barreira

Espermicida(químico)

Destrói os espermatozoides.
Desvantagens- Proteção por pouco tempo, pode causar alergia e não protege das DST.

Preservativo(mecânico)

Evita o encontro dos gâmetas.


Desvantagens- Pode romper-se.

Diafragma

Evita o encontro dos gâmetas.


Desvantagens- Desconfortável.

Reprodução medicamente assistida

Inseminação artificial
Transferência de espermatozoides naturais ou artificiais, escolhidos e tratados para a
cavidade uterina da mulher.

Este método utiliza-se nas seguintes situações:


• incapacidade de o homem ejacular na vagina.
• incompatibilidades entre o muco cervical e o esperma;
• problemas ao nível do esperma, principalmente quanto ao
número de espermatozoides.

Fertilização in vitro

No 3º a 5º dia do ciclo sexual, é aplicado no ovário um derivado parecido com o FSH que irá
estimular a maturação ed vários folículos, a partir do 10º dia injeta-se uma derivada
parecida com o LH que fará ocorrer a ovulação. Depois são retirados os oócitos II que irão
ser colocados juntos com espermatozoides tratados e selecionados num meio incubado a
37ºC até o zigoto estar preparado. De seguida os embriões resultantes são colocados na
cavidade uterina.

Injeção intracitoplasmática de espermatozoides

Microinjeção de um espermatozoide diretamente no citoplasma do oócito II.

Este método utiliza-se nas seguintes situações:

• Homens cujo sémen possua uma baixa concentração de espermatozoides;


• Homens com número muito reduzido de espermatozoides, de má qualidade e com
reduzida mobilidade
• Homens com obstrução das vias genitais.
Transferência intratubárica de gâmetas (GIFT)

O oócito e o espermatozoide são transferidos para o interior das trompas de falópio de


modo a que ocorra a fusão. Fecundação in vivo.

Transferência intratubárica zigotos (ZIFT)

Os gâmetas são colocados para fusão in vitro. O zigoto é transferido depois para as trompas
de falópio por laparoscopia.

Métodos de recolha de gâmetas

Masculino

• Aspiração testicular.
• Biópsia testicular.
• Aspiração percutânea de esperma.

Feminino

• Laparoscopia.

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