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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – UNESPAR

CAMPUS UNIÃO DA VITÓRIA – PARANÁ


COLEGIADO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MICROBIOLOGIA

REINO FUNGI

Professora: Larissa
Aluna: Patrícia Vanessa Franke do Prado
Turma: Biologia 3° Noturno

Porto União 15/10/2021


REINO DOS FUNGOS

Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos,


orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo
bastante numeroso. Os fungos são hoje representados por mais de 100.000
espécies, embora, a cada ano, mais de 4.000 espécies novas sejam descritas.
Estima-se que a diversidade do Reino ultrapassa 5 milhões de espécies.

1. Características gerais do grupo:


 São eucariontes
 A maioria apresenta células polinucleadas
 Sua parede celular e formada de quitina
 São heterótrofos
 Aclorofilados, logo não fazem fotossintese
 Acumulam glicogênio para reserva
 Com exceção das leveduras que são unicelulares os demais são
pluricelulares
 Apresentam filamentos chamados de hifas – micélio = conjunto de
hifas
 Não apresentam tecidos
 Tem reprodução assexuada e a sexuada.
Os fungos são fundamentais para o funcionamento dos ecossistemas, sendo
decompositores primários da matéria orgânica e responsáveis pela reciclagem
de nutrientes. Junto com as bactérias heterotróficas, os fungos são os principais
decompositores do planeta, sendo os responsáveis pela decomposição da
lignina.
Além das espécies saprobiontes, que decompõe matéria orgânica morta, há os
fungos simbiontes, que ao se relacionar com outros organismos (mutualismo,
parasitismo, etc.), também exercem um papel de extrema importância para a
manutenção dos ecossistemas.

2. Ocorrência e distribuição:
Além de fonte de matéria orgânica, os fungos dependem de água líquida para
seu crescimento, essencial para todo o processo vital. A maioria depende de
oxigênio para a respiração, sendo, portanto, aeróbios. Alguns podem ser
anaeróbios facultativos, pois respiram na presença de O2 e fermentam na sua
ausência.
Considerando a grande diversidade do grupo, é de se esperar que haja uma
grande variação de fatores que influenciam a vida de fungos. Assim,
temperaturas entre 20°C e 30°C são ideais para o crescimento da maioria dos
fungos, mas muitos crescem ou pelo menos sobrevivem em temperaturas
extremas, como a temperatura do nitrogênio líquido (sobrevivência a -195°C). O
pH ligeiramente ácido, ao redor de 6, é ideal para a grande parte dos
representantes do grupo.

3. Morfologia:
Podem ser unicelulares, coloniais ou pluricelulares:

 Unicelulares: são microscópicos como Saccharomyces cerevisiae,


utilizado na fabricação de pães, cervejas, etc
 Pluricelulares: possuem uma característica morfológica que os diferencia
dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois componentes: o
corpo de frutificação é responsável pela reprodução do fungo, por meio
de células reprodutoras especiais, os esporos, e o micélio é constituído
por uma trama de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa.

4. Classificação:

O Reino Fungi, segundo métodos de biologia molecular, representa um grupo


monofilético composto, tradicionalmente, por cinco principais Filos:
Chytridiomycota, Zygomycota, Glomeromycota, Ascomycota e Basidiomycota.
Estes podem ser agrupados, como já dito, pela presença de quitina na parede
celular, pela nutrição absortiva, glicogênio como substância de reserva e pela
estrutura somática haploide ou dicariótica na maior parte do seu ciclo de vida.

 Chytridiomycota são organismos predominantemente aquáticos, com


células flageladas caracterizadas com um único flagelo liso inserido
posteriormente.
 Zygomycota são principalmente terrestres, apresentam hifas cenocíticas,
não sendo, portanto, um grupo monofilético.
 Glomeromycota são fungos endomicorrízicos, simbiontes mutualistas
com mais de 90% das plantas vasculares, que não se conhece o tipo de
reprodução sexual.
 Ascomycota apresentam hifas regularmente septadas e estruturas de
reprodução típicas, os ascos.
 Basidiomycota apresentam hifas regularmente septadas e estruturas de
reprodução típicas, os basídios
A seguir falaremos de 2 espécies de fungos em particular: Amanita muscaria e
Coprinellus disseminatus.

Amanita muscaria

Reino: Fungi
Filo: Basidiomycota

Classe: Agaricomicetos
Ordem: Agaricales
Família: Amanitaceae

Gênero: Amanita
Espécie: Amanita muscaria

O Amanita muscaria, também conhecido como agário-das-moscas ou mata-


moscas (em Portugal também como rosalgar, mata-bois ou frades-de-sapo.
Tem propriedades psicoativas e alucinógenas, deve ser considerado venenoso.
1. Características gerais:
 Forma cogumelos grandes de cor vermelho brilhante ou
ocasionalmente laranja, quando totalmente crescido o chapéu
pode chegar a medir de 8 a 20 cm de diâmetro
 Geralmente encontrados em grupos em vários estágios de
desenvolvimento
 Quando brota o chapéu está coberto de numerosas e verrugas
pequenas em forma de pirâmide de cor branca e amarela
 Conforme o fungo cresce as verrugas tornan-se menos
proeminentes
 O seu chapéu também muda de forma: de globoso no início, passa
para uma forma mais esférica e finalmente fica achatado nas
formas maduras.
 A cor vermelha brilhante pode desaparecer após uma chuva e nos
mais velhos.
 Seu chapéu geralmente se achata ou até fica côncavo quando
totalmente desenvolvidos.
 Himênio: são brancos, livres e aglomerados, se tornam amarelada
á medida que o corpo frutífero amadurece
 Pé ou estipe: tem de 10 a 25 cm de comprimento e 1,5 a 2 cm de
diâmetro, de cor branca e irregular, possui um anel branco. A base
do seu pé e maior
 Esporos: são elipsoides

2. Distribuição:

É uma espécie cosmopolita, nativo de florestas de coníferas e decíduas ao longo


de regiões temperadas e boreais do hemisfério norte, mas também e encontrado
no mediterrâneo e américa central.

Hoje e visto em vários lugares inclusive America do Sul em estados como


Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Provavelmente sua distribuição se
deu através das mudas de pinus que chegaram de outros países.
A temporada de frutificação varia em diferentes climas: a frutificação ocorre no
verão e outono na maior parte da América do Norte, mas mais tarde no outono
e início do inverno na costa do Pacífico.

3. Hábitat:

O Amanita muscaria forma associações micorrízicas com uma grande variedade


de árvores de madeira dura e macia, frequentemente com bétulas, pinheiros e
abetos vermelhos.
Eles se reproduzem bem na serapilheira dessas arvores.

4. Curiosidades:

Em alguns países da Europa o A. muscaria e chamado de Fly Agaric, nesses


países eles são utilizados como inseticidas, seus chapéus são esmigalhados e
colocados em pratinhos com leite para atrair as moscas domésticas. As moscas
bebem o leite que contém o ácido ibotêmico que as deixa sonolentas e acabam
morrendo.
Existem relatos na historia que A. muscaria já foi utilizado como fonte de alimento
em algumas partes da Europa e America do Norte. Suas toxinas são solúveis em
água. Quando em fatias finas, ou finamente picado e cozido em água abundante
até ficar bem cozido, parece ser desintoxicado.
Por ter uma aparência muito bonita e frequentemente usado em desenhos,
estátuas, pinturas, jogos de computador, etc.

Figura 1: detalhes do chapéu e também vemos a serapilheira das árvores e


pinheiros ao redor dos cogumelos.
Figura 2: Chapéu com sua coloração vermelho brilhante e suas pintas brancas
que são resíduos do seu véu universal.

Figura 3: Chapéu ou píelo, pé, anel


Figura 4: pé, anéis, chapéu, serapilheira dos pinheiros ao redor
Figura 5: vemos o pé, seu anel em detalhes e parte inferior do chapéu, seu
himênio
Figura 6 e 7: observamos mudança da coloração e do formato do chapéu
Porque está espécie foi encontrada nesse local?

A espécie foi fotografada por Patricia Franke do Prado, na localidade que se


situa na Rua Eurico Borges dos Reis, Bairro Cidade Nova, cidade Porto União
– SC. As fotos foram tiradas entre os dias 15 e 23 de junho de 2020.
A espécie se reproduziu nesse locam porque se trata de uma espécie que faz
associação com as raízes de pinheiro (pinus spp) sob a forma de micorriza. No
local podemos observar vários pinus entre outras arvores de grande porte.
Neste processo, as hifas do fungo se conectam às raízes da árvore,
possibilitando uma facilitação de serviços entre as espécies. Um exemplo disso
é quando o fungo degrada moléculas complexas e disponibiliza nutrientes
inorgânicos para a árvore em troca de recursos disponíveis na raiz. Este tipo de
relação caracteriza-se como uma simbiose, onde as duas espécies se
beneficiam.
Coprinellus disseminatus

Reino: Fungi
Filo: Basidiomycota

Classe: Agaricomicetes
Ordem: Agaricales
Familia: Psathyrellaceae

Gênero: Coprinellus
Espécie: Coprinellus disseminatus

Coprinellus disseminatus também conhecido como Fairy inkcap é uma espécie


de fungo conhecido como coprinoide. Os fungos coprinoides atualmente estão
distribuídos em quatro gêneros: Coprinus Pers., Coprinellus P. Karst.,
Coprinopsis P. Karst. e Parasola. Esses fungos passaram por um processo
conhecido como “coprinização”, que se refere a um morfotipo que surgiu durante
a evolução da ordem Agaricales, caracterizado pela deliquescência do
himenóforo e do píleo como parte do processo de esporulação, acompanhado
pela presença de pseudoparáfises (células estéreis presentes no himênio) e
desenvolvimento do himênio do tipo inaequihymeniferou. A deliquescência é um
termo utilizado para se referir à liquefação do píleo do estado sólido para o
líquido.

As estruturas que formam o himênio coprinoide sofrem autólise, causada por


uma enzima conhecida como quitinase, que degrada a parede celular das
estruturas transformando-as em um líquido escuro, quando misturado com a
massa de esporos.

Nessa espécies o píleo se torna fortemente plissado quando maduro, a cor da


esporada varia de marrom a preta e os esporos são pigmentados, apresentando
poro germinativo visível, coberto por capa hialina.
O himênio coprinoide é formado por basídios, pseudoparáfises, que são
estruturas estéreis hialinas e de paredes finas que aparentemente agem como
espaçadores dos basídios e dos basidíolos; e pode apresentar cistídios inflados
e longos.
Coprinellus disseminatus, raramente se aventura sozinho ou mesmo com
apenas alguns amigos; com mais frequência, forma massas densas
aglomerando-se sobre tocos e raízes de árvores em decomposição.

No inicio seus chapéus são de coloração branca, 2 ou 3 dias depois se tornam


cinzas e começam a escurecer.
São encontrados em países da Europa, America do Norte e America do Sul.

Foi descrito pela primeira vez por Christiaan Hendrik Persoon, o Fairy Inkcap
recebeu seu nome científico atual em1939 pelo micologista dinamarquês Jakob
Emanuel Lange.

Outro nome comum dado a esta espécie e Trooping Crumble-cap, devido a sua
tendência de se desintegrar quando tocada; isso e sua estatura diminuta, são
razões para não tentar colher Fairy Inkcaps para cozinhar.

1. Característica gerais:
 Chapéu: a principio tem formato de ovo de cor esbranquiçada,
depois adota forma de sino de cor cinza escuro e muitas vezes com
suas bordas ligeiramente voltadas para cima. Medem de 0,5 a 1,5
cm de diâmetro e de 1 a 1,5 cm de altura
 Caules: são finos, de cor branca e muito frágeis.
 Himênios: são brancos, tornando-se acinzentados e depois pretas
a medida que os esporos amadurecem
 Esporos: elipsoidal, com um poro germinativo apical
 Odor/sabor: não se distingue, logo não são usados na culinária,
apesar de serem comestíveis.
 Habitat: ocorre ao lado de troncos e outras formas de madeira em
decomposição
 papel ecológico: são saprófitos

Figura 1: colônia de Coprinellus disseminatus


Figura 2: colônia de Coprinellus disseminatus formas mais adultas.
Figura 3: chapéu das formas mais adultas
Figura 4: Coprinellus disseminatus formas jovens
Figura 5: observamos as bordas do chapéu levemente voltadas para cima

Figura 6: formas jovens e adultas, caules


Figuras 7,8 e 9: Chapéu
Porque está espécie foi encontrada nesse local?
A espécie foi fotografada por Patricia Franke do Prado, na localidade que se situa
na Rua Eurico Borges dos Reis, Bairro Cidade Nova, cidade Porto União – SC.
As fotos foram tiradas todas no dia 05 de 10 de 2021.
A espécie foi encontrada nesse local porque a mesma e uma espécie saprofita
e no local, como podemos ver nas imagens haviam vários pedaços de madeira
em decomposição entre outras coisas, tornando o local rico em matéria orgânica.

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