Você está na página 1de 96

BOTÂNICA DO ALGODOEIRO

ALGODÃO DE ALTA TECNOLOGIA: Lavoura no MT

Foto: agenciadanoticia.com.br/noticias/
ALGODÃO DE ALTA TECNOLOGIA: Capulhos c/ fibras a mostra

Foto: Google Imagens


ALGODÃO DE ALTA TECNOLOGIA: Colheita no Mato Grosso

Fonte: https://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/forca-tarefa-reune-quase-30-colheitadeiras-na-colheita-
do-algodao-em-fazenda-de-mt.ghtml
ALGODÃO DE BAIXA TECNOLOGIA: Sudoeste da Bahia

Fotos: José Lupércio N. Santos; Patrícia B.A.P. Lima (Abapa)


1. COLONIZAÇÃO DO BRASIL

ALGODÃO DURANTE A COLONIZAÇÃO DO BRASIL


 Uso de variedades nativas nos primeiros anos da colonização

 Padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta


 Defenderam a instalação de uma indústria têxtil na colônia
 Também pediram o envio de tecelões para fiar e tecer o algodão.

 Indígenas utilizavam o algodão para diversos fins


 Tecer redes e faixas
 Flechas incendiárias (arma em guerra).

 Algodão arbóreo existia em várias partes das Américas quando os europeus


iniciaram as conquistas.
COLONIZAÇÃO DO BRASIL: Padre José de Anchieta

Figura: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/49/Benedito_Calixto_-
_Anchieta_e_N%C3%B3brega_na_cabana_de_Pindobu%C3%A7u.jpg
ALGODÃO NA CULTURA INDIGENA- Guarani Kaiowa

Foto: http://blog-do-netuno.blogspot.com/2010/02/guarani-kaiowa.html
2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

 CLASSIFICAÇÃO
 Ordem: Malvales Juss.
 Família: Malvaceae Juss.
 Gênero: Gossypium L.
 Espécie: Gossypium hirsutum
 Subespécie: Gossypium hirsutum subsp. latifolium (Murray) Roberty

 Número de espécies
 50 espécies catalogadas até o momento; 17 são endêmicas da Austrália
 4 espécies do gênero Gossypium são exploradas comercialmente
 Gossypium hirsutum corresponde a 90% da produção mundial da fibra.

 Espécies que produzem fibras comerciais


 G. hirsutum: tetraploide originária das Américas Central e do Sul
 G. barbadense: tetraploide originária das Américas Central e do Sul
 G. herbaceum: diploide originária da África e Ásia
 G. arborium: diploide originária da África e Ásia.

 Espécies consideradas selvagens


 Em geral não produzem fibras; quando produzem estas não são fiáveis
 Fibra de comprimento reduzido e de baixa resistência.
2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

 Gossypium herbaceum raça Africanum


 Espécie selvagem de fibras fiáveis (com torções)
 Endêmica do Sudoeste da África
 Considerada o ancestral de todas as cultivares de algodão
 Domesticada há mais de 4.000 anos no Sudoeste da Arábia, onde a raça
G. herbaceum raça Acerifolium foi encontrada.

 Espécies tetraploides (n=26 comossomos; 2n= 52 cromossomos)


 Surgiram na América do Sul
 Cruzamento: G. raimondii x G. herbaceum raça Africanum (diploide exótico)
 Ancestral tetraploide diferenciou-se em G. barbadense e G. hirsutum
 G. hirsutum diferenciou-se em 7 raças na Amér. Central. Mais importantes:
 Latifolium
 Marie Galante: algodão arbóreo (mocó) do Nordeste
 Punctatum: serve de banco de genes p/resistência à doenças como a
mancha angular (Xanthomonas malvacearum).
ORIGEM DO ALGODÃO NA ÁFRICA

Figura: https://ocastendo.blogs.sapo.pt/tag/madag%C3%A1scar
ORIGEM DO ALGODÃO NA ÁFRICA

Mais antigas evidências arqueológicas do cultivo de algodão no Velho Mundo.


Datas em anos antes do presente. Cor azul para G. arboreum, laranja para G.
herbaceum, quando as espécies foram identificadas. Distribuições geográficas
estimadas em dois milênios antes do presente.

Fonte: Christopher Viot (2019)


ALGODÃO SELVAGEM: Gossypium herbaceum raça Africanum

Foto: https://www.mozambiqueflora.com/speciesdata/image-display.php?species_id=139750&image_id=4
Gossypium hirsutum raça Marie Galante: Algodão mocó

Foto: https://curapelasplantas.com.br/planta_medicinal/algodoeiro-arboreo-moco/
Gossypium hirsutum raça Marie Galante: Algodão mocó

Foto: https://curapelasplantas.com.br/planta_medicinal/algodoeiro-arboreo-moco/
2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

 Características das plantas de algodão do gênero Gossypium


 Porte subarbustivo (baixa) e de crescimento indeterminado
 Flores hermafroditas
 Creme ou amareladas. Violáceas após exposição prolongada à luz
 Polinização cruzada (abelha) e autopolinização (mais frequente).
 Número variável de maçãs (frutos ou cápsulas)
 3-5 lóculos com 30-40 sementes por capulho (frutos abertos)
 Sementes cobertas por 2 tipos de células diferenciadas
 Constituem as fibras longas (fiáveis) e as curtas (línter)
 Nectário em geral na face inferior das folhas e base das flores
 Glândula de gossipol
 Distribuída em quase sua totalidade
 Substâncias tóxicas a certos insetos a animais não ruminantes.
 Ciclo variável segundo o cultivar: média: 160-180 dias no Brasil.
PORTE SUBARBUSTIVO E CRESCIMENTO INDETERMINADO

Foto: https://cottonaustralia.com.au/blog/article/week-15
MORFOLOGIA DO BOTÃO-FLORAL

Foto: http://www-plb.ucdavis.edu/labs/rost/cotton/Reproduction/fanat.html
MORFOLOGIA DA FLOR

Foto: http://www-plb.ucdavis.edu/labs/rost/cotton/Reproduction/fanat.html
MORFOLOGIA DA FLOR

Fonte: http://cotton.tamu.edu/General%20Production/Georgia%20Cotton%20Growth%20and%20Development%20B1252-1.pdf
MAÇÃS: Grande número de maçãs (cápsulas) na planta

Foto: https://cottonaustralia.com.au/blog/article/week-15
CAPULHO: 3-5 lócos por capulho

Foto: https://www.agro.bayer.com.br/culturas/algodao; https://www.comprerural.com/


SEMENTES DE ALGODÃO NO CAPULHO

Foto: https://irrigazine.wordpress.com/tag/algodao/
SEMENTES DE ALGODÃO COM LINTER

Foto: https://bonettiagronutri.com.br/2019/08/09/o-caroco-de-algodao-nas-dietas-de-ruminantes/
SEMENTE DE ALGODÃO: Corte longitudinal

Fonte: https://www.baldecheioluz.com.br/noticia/57/caroco-de-algodao-um-ingrediente-unico
3. DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES

3.1 Gossypium hirsutum L.


 Plantas pequenas, arbustivas, altura entre 60-100cm e pouco ramificadas
 Caules variando entre verde e marrom
 Folhas largas, palmadas, tri ou pentalobadas e frequentemente pilosas
 Flores grandes de cor amarelo-pálida
 Cápsulas
 Grandes, arredondadas, c/grandes glândulas
 Com 3-5 lóculos e 11 sementes/lóculos.
 Sementes com cobertura de fios longos e curtos
 Raças: Marie Galante, Punctatum, Latifolium, Morrilli, Palmerii, Yacatense,
Richmondii e Caicoense.
Gossypium hirsutum: Porte subarbustivo

Foto: https://cottonaustralia.com.au/blog/article/week-15
Gossypium hirsutum: Caule verde

Foto: https://cottonaustralia.com.au/blog/article/week-15
Gossypium hirsutum: Folhas trilobadas e palmadas

Fotos: Google Imagens


Gossypium hirsutum: Flor grande e amarela

Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cotton_flower.jpg
Gossypium hirsutum: Fruto ou cápsula

Foto: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/eb/Cotton_boll.jpg
Gossypium hirsutum: 3-5 lócos por capulho

Foto: https://www.agro.bayer.com.br/culturas/algodao; https://www.comprerural.com/


Gossypium hirsutum: Sementes com fios curtos e longos

Foto: https://bonettiagronutri.com.br/2019/08/09/o-caroco-de-algodao-nas-dietas-de-ruminantes/
3. DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES

3.2 Gossypium barbadense L.


 Planta anual, arbustiva e alcançando 2,70m de altura
 Pouco ou muito ramificada e com ramos ascendentes
 Folhas
 Divididas em 3 ou 5 lóbulos e geralmente glabras (sem tricomas)
 Mais rijas e espessas do que nas outras espécies.
 Flores
 Grandes de cor amarelo acentuado
 Uma mancha avermelhada na base das pétalas.
 Bractíolas são largas, quase tão longas quanto largas e dentadas
 Cápsulas
 Grandes (até 6cm comprim.); com 3 lóculos de 5-8 sementes/lóculo
 Paredes recobertas por pequenas pontuações e inúmeras glândulas
 Fibra
 Linter verde ou marrom cobrindo parte da semente
 Fios longos e brilhantes.
 Raças: Brasiliense, Darwinii, Peruvianum e Tipica.
Gossypium barbadense

Figura: http://www.euita.upv.es/varios/biologia/temas%20angiospermas/Dil%C3%A9nidas/Malv%C3%A1ceas/Gossypium.htm
G. barbadense: Flor amarela c/ mancha + folhas trilobadas

Foto: http://www.tramil.net/en/plant/gossypium-barbadense
Gossypium barbadense: brácteas tão longas como largas

Foto: http://www.tramil.net/en/plant/gossypium-barbadense
Gossypium barbadense: capulho expondo fibras e sementes

Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-imagens/-/midia/4480003/flor-de-algodao
3. DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES

3.3 Gossypium herbaceum L.


 Planta subarbustiva; até 1,30m de comp.; pouco ramificada e caule rígido
 Folhas lobadas, pilosidade variável e ápices geralmente lobadas
 Brácteas triangulares, largas, arredondadas na base (mais larga que longas) de
margem dentadas (6-8 dentes)
 Cápsulas
 Arredondadas, as vezes c/ suturas proeminentes, ápice pontudo
 2,0 a 3,5cm comp., superfície lisa ou superficialmente áspera
 Glândulas esparsas, 3-4 lóculos e 11 sementes/lóculo
 Sementes cobertas por pelos longos e curtos (linter).
 Raças: Africanum, Acerifolium, Persicum e Wightianum.
Gossypium herbaceum: folhas lobadas

Fontes: https://en.wikipedia.org/wiki/Gossypium_herbaceum#/media/;
https://www.iucnredlist.org/species/71774505/71774521
Gossypium herbaceum: folhas lobadas

Fonte: http://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:559730-1
G. herbaceum: cápsula arredondada com ápice pontudo

Fonte: https://toptropicals.com/pics/garden/m1/Podarki4/Gossypium_herbaceum_4MKh.jpg
3. DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES

3.4 Gossypium arboreum L.


 Planta perene, ultrapassando 3,0 m altura
 Folhas ± pilosas, com 5-7 lóbulos estreitos e estípulas lineares
 Bractíolas
 Mais ou menos triangulares, recobre o botão-floral
 Margem inteira lateralmente e ápice com vários dentes
 Flores c/ coluna estaminal muito longa que sustentam anteras de filetes curtos
 Cápsulas
 Geralmente triloculares, profusamente pontuadas, glândulas proeminente
 Deiscência (formando fendas alargadas), 17 sementes/lóculo
 Sementes inteiramente recobertas por linter e por longos fios.
 Raças: Indicum, Burmanicum, Cernuum, Sinensis e Beghalense.
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.1 SISTEMA RADICULAR


 Tipo pivotante, bastante desenvolvido e vigoroso

 Funções
 Absorção de água e nutrientes
 Fixação da planta ao solo
 Armazenamento de fotoassimilados.

 Raiz pivotante
 Pode chegar a 2,5m de profundidade
 Maior parte das raízes nos primeiros 30-50cm profundidade.
CRESCIMENTO DO SISTEMA RADICULAR

Fonte: Ritchie, G.L.; Bednarz, C.W.; Jost, P.H.; Brown, S.M. (2007)
SISTEMA RADICULAR - Tipo pivotante

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/algodao/217570-solo-fertil-trincheira-mostra-raiz-do-
algodao-a-280-m-de-profundidade.html#.XXapJChKjIU
SISTEMA RADICULAR: Profundidade > 2,0m profundidade

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/algodao/217570-solo-fertil-trincheira-mostra-raiz-do-
algodao-a-280-m-de-profundidade.html#.XXapJChKjIU
SISTEMA RADICULAR: Conhecimento sobre o perfil do solo

Fonte: http://www.ampasul.org.br/var/www/html/ampasul.org.br/web/noticias/16o-circuito-tecnologico-do-
algodao-amplia-conhecimento-sobre-perfil-do-solo/1021
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.2 CAULE
 É o eixo ascendente da planta
 Ramos: possuí 2 tipos na planta
 Ramos vegetativos (monopodial)
 Desenvolvem-se a partir de gemas situadas no plano axilar das folhas
 Crescimento indeterminado, semelhante ao eixo principal da planta
 Mais robustos e lenhosos que os frutíferos
 Podem se ramificar produzindo outros monopodiais ou simpodiais.

 Ramos frutíferos (simpodial)


 Surgem geralmente a partir do 5º ao 7º nó na haste principal
 Apresenta segmentos sucessivos em ziguezague
 Surgem das gemas nas laterais das axilas florais
 Crescimento extra-axilar
 Segmento
 Com crescimento determinado ou definido
 Quase sempre termina em uma estrutura reprodutiva.
CAULE: Ramos vegetativos e frutíferos

Fontes: Ritchie, G.L.; Bednarz, C.W.; Jost, P.H.; Brown, S.M. (2007); https://agfax.com/2018/07/25/florida-
cotton-foliar-fertilizer-applications-will-one-help-your-crop/
CAULE: Ramos vegetativos e frutíferos

Fonte: https://www.cottonworks.com/wp-content/uploads/2017/11/4-Shoot_Development_for_course.pdf
RAMOS FRUTÍFEROS (Simpodial)

Figura: https://www.cottonworks.com/wp-content/uploads/2017/11/4-Shoot_Development_for_course.pdf
RAMOS FRUTÍFEROS (Simpodial)

Figura: https://dl.sciencesocieties.org/publications/cs/abstracts/55/2/564?access=0&view=article
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.2 CAULE
 Glabros (sem tricomas) ou pilosos (caule e ramos)
 Presença de tricomas e glândulas internas (onde a planta armazena gossipol)
 Gossipol: ligado à defesa da planta contra pragas e doenças

 Funções do caule
 Elemento de sustentação das folhas, flores e frutos
 Conduzir água e minerais via xilema
 Conduzir fotoassimilados via floema.

Figura/Foto: https://www.todoestudo.com.br/biologia/xilema-e-floema; https://cottonaustralia.com.au/blog/article/week-15


4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.3 FOLHAS
 Folhas verdadeiras são simples e incompletas (não possuem bainha)
 Tipos de folhas
 Folhas vegetativas
 Situadas no ramo principal e nos ramos monopodiais
 Maiores que reprodutivas (dobro tamanho) e mais longevas (70 dias)
 Responsáveis pela maior parte da nutrição dos 2 primeiros frutos de
cada ramo frutífero, que corresponde a mais de 70% da produção
 Filotaxia de 3/8 (em cada 3 voltas completas no eixo do caule
têm-se 8 folhas).
 Folhas reprodutivas/frutíferas: Filotaxia em torno de 2/5.

 Limbo
 Com estômatos em ambas as faces
 Glabro a densamente piloso.
 Vida média de 65 dias
 Pico de fotossíntese ocorre aproximadamente aos 20 dias a abertura da folha.
FOLHAS VEGETATIVAS: Situadas nos ramos principal

Fonte: Ritchie, G.L.; Bednarz, C.W.; Jost, P.H.; Brown, S.M. (2007)
FOLHAS VEGETATIVAS: Situadas nos ramos vegetativos

Fonte: https://agfax.com/2018/07/25/florida-cotton-foliar-fertilizer-applications-will-one-help-your-crop/
FOLHAS REPRODUTIVAS: Situadas nos ramos frutíferos

Fonte: https://www.cottonworks.com/wp-content/uploads/2017/11/4-Shoot_Development_for_course.pdf
FOLHAS REPRODUTIVAS: Situadas nos ramos frutíferos

Figura: https://www.cottonworks.com/wp-content/uploads/2017/11/4-Shoot_Development_for_course.pdf
FOLHAS VEGETATIVAS: Filotaxia de 3/8 (3 voltas = 8 folhas)

Fonte: https://www.cottonworks.com/wp-content/uploads/2017/11/4-Shoot_Development_for_course.pdf
FOLHAS REPRODUTIVAS: Filotaxia de 2/5 (2 voltas = 5 folhas)

Figura: https://www.cottonworks.com/wp-content/uploads/2017/11/4-Shoot_Development_for_course.pdf
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO
4.4 FLOR
 Isolada e peduncular
 Botões-florais
 Transformam-se em flores
 Ramo frutífero possuí em média 6-8 botões-florais.
 Brácteas cordiformes (forma de coração), livres, persistentes e c/8-12 dentes
 Flor
 3 brácteas (envoltório da flor)
 Cálice gamossépalo (sépalas ligadas)
 Corola dialipétala (pétalas separadas)
 Pétalas imbricadas
 Cor variando de branco a creme sem manchas (normalmente)
 Cor violácea após a fecundação.
 Padrão de surgimento em espiral na planta, sequencia:
 1ª flor do 1º ramo frutífero
 1ª flor do 2º ramo frutífero
 1ª flor do 3º ramo frutífero
 Voltando: 2ª flor do 1º ramo.
 Emissão de flores
 Variável com o cultivar e condições ambientais
 3 dias uma flor é emitida entre ramos frutíferos consecutivos
 6 dias uma flor é emitida em um mesmo ramo reprodutivo.
Gossypium hirsutum: Flor grande e amarela

Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cotton_flower.jpg
FOLHAS, FLOR E BOTÕES-FLORAIS

Foto: Google Imagens


BRÁCTEAS ABERTAS (3): botão-floral atacado por bicudo

Foto: https://publicinsta.com/media/BRtCFTdgEMk
MORFOLOGIA DA FLOR

Foto: http://www-plb.ucdavis.edu/labs/rost/cotton/Reproduction/fanat.html
DIAGRAMA DE SURGIMENTO DE FLORES A PARTIR DE
BOTÕES NOS RAMOS DE FRUTIFICAÇÃO POR POSIÇÃO

Fonte: Ritchie, G.L.; Bednarz, C.W.; Jost, P.H.; Brown, S.M. (2007)
RAMOS FRUTÍFEROS (Simpodial)

Figura: https://dl.sciencesocieties.org/publications/cs/abstracts/55/2/564?access=0&view=article
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.5 FRUTO
 Formado a partir do ovário fecundado
 Nomenclaturas
 Maçã (cápsula) é o fruto jovem
 Capulho é o fruto aberto
 Carimã é o fruto mumificado (ataque pragas e cond. climáticas adversas).

 Cada fruto apresenta


 3-5 lóculos no fruto
 6-8 sementes por lóculo.
 Peso de capulho corresponde aos pesos de sementes + fibras .

Fotos: Google Imagens


MORFOLOGIA DA FLOR

Foto: http://www-plb.ucdavis.edu/labs/rost/cotton/Reproduction/fanat.html
ABERTURA DE UMA MAÇÃ MADURA

Foto: https://commons.wikimedia.org/wiki/
CARIMÃ: Fruto mumificado

Foto: Google Imagens


CAPULHO: 3-5 lócos por capulho

Foto: https://www.agro.bayer.com.br/culturas/algodao; https://www.comprerural.com/


DESENVOLVIMENTO DA CÁPSULA DO ALGODÃO

Os cotilédones não desenvolvidos têm uma consistência gelatinosa. À


medida que os cotilédones se desenvolvem, eles se tornam firmes e
parecidos com folhas, e uma camada preta que se tornará o revestimento da
semente começa a se formar ao redor da semente. À medida que a camada
negra amadurece e a parte externa da cápsula seca, a sutura dorsal se
divide, permitindo a cápsula de algodão para abrir.

Fonte: Ritchie, G.L.; Bednarz, C.W.; Jost, P.H.; Brown, S.M. (2007)
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.6 SEMENTE
 Formato piriforme, pardo-escuro e peso de 0,10 a 0,13g
 Epiderme
 Formada por células esclerificadas
 Algumas se diferenciam em fibras menores (linter).

 Tegumento
 Situado abaixo da epiderme, formando a casca
 Formado por tecido parenquimatoso de coloração escura
 Dura e impermeável
 Constituição: celulose, lignina, pentosana, tanino e subst. Minerais.

 Esdosperma e o núcleo formam 2 membranas escuras que envolvem amêndoa

 Amêndoa
 Formado pelo embrião (conjunto radículo-caulículo e 2 cotilédones)
 Rico em óleo, subst. Proteicas e glândulas que contêm pigmentos.
SEMENTE: Anatomia interna

Fonte: Ritchie, G.L.; Bednarz, C.W.; Jost, P.H.; Brown, S.M. (2007)
FIBRA COM AS SEMENTE ENTREMEADAS

Fonte: https://marianstclair.wordpress.com/tag/cotton-boll/
SEMENTE DE ALGODÃO COM LINTER

Foto: https://bonettiagronutri.com.br/2019/08/09/o-caroco-de-algodao-nas-dietas-de-ruminantes/
SEMENTE DE ALGODÃO

Fonte: https://www.baldecheioluz.com.br/noticia/57/caroco-de-algodao-um-ingrediente-unico
SEMENTE DE ALGODÃO

Fonte: http://www.ampa.com.br/arquivos/publicacoes/manual_qualidade_parte2.pdf
4. MORFOLOGIA DO ALGODOEIRO

4.7 FIBRA
 Principal produto do algodoeiro
 Constituída de uma única célula
 Composição
 95% de celulose
 Proteínas
 1,3% da constituição total
 Componentes de elevada importância
 No processo de tingimento são as proteínas recebem os corantes.
 Ceras
 Em pequena quantidade na fibra
 Funciona como lubrificante no processo da fiação.

 Quando madura apresenta 25 camadas de celulose, cristalina, fibrilar e amorfa


CAROÇO MADURO E SUAS FIBRAS PENTEADAS EM HALO
(Fonte: B. Bachelier)

Fonte: http://www.ampa.com.br/arquivos/publicacoes/manual_qualidade_parte2.pdf
ESTRUTURA DE UMA FIBRA DE ALGODÃO

Fonte: http://www.ampa.com.br/arquivos/publicacoes/manual_qualidade_parte2.pdf
FIBRA MADURA QUE MOSTRA A CONTORÇÃO
(Fonte: J. Desplans & J. L. Chanselme)

Fonte: http://www.ampa.com.br/arquivos/publicacoes/manual_qualidade_parte2.pdf
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA ORGANIZAÇÃO DAS
CADEIAS DE CELULOSE EM UMA FBRA DE ALGODÃO

Fonte: http://www.ampa.com.br/arquivos/publicacoes/manual_qualidade_parte2.pdf
5. EFEITOS DOS FATORES AMBIENTAIS NA MORFOLOGIA

5.1 UMIDADE
 Necessidade da cultura x momentos do ciclo
 Necessidade total entre 650-900mm de chuva durante o ciclo
 Fase inicial até as primeiras estruturas reprodutivas é < 2mm/dia
 Após esta fase aumenta o consumo, podendo ultrapassar 8mm/dia.

 Sistema radicular
 Profundo com grande capacidade de exploração de água no perfil solo
 Crescimento do sistema radicular
 Crescimento máximo é alcançado na floração
 Declínio após este período.
 Condições adversas ao crescimento radicular
 Limitações químicas e/ou físicas
 Planta fica mais sensível a períodos de veranico.

 Efeitos da deficiência hídrica


 Redução do diâmetro do caule e altura da planta
 Redução da produtividade por comprometer as trocas gasosas, o
crescimento e atividade de diversas enzimas na planta.
SISTEMA RADICULAR: Profundidade > 2,0m profundidade

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/algodao/217570-solo-fertil-trincheira-mostra-raiz-do-
algodao-a-280-m-de-profundidade.html#.XXapJChKjIU
SISTEMA RADICULAR: Conhecimento sobre o perfil do solo

Fonte: http://www.ampasul.org.br/var/www/html/ampasul.org.br/web/noticias/16o-circuito-tecnologico-do-
algodao-amplia-conhecimento-sobre-perfil-do-solo/1021
5. EFEITOS DOS FATORES AMBIENTAIS NA MORFOLOGIA
5.1 UMIDADE
 Deficiência hídrica x Germinação/Emergência
 Prejudica a absorção de água, crescimento da radícula e do hipocótilo
 Estande desuniforme
 Prejudicando tratos culturas posteriores
 Aplicação de herbicidas e reguladores de crescimento.

 Deficiência hídrica x Estádio reprodutivo (floração e formação de maçãs)


 Estádio mais sensível ao déficit hídrico
 Pode causar abscisão das estruturas reprodutivas
 Frutificação se dá por etapas, permitindo certa tolerância a curtos
períodos de deficiência hídrica
 Estresse hídrico moderado antes do florescimento pode favorecer o
aumento da produtividade.
 Momento para interrupção da irrigação
 Fins de economia de água e melhoria da qualidade da fibra
 Interrupção precoce
 Afeta a fotossíntese e a elongação da fibra
 Comprometimento da produtividade e qualidade da fibra
 Interrupção tardia
 Prolongamento do ciclo e maior consumo de água
 Possibilidade de redução de qualidade da fibra pelo excesso umidade.
EMBRAPA: Transgenia de tolerância à seca

Fonte: https://blogs.canalrural.uol.com.br/
ENCHARCAMENTO DA CULTURA

Fonte: https://blogs.canalrural.uol.com.br/
PODRIDÃO DE MAÇÃS POR EXCESSO DE CHUVA

Fonte: http://www.jovemsulnews.com.br/wp-content/uploads/2017/05/APODRECIMENTO-DAS-MAÇAS-DO-
ALGODOEIRO.jpg
CHUVA NA COLHEITA: Escorrimento da fibra

Fonte: https://hundredpercentcotton.com/farm/cotton-101-video-impacts-of-rain-on-cotton-during-
harvest12/
5. EFEITOS DOS FATORES AMBIENTAIS NA MORFOLOGIA

5.2 TEMPERATURA
 Temperatura influência todas as fases do desenvolvimento da planta

 Temperaturas x Germinação/Emergência
 Baixas temperaturas
 Prejudica a absorção de água pela semente
 Prejudica a emissão da radícula mais que o efeito da umidade do solo
 32oC e umidade adequada
 Maior velocidade de absorção de água p/semente e emissão radícula
 Máximo crescimento do hipocótilo.

 Temperaturas x Abertura de botões-florais, flores e frutificação


 Temperatura ótima do ar (noturna e diurna) é de 22-30oC
 Baixa temperatura na abertura de capulhos
 Retarda sua abertura
 Prejudica a qualidade da fibra
 Prolonga o ciclo da cultura.
5. EFEITOS DOS FATORES AMBIENTAIS NA MORFOLOGIA

5.3 LUMINOSIDADE
 Algodoeiro é uma planta C3
 Com alta taxa de fotorrespiração
 Arquitetura de folhas planofiliar
 Necessita entre 140-160 dias ensolarados
 Produz pouco quando recebe 50% da luminosidade
 Não produzem quando recebe < 40% da luminosidade.

 Algodoeiro silvestre é uma planta perene


 Na maior parte do ciclo, especialmente entre 50-60 dias até 110-120 dias,
diversos eventos ocorrem ao mesmo tempo (crescimento vegetativo;
aparecim. gemas reprodutivas e flores; crescimento e maturação frutos)
 Forte competição interna pelos fotoassimilados.

 Reações da planta x Condições específicas


 Queda excessiva estrut. reprodutivas haverá cresc. vegetativo exacerbado
 Aumentando o autossombreamento causará maior queda estrut. reprod.

Você também pode gostar