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Os espermatozoides que se encontram

nos túbulos seminíferos são imóveis e


incapazes de fertilizar o oócito II.
Os espermatozoides passam por
transporte passivo, via fluido testicular,
Menos de 100 espermatozoides
para o epidídimo (4 a 12 dias), local
atingem a trompa porque alguns têm
onde concluem a maturação e
problemas de desenvolvimento e todos
adquirem a capacidade de se
têm de enfrentar obstáculos pela
movimentar. A ejaculação ocorre
frente, tais como a acidez da uretra
através de contrações dos canais
(homem), a acidez da vagina (cujo pH
deferentes..
é aproximadamente 4,3), secreções
O oócito II abandona o ovário rodeado vaginais e do colo do útero e a entrada
por células foliculares. nas trompas (duas trompas, dois
sentidos).
As secreções produzidas pela mulher
são essencialmente constituídas por
glicoproteínas, sais e água. O volume e
a consistência deste muco variam de
acordo com o clico ovárico, em
resposta às variações hormonais. O
aumento da concentração de
Após a ejaculação são depositados estrogénios por volta do 12º dia
milhões de espermatozoides na vagina, estimula o colo do útero a produzir
que se movem até às Trompas de grandes quantidades de muco, que se
Falópio (local de fecundação – o oócito apresenta pouco viscoso e com uma
II desloca-se nas trompas devido a percentagem de água mais elevada. No
contrações das mesmas e a muco ocorre a associação das
movimentos ciliares do seu epitélio). Aí, glicoproteínas em fibras alongadas,
o oócito II e o espermatozoide formando-se canais que facilitam a
encontram-se devido à atração de uma passagem dos espermatozoides no
substância libertada pelas células cérvix, criando assim condições mais
foliculares que rodeiam o oócito II favoráveis à fecundação. No início e no
(quimiotatismo).
fim do ciclo, as concentrações enzimas tornam-se capazes de digerir
hormonais estimulam o cérvix a as proteínas da zona pelúcida).
produzir um muco mais viscoso que
bloqueia os canis glicoproteicos,
criando uma barreira à migração dos
espermatozoides.

Reação acrossómica – ocorre depois de


o espermatozoide passar a corona
radiata (células foliculares).
Quando o espermatozoide se liga à
zona pelúcida, exterior à membrana do
Após a sua chegada à vagina, os oócito II, desencadeia-se a reação
espermatozoides ainda são incapazes acrossómica, que consiste em uma
de fecundar o oócito II. Para serem série de fusões entre a membrana
capazes de fecundar o oócito II, eles externa do acrossoma e a membrana
passam pela capacitação e reação do espermatozoide. Formam-se poros
acrossómica. que permitem a libertação de vários
Capacitação espermática – processo de compostos, entre os quais enzimas
amadurecimento dos espermatozoides proteolíticas. O espermatozoide é agora
que tem lugar ao longo das vias capaz de digerir e penetrar a zona
genitais femininas, devido às secreções pelúcida e atingir o oócito II.
da mulher. Durante algum tempo são
removidas as glicoproteínas da
superfície dos espermatozoides, que
interferem com a fertilização, e as
proteínas seminais. Não há, contudo,
mudanças morfológicas.
Apenas os espermatozoides
capacitados podem passar pelas células
foliculares (corona radiata). A
capacitação é um pré-requisito para a
reação acrossómica. A capacitação tem
como efeitos uma maior rapidez dos
movimentos dos flagelos e a maior
ativação das enzimas do acrossoma (as
1 – Contacto com a zona pelúcida; membrana plasmática do oócito II e a
zona pelúcida forma uma membrana
2 – Reação acrossómica/ exposição dos
de fecundação. O oócito II torna-se
recetores da membrana;
consequentemente impermeável à
3 – Proteólise da zona pelúcida; penetração de outros espermatozoides.
4 – Fusão das membranas do oócito II A resposta rápida e a resposta lenta
e do espermatozoide; impedem a polispermia (fecundação
simultânea por mais de um
5 – Entrada do núcleo e do centríolo. espermatozoide), letal para o óvulo.

Quando a membrana do
espermatozoide se funde com a
membrana do oócito II desencadeiam-
se 2 respostas do oócito II: a resposta
rápida e a resposta lenta.
Resposta rápida – despolarização da
membrana do oócito II. Perda de Um oócito II que é penetrado por um
recetores para espermatozoides pelo espermatozoide completa a II divisão
oócito II. da meiose, formando um óvulo e o 2º
Resposta cortical (resposta lenta) – glóbulo polar, que acaba por degenerar.
grânulos corticais libertam conteúdo O flagelo do espermatozoide degenera
entre a zona pelúcida e a membrana (a sua função está concluída) e o resto
do oócito II, o que provoca o dos espermatozoides acabam por
endurecimento daquela zona. morrer.

A exocitose de grânulos corticais do O invólucro nuclear o óvulo desintegra-


oócito II para a zona entre a se em 12 horas. Forma-se um pronúcleo
feminino, o que permite a fusão dos permitindo o surgimento de novas
seus cromossomas com os do associações de genes. A variabilidade
pronúcleo do espermatozoide (que genética assegura a adaptação de
perdeu o seu invólucro nuclear) – alguns dos indivíduos às variações
cariogamia. A fusão dos dois pronúcleos ambientais adversas.
completa a fecundação e forma o
zigoto.
A cariogamia é responsável por repor o
número de cromossomas característico
das células diploides. A nova célula, o
zigoto, pode então iniciar o seu
desenvolvimento através de mitoses
sucessivas que vão permitir a
multiplicação do número de células e
dar início ao desenvolvimento
embrionário.

Um oócito II que não é penetrado por


um espermatozoide não completará a
segunda divisão da meiose, acabando
por degenerar num período de 12 a 24
horas após a ovulação. Nestas situações
acaba por ser expulso durante a fase
menstrual.
A fecundação introduz variabilidade
genética nos indivíduos, ao combinar a
informação genética dos dois
progenitores, contida em gâmetas que
se encontram aleatoriamente,

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