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AGENTES CAUSAIS DE DOENÇAS DE

PLANTAS
AULA 03
FUNGOS COMO AGENTES DE DOENÇAS DE PLANTAS
Fungos são organismos eucariontes, aclorofilados e heterotróficos.
Os fungos obtém o alimento seja como saprófitas ou parasitas. Em
ambos os casos, as substâncias nutritivas são ingeridas por absorção após
terem sido parcialmente digeridas por meio de enzimas.

parasitas
saprófitas
CRESCIMENTO DOS FUNGOS
O crescimento dos fungos é
constituído das fases vegetativa
e reprodutiva.
➢Fase Vegetativa
Os fungos, em sua maioria, são
constituídos de filamentos
microscópicos com parede
celular bem definida, chamados
hifas.

O conjunto de hifas que compõe o corpo do fungo é chamado micélio


➢Fase Reprodutiva
Os esporos são as estruturas
reprodutivas dos fungos,
constituindo a unidade propagativa
da espécie, cuja função é
semelhante a de uma semente, mas
difere desta pois não contém um
embrião pré-formado.
Esporos de fungos vistos de microscópio
ECOLOGIA
A maioria dos fungos fitopatogênicos passa parte de seu ciclo de vida nas
plantas que lhe servem de hospedeiro, e outra parte no solo ou em restos
vegetais depositados sobre este substrato.
A sobrevivência e a atividade da maioria dos fungos fitopatogênicos
depende das condições predominantes de temperatura e umidade, ou da
presença de água em seu meio ambiente.
Um fungo livre sobrevive somente dentro de uma certa amplitude de
temperatura (entre -5 e 45ºC).
Os fungos fitopatogênicos podem penetrar no hospedeiro diretamente,
por aberturas naturais ou por ferimentos.
BACTÉRIAS COMO AGENTES DE DOENÇAS DE PLANTAS
Mais de 1.600 espécies bacterianas são conhecidas, mas apenas cerca de
100 espécies causam doenças em plantas.
Bactérias são importantes patógenos de plantas, não somente pela alta
incidência e severidade em culturas de valor econômico, mas também pela
facilidade com que se disseminam e pelas dificuldades encontradas para o
controle das enfermidades por elas incitadas.
CARACTERÍSTICAS DA CÉLULA BACTERIANA
Dimensões - As células
bacterianas medem de 1 a 3,5
mm de comprimento por 0,5 a
0,7 mm de diâmetro.
Formas - As bactérias
fitopatogênicas têm comumente
a forma de bastonetes ou
bacilos, embora possam
apresentar também outras
formas.
➢Motilidade - As bactérias podem ser móveis ou imóveis. Seu movimento
pode ser ondulatório, rotatório e principalmente através dos flagelos. Estes
são filamentos contrácteis, apenas visíveis ao microscópio óptico com o
uso de técnicas especiais de coloração.
Quanto ao número e disposição dos flagelos, as bactérias podem ser
classificadas em:
➢átricas, quando não possuem flagelos;
➢monótricas, quando possuem apenas um flagelo em posição polar ou lateral;
➢lofótricas, quando possuem um tufo de flagelos;
➢perítricas, quando possuem flagelos distribuídos por toda sua superfície.
REPRODUÇÃO
As bactérias fitopatogênicas multiplicam-se principalmente pelo processo
assexuado de fissão binária ou cissiparidade.
CRESCIMENTO
A curva de crescimento de uma bactéria é dividida em quatro fases:
a) Fase de adaptação ou lag: é a fase de adaptação ao meio, com crescimento lento.
b) Fase logarítimica ou exponencial: segunda etapa, onde a população bacteriana
cresce exponencialmente, ou seja, o número de células que cresce é maior do que o
número de células que morre.
c) Fase estacionária: onde o número de células que nasce é igual ao número de
células que morre, e isto ocorre devido à redução de nutrientes no meio e ao acúmulo
de metabólitos tóxicos.
d) Fase de morte ou declínio: onde o número de bactérias que morre é maior que o
número de células que nasce. A taxa de morte cresce até alcançar um máximo devido
a exaustão de nutrientes.
Curva de crescimento bacteriano “in vitro”, sob condições ótimas, mostrando as fases de
adaptação ou lag (1), exponencial ou logarítmica (2), estacionária (3) e de morte ou declínio (4).
PRINCIPAIS GÊNEROS DE BACTÉRIAS FITOPATOGÊNICAS
CONTROLE DE FITOBACTERIOSES
➢Uso de material de propagação sadio
➢Remoção e queima da plantas infectadas
➢Desinfestação de instrumentos de trabalho e das mãos
➢Rotação de culturas
➢Uso de variedades resistentes
➢Controle químico
➢Controle biológico
VÍRUS COMO AGENTES DE DOENÇAS DE PLANTAS
Os vírus não têm a organização complexa das células e são estruturalmente
muito simples. Formados basicamente por uma cápsula proteica
(Capsídeo) envolvendo o material genético – DNA ou RNA.
São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o
vírus irá infectar.
Ex.: Bacteriófagos – vírus que infectam somente bactérias.
Micófagos – vírus que infectam somente fungos.
Vírus de plantas e vírus de animais – vírus que infectam somente plantas e
animais, respectivamente.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS DE PLANTAS
➢Parasitas obrigatórios.
➢Incapacidade de crescer e se dividir autonomamente.
➢Dependem da célula hospedeira para replicação.
➢Dependem da célula hospedeira para executar funções vitais.
➢Replicação somente a partir de seu próprio material genético.
NOMENCLATURA DOS VÍRUS
SINTOMATOLOGIA
Os vírus de plantas podem causar dois tipos de sintomas ou infecção:
localizada e sistêmica.
Os sintomas localizados são lesões cloróticas e necróticas nos pontos de
penetração.
Os sintomas sistêmicos afetam a planta em vários aspectos de sua
morfologia e fisiologia. Os sintomas sistêmicos mais comumente exibidos
pelas plantas são: mosaico, distorção foliar, mancha anelar,
amarelecimento, superbrotamento e nanismo.
TRANSMISSÃO DOS VÍRUS DE PLANTAS
➢Transmissão mecânica - Se considerarmos o uso de implementos agrícolas em campos
com plantas afetadas, este tipo de transmissão pode se tornar importante.
➢Transmissão por insetos – Cigarrinhas, mosca branca, coleopteros, etc.
➢Transmissão por fungos - Olpidium brassicae, que causa podridão de raízes de
diversas plantas, transmite o vírus da necrose do fumo, da alface e do pepino.
➢Transmissão por sementes - Cerca de 20% dos vírus de plantas conhecidos são
transmitidos por sementes.
➢Transmissão por órgãos de propagação vegetativa - Qualquer tipo de propagação
vegetativa, que envolva o uso de borbulhas (enxertia), bulbos, tubérculos, rizomas,
estacas e etc., serve para transmitir vírus de plantas matrizes infectadas para sua
progênie.
CONTROLE DOS VÍRUS DE PLANTAS
O controle de viroses pode ser efetuado pelo emprego de:
➢variedades resistentes
➢eliminação do vetor
➢remoção e destruição da planta afetada
➢eliminação do hospedeiro intermediário
➢emprego de sementes e mudas certificadas
NEMATOIDES
São animais do Sub-Reino Metazoa e Filo Nemata.
Possuem simetria bilateral e são pseudocelomados, isto é, a cavidade geral
do organismo onde se alojam todos os órgãos não é revestida por um
tecido especializado.
A palavra nematóide vem do grego e significa "em forma de fio".
Nematóide é o nome utilizado para os helmintos parasitas de plantas.
CARACTERÍSTICAS
Formas
São geralmente fusiformes ou vermiformes, ou seja, cilíndricos com as
extremidades afiladas.

Dimensões
A maioria dos nematóides fitoparasitas é microscópica, medindo de 0,5 a
2,0 mm de comprimento por 50 a 250 mm de largura.
CARACTERÍSTICAS
Coloração
São totalmente transparentes, deixando ver sua estrutura interior.
Revestimento
Os nematóides possuem um revestimento externo chamado cutícula, rígida
e espessa, transparente, não celular, constituída por secreção da camada
inferior, a hipoderme, tendo como componentes substâncias orgânicas, na
sua maioria protéicas.
CARACTERÍSTICAS
Alimentação
Podem ser micófagos, bacteriófagos, algófagos, protozoófagos, carnívoros ou
predadores e, parasitas de plantas superiores.
Estes são os mais importantes na Fitopatologia e dividem-se em:
➢Endoparasitas sedentários: São os que penetram no sistema radicular e não
retornam ao solo, pois uma vez no interior das raízes, desenvolvem-se
desproporcionalmente em largura e não podem se locomover.
Ex.: Meloidogyne e Heterodera, em várias culturas.
CARACTERÍSTICAS
➢Endoparasitas migradores: São os que penetram nas raízes, locomovem-
se, alimentam-se, e quando a raiz entra em decomposição, voltam ao solo
para colonizar outra raiz.
Ex.: Rhadopholus similis na bananeira e Pratylenchus no milho.
➢Ectoparasitas: São aqueles que não penetram no sistema radicular,
apenas introduzem o estilete através do qual se alimentam das células do
tecido meristemático.
Ex.: Xiphinema no café e batata, Scutellonema no inhame, Criconemoides
no milho, amendoim e fumo.
CARACTERÍSTICAS
BIOLOGIA
A maioria dos fitonematóides é ovípara, ou seja, o desenvolvimento
embriogênico ocorre após a postura, fora do corpo do nematóide.
Alguns são ovovivíparos, pois os ovos são depositados com a larva formada em
seu interior.
Juvenis são nematóides já completamente formados que diferem dos adultos
apenas por não apresentarem aparelho reprodutor completo, e sim, apenas
algumas células que irão originá-lo, chamadas "primordium genitale".
Os nematóides desde a fase de ovo até a fase adulta, sofrem 4 ecdises ou trocas de
cutícula, sendo os períodos entre estas trocas seguidas chamadas estádios ou fases
larvais. Após a quarta ecdise o nematóide passa à fase adulta.
SINTOMAS
Sintomas nas plantas
Sintomas no campo
- Sistema radicular denso, com formação excessiva
- Tamanho desigual das plantas de raízes laterais ou sistema radicular deficiente e
- Murcha nas horas mais quentes do dia pobre
- Raízes em formas de dedos, com rachaduras
- Folhas e frutos de menor tamanho
- Paralisação do crescimento, raízes amputadas, ou
- Declínio vagaroso morte das pontas das raízes
- Nanismo ou entouceramento - Necroses em órgãos aéreos e subterrâneos
- Exibição exagerada de deficiências - Manchas escuras em folhas
nutricionais - Podridões
- Redução de produção. - Formação de sementes anormais
DISSEMINAÇÃO
- Pelos seus próprios meios (movimentos lentos)
- Pelo homem, no transporte de material propagativo infectado (sementes, mudas,
tubérculos, etc.).
- Por implementos agrícolas contendo solo infestado
- Por animais domésticos
- Por insetos
- Por água de irrigação e infiltração
MÉTODOS DE CONTROLE DE
FITONEMATÓIDES
Métodos Culturais
- Rotação de culturas
- Inundação de pequenas áreas
- Operações culturais como aração e gradagem
- Incorporação de matéria orgânica
- Época de plantio e colheita
- Variedades resistentes.
MÉTODOS DE CONTROLE DE
FITONEMATÓIDES
Métodos Biológicos
Controle de nematóides com organismos predadores, como outros nematóides,
bactérias, fungos, vírus e protozoários. Na prática, apenas alguns fungos têm
evidenciado resultados experimentais favoráveis. Ex.: Dactylella oviparasitica
como parasita de ovos de Meloidogyne sp.
Métodos Físicos
Esterilização do solo através de calor úmido e de partes da planta pela água
aquecida.
Métodos Químicos
Uso de nematicidas que podem ser fumigantes ou sistêmicos.
OBRIGADA!!!

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