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Reprodução Humana e Manipulação da

Fertilidade

Reprodução Humana - Sistema Reprodutor Masculino

Morfologia do Sistema Reprodutor Humano Masculino:

Nota: No homem, a uretra é comum aos sistemas reprodutor e urinário.


Morfofisiologia do Sistema Reprodutor Humano Masculino:

Nota: a alcalinidade dos líquidos seminal, prostático e pré-ejaculatório é essencial para


neutralizar a acidez da urina e dos fluidos vaginais, dado que a acidez condiciona a
mobilidade dos espermatozoides.

Formação e Constituição do Esperma:


O Gâmeta Masculino - O Espermatozoide:

Estrutura dos Testículos:


 Órgãos ovoides situados nas bolsas escrotais, que se encontram no exterior do
abdómen, mantém a sua temperatura um pouco abaixo da temperatura corporal
(cerca de 2ºC abaixo), o que é essencial para a produção de espermatozoides
viáveis.

 No seu interior encontram-se cerca de 200 a 300 lóbulos testiculares


separados por septos radiais, existindo em cada lóbulo 1 a 4 túbulos
seminíferos.

 Na parede dos túbulos seminíferos existem células de Sertoli, que se estendem


desde a periferia até ao lúmen do túbulo.

 No tecido que se localiza entre os túbulos seminíferos existem células


designadas por células intersticiais ou células de Leydig que produzem
testosterona.

 Testosterona: hormona sexual masculina (androgénio) que é responsável pelo


desenvolvimento dos órgãos genitais e pela manutenção das suas capacidades
funcionais e assegura o desenvolvimento e a manutenção dos caracteres
sexuais secundários, sendo ainda uma das hormonas indispensáveis à
espermatogénese.

 Caracteres sexuais primários masculinos (durante a infância):


- os rapazes apresentam pénis e escroto.

 Caracteres sexuais secundários masculinos (desenvolvem-se a partir da


puberdade):
- aparecimento de pelos nas axilas;
- crescimento de pelos púbicos;
- crescimento e desenvolvimento dos genitais;
- acne;
- modificação da voz,
- crescimento da barba e de pelos no peito;
- aumento da massa muscular;
- alargamento da cintura escapular;
- possibilidade de ejaculação.

Gametogénese Masculina - Espermatogénese:

 Nos testículos, a partir da puberdade e até ao final da vida, produzem-se, por


divisões mitóticas, células diplóides da linha germinativa designadas
espermatogónias (células germinativas que irão dar origem aos
espermatozoides), que se localizam na proximidade da parede exterior dos
túbulos seminíferos.

 A espermatogénese é um processo contínuo, onde ocorre a transformação das


espermatogónias em espermatozoides maduros, o qual se divide em quatro
fases.

 No final da última fase (fase de diferenciação), os espermatozoides são


libertados para o lúmen dos túbulos seminíferos. Daí passam para os epidídimos
(aí adquirem uma região de reconhecimento e de ligação ao oócito II), onde
acabam a maturação, tornando-se móveis, e onde são armazenados.
Posteriormente, seguem pelos canais deferentes, onde se misturam com as
secreções das vesículas seminais e da próstata, formando em conjunto o
esperma, que é libertado no decurso de uma ejaculação.
 As fases da espermatogénese são:

 Multiplicação:

- As espermatogónias, células diplóides (2n=46), dividem-se por mitose;


- De cada duas espermatogónias formadas, uma volta a dividir-se por mitose e a
outra prossegue a espermatogénese.

 Crescimento:

- Ocorre um aumento quase impercetível de volume, devido à síntese e acumulação


de substâncias de reserva, designando-se as células resultantes por
espermatócitos I (células diplóides, 2n=46).

 Maturação:

- Cada espermatócito I experiementa uma divisão nuclear meiótica;


- No final da 1ª divisão da meiose estão formadas duas células haplóides (n=23), os
espermatócitos II, nas quais cada cromossoma tem dois cromatídios.
- No final da 2ª divisão da meiose formam-se quatro células haplóides, os
espermatídios, em que cada cromossoma possui um só cromatídio.

 Diferenciação (ou espermiogénese):

- Ocorre a transformação dos espermatídios em células altamente especializadas


(diferenciadas), os espermatozoides, verificando-se:

- Eliminação de grande parte do citoplasma, que é fagocitado pelas células de


Sertoli;
- Reorganização de organelos:
- o compexo de Golgi forma uma grande vesícula, o acrossoma, que
armazena enzimas digestivas e se adapta ao núcleo;
- os centríolos dispõem-se no polo oposto ao acrossoma e um deles origina
os microtúbulos do flagelo;
- as mitocôndrias dispõem-se na base do flagelo e fornecem energia, que
permite o movimento deste prolongamento.

Nota: Uma espermatogónia origina 4 espermatozoides.


Regulação Hormonal no Homem:

O funcionamento dos testículos, que assegura a produção de espermatozoides na


parede dos túbulos seminíferos e a secreção da hormona sexual masculina
(testosterona) nas células de Leydig, resulta da existência de um mecanismo de
regulação em que intervém o complexo hipotálamo-hipófise.

 O hipotálamo produz GnRH;

 GnRH, transportada pelo sangue, estimula a produção e libertação de


gonadoestimulinas - FSH (foliculoestimulina) e LH (luteoestimulina) - pela
hipófise anterior;

 LH atua sobre as células de Leydig, estimulando a produção de testosterona;

 FSH ativa indiretamente a espermatogénese, estimulando as células de Sertoli,


que atuam como intermédias entre a testosterona e as células da linha
germinativa;

 A secreção de GnRH e de gonadoestimulinas é controlada pela taxa sanguínea


de testosterona, por retroação negativa ( ou retroalimentação negativa ou
feedback negativo).

 No caso de ocorrerem desvios em relação aos valores de referência de


testosterona, ocorre uma rede de interações neuro-hormonais que permitem
corrigir esses desvios, através de mecanismos de regulação por retroação
negativa, isto é, quando se verifica um desvio em relação ao teor normal de
testosterona, é gerada uma resposta que cancela esse desvio;

 A taxa de testosterona através desse mecanismo de retroação negativa


mantém-se sensivelmente constante, permitindo uma produção contínua de
espermatozoides;

 Além da ação dos testículos sobre o complexo hipotálamo-hipófise, outros


estímulos provenientes quer do meio interno quer do meio externo (doenças,
fortes emoções, stress) podem constituir mensagens nervosas que, chegadas ao
cérebro, têm incidência sobre o hipotálamo, condicionando o controlo exercido
sobre o sistema genital.

 Retroação Negativa:

 Quando existe uma elevada concentração de testosterona no sangue, o


hipotálamo, sob a influência desta elevada concentração, reduz a produção de
GnRH. Por sua vez, a diminuição de GnRH inibe a hipófise, que diminui a
produção de LH e FSH. A diminuição destas hormonas leva à diminuição da
produção de testosterona.

 Quando existe uma baixa concentração de testosterona no sangue, o


hipotálamo, sob a influência desta baixa concentração, aumenta a produção de
GnRH. Por sua vez, o aumento de GnRH estimula a hipófise, que aumenta a
produção de LH e FSH. O aumento destas hormonas leva ao aumento da
produção de testosterona.
Reprodução Humana - Sistema Reprodutor Feminino

Morfologia do Sistema Reprodutor Humano Feminino:


Morfofisiologia do Sistema Reprodutor Humano Feminino:
Estrutura dos Ovários:

 Órgãos ovoides que estão localizados na cavidade abdominal, za zona pélvica,


de um e do outro lado do útero, sendo mantidos na sua posição através de
ligamentos.

 Um ovário apresenta duas zonas de difícil limitação:

 Zona medular ou medula, a mais interna, constituída por tecido muscular liso e
tecido conjuntivo, muito enervada e irrigada de vasos sanguíneos;

 Zona cortical ou córtex, a mais superficial (camada externa de tecido


conjuntivo), com estruturas mais ou menos esféricas, resultantes da
multiplicação das oogónias (células germinativas), os folículos ováricos em
diferentes estádios de desenvolvimento, sendo cada folículo ovárico constituído
por uma célula da linha germinativa, que irá dar origem ao gâmeta, rodeada por
uma ou mais camadas de células foliculares, que intervêm na nutrição e
proteção da célula germinativa ao longo do seu amadurecimento.

Gametogénese Feminina - Oogénese e Evolução dos


folículos:

 A oogénese e a evolução dos folículos são fenómenos que ocorrem


simultaneamente e têm início durante o desenvolvimento embrionário da mulher.

 A oogénese é um conjunto de fenómenos que ocorre nos ovários, concudente à


formação de gâmetas femininos.
 Ao contrário da espermatogénese, que se inicia apenas durante a puberdade, a
oogénse inicia-se muito antes do nascimento, mais propriamente durante o
desenvolvimento embrionário e processa-se em diversas fases até à formação
dos gâmetas femininos, já na puberdade.

 Fases da Oogénese:

 Fase de Multiplicação ou Proliferativa:

- As oogónias (células germinativas), que migram para cada um dos ovários do


embrião, multiplicam-se por mitoses sucessivas, produzindo mais oogónias, células
diplóides (2n=48);
- Esta fase ocorre durante alguns meses de desenvolvimento embrionário da
mulher, formando-se alguns milhões de oogónias;
- Grande parte dessas oogónias degenera, não se verificando nova produção.

 Fase de Crescimento:

- As oogónias que não degeneraram aumentam de volume, devido à síntese e


acumulação de substâncias de reserva;
- Constituem-se, assim, os oócitos I, células de maiores dimensões que as
oogónias, mas também diplóides, que se rodeiam de células foliculares, originando
os folículos primordiais;
- Os oócitos I iniciam a 1ª divisão meiótica, que se interrompe em prófase I;
- Muitos dos oócitos I degeneram também durante a vida intrauterina.

 Fase de Repouso:

- Os folículos primordiais, contendo os oócitos I em prófase I, permanecem


inativos desde o nascimento até à puberdade;
- Nesta fase, a maior parte dos folículos primordiais degenera.

 Fase de Maturação:

- Nos ovários de uma recém-nascida, os oócitos I existentes iniciam a fase de


maturação com a 1ª divisão da meiose, que fica bloqueada em prófase I;
- Até à puberade, muitos oócitos I continuam a degenerar, ficando somente 400
mil dos 2 milhões iniciais;
- A meiose continua apenas a partir da puberdade, com o começo dos ciclos
ováricos;
- Atingida a puberdade, alguns folículos primordiais começam a desenvolver-se
e, com eles, os oócitos I, tornando-se a maturação do oócito I evidente quando o
folículo atinge a fase matura (aproximadamente de mês a mês);
- Em cada ciclo ovárico, durante a vida fértil da mulher, em regra, só um oócito I
completa a 1ª divisão da meiose, que tinha sido interrompida em prófase I,
constituindo-se duas células haplóides (n=23) com dimensões diferentes, pois ocorre
uma divisão desigual no citoplasma, uma vez que ao ocorrer uma citocinese desigual,
o citoplasma divide-se por gemiparidade;
- Uma das células, o oócito II, tem maiores dimensões, englobando a maior
parte do citoplasma, e a outra célula, o 1º glóbulo polar, apresenta dimensões muito
reduzidas;
- Ambas as células se destacam da parede do folículo para a cavidade folicular;
- A 2ª divisão da meiose começa de imediato, mas fica bloqueada em metáfase II,
sendo neste momento que após a rutura do folículo de Graff, com a consequente
libertação do seu conteúdo, ocorre a ovulação, isto é, libertação do oócito II (em
metáfase II) para o pavilhão das trompas de Falópio;
- Se não ocorrer fecundação, o oócito II é eliminado;
- Se ocorrer fecundação (um espermatozoide penetrar no oócito II), o oócito II
conclui a 2ª divisão da meiose, originando duas células desiguais: um óvulo maduro
(ovo fertilizado), de grande tamanho, e um 2º glóbulo polar, que acaba por
degenerar.
 Etapas de desenvolvimento de um Folículo Ovárico (foliculogénse):

 Em cada ciclo ovárico, enquanto as células da linha germinativa evoluem (à


medida que ocorre a oogénese), também as restantes formações dos folículos
ováricos experimentam transformações.

 Durante a evolução de um folículo, para além da oogénese, pode salientar-se:

- Multiplicação das células foliculares;


- Formação de uma zona não celular, a zona pelúcida, em torno do oócito,
constituída por glicoproteínas;
- Aparecimento de cavadidades, entre as células foliculares, cheias de líquido e
que acabam por se fundir numa só;
- Diferenciação do tecido ovárico que rodeia o folículo em camadas, as tecas,
tendo a teca interna uma função glandular.

 Os folículos podem ser classificados, de acordo com o seu estado de


desenvolvimento, em:

1. Folículo primordial
2. Folículo Primário
3. Folículo Secundário
4. Folículo Maduro ou de Graaf
5. Corpo Lúteo ou Corpo Amarelo:

- Após a ovulação, a parede do ovário cicatriza;


- As células foliculares que permanecem no folículo proliferam, aumentando de
tamanho e adquirem função secretora;
- O citoplasma destas células é amarelo, devido à presença de um pigmento
desta cor, pelo que este conjunto de células se designa corpo amarelo (ou lúteo), que
degenera no fim do ciclo se não houver fecundação.
Gametogénese masculina vs Gametogénese feminina:
Regulação Hormonal na Mulher:

 Na mulher, o padrão de secreção hormonal e os eventos reprodutivos regulados


pelas hormonas são cíclicos.

 Ciclo sexual:

Enquanto que nos homens a espermatogénese ocorre de forma contínua, a partir da


puberdade, nas mulheres, a produção de gâmetas e os fenómenos que lhe estão
associados ocorrem em ciclos de 28 em 28 dias, desde a puberdade até à
menopausa (fase na vida da mulher que inicia entre os 46 e os 50 anos,
aproximadamente, e se caracteriza pela paragem dos ciclos sexuais).

 Ciclo Ovárico:

 Cada ciclo ovárico é caracterizado pela evuloção de um folículo, que ocorre em


duas fases separadas pela ovulação:

1. Fase Folicular - caracteriza-se pelo crescimento de alguns folículos


primordiais, dos quais apenas um, normalmente, atinge a maturação, dado que
os restantes costumam degenerar, terminando esta fase com a ovulação. C

2. Fase Luteínica ou Fase do Corpo Amarelo - caracterizada pela formação


do corpo lúteo, que regride no caso de não ocorrer fecundação.

 O ciclo seguinte começa com um novo crescimento de folículos primordiais;

 Os ciclos ováricos, normalmente, ocorrem alternadamente em cada um dos


ovários.
 Ciclo Uterino (ou menstrual):

 Paralelamente ao ciclo ovárico, ocorre um ciclo uterino (ou menstrual), ao longo


do qual se dão alterações ao nível do endométrio;

 Estas alterações, induzidas pelas hormonas ováricas (estrogénios e


progesterona), ocorrem em ciclos de 28 dias e subdividem-se em 3 fases:

1. Fase Menstrual:

- Caso não ocorra fecundação no ciclo anterior, o corpo lúteo atrofia, deixando
de segregar progesterona e estrogénio;

- A diminuição da concentração destas hormonas no sangue provoca a


destruição da maior parte da camada funcional do endométrio, visto que as
células, devido à concentração dos vasos sanguíneos dessa estrutura, deixam
de receber os nutrientes necessários e morrem;

- A consequente rutura dos vasos sanguíneos provoca hemorragias;

- O sangue, juntamente com os restos da mucosa, forma um fluxo que dura


cerca de 5 dias e se denomina menstruação.

2. Fase Proliferativa:

- Entre o 5º e o 14º dias ocorre uma proliferação das células do endométrio,


verificando-se o crescimento em espessura do endométrio, com o
desenvolvimento de glândulas e vasos sanguíneos, devido ao estímulo
provocado pelo aumento da taxa de estrogénios que ocorre durante a fase
folicular do ciclo ovárico;

- Esta mucosa vai-se regenerando e vascularizando até atingir cerca de 6mm


de espessura;

- A fase proliferativa é simultânea à fase folicular do ovário;

- No final desta fase (14º dia do ciclo) ocorre a ovulação.

3. Fase Secretora:

- Após a ovulação, o endométrio atinge a sua máxima espessura (até 8mm),


fica mais vascularizado e as glândulas nele existentes começam a sua atividade
ao segregarem um mucorico em glicogénio, devido à ação conjunta dos
estrogénios e da progesterona produzidos durante a fase luteínica;

- A fase secretora é simultânea à fase luteínica do ovário.


 A regulação hormonal dos ciclos ovárico e uterino ocorre de forma a que o
crescimento do folículo e a ovulação estejam sincronizados com a preparação do
endométrio para uma possível implantação de um embrião.

 Esta regulação é feita à custa de mecanismos de retroação negativa e positiva,


nos quais estão envolvidas hormonas hipotalâmicas (GnRH), hormonas
hipofisárias (LH e FSH) e as hormonas ováricas (estrogénios e progesterona).

 Estrogénios:

- Produzidos pelas células foliculares, pela teca interna e pelo corpo amarelo;
- A concentração destas hormonas vai aumentando primeiro progressivamente,
à medida que os folículos crescem, e depois de um modo rápido, atingindo o valor
máximo um pouco antes da ovulação;
- A concentração baixa quando ocorre a ovulação, devido, em parte, à perda de
células foliculares, e volta a aumentar durante a fase luteínica, devido à atividade do
corpo amarelo, voltando a decair próximo do fim do ciclo.

 Progesterona:

- É produzida pelo corpo amarelo, atingindo o valor máximo de concentração


com pleno desenvolvimento dessa estrutura;
- Quando o corpo amarelo entra em regressão, a concentração de progesterona
diminui.

 Caracteres sexuais primários femininos (durante a infância):


- os raparigas apresentam vulva.

 Caracteres sexuais secundários femininos (desenvolvem-se a partir da


puberdade):
- aparecimento de pelos nas axilas;
- crescimento de pelos púbicos;
- crescimento e desenvolvimento dos genitais;
- acne;
- crescimento das mamas;
- alargamento e arredondamento das ancas;
- aumento da gordura corporal;
- aparecimento da menstruação.

 Fase Pré-ovulatória:

- No início de cada ciclo sexual, o hipotálamo segrega a hormona GnRH, que induz
a hipófise a segregar LH e FSH em pequenas quantidades;

- Nesta altura do ciclo, as células dos folículos imaturos possuem recetores para a
FSH, mas não para a LH;

- A FSH estimula, assim, o crescimento dos folículos, cujas células segregam


estrogénio;
- O pequeno aumento da concentração de estrogénio no sangue inibe a produção
de GnRH, que, por sua vez, inibe a produção de FSH e LH, mantendo reduzidos os
níveis destas hormonas, num processo de retroação negativa;

- As relações hormonais que se verificam na fase folicular mudam de forma


abrupta quando a taxa de secreção de estrogénio pelo folículo em crescimento
começa a aumentar rapidamente;

- Este aumento da quantidade de estrogénios deve-se ao aumento das células


foliculares;

- Enquanto que um pequeno aumento de estrogénio inibe a secreção das


gonadoestimulinas (FSH e LH) - feedback negativo -, a elevada concentração de
estrogénio no sangue tem um efeito contrário (pois ultrapassa o valor limite) e
estimula a secreção de gonadoestimulinas, ao estimular o hipotálamo a produzir
GnRH (feedback positivo).

 Fase Ovulatória:

- Nesta fase, os folículos já possuem recetores para a LH, pelo que ocorre um
mecanismo de feedback positivo;

- O aumento da produção de LH, causado pelo aumento da secreção de


estrogénio pelo folículo em crescimento, induz a maturação final do folículo,
ocorrendo a ovulação.

 Fase Pós-ovulatória:

- Após a ovulação, a hormona LH induz a formação do corpo lúteo;

- Duarante a fase luteínica do ciclo hormonal, o corpo lúteo, sob a influência da LH,
continua a produzir estrogénio, mas também uma outra hormona esteroide - a
progesterona;

- O corpo lúteo atinge o máximo do seu desenvolvimento cerca de 8 a 10 dias após


a ovulação;

- O aumento combinado dos níveis de estrogénio e progesterona exerce um


feedback negativo no complexo hipotálamo-hipófise, inibindo a secreção de
gonadoestimulinas (FSH e LH);

- Na parte final da fase luteínica, o corpo lúteo desintegra-se;

- Consequentemente, ocorre uma queda abrupta dos níveis de estrogénio e de


progesterona;

- Esta queda dos níveis das hormonas ováricas liberta o complexo


hipotálamo-hipófise do efeito inibidor destas hormonas;

- A hipófise começa a segregar FSH em quantidade suficiente para estimular o


crescimento de novos folículos no ovário, iniciando-se, assim, a fase folicular do
ciclo ovárico seguinte.
Retroação Negativa

Retroação Positiva

 Outros estímulos provenientes quer do meio interno quer do meio externo


(doenças, fortes emoções, stress, medicamentos, fatores climáticos) podem
também atuar sobre o complexo hipotálamo-hipófise, desencadeando alterações
nos ciclos sexuais. Os estímulos recebidos pelo sistema nervoso central são
transmitidos ao córtex cerebral e ao hipotálamo através de neurónios,
provocando variações na produção da neuro-hormona GnRH e,
consequentemente, um descontrolo a nível dos ciclos sexuais.

Sincronização dos Ciclos Ovárico e Uterino:

 Os ciclos ováricos e uterino são sincronizados devido a este complexo


mecanismo hormonal, onde intervêm as hormonas ováricas (estrogénios e
progesterona) sobre o endométrio uterino,

 A fase folicular do ciclo ovárico é silmultânea à fase proliferativa do ciclo uterino;

 A fase luteínica do ciclo ovárico é simultânea á fase secretora do ciclo uterino;

 Duarante a fase folícular, o estrogénio produzido pelos folículos em crescimento


também causa o espessamento do endométrio;
 Antes da ovulação, o útero já está a ser preparado para receber um possível
embrião;

 Após a ovulação, o estrogénio e a progesterona segredados pelo corpo lúteo


continuam a estimular o desnvolvimento do endométrio, incluindo um aumento
da vascularização deste tecido e o apareciemento e funcionamento de glândulas
que segregam um fluido capaz de nutrir um possível embrião, antes que o
mesmo se fixe ao endométrio;

 A queda abrupta dos níveis de hormonas ováricas que ocorre aquando da


desintegração do corpo lúteo causa espasmos nas artérias do endométrio, o que
priva este epitélio de sangue;

 A desagregação do endométrio resulta na menstruação, recomeçando um novo


ciclo uterino;

 Entretanto, os folículos ováricos, que causarão um novo espessamento do


endométrio, estão a começar a crescer;

 Ciclo após ciclo, o amuderecimento e a libertação de oócitos no ovário é


acompanhado por mudanças no útero, órgão que terá de acomodar o embrião,
caso o óvulo seja fecundado;

 Na ausência de gravidez, um novo ciclo começa.


Menopausa:

 Na maioria das mulheres, os ciclos sexuais deixam de


ocorrer entre os 45 e os 55 anos, correspondendo a
menopausa à cessação da atividade dos ovários;
 O cessar da menstruação é, em regra, um processo
gradual;
 Durante meses ou anos pode persistir um certo
desenvolvimento folicular com oscilações na secreção de
estrogénios, até que essa atividade acaba por
desaparecer com o esgotamento dos folículos;
 Desse modo, deixa de ocorrer a retroação negativa das
hormonas ováricas sobre o complexo hipotálamo-hipófise, pelo que os níveis de
gonadoestimulinas (FSH e LH) aumentam.
Reprodução Humana - Fecundação, desenvolvimento
embrionário e gestação

Fecundação:

 A fecundação, na espécie humana, é interna, ocorrendo, normalmente no


primeiro terço das trompas de Falópio;
 Na formação de um novo ser, o encontro do oócito II com o espermatozoide
permite que ocorra fecundação;
 Para que ocorra fecundação, não basta haver produção de gâmetas, tem de
haver um comportamento sexual que permita o encontro de um gâmeta
masculino com um gâmeta feminino;
 De facto, a sexualidade humana é caracterizada por uma série de estímulos e
respostas, muitas vezes condicionadas por fatores de outra ordem, que não os
meramente fisícos, tendo como objetivo a união de células gaméticas, de forma
a gerar um novo indivíduo;
 A cópula permite que o esperma seja depositado no trato genital feminino;
 Em cada ejaculação o homem liberta, normalmente, de 2mL a 5mL de sémen,
contendo cada mililitro cerca de 50 a 130 milhões de espermatozoides, que
nadam ao longo do trato reprodutor feminino, sendo, habitualmente, apenas um
destes que fecunda o óvulo;
 Quando os espermatozoides são transferidos para a vagina entram em
contacto com o muco cervical, sendo este rico em fibras, é produzido por
glândulas do colo uterino, o qual apresenta uma evolução durante o ciclo sexual
(fora do período de ovulação ou no período de ovulação);
 Para que um espermatozoide consiga penetrar no oócito II tem de ultrapassar
algumas barreiras;
 De facto, o oócito II encontra-se envolvido por uma camada, formada por
proteínas e glícidos, designada zona pelúcida (em torno desta zona existem
células foliculares);
 O espermatozoide tem de transpor estas camadas para fertilizar o gâmeta
feminino;
 Após a formação do ovo inicia-se um processo de desenvolvimento contínuo e
dinâmico, com a duração, em regra, de 40 semanas, que termina com o
nascimento.
Encontro dos gâmetas:

 Após a penetração na cavidade uterina (apenas cerca de 1% conseguem atingir


o útero), os espermatozoides, embebidos no muco uterino que lhes confere
maior mobilidade, penetram nas trompas;

 No caso de ter ocorrido ovulção, é no terço superior de uma trompa que se pode
efetuar o encontro entre o oócito II e os espermatozoides que são atraídos por
uma substância libertada pelas células foliculares que rodeiam o oócito II;

 Quando o espermatozoide ultrapassa as células foliculares e atinge a zona


pelúcida, ocorre a reação acrossómica, durante a qual se verifica a libertação,
por exocitose, de enzimas acrossómicas, que digerem a zona pelúcida,
permitindo a fusão da membrana do espermatozoide com a membrana do oócito
II;

 Assim, a cabeça do espermatozoide e a peça intermédia penetram no citoplasma


do gâmeta feminino;

 Contudo, as mitocôndrias do espermatozoide são destruídas, razão pela qual


a descendência apenas herda mitocôndrias de origem materna;

 A penetração do espermatozoide no oócito II leva-o a completar a 2ª divisão


meiótica, formando-se o óvulo (e o 2º glóbulo polar, que acaba por degenerar);

 As membranas dos gâmetas fundem-se, permitindo que o conteúdo do


espermatozoide penetre no óvulo;

 Após a penetração de um espermatozoide, é importante impedir a entrada de


outros (situação designada polispermia), que levaria à formação de um conjunto
cromossómico triploide, tornando inviável o desenvolvimento do ovo;

 A libertação de substâncias presentes em vesículas do citoplasma do oócito,


designadas grânulos corticais, para a região adjacente à zona pelúcida forma
uma camada impermeável a outros espermatozoides;

 O núcleo do óvulo aumenta de volume, originando o pró-núcleo feminino;

 O espermatozoide perde o flagelo e o segmento intermédio, agora inúteis;

 O núcleo do espermatozoide também aumenta de volume, originando o


pró-núcleo masculino;

 Os dois pró-núcleos (haplóides) aproximam-se um do outro e fundem as suas


membranas, permitindo a mistura dos cromossomas de origem materna e
paterna (cariogamia), dando, assim, origem os dois gâmetas haplóides (23
cromossomas cada) a um zigoto diplóide (46 cromossomas);

 A fecundação fica, assim, completa.


Nota:

- Fora do período de ovulação, o muco cervical é muito espesso e as fibras formam uma
rede de malha apertada, impedindo a progressão dos espermatozoides.
- No período de ovulação, o muco cervical é mais fluído e a rede de fibras menos
apertada, permitindo a passagem dos espermatozoides mais ativos.

Gestação:

 O período que medeia entre a conceção e o nascimento denomina-se gestação;


 No ser humano, a gestação tem uma duração média de 38 semanas;
 É frequente fazer-se a divisão deste espaço de tempo em duas etapas: o
período embrionário (desde a fecundação até ao final do primeiro trimestre) e o
período fetal (correspondente aos dois últimos trimestres de gestação);
 Para além do crescimento e desenvolvimento do embrião, durante a gestação
formam-se também os anexos embrionários;
 Os anexos embrionários são órgãos transitórios que existem somente durante a
vida embrionária e cuja a função é proporcionar ao embrião um meio líquido e
uma temperatura constante;
 Para além disso, os anexos embrionários permitem o fornecimento dos
nutrientes necessários ao desenvolvimento do embrião, bem como a
eliminação dos produtos de excreção;
 Os anexos embrionários são adaptações evolutivas que permitem o
desenvolvimento do embrião no meio terrestre.
Desenvolvimento Embrionário (1ª a 8ª semana):

 Segmentação:

- Durante o 1º trimestre da gestação, ocorrem as alterações mais significativas para o


embrião;

- Após a fecundação, o ovo inicia a segmentação, dividindo-se sucessivamente;

- A 1ª divisão mitótica origina duas células e ocorre 35 horas após a fecundação;

- Às 50 horas já existem quatro células, às 70 horas, oito células e assim


sucessivamente, até o embrião se transformar em mórula;

- Durante a segmentação, o embrião vai sendo conduzido ao longo do oviduto, em


direção ao útero, devido às contrações dos músculos da parede e ao movimento
dos cílios das células que atapetam essa parede, chegando já no estado mórula ao
útero;

- O embrião permanece na cavidade uterina durante 2 a 3 dias;

- Durante este período, continua a dividir-se, sendo nutrido por secreções


endometriais;

- Cerca de uma semana após a fecundação, a segmentação origina a blástula, que


no ser humano se designa blastocisto.
 Nidação:

- Quando o blastocisto entra em contacto com o endométrio, inicia-se o período de


implantação do embrião nessa mucosa, que dura cerca de 5 dias;

- A implantação do embrião no endométrio denomina-se nidação;

- Durante a nidação, as células do trofoblasto situadas acima do botão embrionário


proliferam e segregam enzimas que catalizam a digestão de células do
endométrio, permitindo ao embrião penetrar de forma progressiva na perede uterina;

- Começa, então, a formar-se um anexo embrionário - o córion, que possui


vilosidades;

- Estas vilosidades mergulham em lacunas do endométrio preenchidas por sangue


materno, devido à rutura dos capilares,

- Ao fim de cerca de 11 ou 12 dias após a fecundação, o embrião encontra-se


totalmente coberto por mucosa uterina, estando completa a nidação;

- Durante as primeiras 2 a 4 semanas do seu desenvolvimento, o embrião obtém


nutrientes diretamente do endométrio.

 Gastrulação/Organogénese:

- Por volta do 15º dia, começa a ocorrer a gastrulação e o início da organogénese;

- A partir dos três folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme e endoderme),


ocorre uma diferenciação celular em tecidos, órgãos e sistemas de órgãos;

- A partir da 4ª semana, o coração começa a bater e, no final da 8ª semana, todos os


principais órgãos presentes num adulto estao presentes, ainda que numa forma
rudimentar;

- Nesta altura, o aspeto do embrião é claramente humano, passando a designar-se


feto;
- Apesar de bem diferenciado, o feto mede apenas 5cm no final do 1º trimestre de
gestação;

- Durante este período, também se formam os restantes anexos embrionários, a


partir das células do botão embrionário.

Anexos Embrionários:

 Córion:

Estrutura: membrana extraembrionária (com


muitas visolidades) mais exterior, e como o
âmnio, rodeia o embrião.

Função: forma uma extensa superfície de


trocas e intervém na formação da placenta.

 Vesícula vitelina:

Estrutura: saco membranoso sem


substância de reserva, estrutura muito
reduzida, mas ricamente vascularizada.

Função: forma parte do tubo digestivo e parte dessa estrutura fica incorporado no
cordão umbilical, sendo o primeiro local de produção de células sanguíneas e células
germinativas.

 Alontoide:

Estrutura: divertículo da vesícula vitelina.

Função: estrutura rudimentar que contribui para a formação dos vasos sanguíneos
do cordão umbilical.

 Âmnio:

Estrutura: membrana (saco que envolve o embrião) que delimita uma cavidade
(cavidade amniótica) preenchida por um líquido (líquido amniótico), no qual se
encontra imerso o embrião.
Função: mantém o embrião nesse meio líquido indispensável, que impede a
desidratação do embrião, ajuda a protegê-lo contra choques mecânicos e auxilia a
manutenção de uma temperatura constante.

Placenta:

 Estrutura em forma de disco, formada a partir das vilosidades coriónicas do


embrião e do endométrio do útero materno, em cujas lacunas essas vilosidades
mergulham;
 A placenta encontra-se ligada ao embrião através de um canal, designado por
cordão umbilical, formado a partir do âmnio, no qual se localizam duas artérias
e uma veia;
 As artérias e a veia umbilicais encontram-se ligadas por vasos capilares que
formam as vilosidades coriónicas;
 É através dos capilares da placenta que ocrrem todas as trocas de substâncias
entre a mãe e o embrião e, mais tarde, o feto;
 O sangue do feto aflui à placenta através das artérias do cordão umbilical e
regressa pela veia umbilical, passando através do fígado do feto;
 A placenta tem, ainda, uma importante função hormonal, indispensável ao
desenvolvimento do embrião.

 Trocas de substâncias através da Placenta:

- De uma forma geral, os nutrientes e o


oxigénio passam das lacunas de sangue
materno para os capilares fetais existentes nas
visolidades coriónicas;

- Em sentido oposto, passam o dióxido de


carbono e os produtos de excreção
provenientes do feto;

- No entanto, apesar da placenta funcionar


como filtro para determinadas substâncias,
muitas outras passam através dela.
Desenvolvimento Fetal (8ª semana ao nascimento):

 Durante o 2º trimestre de gestação, verifica-se um


rápido crescimento do feto, que atinge os 30cm e
se mostra muito ativo;

 O crescimento uterino é tal que a gravidez se torna


evidente;

 A mãe poderá sentir movimentos do feto logo na


parte inicial do 2º trimestre, sendo a partir do meio
deste trimestre, que a atividade fetal poderá
mesmo ser visível através da parede abdominal;

 O 3º e último trimestre de gestação caracteriza-se por um rápido crescimento do


feto, que atinge um peso na ordem dos 3kg a 3,5kg e um comprimento de cerca
de 50cm, podendo a atividade fetal diminuir, visto que o espaço para ofeto se
mover é cada vez menor;

 À medida que o feto cresce e o útero se expande à sua volta, os órgãos


abdominais da mãe são comprimidos e deslocados, originando um aumento na
frequência de micção, dificuldades digestivas e dores nas costas;

 A parte final das gestação é o parto, que compreende o nascimento do bebé e se


divide em três fases.

Parto (ao fim de 40 semanas):

 Dilatação do colo do útero:

- Esta fase caracteriza-se pela abertura e dilatação do cérvix;


- Nesta fase, ocorre a saída do líquido amniótico;
- Aparecem as primeiras contrações rítmicas uterinas, que vão aumentando de
frequência e intensidade.

 Expulsão do bebé:

- Durante esta fase, fortes contrações uterinas forçam o feto para fora do útero,
através da vagina;
- O bebé é, assim, expulso do corpo da mãe;
- Os seus pulmões, outrora cheios de líquido amniótico, enchem-se de ar pela
primeira vez;
- Seguidamente, o cordão umbilical é cortado.

 Expulsão da placenta:

- Esta fase ocorre após o nascimento da criança e consiste na expulsão da placenta


e dos restantes anexos embrionários.
Regulação Hormonal nos processos de Nidação e Gestação:

 O embrião segrega HCG (gonadotrofina coriónica) pelo trofoblasto, no sentido de


manter a secreção de progesterona e estrogénio pelo corpo lúteo, durante o
1º trimestre de gestação;

 A HCG tem uma estrutura e uma ação semelhantes à gonadoestimulina


hipofisária LH, tendo inicialmente como função, impedir a degeneração do
corpo lúteo, fazendo com que este continue a produzir estrogénios e
progesterona, que são essenciais à manutenção do endométrio, permitindo
que a nidação do embrião se mantenha;

 Elevados valores de HCG acabam por exercer uma retroação negativa sobre
o complexo hipotálamo-hipófise, não ocorrendo, assim, nova evolução
folicular;

 Na ausência da produção de HCG, a diminuição da produção de LH materna,


devido à inibição da hipófise pela progesterona, resultaria na ocorrência de
menstruação e destruição do embrião;

 Como qualquer hormona, a HCG, após a sua ação, é eliminada através da urina,
o que permite que os primeiros testes de gravidez sejam baseados na deteção,
na urina da mãe, da hormona HCG produzida pelo embrião jovem;
Nota:
Os elevados níveis de progesterona provocam mudanças ao nível do aparelho reprodutor
feminino, tais como:
- Aumento dos seios;
- Aumento da secreção de muco no cérvix, que forma uma tampa protetora;
- Crescimento da parte materna da placenta;
- Aumento do útero;
- Ausência de ovulação e menstruação (através de feedback negativo sobre o complexo
hipotálamo-hipófise).

 Duarante o 2º trimestre de gestação (à 10ª semana), os níveis hormonais


estabilizam, pois diminui a produção de HCG, deteriora-se o corpo lúteo e a
placenta segrega progesterona (responsável pela inexistência de contrações
uterinas, prevenindo assim a expulsão prematura do embrião ou do feto) e
estrogénios (a sua ação faz se sentir na expansão do útero), que mantém a
gravidez;

 No final do 3º trimestre de gestação, é uma complexa interação de hormonas


(estrogénio, oxitocinas e prostaglandinas) que induz o parto;

 Durante as últimas semanas de gestação, a concentração de estrogénio no


sangue materno atinge o seu máximo, o que desencadeia a formação de
recetores para a oxitocina no útero;

 No início do trabalho de parto, a pressão que a cabeça do feto exerce contra o


colo do útero provoca um estimulo na hipófise levando-a a produzir oxitocina;

 A oxitocina, produzida pelo hipotálamo e libertada pela hipófise posterior


materna, estimula fortes contrações do músculo liso uterino e estimula a
produção de prostaglandinas pela placenta, o que aumenta as contrações;

 Por outro lado, durante o parto, o stress físico e emocional causado pelas
contrações estimula a libertação de mais oxitocina e prostaglandinas, num
mecanismo de feedback positivo, que tem como resultado a intensa contração
dos músculos uterinos que projeta o bebé para fora do útero.
Regulação Hormonal do Aleitamento:

 Mesmo após o parto, durante a lactação, a regulação


hormonal continua a desempenhar um papel fundamental;

 Em consequência da retroação negativa não ocorre a


produção de leite, pois a produção de prolactina é impedida:
 Após o nascimento, com a expulsão da placenta, verifica-se uma diminuição da
concentração sanguínea de progesterona e de estrogénios, o que vai libertar a
hipófise anterior do feedback negativo, permitindo a secreção de prolactina;

 As glândulas mamárias entram em atividade após o parto, mas a sua secreção


não aumenta nem se mantém se não for estimulada pelas sucções do bebé;

 Durante 1 a 4 dias as glândulas mamárias elaboram um líquido chamado


colostro, até se iniciar a secreção de leite;

 O colostro é menos rico em glícidos e lípidos e mais rico em proteínas do


que o leite, sendo também rico em anticorpos que protegem a criança de
diversas infeções nas primeiras semanas de vida;

 A prolactina estimula a produção de leite, passados 2 ou 3 dias;

 A saída de leite pelos mamilos é consequência da sucção efetuada pelo bebé,


a qual desencadeia um mecanismo neuro-hormonal, que se inicia com o
estímulo de terminações nervosas existentes na zona do mamilo e a
condução dessa informação por nervos sensitivos até ao hipotálamo;

 A receção dessa informação desencadeia a atividade de neurónios


hipotalâmicos produtores de oxitocina, a qual é libertada pela hipófise
posterior;

 As células-alvo desta hormona, localizadas nas glândulas mamárias, são então


estimuladas, contraem-se e ocorre o fluxo do leite;

 A informação sensorial centrípeta desencadeada pela sucção provoca também a


produção e libertação de prolactina, que induz a lactação pelas células
secretoras das glândulas mamárias;

 A libertação de leite pelas glândulas mamárias é controlada pela oxitocina, que


além disso, e como também estimula o útero, ajuda-o a retomar o seu volume
original.
Manipulação da Fertilidade

Métodos Contracetivos:

 Métodos Naturais:

- Método do Calendário
- Método da Temperatura Corporal Basal
- Método do Muco Cervical
- Coito interrompido (é um método muito falível, tendo em conta que, antes da
ejaculação, há libertação de líquidos lubrificantes que podem conter
espermatozoides)

 Métodos de Barreira:

- Preservativos Masculino e Feminino


- Diafragma
- Espermicidas

 Métodos Hormonais:

- Pílula combinada ou estroprogestativa


- Pílula Progestativa
- Pílula Injetável
- Pílula do dia seguinte
- Selo Transdérmico
- Anel Vaginal
- Implante subdérmico
- Sistema intrauterino (SIU)
- Dispositivo Intrauterino (DIU)

 Métodos Cirúrgicos:

- Laqueação das Trompas de Falópio (esterilização feminina)


- Vasectomia (esterilização masculina) - corte dos canais deferentes, os
espermatozoides não se juntam ao esperma e são reabsorvidos
Infertilidade:

 Infertilidade: incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho e


em levar uma gravidez até ao seu termo natural.

 Critério que determina a existência de infertilidade: quando o casal tem


relações sexuais regularmente sem recurso à contraceção durante o período de
um ano, sem que ocorra gravidez.

Causas de Infertilidade:
Técnicas de Reprodução Assistida:

 Inseminação artificial (ou inseminação intrauterina) (IUI):

 Fertilização in vitro (FIV):


 Injeção intracitoplasmática de um espermatozoide (ICSI):

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