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Fitopatologia

Professor André Alves de Souza


Epidemiologia de doenças de plantas
Epidemiologia :

“a ciência da doença em populações”


Vanderplank (1963)

“O estudo de populações de patógenos em populações de hospedeiros


e da doença resultante desta interação, sob a influência do ambiente e a
interferência humana”
Kranz (1974)

“ O estudo de populações de patógenos e de hospedeiros que leva a


algo novo: a doença. Esta pode ser considerada como uma terceira
classe de população: a população de lesões ou de indivíduos doentes “
Zadoks e Schein (1979)
O que é patógeno?

"Denominamos de patógenos, organismos que são


capazes de causar doença em um hospedeiro“

Exemplo: bactérias, fungos, protozoários e vírus


Epidemia progressiva: aumento em extensão

Pandemia: Epidemia progressiva que ocupam uma


área extremamente grande
Ciclo de infecção: Todos eventos que ocorrem desde o primeiro
contato entre patógeno e hospedeiro até a morte da lesão

Processo monocíclico: que se completa dentro o lapso de tempo


de um único ciclo de infecção

Murcha do tomateiro
(Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici)
Incubação: primeiros
sintomas

Latência: primeiros sinais

Infeccioso: produção de
estruturas reprodutivas
Processo policíclico
Ferrugem pinta preta
(Uromyces appendiculatus)
Genética da interação patógeno –
hospedeiro
Patógenos e hospedeiros variam geneticamente

Doença resulta da interação entre genótipos do hospedeiro e genótipos


do patógeno e do ambiente

“A resistência a patógenos é uma característica hereditária”


Resistência de plantas a patógenos
• Resistência de não-hospedeiro e de hospedeiro

“ Na natureza, doença é a exceção e não a regra”

• Apenas 1 000 000 de espécies de fitoparasitas uma


mínima parcela causam danos

Porque ?

• Imunidade
Mecanismos de resistência de não-hospedeiro

• espessura da cutícula e controle do movimento dos


estômatos, que podem servir como barreiras físicas aos
microrganismos

• mecanismos bioquímicos como produção de compostos


antimicrobianos, como saponinas e compostos fenólicos
Plantas mecanismos de ataque X patógenos mecanismos de defesa

Genes x genes

Fusarium solani produz cutinases

Pseudomonas syringae produz coronatina - responsável pelo não


fechamento do estômato

Com isso não hospedeira vira hospedeira


Resistência qualitativa ou quantitativa

Qualitativa: “ tudo ou nada “ , planta sem sintomas é chamada de


resistente e a com sintomas de suscetível

Quantitativa: distribuição continua de graus de resistência entre as


plantas da progênie, indo de plantas altamente resistentes até altamente
suscetíveis
Resistência qualitativa e quantitativa representam sistemas de defesa
diferentes ?
Não
São expressões de um mesmo sistema porém em estágios diferentes

No primeiro caso o sistema de defesa é ativado na infecção

Genes “R”

No segundo caso o sistema de defesa é ativado depois da infecção


Patogenicidade de microrganismos a plantas

Para um patógeno atacar uma hospedeira ele deve vencer seu


sistema de defesa

✓ Disfarça ou sabota

Plantas reconhecem padrões moleculares microbianos ativando sistema


de defesa

• O patógeno altera esse padrão criando o “disfarce”

• O patógeno secreta compostos (efetores) que alterem fisiologia da


planta de modo a favorece-lo
Resistência sistemática induzida (SAR)

• Infecção em uma parte da planta ativa a resistência em em outra


parte da planta

• Efeito sistemático e duradouro e inespecífico e pode ser induzido


por vários estímulos
Tolerância

Capacidade inerente ou adquirida de uma planta em suportar a


doença sem queda da produção

Tolerante ≠ resistente

Tolerância mecanismos compensatórios


Ambiente e doença
“Doenças altamente destrutivas podem passar despercebidos sob

condições desfavoráveis de ambiente”

Predisposição - condição de maior ou menor suscetibilidade


Ambiente e hospedeiro
Umidade

Excesso de água no solo queda oxigênio

queda absorção nutrientes e água

ataque de patógenos

Redução espessura da cutícula


Deficiência de água

redução na produção de proteínas e menor crescimento

ataque patógenos
Temperatura

• Temperaturas baixas ou altas alteram a suscetibilidade de plantas a


doenças

Aquecimento
✓ diminuição da fotossíntese e consequente redução de carboidratos,
✓ Aumento de etileno e acido abscísico
✓ produção de espécies reativas de oxigênio (ros)

Frio
✓ Frutos armazenados em refrigeração e depois expostos = maior podridão

A temperatura pode ser responsável por diferenças na reação de cultivares a


um determinado patógeno
Nutrição

A nutrição mineral deve levar em conta um balanço adequado dos


elementos para que as plantas possam expressar seu vigor e sua
capacidade de reação aos patógenos

N ......

P.....

K...

Ca...

pH do solo

Solos ácidos = menor crescimento raízes


Ambiente e patógeno

• Distribuição geográfica

Umidade

• Umidade do ar e do solo pode contribuir ou prejudicar patógenos

• Aração ou inundação = controla patógenos do solo ou em restos culturais

• Disseminação dos patógenos é muito favorecida por respingos e aerossóis

• Germinação de esporos e penetração de patógenos fúngicos e bacterianos


é favorecida pela umidade
Temperatura

• Temperaturas altas = dessecamento de células bacterianas e de


estruturas fúngicas presentes no inóculo

• Temperatura baixa = redução da velocidade de germinação


Vento

• Estruturas fúngicas e células bacterianas são transportadas pelo vento

• Esse fato se intensifica com a água da chuva

“O vento é considerado o provável introdutor da ferrugem do cafeeiro, a


partir da África no território brasileiro“

pH

• Patógenos fúngicos são beneficiados por pH ácido

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