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Sapotaceae
A família é formada por cerca de 450 espécies bi ou unissexuadas, com 4-12 sépalas, em um
distribuídas em 11 gêneros nos Neotrópicos. ou dois verticilos, livres ou unidos basalmente,
Tem uma ampla distribuição nas regiões 4-12 pétalas, unidas; estames opostos à corola,
tropicais americanas, além do fato de aparecer inseridos na base do tubo, em (1)2-3 verticilos;
sempre com uma alta diversidade em muitos ovário súpero; com um estilete e um estigma,
ambientes, principalmente em florestas úmidas inteiro ou levemente lobado. O fruto é uma
localizadas em regiões de baixa altitude. Um baga. As sementes possuem geralmente uma
exemplo disso é a ocorrência de 78 espécies cicatriz esbranquiçada indicando o local em
na Reserva, distribuídas em 9 gêneros, além que se prendem ao fruto.
de ser muito freqüente em todos os tipos de No campo, látex e folhas agrupadas no
vegetação encontrados no local. ápice dos ramos são diagnósticos para a família.
Espécies de Sapotaceae com folhas opostas
podem ser confundidas com Clusiaceae, mas
esta possui a venação normalmente imersa e
pouco evidente, ou Apocynaceae, cujo látex
branco normalmente aparece de forma muito
mais abundante ao se fazer um pequeno corte
na casca.
Apesar da importância ecológica da
família, pouco se sabe a respeito da polinização
de suas espécies. Manilkara talvez seja
polinizada por morcegos, enquanto nos demais
gêneros se supõe a participação de insetos,
incluindo Thysanoptera. Observações foram
feitas em Pradosia ptychandra, cujas flores
foram vistas sendo visitadas pelo marsupial
Caluromys philander. Na dispersão estão
Chromolucuma rubriflora Pouteria hispida
envolvidos animais que procuram os frutos
As espécies são caracterizadas por para alimentação, especialmente macacos.
serem sempre árvores e pela presença de
látex geralmente branco em todas as partes da
planta. Suas folhas são alternas e espiraladas,
raramente opostas, agrupadas no ápice dos
ramos ou dísticas, nesse caso a venação
geralmente é estriada e paralela (Micropholis,
Manilkara e alguns Chrysophyllum). O
indumento, quando presente, é sempre formado
por pêlos 2-ramificados (malpiguiáceos), às
vezes misturados com pêlos simples, sendo
que a maioria das espécies possui pêlos sésseis Pradosia decipiens Pouteria hispida
com um ramo mais longo que outro. Estípulas
presentes somente em Chromolucuma e Entre os principais usos econômicos de
Ecclinusa, ou às vezes presentes e caducas em espécies da família se encontram a extração
Manilkara. Inflorescência normalmente em de madeiras de alta qualidade, látex para
glomérulos axilares, ramifloros ou caulifloros. fabricação de goma de mascar e algumas
As flores são pequenas, geralmente de cores espécies cultivadas devido a seus frutos
SAPOTACEAE
Pedicelos de 0-7 mm
1 50 mm Pedicelos de 0-3 mm
Chrysophyllum P. guianensis
Pouteria caimito sanguinolentum ssp. P. hispida
Pedicelos de 1-10 mm Pouteria laevigata
sanguinolentum P. torta
Micropholis williamii
Micropholis trunciflora Pouteria bilocularis
M. mensalis P. gongrijpii
Pouteria cladantha Pouteria
minima
P. cuspidata ssp. dura
P. cuspidata ssp. cuspidata
P. pallens
P. virescens Pedicelos de 2-11 mm
Chrysophyllum sanguinolentum Pouteria
ssp. balata petiolata
Pouteria vernicosa
Chrysophyllum Micropholis
sanguinolentum venulosa
ssp. spurium Pouteria
Micropholis Pouteria rostrata
guyanensis
ssp. duckeana
Pradosia Pradosia
cochlearia decipiens
Micropholis
guyanensis
Pradosia schomburgkiana Pouteria retinervis ssp. guyanensis
ssp. schomburgkiana Pedicelos de 4-25
Chrysophyllum Micropholis
colombianum casiquiarensis
C. manaosense Pouteria platyphylla
C. pomiferum
C. prieurii
Corolas vermelhas a
arroseadas
Pouteria Elaeoluma Pradosia verticillata
campanulata nuda Chromolucuma Pouteria venosa
rubriflora ssp. amazonica
Pedicelos de 10-50 mm
Manilkara cavalcantei
Micropholis splendens
Corolas amarelas
Pouteria fimbriata Pouteria filipes P. engleri Pouteria Elaeoluma nuda
P. anomala P. oblanceolata flavilatex
SAPOTACEAE
Pouteria Sarcaulus
peruviensis brasiliensis Chrysophyllum Pouteria opposita Pouteria Pouteria
amazonicum williamii stipulifera
314
Frutos
Pouteria filipes Pouteria rostrata Pradosia decipiens Pouteria maxima Pouteria campanulata
SAPOTACEAE
3 ESTÍPULAS
PRESENTES
1 Veias secundárias
paralelas, dando um
aspecto estriado a
folha.
Venação secundária
sem aspecto estriado.
2
FOLHAS OPOSTAS, VERTICILADAS OU ESPIRALADAS
5 6
Folhas espiraladas e Folhas opostas ou verticiladas
ritidoma ou suas cicatrizes e/ou ritidoma alaranjado,
alaranjadas. ou deixando cicatrizes
alaranjadas, estas geralmente
circulares.
FOLHAS ESPIRALADAS
Venação eucampdódroma
7
Folhas glabras, às vezes com
algum resíduo de indumento
na nervura principal. Pecíolo Folhas glabras
geralmente não canaliculado.
10
Venação geralmente
eucampdódroma. Pecíolo
8
canaliculado.
12 Venação
eucampdódroma
ou broquidódroma.
13
Pecíolo não
9
canaliculado.
Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma.
Folhas pilosas
14
Venação geralmente
Venação broquidódroma eucampdódroma.
Pecíolo canaliculado.
11
SAPOTACEAE
15
Pecíolo geralmente
canaliculado.
Venação eucampdódroma.
Pecíolo não canaliculado.
316
1
dísticas nos ramos horizontais,
às vezes espiraladas. Veias
secundárias paralelas, geralmente
Micropholis cylindricocarpa. não diferenciadas em relação as
Árvore de sub-bosque. de ordem superior, dando um
Base acanalada. Venação aspecto estriado a folha (tipo
broquidódroma; veia marginal Clusia).
presente. nervura central
impressa; nervuras secundárias
indistintas das de ordem
superior. Rara. Vertente.
Amazônia Peruana até
84
Amazônia Central.
Látex branco.
e Amazônia Central e
Oriental.
98
318
3
sapota-brava). Árvore de dossel.
Sapopemas. Látex amarelo.
Estípula 2-4 cm deixando cicatriz Estípulas presentes, se caducas,
nas laterais do pecíolo, com um deixando uma cicatriz bem
pequeno tufo cônico de pêlos.
Venação eucampdódroma; nervura
visível.
central da folha achatada ou
levemente impressa superiormente;
intersecundárias curtas ou ausentes.
Freqüente. Baixio. Amazônia
351 Central e Sul da Venezuela.
• Variações em Ecclinusa guianensis
4
Folhas espiraladas e com
pontuações na face inferior.
Ritidoma liso, estriado ou
escamoso. Venação geralmente
eucampdódroma. Pecíolo não
canaliculado.
5
eucampdódroma; nervura
central proeminente;
Folhas espiraladas e ritidoma ou
secundárias 11-14,
suas cicatrizes alaranjadas.
intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas, obscuras
e numerosas. Ocasional.
Baixio. Amazônia Central. 157
ser feitas, mesmo que seja material estéril, que não será
incorporado a um herbário. Muitas vezes, observações de
campo aparentemente sem importância, trazem informações
preciosas a respeito da entidade biológica com a qual
trabalhamos, o que dará maior precisão ao nosso trabalho
e permitirá uma melhor delimitação das espécies, trabalho
esse realizado pelos taxonomistas.
320
6
Folhas opostas ou verticiladas
e/ou ritidoma alaranjado, ou
Pouteria eugeniifolia. (Batinga). deixando cicatrizes alaranjadas,
Árvore de dossel com sapopemas. estas geralmente circulares.
Venação eucampdódroma
ou broquidódroma; nervura
central achatada ou levemente
impressa; secundárias 15-22,
intersecundárias longas, terciárias
obscuras, reticuladas e quase Folhas opostas. Ritidoma sem áreas
paraleleas as secundárias. alaranjadas.
Ocasional. Platô e vertente. Costa
pacífica da Colômbia, Venezuela,
112
Guianas e Amazônia brasileira.
7
glabras, às vezes com algum
resíduo de indumento na
nervura principal. Ritidoma
fissurado. Venação Pouteria minima. Árvore
eucampdódroma. Pecíolo de dossel. Base reta ou
geralmente não canaliculado. com sapopemas. Nervura
(Ver também grupo 9). central levemente
proeminente; secundárias 7-
9, intersecundárias ausentes,
terciárias horizontais,
quaternárias reticuladas.
Freqüente. Vertente.
Noroeste e centro da 126
Amazônia.
8
Folhas espiraladas e pilosas.
Ritidoma fissurado. Venação
eucampdódroma. Pecíolo
geralmente não canaliculado.
Chrysophyllum manaosense.
(veja também grupo 9).
Árvore de dossel. Base reta,
acanalada, ou com sapopemas.
Veia marginal fina presente;
nervura central ligeiramente
proeminente; secundárias 16-
32, intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas, numerosas
e paralelas. Freqüente. Platô,
vertente e campinarana. Amazônia
Ocidental e Central, e Suriname.
9
Folhas espiraladas a subopostas.
Ritidoma fissurado. Venação
eucampdódroma ou
Pouteria guianensis. (Abiurana-
broquidódroma.
casca-fina, abiurana-gigante).
Árvore de dossel. Base
variável. Nervura central
levemente proeminente, mas
rebaixada; secundárias 13-22,
intersecundárias pobremente
desenvolvidas ou ausentes,
terciárias oblíquas, quaternárias • Variações em Pouteria caimito.
reticuladas. Freqüente. Platô e
vertente. Norte da América do
264
Sul e costa brasileira.
125
325
10
Ritidoma liso, estriado
ou escamoso. Venação
geralmente eucampdódroma. Pouteria venosa ssp. amazonica.
Pecíolo canaliculado. (Cutiriba-do-amarelo, cutitiriba-
rana). Árvore de dossel. Base
variável. Nervura central levemente
proeminente, mas rebaixada;
secundárias 8-14, intersecundárias
geralmente ausentes, terciárias
Venação broquidódroma. oblíquas, não proeminentes,
quaternárias geralmente formando
fino retículo. Ocasional. Todos os
151
ambientes. Guianas, Amazônia e costa
brasileira.
Elaeoluma nuda. Árvore de Pouteria stipulifera. Árvore
dossel. Base acanalada ou de dossel com sapopemas.
com sapopemas. Nervura Com pequenas estípulas
central ligeiramente caducas. Nervura central
proeminente; secundárias ligeiramente proeminente na
12-14, intersecundárias face superior; secundárias
presentes, quase alcançando cerca de 6, intersecundárias
a margem, terciárias oblíquas. medianas a longas, terciárias
Rara. Baixio. Amazônia reticuladas. Rara. Platô e
Central. 170 vertente. Amazônia Central. 70
SAPOTACEAE
326
Terciárias reticuladas.
11
Árvore de dossel. Margem
Folhas espiraladas. Ritidoma
levemente revoluta.
fissurado. Venação
Nervura central impressa;
secundárias 11-20,
broquidódroma. Pecíolo
intersecundárias longas, geralmente canaliculado. (Veja
quase atingindo a margem, também grupo 9).
freqüentemente obscuras,
terciárias paralelas às
secundárias, obscuras.
Rara.
Terciárias paralelas ou oblíquas às
128 secundárias.
12
Ritidoma liso, estriado
ou escamoso. Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma próximo ao
ápice da folha. Pecíolo não
canaliculado.
• Pouteria
reticulata. Árvore
de dossel. Folhas
coriáceas com a base
arredondada.
• Complexo P. reticulata: três formas podem
ser reconhecidas na Reserva.
96
Manilkara cavalcantei.
(Massaranduba-folha-miúda).
• Pouteria reticulata.
Árvore de dossel. Nervuras
Base reta, digitada ou com
secundárias quase em
sapopemas. Veia marginal
presente. Nervura central ângulo reto com a nervura
impressa. Secundárias central, intersecundárias
16-20, intersecundárias longas e numerosas;
longas, terciárias paralelas as aréolos formado pelas veias
secundárias e descendentes da de ordem superior não
margem. Ocasional. Platô. proeminentes.
Amazonas e Pará. 66
87
SAPOTACEAE
328
13
Ritidoma liso, estriado
ou escamoso. Venação
eucampdódroma ou
broquidódroma. Pecíolo não
canaliculado.
Pouteria campanulata. Árvore
de dossel. Base dilatada ou com
sapopemas. Margem muitas
vezes revoluta. Nervura
central achatada ou levemente
proeminente; secundária 10- Venação eucampdódroma.
23, intersecundárias curtas ou
ausentes, terciárias oblíquas,
300
quaternárias formando retículo fino
e areolado. Freqüente. Platô e
vertente. Amazônia.
14
Folhas espiraladas e pilosas
na face inferior. Ritidoma
liso, estriado ou escamoso.
Pouteria flavilatex. Árvore de Venação geralmente
dossel. Látex amarelo. Base reta eucampdódroma. Pecíolo
ou com sapopemas. Nervura canaliculado.
central achatada a levemente
impressa; secundárias 12-21,
intersecundárias curtas a longas,
ou ausentes, terciárias reticuladas
e oblíquas, quaternárias
reticuladas. Freqüente. Vertente.
169 Amazônia Central e Oriental.
Pouteria erythrochrysa.
Árvore de dossel. Base reta
ou com sapopemas. Nervura
central impressa; secundárias
12-16, intersecundárias
ausentes, terciárias oblíquas. Pouteria gongrijpii. (Abiu).
Rara. Vertente. Amazônia Árvore de dossel com
Central. sapopemas. Venação
eucampdódroma. Secundárias
8-13, intersecundárias curtas
182 a quase longas, terciárias
reticuladas, largamente
espaçadas, poucas,
quaternárias formando fino
SAPOTACEAE
15
Folhas espiraladas e pilosas
na face inferior. Ritidoma
liso, estriado ou escamoso.
Venação eucampdódroma. Chrysophyllum sanguinolentum
ssp. spurium. (Balata-brava,
Pecíolo não canaliculado. ucuquirana). Árvore de dossel.
Base variável. Folha glabra na
face inferior. Pecíolo em geral
2-4 cm comp. Secundárias 8-
21, intersecundárias ausentes,
Nervura central proeminente na face terciárias oblíquas, paralelas,
superior. numerosas, quaternárias
formando aréolos as vezes
visíveis. Freqüente. Todos os
ambientes. Norte da América 191
do Sul.
Pouteria petiolata. (Abiurana-
cutiti). Árvore de médio porte.
Base reta a digitada. Secundárias
12-14, intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas a horizontais.
Rara. Vertente. Amazônia
Central e Oriental Chrysophyllum sanguinolentum
ssp. sanguinolentum. Árvore
de dossel. Folha glabra
206 na face inferior. Pecíolo
geralmente menor que 2 cm
comp. Secundárias 8-21,
intersecundárias ausentes,
terciárias oblíquas, paralelas,
SAPOTACEAE
numerosas, quaternárias
formando aréolos as vezes
visíveis. Rara. Vertente.
Amazônia e Guianas.
201