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Utilização de Recursos Florais por Abelhas sem Ferrão

em Diferentes Ecossistemas

CRÉDITOS
Coordenação: Dra. Astrid M. P. Kleinert &
Profa. Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca
Fotos: Sylvia Matsuda (Pró Reitoria de Pesquisa),
Tereza Cristina Giannini &
Editora Plantarum (cortesia)
Web-siter: Tereza Cristina Giannini
Apoio: Pró-Reitoria de Graduação, Pós-Graduação &
Pró Reitoria de Pesquisa
Agradecimentos: Prof. Dr. José Rubens Pirani (IBUSP) &
Dr. Henri Lorenzi (Plantarum)

Laboratório de Abelhas
http://eco.ib.usp.br/beelab
beelab@ib.usp.br
Fone/FAX: (011) 818-7533
Departamento de Ecologia Geral - IB - USP

ÍNDICE – Recursos Florais

Nome popular: azálea.........................................................................................................................51


Nomes populares: palmeira, seafórtia.............................................................................................52
Nomes populares: angico branco, cambuí angico..........................................................................53
Nomes populares: tapassuaré, passuaré, arapaçu, bascuaré............................................................54
Nomes populares: beijo de frade, bálsamo de jardim.....................................................................55
Nomes populares: pau magro, caboatã...........................................................................................56
Nomes populares: guaximbé, jacarandá ferro, cauvi......................................................................57
Nomes populares: pau de leite, leiteiro, mata olho, toropi.............................................................58
Nomes populares: capixingui, velame............................................................................................59
Nomes populares: coroa de espinho, coroa de cristo, colchão de noiva.........................................60
Nomes populares: vassourinha, alecrim do campo.........................................................................61
Nomes populares: cravo de defunto, cravo do mato, rabo de rojão, voadeira................................62
Nomes populares: dormideira, sensitiva, mimosa, arranhadeira, dorme maria..............................63
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 51
Nomes populares: guaçatonga, pau de lagarto, erva de pontada, chá de bugre..............................64
Nomes populares: guamirim da folha fina......................................................................................65
Nomes populares: manduirana, pau fava, aleluia, mamangá, fedegoso.........................................66
Nomes populares: violeteira, duranta, fruta de jacú.......................................................................67
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 52

Nome popular: azálea

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Abertura:
- Trigona spinipes - irapuá
tricolporado - Paratrigona subnuda - mirim
Família: Ericaceae Endoabertura: sem brilho
Nomes populares: azalea lalongado - Tetragonisca angustula - jataí
Informações adicionais: arbusto lenhoso. Planta Escultura: ornado
ornamental. Floresce no outono e inverno.  Tamanho 1: 67 - Nannotrigona testaceicornis -
Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi - Plantas micrômetros  iraí
ornamentais no Brasil. Plantarum, 1995. Tamanho 2: 49
micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas,
clique nos links acima
Políade: 4 células

Outras plantas:

 Euphorbia milli var. milli


 Archontophoenix cunninghamiana
 Impatiens balsamina
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 53

Nomes populares: palmeira, seafórtia

Características Grão de pólen Abelhas frequentes


Abertura: tricolporado
- Trigona spinipes- irapuá
Família: Palmae Endoabertura: lalongado 
- Friesella schrotkyi- mirim
Nomes populares: palmeira, seafórtia Escultura: pilado  preguiça
Informações adicionais: palmeira exótica de Forma: prolato esferoidal  - Plebeia emerina - mirim emerina
8-10 metros de altura. Inflorescência Âmbito: triangular  - Paratrigona subnuda- mirim sem
arroxeada, ramificada. Frutos estéreis.  Polo (VE):  42 brilho
Bibliografia consultada e foto à esquerda: micrômetros  - Plebeia droryana - mirim droriana
H. Lorenzi, Palmeiras no Brasil. Plantarum, Equador (VE):  37
1996. micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas, clique
nos links acima
VP: 33 micrômetros

Outras plantas:

 Rhododendron indicum
 Euphorbia milli var. milli
 Impatiens balsamina
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 54

Nomes populares: angico branco, cambuí angico

Características Grão de pólen Abelhas frequentes


Família: Leguminosae - Mimosoideae
Nomes populares: angico branco, cambuí angico
Informações adicionais: árvore com 12-15 metros de
altura. Planta decídua. Característica de mata Escultura: areolado 
secundária. É particularmente frequente nas regiôes Diâmetro: 41  Partamona cupira - cupira
mais altas da encosta atlântica nos estados do Rio de micrômetros   Frieseomelitta doerderleini 
Janeiro e São Paulo. Floresce nos meses de dezembro Políade: 16 células 
a abril.
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores
brasileiras. Plantarum, 1992.

Outras plantas:

 Senna macranthera
 Tabebuia impetiginosa
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 55

Nomes populares: tapassuaré, passuaré, arapaçu, bascuaré

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Abertura:  tricolporado  - Scaptotrigona bipunctata - tubuna
Família: Leguminosae - Caesalpinioideae
- Plebeia cf droryana - mirim droriana
Nomes populares: tapassuaré, passuaré,
Endoabertura: circular  - Melipona bicolor - guaraipo
arapaçu, bascuaré
Escultura: reticulado - Melipona rufiventris  - uruçu amarela 
Informações adicionais: árvore com 20-
Forma: subprolato  - Melipona marginata - manduri
30metros de altura. Planta perene.
Característica de floresta pluvial de encosta Âmbito: triangular  - Trigona spinipes - irapuá
atlântica, preferencialmente no interior da Polo (VE): 28 - Plebeia remota - mirim guaçu
floresta primária densa. Floresce nos meses micrômetros  - Melipona quadrifasciata - mandaçaia
de outubro-novembro. Equador (VE):  24 - Chepalotrigona capitata - mombucão
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi micrômetros 
- Árvores brasileiras. Plantarum, 1992. * Para saber mais sobre as abelhas, clique nos
VP: 29 micrômetros  links acima

Outras plantas:

 Casearia sylvestris
 Myrcia rostrata
 Cupania oblongifolia
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 56

Nomes populares: beijo de frade, bálsamo de jardim

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes

Família: Balsaminaceae Abertura:


Nomes populares: beijo de frade, bálsamo de tetracolpado  - Trigona spinipes - irapuá
Escultura: reticulado - Plebeia droryana - mirim droriana
jardim
Forma: peroblato  - Plebeia emerina - mirim emerina
Informações adicionais: herbácea anual,
Âmbito: retangular - Paratrigona subnuda - mirim sem
suculenta. Planta ornamental. Sementes contidas
em cápsulas (frutos) que se abrem e torcem ao brilho
Polo (VE): 19
menor toque. micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas, clique
Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi - Equador (VE): 41 nos links acima
Plantas ornamentais. Plantarum, 1995. micrômetros 

Outras plantas:

 Rhododendron indicum
 Euphorbia milli var. milli
 Impatiens balsamina
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 57

Nomes populares: pau magro, caboatã

Características Grão de pólen Abelhas frequentes


Família: Sapindaceae
Nomes populares: pau magro, Abertura: tricolporado, - Scaptotrigona bipunctata - tubuna 
caboatã sincolporado, apocolpio - Melipona rufiventris  - uruçu amarela 
Informações adicionais: árvore com intacto - Melipona marginata - manduri 
7-8m, pernifólia. Característica e Endoabertura:lalongado  - Melipona bicolor - guaraipo
exclusiva da mata pluvial Atlântica, Escultura: indefinida - Melipona quadrifasciata - mandaçaia
onde sua frequência é média. Floresce - Schwarziana quadripunctata - guiruçu 
Âmbito: triangular,
durante os meses de junho-julho.
isopolar
Bibliografia consultada e fotos: H. * Para saber mais sobre as abelhas, clique nos links
VP:  27micrômetros  acima
Lorenzi - Árvores brasileiras.
Plantarum, 1998.

Outras plantas:

 Sclerobium denudatum
 Casearia sylvestris
 Myrcia rostrata
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 58

Nomes populares: guaximbé, jacarandá ferro, cauvi

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Família: Leguminosae - Papilionoideae
Abertura:  tricolporado  - Paratrigona subnuda - mirim
Nomes populares: guaximbé, jacarandá ferro,
Endoabertura: lalongado  sem brilho
cauvi
Escultura: reticulada - Partamona helleri - cupira do
Informações adicionais: árvore com 8-18 metros
Forma: prolato esferoidal sudeste
de altura. Planta semidecídua. Característica de  - Melipona rufiventris - uruçu
floresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná Âmbito: circular 
e é também encontrada na floresta pluvial de Polo (VE): 22 micrômetros  amarela
encosta atlântica, predominantemente nas - Scaptotrigona bipunctata -
formações secundárias. Floresce nos meses de tubuna
Equador (VE):  21
fevereiro -maio.
micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas,
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - clique nos links acima
VP: 21 micrômetros 
Árvores brasileiras. Plantarum, 1992.

Outras plantas:

 Sapium glandulatum
 Croton floribundus
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 59

Nomes populares: pau de leite, leiteiro, mata olho, toropi

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Família: Euphorbiaceae
Abertura: tricolporado - Scaptotrigona bipunctata -
Nomes populares: pau de leite, leiteiro, mata olho,
Endoabertura: lalongado  tubuna
toropi
Escultura: pilado  - Paratrigona subnuda -
Informações adicionais: árvore decídua, lactescente
Forma: prolato esferoidal  mirim sem brilho
com 5-20m. Encontrada com freqüência em sub- - Plebeia remota - mirim
bosques de pinheirais parcialmente devastados. Âmbito: triangular 
Raramente é encontrada no interior de florestas Polo (VE):  42 guaçu
latifoliadas densas, exceto em florestas primárias - Tetragonisca angustula  -
micrômetros 
localizadas em planícies aluviais ou beira de rios. jataí
Equador (VE):  37
Floresce de outubro a fevereiro.
micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas,
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - clique nos links acima
VP: 33 micrômetros
Árvores brasileiras. Plantarum, 1992.

Outras plantas:

 Machaerium nictitans
 Croton floribundus
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 60

Nomes populares: capixingui, velame

Características Grão de pólen Abelhas frequentes


Família: Euphorbiaceae - Scaptotrigona bipunctata -
Abertura:
Nomes populares: capixingui, velame tubuna
inaperturado 
Informações adicionais: árvore com 6-10 metros de - Trigona spinipes  - irapuá
altura. Sendo planta pioneira, é útil para Escultura:  padrão - Paratrigona subnuda  - mirim
reflorestamento. Planta decídua ou semidecídua. "croton"  sem brilho
Característica de matas secundárias da floresta Forma: esférica  - Melipona marginata -
semidecídua e também no interior de mata primária.  Âmbito: circular  manduri
Floresce nos meses de outubro-dezembro. Diâmetro: 77
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas,
brasileiras. Plantarum, 1992. clique nos links acima

Outras plantas:

 Machaerium nictitans
 Sapium glandulatum
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 61

Nomes populares: coroa de espinho, coroa de cristo, colchão de noiva

 
 Características Grão de pólen Abelhas frequentes

Abertura:  tricolporado 
Endoabertura: - Tetragonisca angustula -
Família: Euphorbiaceae lalongado  jataí
Nomes populares: coroa de espinho, coroa de cristo, Escultura: reticulado e - Trigona spinipes - irapuá
colchão de noiva pilas livres  - Paratrigona subnuda - mirim
Informações adicionais: arbusto semi lenhoso. Forma: suboblato  sem brilho
Âmbito: circular  - Plebeia emerina - mirim
Planta ornamental. Floresce o ano todo. 
emerina
Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi - Plantas Polo (VE): 36
ornamentais no Brasil. Plantarum, 1995. micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas,
Equador (VE):  47 clique nos links acima

micrômetros 
VP: 39 micrômetros 

Outras plantas:

 Rhododendron indicum
 Archontophoenix cunninghamiana
 Impatiens balsamina
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 62

Nomes populares: vassourinha, alecrim do campo

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Abertura:  - Plebeia droryana - mirim
Família: Asteraceae tricolporado  droriana
Nomes populares: vassourinha, alecrim do campo Endoabertura: não - Melipona marginata -
visível manduri
Informações adicionais: erva perene. Planta invasora
Escultura: espinhos - Scaptotrigona conflita - 
bastante frequente. Empregada na farmacopéia popular.
- Trigona hyalinata - xupé
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Plantas
daninhas do Brasil. Plantarum, 1991. Âmbito: circular 
* Para saber mais sobre as abelhas,
VP: 24 micrômetros  clique no link acima

Outras plantas:

 Borreria verticillata
 Duranta repens
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 63

Nomes populares: cravo de defunto, cravo do mato, rabo de rojão,


voadeira

 
Características Grão de Pólen Abelhas frequentes
- Nannotrigona testaceicornis
Família: Asteraceae Abertura: 
- iraí
Nomes populares: cravo de defunto, cravo do mato, rabo tricolporado  - Partamona helleri - cupira
de rojão, voadeira Endoabertura: não do sudeste
Informações adicionais: erva anual. Planta invasora visível  - Trigona spinipes - irapuá
bastante frequente. Empregada na farmacopéia popular.  Escultura: espinhos - Geotrigona mombuca
Bibliografia consultada e foto: H. Lorenzi - Plantas Âmbito: triangular 
daninhas do Brasil. Plantarum, 1991. VP: 37 micrômetros  * Para saber mais sobre as abelhas,
clique nos links acima

Outras plantas:

 Mimosa pudica
 Marsypianthes chamaedrys
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 64

Nomes populares: dormideira, sensitiva, mimosa, arranhadeira, dorme


maria

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Família: Leguminosae - Mimosoideae Abertura: 2 poros - Geotrigona mombuca
Nomes populares: dormideira, sensitiva, por célula - Melipona quadrifasciata - mandaçaia
mimosa, arranhadeira, dorme maria Escultura: - Nannotrigona testaceicornis - iraí
Informações adicionais: erva perene. Planta indefinida 
invasora bastante frequente. Empregada na - Partamona helleri - cupira do sudeste
Diâmetro: 13 - Trigona spinipes - irapuá
farmacopéia popular. É particularmente comum
em locais úmidos como na planície litorânea. micrômetros
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Políade: tétrade * Para saber mais sobre as abelhas, clique nos links
acima
Plantas daninhas do Brasil. Plantarum, 1991. tetraédrica esférica

Outras plantas:

 Tagetes minuta
 Marsypianthes chamaedrys
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 65

Nomes populares: guaçatonga, pau de lagarto, erva de pontada, chá de


bugre

Características Grão de pólen Abelhas frequentes


- Paratrigona subnuda - mirim sem
Abertura:  tricolporado  brilho 
Família: Flacourtiaceae - Scaptotrigona bipunctata - tubuna
Nomes populares: guaçatonga, pau de - Schwarziana quadripunctata - guiruçu
Endoabertura:
lagarto, erva de pontada, chá de bugre
lalongado 
Informações adicionais: árvore com 4-6
Escultura: não visível - Partamona helleri - cupira do sudeste
metros de altura. Planta perene e pioneira,
característica dos sub bosques, menos Forma: subprolato 
frequente na floresta pluvial. Frequente em Âmbito: circular  - Melipona marginata - manduri
formações secundárias. Os frutos são Polo (VE): 24 - Plebeia cf. droryana - mirim droriana
consumidos por pássaros. Floresce nos micrômetros  - Trigona spinipes - irapuá
meses de junho-agosto. Equador (VE):  18 - Melipona rufiventris - uruçu amarela
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Melipona bicolor - guaraipo
micrômetros 
- Árvores brasileiras. Plantarum, 1992.
VP: 19 micrômetros 
* Para saber mais sobre as abelhas, clique nos
links acima

Outras plantas:

 Sclerobium denudatum
 Myrcia rostrata
 Cupania oblongifolia
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 66

Nomes populares: guamirim da folha fina

Características Grão de pólen Abelhas frequentes


Família: Myrtaceae
Nomes populares: guamirim da folha fina Abertura:  tricolporado  - Plebeia remota - mirim guaçu 
Endoabertura: lalongado  - Partamona helleri - cupira do sudeste
- Scaptotrigona bipunctata - tubuna
Informações adicionais: árvore com 4-8
metros de altura. Planta semi decídua. Escultura: granulado - Schwarziana quadripunctata - guiruçu
Característica de áreas abertas de Forma: oblato  - Plebeia cf droryana - mirim droriana 
cerrado, bordas de capões, matas Âmbito: triangular  - Melipona marginata - manduri 
ciliares, sub bosques de pinhais e em - Trigona spinipes - irapuá 
Polo (VE): 13
clareiras da mata pluvial Atlântica.
micrômetros  - Melipona rufiventris  - uruçu amarela 
Floresce nos meses de novembro-
Equador (VE):  19 - Paratrigona subnuda - mirim sem brilho
dezembro.
Bibliografia consultada e fotos: H. micrômetros 
* Para saber mais sobre as abelhas, clique nos
Lorenzi - Árvores brasileiras. Plantarum, VP: 19 micrômetros  links acima
1998.

Outras plantas:

 Sclerobium denudatum
 Casearia sylvestris
 Cupania oblongifolia
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 67

Nomes populares: manduirana, pau fava, aleluia, mamangá, fedegoso

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Família: Leguminosae - Caesalpinioideae Abertura:  tricolpado 
Nomes populares: manduirana, pau fava, aleluia, Escultura: indefinida - Trigona spinipes -
mamangá, fedegoso Forma: prolato  irapuá
Informações adicionais: árvore com 6-8 metros de Âmbito: triangular 
altura. Planta semidecídua ou decídua durante o inverno.  
Polo (VE): 44
É frequente em  formações secundárias de regiôes de
altitude. Floresce nos meses de dezembro a abril. micrômetros  * Para saber mais sobre as
abelhas, clique no link acima
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Árvores Equador (VE):  31
brasileiras. Plantarum, 1992. micrômetros 

Outras plantas:

 Anadenanthera colubrina
 Tabebuia impetiginosa
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 68

Nomes populares: violeteira, duranta, fruta de jacú

 
Características Grão de pólen Abelhas frequentes
Abertura: 
 Família: Verbenaceae tricolporado  - Trigona spinipes - irapuá
Nomes populares: violeteira, duranta, fruta de jacú Endoabertura: não - Trigona hyalinata - xupé
Informações adicionais: arbusto lenhoso de 3-6m de altura. visível  - Plebeia droryana - mirim
Planta ornamental. Floresce na primavera e verão.  Escultura: indefinida droriana
Bibliografia consultada e fotos: H. Lorenzi - Plantas * Para saber mais sobre as
ornamentais no Brasil. Plantarum, 1995. Âmbito: triangular  abelhas, clique no link acima
VP: 38 micrômetros 

Outras plantas:

 Borreria verticillata
 Baccharis  dracunculifolia
PLANTAS APICOLAS

1. As Flores como Fonte de Recursos Alimentares - http://www.ib.usp.br/beeplant/intro.htm#item1

O conceito da potencialidade das plantas apícolas está principalmente


relacionado com a qualidade e a quantidade de néctar produzido pela
espécie de planta e, conseqüentemente, com a produção de mel além da
oferta polínica.
Algumas plantas secretam néctar copiosamente, enquanto outras
secretam-no em pequena quantidade. Entretanto, as abelhas, com seu
especializado aparelho bucal, conseguem recolher volumes diminutos
dessa solução.
O néctar das flores é uma fraca solução açucarada com peque- nas
quantidades de outras substâncias, tais como óleos essenciais, gomas,
substâncias minerais etc., que se tornam importantes à medida que o
néctar, dentro da colônia, é transformado em mel, visto que elas
determinam o aroma e o sabor característicos do mel das diferentes fontes florais.
A concentração de açúcares no néctar sofre alterações ao longo do dia, geralmente apresentando valores
muito baixos pela manhã. À medida que o dia avança, esse néctar , sofrendo a influência de fatores internos e
externos, pode duplicar e até triplicar a sua concentração (flores com formato aberto tendem a apresentar taxa
de evaporação maior do que flores tubulosas). Outros fatores também influenciam na secreção do néctar, e os
mais evidentes são temperatura, umidade e composição dos solos, ventos e idade da planta. Cada um desses
fatores atua de modo diferente em cada espécie de planta (Crane et al., 1984).
O néctar é produzido nas flores por órgãos especiais denominados nectários, que freqüentemente se
encontram na base das flores. Quando se localizam em outra parte da planta que não as flores, são chamados
de nectários extraflorais e podem produzir néctar com altas taxas de açúcares, como os que ocorrem nas
folhas de mamona (47,8%) e de algodão (41,9%) (Nogueira-Neto, 1953). O néctar das flores atrai insetos,
pássaros e até morcegos, que, ao visitarem as flores, podem realizar a polinização, a qual consiste no
transporte do pólen das antenas para o estigma de uma flor. Existem inúmeras plantas que, em maior ou
menor escala, dependem da visita dos insetos para a polinização, sem a qual não ocorre a produção de frutos
e sementes. Essas flores que dependem dos insetos para a polinização podem ser reconhecidas geralmente
por suas corolas bem desenvolvidas e de tamanho notável, ou, quando pequenas, agrupadas em
inflorescências atraentes no conjunto, por suas cores vistosas ou por um odor marcante.

2. Aspectos da Vida das Abelhas - http://www.ib.usp.br/beeplant/intro.htm#item2

A grande maioria das espécies de abelhas é solitária, ou seja, não vive em sociedade. Entretanto, existem
abelhas que possuem vida social habitando um ninho comum, e entre estas encontram-se as principais
espécies de abelhas utilizáveis pelo homem na polinização das flores.
Além do fato de haver espécies de abelhas que podem ser criadas pelo homem, as abelhas sociais têm ainda
uma outra grande vantagem sobre os outros insetos polinizadores. É que, ao contrário destes, cada abelha de
uma mesma colméia geralmente procura as flores da mesma espécie vegetal, enquanto esta se mostrar
atraente para ela (Free, 1980). Desse modo, há menos desperdício de pólen e maior eficiência na polinização,
o que não acontece com os insetos que visitam seguidamente flores de diferentes espécies vegetais, visto que
o pólen de uma espécie não pode ser efetivo na fecundação de outra espécie.
Existem três grupos de abelhas realmente sociais: os bombíneos (mamangavas sociais), os apíneos (entre os
quais a abelha-européia - Apis mellifera) e os meliponíneos, que são as abelhas indígenas sem ferrão.
As abelhas mamangavas (Bombus spp) fazem seus ninhos tipicamente em depressões superficiais cobertas
com detritos vegetais e em tocas abandonadas de outros animais ou cavidades naturais, como pilhas de
pedras. Na literatura há exemplos de ninhos de mamangavas em pilhas de madeira, casacos velhos, depósitos
de materiais velhos, raízes de árvores e mesmo em ninhos de pássaros (Morse, 1982).
Os ninhos não apresentam entrada com forma definida. São predominantemente anuais, mas podem
eventualmente sobreviver por vários anos em regiões mais tropicais (Zucchi, 1973). O ninho é defendido com
agressividade. Antes de sair do ninho para atacar o intruso, as abelhas fazem um barulho com as asas,
audível a uma distância de 3-4 m do ninho. Essas abelhas têm o ferrão liso, de maneira que ele pode ser
usado várias vezes no mesmo intruso (Laroca, 1976). A ferroada é muito dolorida, causando desconforto e até
paralisia temporária.
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 73
As abelhas são grandes mas a população nidal é pequena, assim como seus ninhos, se comparados com os
de outras abelhas sociais.

Na nossa região a família de plantas mais visitadas pelas Bombus, através das observações nas flores (Knoll,
1990), foram as Verbenaceae (Duranta), e pelos estudos polínicos (Camillo e Garó- falo, 1989), as Solanaceae
(Solanum). Durante o ano, essas abelhas visitam de 9 a 11 espécies de flores. Bem cedo, pela manhã, são as
primeiras abelhas a coletarem nas flores. Isso ocorre porque conseguem manter a temperatura do corpo vários
graus acima da temperatura ambiente (Morse, 1982). Não apresentam comunicação da fonte de alimento para
as outras abelhas da colônia, mas especializam-se na coleta de alimento em espécies de flores abundantes e
atrativas. Machos, operárias e rainhas coletam pólen nas flores. O tamanho dos indivíduos da colônia varia
nas diversas épocas do ano.
Sua importância econômica está na polinização eficiente de algumas plantas, como o maracujá, tomate,
pimentão, entre outros.
Dentre os meliponíneos, a abelha mirim-preguiça (Friesella schrottkyi) nidifica em ocos pequenos onde quer
que os encontre. É comum em moirões de cerca, paredões de pedra, dentro de postes, em conduítes de luz
etc.
Seu nome popular está relacionado ao fato de essas abelhas só saírem do ninho nas horas mais quentes do
dia e, portanto, sempre trabalharem em períodos mais restritos, limitados pela temperatura.
Essa abelha muito mansa é o menor meliponíneo da área. É facilmente reconhecida pela cor cinza-opaca
devido à pilosidade do corpo. Tem vôo característico antes de pousar na flor, uma espécie de dança em
ziguezague.
A entrada do ninho é um tubo pouco saliente, sendo fechada à noite pelas abelhas. Toda a entrada ou seus
bordos são elaborados com cera branca ou branco-amarelada. Os ninhos têm distribuição agregada, e em
direção à face norte, localizados em muros de pedras e postes.
Seu nicho trófico variou de 17 a 25 espécies de plantas durante o período de um ano (Cortopassi-Laurino,
1982; Knoll, 1990), tendo sido mais encontradas coletando alimento em Palmae (palmeira-elegante, jerivá). As
análises polínicas indicam as mais visitadas como sendo as Compositae (picão, crisântemo etc.) e as
Bombacaceae (paineira), entre outras flores (Imperatriz-Fonseca, 1989).
As abelhas mandaçaias (Melipona quadrifasciata) nidificam em árvores. A entrada típica do ninho, por onde
circula uma abelha de cada vez, tem ao seu redor raios convergentes de barro construí- dos pelas abelhas.
Uma forma branda de agressividade ocorre apenas em colônias muito fortes, quando as abelhas esvoaçam
sobre o meliponicultor e mais raramente chegando a beliscar (Nogueira-Neto, 1970).
São insetos raramente observados nas flores (7-8 espécies de planta ao longo do ano) (Cortopassi-Laurino,
1982; Knoll, 1990). A família Compositae (girassol) foi a preferida por essa espécie de abelhas (observação
direta), enquanto as análises polínicas indicaram uma grande preferência pelas Myrtaceae (eucaliptos) e
Melastomataceae (quaresmeira), entre outras (Guibu et al., 1988). Nesta última, a abelha coleta o pólen pelo
método de vibração porque as anteras são do tipo poricida.
A população dos ninhos é pequena, com apenas algumas centenas de indivíduos.
As manduris (Melipona marginata) nidificam predominantemente em ocos de árvores e também em paredões
de taipa. A entrada do ninho é típica e fica no centro de estrias convergentes de barro, passando apenas uma
abelha de cada vez.
São abelhas raramente agressivas, procurando beliscar o meliponicultor somente quando em colônias muito
fortes.
Assim como as mandaçaias, essas abelhas são raramente observadas nas flores. Seu nicho trófico (número
de espécies de flores visitadas) é pequeno e varia de 4 a 5 ao longo do ano quando se realizaram coletas nas
flores. Visitam predominantemente as espécies da família das Leguminosae (mimosa, bálsamo), que também
foi bem representada nas análises polínicas (Kleinert-Giovannini e Imperatriz-Fonseca, 1987).
Sua população nidal é pequena, de apenas algumas centenas de indivíduos.
As abelhas iraí (Nannotrigona testaceicornis) nidificam onde quer que se encontrem ocos (árvores, moirões de
cerca, paredões de pedra etc.). Essa abelha é comum nas cidades. A entrada do ninho é um tubo, geralmente
curto, feito com cerume pardo ou escuro. Não usa cera branca ou clara. Durante a noite, o tubo é fechado com
a construção de uma rede de cerume, que é recolhida ao amanhecer.
Diferente dos outros meliponíneos, apresenta, na periferia do ninho, lamelas ou membranas de cerume
espesso, escuro, endureci- do e quebradiço, que contêm provavelmente muita própolis (Nogueira-Neto, 1970).
Essa é uma das abelhas menos estudadas na nossa região. A iraí visitou 14-47 espécies de plantas
(Cortopassi-Laurino, 1982; Knoll, 1990) tendo sido mais observada na família Labiatae (manjericão) ao longo
do ano.
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 74
Bego et al. (1989) observaram o comportamento de visita dessas abelhas em estufas, no Japão. Verificaram
que elas visitaram 15 das 25 espécies de flores oferecidas, sendo mais atraídas pelas Campanulaceae e
Compositae.
Essas abelhas são muito rústicas e algo sensíveis ao frio, desenvolvendo-se melhor nas regiões mais quentes.

A jataí-da-terra (Paratrigona subnuda), como o próprio nome indica, nidifica no chão. É comum em ninhos
abandonados de formiga Atta a uma profundidade de 25-53 cm (Imperatriz-Fonseca et al., 1972). Seus ninhos,
abundantes no campus, têm distribuição agregada.

A entrada do ninho, um pequeno tudo de cerume escuro com orifícios em ninhos fracos, é fechada durante a
noite, através da manipulação do cerume. São abelhas mansas. Essas abelhas visitaram de 33 a 72 espécies
de plantas durante o ano (Cortopassi-Laurino, 1982; Knoll, 1990), tendo sido mais observadas nas Labiatae
(manjericão), enquanto a análise polínica identificou principalmente as Myrtaceae (eucaliptos) (Mouga, 1984).
As abelhas mirins ou mosquitos (Plebeia spp) nidificam nos mais variados lugares: em árvores, em paredões
de pedras ou tijolos, em mourões de cerca, em barrancos etc. Serve-lhes de moradia qualquer oco de
tamanho apropriado e não demasiadamente aquecido pelo sol. A entrada dos ninhos antigos é feita com
própolis endurecida (Nogueira-Neto, 1970). São abelhas mansas.
Em P. droryana, a entrada, construída com própolis, é um orifício com uma saliência maior na sua parte
inferior (patamar). Com muita freqüência ocorre entrada dupla, sendo uma bem menor que a outra. Em um ano
visitaram 37 espécies de plantas (Knoll, 1990).
Em P. emerina, a entrada é um tubo de poucos centímetros, de cerume escuro, com orifícios nas paredes.
Visitaram 43 espécies de plantas ao longo do ano (Knoll, 1990).
Em P. saiqui a entrada é um tudo de cerume, pouco mais longo do que em P. emerina. Como característica,
apresenta, quando manipulada, cheiro de limão (odor citral), semelhante à abelha conhecida como abelha-
limão. Essas abelhas se protegem enroscando-se nos cabelos. Visitaram 29 espécies de plantas no período
de um ano (Knoll, 1990).
Em P. remota a entrada, elaborada com própolis, é muito pequena, sem protuberância, dando passagem
geralmente a uma única abelha de cada vez. Visitaram 10 espécies de plantas pelas observações nas flores
ao longo do ano (Knoll, 1990).
O grupo das abelhas mirins apresentou coletas muito semelhantes no que concerne às famílias Solanaceae
(fumo) e Palmae (palmeira-elegante e jerivá} para Pd, Pe e Pq, e as Anacardiaceae (charão) e Myrtaceae
(eucaliptos) para Pr, embora as duas famílias anteriores também tenham sido anotadas nas coletas florais. Na
análise polínica, as Myrtaceae, Palmae e Balsaminaceae (beijo) foram mais importantes para Pd, Pe e Pq,
enquanto só as duas primeiras famílias foram importantes para Pr (Imperatriz-Fonseca, 1989}.
A abelha jataí (Tetragonisca angustula) é das mais comuns e mais adaptáveis às condições de nidificação
diferentes. A entrada do ninho é de cerume alaranjado, cujas paredes são finas e apresentam orifícios. Esse
tubo pode ser curto mas geralmente tem alguns centímetros de comprimento (2-3 cm). Sua extremidade
freqüentemente tem bordas estreitas de cera branca. Muitas vezes essas abelhas fecham à noite a entrada do
tubo. Durante o dia, é característica a presença de várias sentinelas voando ao redor da porta.
Às vezes são inteiramente mansas, mas existem também colônias agressivas cujas abelhas beliscam a pele e
enrolam-se nos cabelos. Podem também depositar grumos de própolis sobre a pele e a roupa dos intrusos.
Dos meliponíneos pequenos é a espécie mais bem adaptada às condições da nossa região. Visitou grande
número de plantas ao longo do ano (62-69) (Cortopassi-Laurino, 1982; Knoll, 1990) preferindo as
Euphorbiaceae (coroa-de-cristo), dados também confirmados pelos resultados das análises polínicas (Iwama e
Melhem, 1979; Imperatriz-Fonseca et al., 1984).
Essa é uma espécie de ampla distribuição geográfica no território brasileiro. Enxameia com facilidade e ataca
ninhos de abelhas fracas de outras espécies para ali se estabelecer ou para pilhagem. Essas abelhas, de cor
amarelo-ouro, têm corbículas de cor preta que se destacam à distância.
As irapuás (Trigona spinipes) constróem ninhos aéreos em forquilhas de árvores. Seu formato externo é
aproximadamente ovalado sendo mais alto do que largo. Dados de Nogueira- Neto (1962) citam o tamanho
aproximado de um ninho dessa espécie como sendo de 60x48 cm. O ninho apresenta um exoinvólucro que é
uma estrutura composta por membranas espaçadas e irregulares que envolvem os favos e os potes de
alimento.
Essa abelha é de porte médio, mas sua população nidal é muito grande chegando a milhares de indivíduos.
São agressivas quando alguém se aproxima do ninho. Apresentam territorialidade, e seus ninhos distam
aproximadamente 100 m uns dos outros. A entrada do ninho é grande, protuberante, de formato ovalado,
possibilitando a passagem de dezenas de abelhas ao mesmo tempo. As bordas da entrada são pouco
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 75
salientes. Septos perpendiculares ocorrem na entrada do ninho.
São abelhas agressivas do tipo que se fixam à raiz dos cabelos do intruso e ficam zunindo ou dando
"mordidas" com as mandíbulas na pele. Usam resina também.
Nas flores, as irapuás são os meliponíneos mais politróficos da área, visitando 81-105 espécies de flores ao
longo do ano (Cortopassi-Laurino, 1982; Knoll, 1990). As plantas predominantemente coletadas foram as flores
das Proteaceae (grevílea), entre outras. Pela análise polínica as Myrtaceae (eucalipto) e Palmae (palmeira-
elegante e jerivá) foram as preferidas.
Essa espécie apresenta elevado grau de comunicação das fontes florais para as outras campeiras (Kerr et al.,
1981), de tal forma que monopolizam as fontes mais interessantes.
As abelhas mandaguari, tubuna ou tubiba (Scaptotrigona spp) têm hábitos e aspecto bastante semelhantes.
Vivem em ocos de árvores e mais raramente nidificam em paredes grossas (Nogueira- Neto, 1970). A entrada
do ninho é um funil de cerume escuro com a forma de trombeta. Não é fechada à noite. Tem distribuição pelo
vasto território de clima tropical e subtropical. São abelhas bastante comuns.
Essas espécies são agressivas, do tipo "torce-cabelo". Liberam, quando manipuladas, um odor de coco, e sua

população nidal pode ser muito grande.


Na nossa região essas espécies visitaram principalmente as Myrtaceae (eucaliptos) e Leguminosae (mimosa)
constatadas através da análise polínica (Ramalho, 1990).
Tratando agora das abelhas mais comuns da família Apidae, as abelhas Apis, também conhecidas como
abelhas africanizadas, não têm exigências em relação ao local de nidificação. No campus nidificam em
qualquer oco de tamanho apropriado: oco de árvores, baldes abandonados, cupinzeiros, caixas e registros de
luz, espaços entre telhados etc.
Como não há invólucro dos favos, não há região específica de entrada do ninho. Quando os favos estão em
colmeias racionais, não há construção de qualquer estrutura que possa ser assim denominada. Entretanto,
nesse caso, as abelhas podem aumentar ou diminuir o espaço de comunicação com o exterior, dependendo
das condições externas e internas da colônia.
São abelhas agressivas que se defendem ferro ando o intruso, ocasião em que perdem o ferrão, morrendo a
seguir. Liberam, entretanto, um ferormônio de alarme, que atrai mais e mais abelhas para o local.
Essas abelhas foram as que visitaram maior número de flores na nossa região (104-111) (Cortopassi-Laurino,
1982; Knoll, 1990). Têm preferência por coletar alimento em Leguminosae (caliandra) e Compositae (assa-
peixe), entre outras. Pela análise polínica preferem coletar alimento em Myrtaceae (eucaliptos) e Leguminosae
(tipuana) (Cortopassi-Laurino e Ramalho, 1988). Seu avançado sistema de comunicação das fontes florais
para as abelhas campeiras da mesma colmeia faz com que elas facilmente monopolizem as fontes mais ricas
de alimento.
As abelhas são de porte médio, e a população nidal pode ser muito grande, de milhares de indivíduos,
sobretudo quando criadas racionalmente.
A quantidade de flores visitadas e as espécies de plantas que constituem o nicho trófico das abelhas estão
sujeitas a variações dependendo da metodologia utilizada, e dentro de cada metodologia também ocorrem
diferenças. As metodologias mais utilizadas são de observação ou coleta nas flores e de análise polínica do
mel, pólen ou ambos. Os resultados podem também variar se as pesquisas forem feitas em locais com
fisionomia vegetal diversa, em diferentes épocas do ano ou ainda em anos consecutivos, implicando que
esses dados não sejam sempre os definitivos.
Com os dados que se dispõem atualmente (tabela dos nichos tróficos}, em termos de famílias botânicas, as
mais representativas, ou seja, as mais visitadas por maior diversidade de espécies de abelhas na região de
São Paulo foram as Ericaceae (azaléia} e Palmae (palmeira-elegante e jerivá} quando se adotou o método de
coleta nas flores. Entretanto, as famílias Myrtaceae (eucalipto, goiaba e jambo} e Leguminosae (acácia,
sibipiruna, eritrina, leucena, mimosa, pau-jacaré, guapuruvu, tipuana} foram as mais representadas
numericamente quando se adotou o método de análise polínica.

3. Metodologia Utilizada no Trabalho - http://www.ib.usp.br/beeplant/intro.htm#item3

A elaboração deste trabalho de divulgação fundamenta-se na lacuna existente nos conhecimentos das plantas
apícolas no que tange às descrições acessíveis a não iniciados, divulgações visuais, nas escassas
publicações sobre época de floração dessas espécies e na identificação das abelhas sociais que as visitam.
Para se localizar, conhecer e identificar as plantas apícolas de uma determinada região, deve-se realizar um
levantamento qualitativo e quantitativo das abelhas que visitaram as espécies vegetais. Como o valor de cada
planta apícola é variável e dependente da região e das condições climáticas, é importante que cada apicultor
ou pessoa interessada em observar os insetos nas flores tenha em mente que uma planta muito apícola de
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 76
uma região pode não o ser em outra, ou ainda apresentar baixa atratividade.
A seleção das plantas mais apícolas de determinada região exige uma observação detalhada da época de
floração em consonância com anos secos ou chuvosos, para, a partir desses conhecimentos, elaborar jardins
de plantas apícolas ou proceder à expansão de espécies de plantas que florescem em épocas de escassez
floral.
Convém lembrar que muitas plantas apícolas são altamente decorativas e podem ser cortadas e colocadas
dentro de casa. Muitas espécies do grupo das ervas medicinais e aromáticas e das espécies ruderais ou
nativas também são visitadas pelas abelhas.
O estágio posterior ao do levantamento das plantas apícolas e do seu período de florescimento é o de
reconhecimento das plantas visitadas pelas abelhas, através do pólen e do mel estocados nas colmeias
dessas espécies de abelhas.
Através da identificação do pólen coletado pelas abelhas e do pólen presente no mel, pode-se inferir quais são
as fontes alimentares preferenciais das diversas espécies de abelhas, além das fontes alternativas e casuais.
Esse método é bastante eficaz porque mostra todo o raio de ação das abelhas, o que pela observação direta
nem sempre é possível, como é o caso das árvores altas, floradas curtas ou muito distantes das colmeias.
As descrições polínicas visam estabelecer condições para uma legislação adequada do controle de qualidade
do mel brasileiro, além de fornecer subsídios para estudos do comportamento das abelhas através do

reconhecimento do seu nicho trófico.


Para a descrição e ilustração dos grãos de pólen das espécies vegetais presentes neste trabalho, foram feitas
preparações pelo método da acetólise (Erdtman, 1960).
AUTORIA:
Vinícius Castro Souza; Marilda Cortopassi-Laurino; Rosângela Simão-Bianchini; José Rubens Pirani;
Mathilde Lisboa Azoubel; Lilian Sumie Guibu; Tereza Cristina Giannini. In: FLORES E ABELHAS EM
SÃO PAULO. EDUSP, 1993. (modificado)

1. As Flores como Fonte de Recursos Alimentares


2. Aspectos da Vida das Abelhas
3. Metodologia Utilizada no Trabalho
 

ANTRÓPICO - CAMPUS USP - SÃO PAULO


Espécies vegetais mais visitadas por abelhas sem ferrão Abelhas sem ferrão mais abundantes (%)
 Rhododendron indicum
 Euphorbia milli var. milli
 Toxicodendron verniciferum  Trigona spinipes - 42,2
 Agave sisalana  Tetragonisca angustula - 22,1
 Archontophoenix cunninghamiana  Paratrigona subnuda - 11,1
 Ocimum sellowii  Nannotrigona testaceicornis - 10,5
 Grevillea banksii  Plebeia emerina - 5,3
 Croton sp  Outras (N=6) - 8,7 
 Impatiens balsamina
 Nicotiana tabacum
Famílias botânicas mais visitadas por abelhas sem ferrão (%)  
 Euphorbiaceae - 13,6
 Leguminosae - 10,9
 Ericaceae - 10,3
 Asteraceae - 9,9
 Labiatae - 8,6
 Anacardiaceae - 7,2
 Outras (N=50) - 39,6
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 77
Bibliografia

1990-FÁTIMA DO ROSÁRIO NASCHENVENG KNOLL - Abundância relativa, sazonalidade e preferências


florais de Apidae (Hymenoptera) em uma área urbana. São Paulo, USP, 127 p. Tese (Doutorado). Depto de
Zoologia .Orientadora: Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca. (*Docente Universidade Estadual Paulista -
UNESP - Bauru).
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 78

CAATINGA – CASA NOVA – BAHIA


Espécies vegetais mais visitadas por abelhas sem
Abelhas sem ferrão mais abundantes (%)
ferrão
 78róton mucronifolius
 Bauhinia sp
 Astronium aff. Urundeuva  Trigona spinipes – 40,1
 Senna macranthera  Scaptotrigona tubiba – 25,2
 Cnidoscolus phyllacanthus  Frieseomelitta doederleini – 17,1
 Anadenanthera colubrina  Plebeia sp2 – 8,3
 Herissantia crispa  Trigonisca cf. pediculana – 3,3
 Sida galheirensis  Outras (N=5) – 5,9
 Piptadenia moniliformis
 Tabebuia impetiginosa
Famílias botânicas mais visitadas por abelhas sem
Fisionomia da região
ferrão (%)

 Leguminosae – 16,4
 Euphorbiaceae – 7,8
 Anacardiaceae – 6,7
 Malvaceae – 4,9
 Convolvulaceae – 1,6
 Bignoniaceae – 1,5
 Outras (N=19) – 61,0

Bibliografia

1994-MARINA SIQUEIRA DE CASTRO – Composição, fenologia e visita às flores pelas espécies de Apidae
em um ecossistema de caatinga. São Paulo, USP, 103 p. Dissertação (Mestrado). Depto. Ecologia Geral.
Orientadora. Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca.
 

CERRADO – LENÇÓIS – BAHIA


Espécies vegetais mais visitadas por abelhas sem ferrão Abelhas sem ferrão mais abundantes (%)
 Musa sapientum
 Tagetes minuta
 Cajanus cajan  Trigona spinipes – 65,2
 Mimosa pudica  Geotrigona mombuca – 14,5
 Vellozia dasypus  Frieseomelitta francoi – 6,1
 Calliandra augusta  Partamona helleri – 5,9
 Marsypianthes chamaedrys  Leurotrigona mueleri – 3,2
 Cuphea impexa  Outras (N=2) – 5,0
 Scleria bractiata
 Vantanea chovata
Famílias botânicas mais visitadas por abelhas sem ferrão (%) Fisionomia da região
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 79

 Leguminosae - 31,4
 Musaceae - 15,7
 Asteraceae - 12,8
 Velloziaceae - 5,8
 Labiatae - 5,2
 Convolvulaceae - 3,6
 Outras (N=28) - 25,6
 

Bibliografia

1992-BLANDINA FELIPE VIANA - Estudo da composição da fauna de Apidae e da flora apícola da Chapada
Diamantina, Lençóis Bahia (1234' S / 410 23' W). São Paulo, USP, 140 p. Dissertação (Mestrado).
Departamento de Ecologia Geral. Orientadora: Dra. Vera Lucia Imperatriz-Fonseca.

1997-VIANA BF, KLEINERT AMP, IMPERATRIZ-FONSECA VL - Abundance and flower visits of bees in a
cerrado of Bahia, tropical Brazil. Stud.  Neotrop. Fauna & Envirnm. v.32, p.212-9.
 

MATA ATLÂNTICA DE ENCOSTA -


BORACÉIA - SÃO PAULO
Espécies vegetais mais visitadas por abelhas sem
Abelhas sem ferrão mais abundantes (%)
ferrão
 Sclerobium denudatum
 Mikania eriostrepta
 Casearia sylvestris
 Paratrigona subnuda - 17,4
 Myrcia rostrata
 Plebeia droryana - 16,2
 Cupania oblongifolia
 Partamona helleri - 13,3
 Euterpe edulis
 Trigona spinipes - 11,9
 Vernonia difusa
 Scaptotrigona bipunctata - 11,4
 Miconia theaezans
 Outras (N=12) - 29,9 
 Myrcia tomentosa
 Coccoloba martii
 Solanum megalochiton
Famílias botânicas mais visitadas por abelhas sem
ferrão (%)
 Fisionomia da região
 Asteraceae - 18,6
 Myrtaceae - 9,7
 Rubiaceae - 5,7
 Melastomataceae - 5,7
 Palmae - 4,8
 Leguminosae - 4,3
 Outras (N=51) - 51,2
 

 
Abelhas Indígenas Sem Ferrão· Parte 5 – Recursos Florais 80
Bibliografia

1995 - Wolfgang Wilms - Die Bienenfauna im Kustenregenwald Brasilens und ihre Beziehungen  zu
Blütenpflanzen: Fallstudie Boracéia, São Paulo. Orientadora: Dra Vera Lucia  Imperatriz-Fonseca. Co-
orientador: Dr. Wolf Engels.

1996-Wilms, W.; Imperatriz-Fonseca, V.L. & Engels, W. - Resource partitioning between highly eusocial bees
and possible impact of the introduced honeybee on native stingless bees in the Brazilian Atlantic rainforest.
Stud. Neotrop. Fauna & Envirom., v.31, p.137-151.

1996-Wilms, W. - The highly eusocial bees of Boracéia: community structure, resource partitioning and their
role as pollinators. In: Anais do 2o Encontro sobre Abelhas, Ribeirão Preto, p.196-204.

1997-Wilms, W. & Wiechers, B. - Floral resources partitioning between native Melipona bees and the
introduced Africanized honey bee in the Brazilian Atlantic rain forest. Apidologie, v.28, p.339-55.

MATA ATLÂNTICA DE PLANALTO - MORRO GRANDE -


COTIA - SÃO PAULO
Abelhas sem ferrão mais abundantes
Espécies vegetais mais visitadas por abelhas sem ferrão
(%)
 Cupania zanthoxiloides
 Symplocos variabilis
 Miconia splendens  Scaptotrigona conflita - 25,4
 Borreria verticillata  Trigona spinipes - 24,4
 Heliotropium procumbens  Trigona hyalinata - 22,3
 Davilla rugosa  Plebeia droryana - 8,8
 Baccharis  dracunculifolia  Paratrigona subnuda - 7,2
 Duranta repens  Outras (N=9) - 11,9
 Symplocos tetrandra
 Baccharis capprariaefolia
Famílias botânicas mais visitadas por abelhas sem ferrão (%)  
 Compositae - 18,2
 Sapindaceae - 13,9
 Symplocaceae - 10,9
 Rubiaceae - 10,5 
 Melastomataceae - 10,3
 Myrtaceae - 5,5
 Outras (N=25) - 30,8

Bibliografia

1999 - JOÃO BATISTA VICENTIN AGUILAR - A comunidade de abelhas da reserva florestal de Morro Grande,
Cotia - SP. Tese (Doutorado). Orientadora: Vera Lucia Imperatriz-Fonseca.

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