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CURSO TÉCNICO EM FLORETAS

PROTEÇÃO FLORESTAL
Profa. Ivanete Tonole da Silva

Patologia Florestal:
introdução, etiologia,
sintomatologia e exemplos
de patossistemas.
1- INTRODUÇÃO

⮞ FITOPATOLOGIA: DEFINIÇÃO
Termo originado de três palavras gregas: “phyton” = planta,
vegetal “pathos”= doença
“logos” = estudo, trabalho
“É a ciência que estuda as doenças de plantas, abrangendo todos os seus
aspectos: diagnose, etiologia, epidemiologia e controle”.

*Patologia Florestal é a parte da Fitopatologia que estuda as doenças em


espécies florestais e envolve: sintomatologia, diagnóstico, etiologia,
epifitologia e controle.

Sintomatologia: estudo dos sintomas e sinais.


Etiologia: Ethos = origem; logos = estudo.
Epifitologia: estudo das epifitias (epidemia) e enfitotias (endemia).
CONCEITO DE DOENÇAS DE PLANTAS
Existem várias definições de doenças de plantas na literatura:

⮞ Wetzel (1935): “doença em plantas consiste de uma série


de processos fisiológicos nocivos causados pela irritação
contínua de um agente causal primário”.

⮞ Agrios (2005): “qualquer mal funcionamento de tecidos do


hospedeiro causada pela irritação contínua por um agente
patogênico ou fator ambiental e que resulta no
desenvolvimento de sintomas”.

Irritação contínua vs irritação momentânea = doença vs injúria


⮞ De um lado temos os
processos fisiológicos
afetados pelas doenças,
como:

Absorção de água e nutrientes


Fotossíntese
Translocação de fotoassimilados
Translocação de água e nutrientes
Transpiração
Síntese de proteínas
⮞ De outro... temos
os sintomas
induzidos pelos
fitopatógenos (ou
abióticos), como:
Queima das pontas
Queima das folhas
Manchas nos frutos
Podridão dos frutos
Manchas foliares
Cancros
Murchas
Murchas vasculares
Galhas da coroa
Podridão de raízes
Sintomas x Sinais

Sintomas: Expressão ou manifestação visual de


uma anormalidade fisiológica ou morfológica
resultante de uma doença.

Sinais: Quaisquer estruturas ou produtos do


patógeno presentes no tecido doente (micélio,
esporos, corpos de frutificação, cistos de
nematóides, pús bacteriano, exsudação, cheiros).
Sintomatologia

É o estudo do conjunto composto de


sintomas e sinais.

Os sintomas não são isolados, podendo ser


padronizados e agrupados para facilitar a
diagnose das doenças.
Sintomatologia: Classificãção de
acordo com a localização
Sintomas primários: ação direta do
patógeno sobre o tecido dos órgãos
afetados.
Ex.: Manchas foliares.

Sintomas secundários: exibidos pela planta


em órgãos distantes do local de ação do
patógeno.
Ex.: Murchas vasculares.
O estudo do patógeno
(agente causal; etiologia)
• Classificação: ex.Hemileia vastatrix
Domínio: Eucarya
Reino: Fungi
Filo: Basidiomycota
Classe: Teliomycetes
Ordem: Uredinales
Família: Pucciniaceae
Gênero: Hemileia
Espécie: Hemileia vastatrix
Doença: ferrugem do cafeeiro
O Estudo do Patógeno

• Nome do Patógeno: tem nomes específicos de acordo com


normas internacionais.
Á exceção dos vírus, todos seguem Sistema Internacional de
Nomenclatura Botânica:
Binômio latim (nome genérico e especifico).
Devem ser sublinhados quando manuscritos e grafados
em itálico quando impressos.

Ex.: Hemileia vastatrix


Etiologia: Estudo das Causas
Aetia= causa;
PATÓGENO
Logos = estudo

AMBIENTE HOSPEDEIRO

Qual a importância de se estudar a etiologia?


O estudo da etiologia de determinada doença
aborda as características do agente causal
como o modo de penetração, crescimento e
multiplicação no interior dos tecidos do
hospedeiro.
AGENTES CAUSAIS DE DOENÇAS DE PLANTAS

Fungos Bactérias Vírus,


viróides Nematóides
Fitoplasmas e Espiroplasmas
BIÓTICOS Protozoários
Plantas parasitas
Insetos

Umidade
Temperatura
Geada
Fitotoxidez
ABIÓTICOS Nutrição
pH
Luz
Vento
• Bióticas
Fungos > 100.000 doenças Vírus > 600
doenças Bactérias > 200 doenças
Nematóides > 100 doenças Viróides
Micoplasmas – MLO’S (fitoplasmas e
espirolasmas)

Protozoários - Phytomonas

Rhikettsias - Xylella fastidiosa


Plantas parasíticas
Actinomycetos - Streptomyces scabies
Certos insetos
Morfologia e Multiplicação dos patógenos de plantas

Fungos

Bactéria

Molicutes

Plantas
parasíticas

Vírus Viróides

Nematóides

adultos ovos juvenil Protozoários


Fungos

Organismo eucariota,
aclorofilado filamentoso,
multicelular e que
normalmente se
reproduzem por esporos
Bactérias

Organismo procariota,
aclorofilado unicelular, e
que normalmente se
reproduzem por fissão
binária
Vírus

Parasita obrigatório
intracelular, constituído por
uma ou mais molécula de acido
nucléico(DNA ou RNA),
geralmente envoltos por uma
capa protéica
Nematóides

Animal vermiforme, que pode


ser de vida livre ou parasita. Os
nematóides fitopatogênicos
são todos parasitas
obrigatórios e, para se nutrirem
dos hospedeiros, produzem
estilete para sucção
Fitoplasmas

Organismo da classe molicutes,


procariota, desprovido de parede celular
rígida, e portanto, pleiomórfico(podem
assumir varias formas)
Espiroplasmas
Organismos com morfologia helicoidal, sem parede celular, com apenas
uma membrana unitária envolvendo o citoplasma. São encontrados
restritos ao floema de plantas.
Causas abióticas
➢ Compactação do solo
➢ Período longo de estiagem
Sintomatologia:
➢ Excesso de umidade no solo
Declínio de plantas
➢ Ventos frios
Seca de ramos e ponteiros
➢ Geada
Murcha
➢ Alta e baixa temperatura
➢ Deficiências nutricionais Amarelecimento Queda

➢ Toxidez de Al, Fe e Mn de flores Queda de frutos

➢ Raízes tortas e pouco desenvolvidas Deficiência nutricional

➢ Raio Crescimento reduzido

➢ Queima por pesticidas


➢ Excesso de nutrientes
Parasitismo
Parasita: termo que se refere a um organismo que é
parcialmente ou totalmente dependente de outros
organismos vivos para sua existência.

Patógeno: Todo organismo capaz de causar doença. Além


de parasitas, causa alterações fisiológicas no hospedeiro.

Patogenicidade: É a capacidade que o organismo,


associado ao hospedeiro, tem de causar doença.
Ciclo de vida do patógeno
O desenvolvimento do patógeno compreende fases ativas e
inativas. As fases ativas são patogênese e saprogênese. A
fase inativa é chamada de dormência.

Patogênese: é a fase em que o patógeno está associado


ao tecido vivo do hospedeiro. Compreende três fases:
pré-penetração, penetração e colonização. Ocorre nos
parasitas obrigados e facultativos.

Saprogênese: é a fase em que o patógeno não está


associado ao tecido vivo do hospedeiro, ele encontra-se em
atividade saprofítica sobre restos de cultura ou sobre a
matéria orgânica do solo. Não ocorre nos parasitas
obrigados.
Ciclo de vida do patógeno
➢ Dormência: é a fase onde as condições não são
favoráveis a atividade do patógeno, achando-se este com
metabolismo reduzido. São órgãos consistentes e ricos
em reservas, tais como esclerócios, peritécios,
clamidosporos e micélio dormente em sementes e mudas.
Classificação dos parasitas:
quanto ao ciclo de vida

Parasitas Obrigatórios: Crescem e


sobrevivem somente em tecido vivo do
hospedeiro (vírus, nematóides , viróides e
alguns fungos – causadores de ferrugem e
oídios).
Normalmente por necessitarem do
hospedeiro vivo, os parasitas obrigatórios
não matam o hospedeiro rapidamente.
Classificação dos parasitas:
quanto ao ciclo de vida

• Não-Obrigatórios: podem crescer e multiplicar na


ausência do hospedeiro vivo (Bactérias e a maioria dos
Fungos).

Patogênese Saprogênese

Saprogênese Patogênese

Parasitas Facultativos Saprófitas Facultativos


Classificação dos parasitas: quanto ao ciclo de vida

Parasita facultativo: são aqueles organismos que passam a


maior parte do ciclo de vida como saprófitas e
facultativamente parasitam as plantas. Ex: fungos como
Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.

Saprófita facultativo: são aqueles organismos que passam a


maior parte do ciclo de vida como parasitas e facultativamente
são saprófitas. Em outras palavras crescem como parasitas
mas podem viver saprofiticamente sob certas condições. Ex:
fungos causadores de manchas foliares, como Alternaria spp.,
Colletotrichum spp. e Cercospora spp.
• Em geral, os parasitas obrigados e facultativos diferem
entre si pela forma como atacam as plantas hospedeiras
e obtém seus nutrientes a partir destas. Nos parasitas
obrigados, a colonização é, geralmente, intercelular;
enquanto que nos facultativos ela é, na maioria das
vezes, intracelular.
Classificação dos parasitas:
quanto à forma de obtenção de nutrientes

Parasitas biotróficos – são organismos que obtém seu


alimento somente a partir de células vivas do hospedeiro.
Estes organismos desenvolveram requerimentos nutricionais
específicos, o que os tornaram inteiramente dependentes de
seus hospedeiros vivos
Classificação dos parasitas:
quanto à forma de obtenção de nutrientes

Parasitas Hemibiotróficos – são organismos que infectam


tecidos vivos , assim como os biotróficos, mas sobrevivem e
esporulam no tecido morto, em competição com os saprófitas.

Tem vantagens sobre estes uma vez que ocuparam o substrato


antes que eles se tornassem acessíveis a outros organismos.
Classificação dos parasitas:
quanto à forma de obtenção de nutrientes

Parasitas Necrotróficos – são organismos que infectam o


tecido do hospedeiro após enzimas e toxinas terem
destruídos os tecidos. Eles matam o tecido pela rapidez de
penetração, e esse mesmo tecido fornece a base alimentar
para o avanço do patogeno.

(Matam as células do hospedeiro para


fazer dela seu alimento).
Colletotrichum destructivum - antracnose do fumo
TESTE DE PATOGENICIDADE
• Quando um organismo é encontrado associado a uma
planta doente, se for conhecido ou registrado
anteriormente, é identificado com a ajuda de literatura.

• Entretanto, se for um organismo desconhecido, pelo


menos para tal planta, para confirmá-lo ou descartá-lo
como agente causal da doença, é necessária a
realização do teste de patogenicidade.
• O estabelecimento da relação causal entre uma doença
e um microrganismo só pode ser confirmado após o
cumprimento de uma série de etapas, conhecida por
Postulados de Koch, desenvolvidos por Robert Koch
(1881) para patógenos humanos e adaptados
posteriormente para Fitopatologia, constituindo o teste
de patogenicidade.
Postulados de Koch

1) Associação constante do organismo com a doença.

1) Isolamento do organismo dos tecidos afetados em


cultura pura.

3) Inoculação do organismo obtido em cultura pura num


hospedeiro sadio suscetível para reprodução de
sintomas.

3) Reisolamento do organismo do hospedeiro suscetível


doente inoculado e comparação com a cultura pura
original.
• 1. Associação constante patógeno-hospedeiro: um
determinado microrganismo deve estar presente em
todas as plantas de uma mesma espécie que
apresentam o mesmo sintoma. Em outras palavras,
deve-se poder associar sempre um determinado
sintoma a um patógeno particular.

• 2. Isolamento do patógeno: o organismo associado


aos sintomas deve ser isolado da planta doente e
multiplicado artificialmente.
3. Inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas: a
cultura pura do patógeno, obtida anteriormente, deve ser
inoculada em plantas sadias da mesma espécie que
apresentou os sintomas inicias da doença e provocar a
mesma sintomatologia observada anteriormente.

4. Reisolamento do patógeno: o mesmo organismo deve


ser isolado das plantas submetidas à inoculação artificial.
Se todas as etapas acima forem cumpridas, o organismo
isolado pode ser considerado como o agente patogênico,
responsável pelos sintomas observados. Os testes
patogenicidade são realizados, geralmente, de em
vegetação para plantas, e em laboratório para partes de
plantas como estacas, frutos, tubérculos e legumes. casa-
de-
Como seria a execução dos
postulados de Koch para um
organismo que é parasita
obrigatório??
• Em virtude das diferenças de parasitismo, o teste de
patogenicidade através dos Postulados de Koch
apresenta particularidades para parasitas facultativos e
obrigados.
• No caso de parasitas facultativos o teste de
patogenicidade segue os postulados descritos
previamente;
• No caso dos parasitas obrigatórios, somente os dois
primeiros postulados podem ser aplicados.
1.Associação constante patógeno-hospedeiro: um
determinado microrganismo deve estar presente em todas
as plantas de uma mesma espécie que apresentam o
mesmo sintoma.

1.Inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas:


extrato de folhas doentes (no caso de vírus) ou suspensão
de esporos ou esporângios (no caso de fungos causadores
de ferrugens, carvões, oídios e míldios) deve ser inoculado
em plantas sadias da mesma espécie que apresentou os
sintomas iniciais da doença e provocar a mesma
sintomatologia observada anteriormente.
Para pensarmos

• Qual a importância em saber se um patógeno


é parasita obrigatório ou não-obrigatório?

• Essas medidas de manejo seriam igualmente


eficientes para doenças causadas por
patógenos parasitas obrigatórios ou
facultativos?
CICLO DAS RELAÇÕES PATÓGENO-
HOSPEDEIRO

• A série de fases ou eventos sucessivos que conduzem


à ocorrência da doença, ou fazem parte do seu
desenvolvimento, constitui um ciclo, denominado ciclo
das relações patógeno-hospedeiro, no qual cada uma
das diferentes fases apresenta características próprias e
tem função definida.
Germinação

Inoculação Penetração

CICLO DAS
RELAÇÕES
PATÓGENO-
Dispersão HOSPEDEIRO
Infecção

Sobrevivência Colonização

Reprodução
Dispersão

É a transferência do patógeno
da fonte de inóculo para os locais mais
diversos.
Inoculação

É a transferência do patógeno da fonte de inóculo para o


local de infecção, ou seja, à superfície do hospedeiro
suscetível.

A inoculação só ocorre quando o inóculo do patógeno


consegue chegar ao local de infecção, pois se este
atingir a planta em outro local não haverá inoculação.
Germinação
Uma vez depositado junto à superfície do hospedeiro, o
inóculo deve sofrer uma série de transformações que
possibilitem a penetração do patógeno nos tecidos do
hospedeiro.

A germinação é verificada nos fungos pela emissão do


tubo germinativo. Nas bactérias verifica-se a
multiplicação das células. Nos nematóides verifica-se a
eclosão das larvas.
Penetração
• É a fase que ocorre a implantação do patógeno no
local da planta onde se iniciará o processo de
colonização dos tecidos.

• A penetração do hospedeiro pode se processar de


três maneiras:
Penetração direta pela superfície intacta do hospedeiro

Penetração por aberturas naturais

Penetração por ferimentos


Infecção
É o processo pelo qual o patógeno estabelece contato com
as células do hospedeiro e delas obtém nutrientes, isto é,
estabelece a relação parasitária.

• Período de incubação: É o intervalo de tempo que decorre


entre a inoculação e o aparecimento de sintomas.

• Período latente: É o intervalo de tempo decorrido da


inoculação até o aparecimento de sinais.

PERÍODO LATENTE PERÍODO DE INCUBAÇÃO

Sinais Inoculação Sintomas


Colonização
É a fase que ocorre quando o patógeno
passa a desenvolver-se e nutrir-se dentro do
hospedeiro.

• Necrotróficos

• Hemibiotróficos

• Biotróficos
Reprodução

Os fitopatógenos podem se reproduzir no interior dos tecidos


(vírus, viróides, bactérias e alguns fungos) ou externamente
(a maioria dos fungos e nematóides).

Os vírus e viróides multiplicam-se por replicação.

Os fungos, por esporos sexuados ou assexuados. Bactérias


por fissão binária ou partenogênese.
Sobrevivência
Esta fase caracteriza-se por garantir a sobrevivência do
agente patogênico em condições adversas, tais como
ausência do hospedeiro e/ou condições climáticas
desfavoráveis.

esclerócios,
• Estruturas de resistência: clamidosporos,
teliosporos, ascosporos e oosporos em fungos.

• Atividades saprofíticas: Ex.: colonização de restos


culturais e utilização de nutrientes da solução do solo.

• Vetores: Ex.: sobrevivência de vírus em insetos, fungos e


nematóides.
• O ciclo das relações patógeno-hospedeiro pode ser
dividido em ciclo primário e ciclo secundário.

• Ciclo primário - É aquele que tem início a partir de


estruturas de sobrevivência do microrganismo ou a partir
da fase saprofítica no solo. Caracteriza-se por
apresentar:

• Pequeno número de plantas infectadas;

• Pequeno número de lesões por planta;

• Baixo índice de infecção.


• Ciclo secundário - É aquele que sucede o ciclo
primário e se desenvolve a partir do inóculo
• nele produzido, sem a interposição de uma fase de
repouso ou dormência entre eles. Caracteriza-se por
apresentar:

• Grande número de plantas infectadas;

• Grande número de lesões por planta;

• Alto índice de infecção.


• Baseado no número de ciclos que uma determinada
doença apresentar durante uma mesma estação de
cultivo, pode ser classificada como doença monocíclica
(ou de ciclo primário) ou doença policíclica (ou de ciclo
secundário)
FONTE DE INÓCULO

• Inóculo: é qualquer propágulo ou estrutura do patógeno


capaz de causar infecção. Ex: esporos e micélio de
fungos, células de bactérias ou protozoários, partículas
de vírus ou viróides, ovos ou larvas de nematóides, etc.

• Fonte de inóculo: é o local onde o inóculo é produzido.


Ex: plantas doentes, restos de cultura, solo infestado,
etc.
Alguns exemplos históricos
⮞ Mal das folhas da seringueira – Microcyclus ulei

• Início o século XX: Brasil e peru, únicos


países produtores de borracha natural no
mundo.

• 1876: Henry Wickham contratado para


coletar sementes no Pará. 70.000
sementes coletadas → 2400 chegaram
vivas na Inglaterra → 1900 chegaram no
Ceilão → 22 chegaram em Singapura e
Malásia.
Microcyclus ulei

Sintomas da doença.

Sinais (estruturas) do
patógeno.
• 1928: Fordlandia – 4.000 hectares plantados com
material propagativo da Ásia.
• 1934: ataques seguidos de mal das folhas levam ao
abandono da área.
• 1934: novo projeto de Ford em Belterra.
• 1942: 6.500 hectares cultivados.
• 1943: ataque devastador  abandono final.
• 1912: Brasil maior produtor mundial de
borracha natural → 1951: importador →
Atualmente: importa 75 % da necessidade.
“Quando a espécie florestal é de interesse econômico, e o homem, para
aumentar a produção de madeira ou de outra commodity, passa a cultivá-la
racionalmente, com o adensamento de elevado número de indivíduos por
unidade de área, surgem patógenos muitas vezes devastadores, como o
Microcyclus ulei, causador do mal-das-folhas da seringueira. Quando se
explorava apenas as seringueiras nativas com uma população de 5 a 6
plantas por hectare, o mal-das-folhas nunca foi problema; porém, a partir do
momento em que se iniciaram os plantios racionais, todas as tentativas de
cultivo da Hevea spp. na Amazônia sempre úmida fracassaram por causa da
ação do M. ulei.” (https://livimagens.sct.embrapa.br/amostras/00054340.pdf)
⮞ Vassoura de bruxa do cacaueiro – Moniliophtora
perniciosa
Anteriormente chamado de Crinipellis perniciosa

Originária da região amazônica

Primeiramente observada no Suriname, em 1890 Patógeno descrito em 1915.

Encontra-se disseminada por toda América Latina

Perdas na produção de até 90% em fazendas da Venezuela, Trinidad e Tobago e


Rondônia

• 1989 – chegada da vassoura à Bahia e suas consequências.


1989 - 700.000 ha contínuos cultivados com cacau e volume exportado = 104.000 toneladas

1996 - Volume exportado = 31.000 toneladas


Problemas econômicos, sociais e ambientais
Desemprego, êxodo rural, destruição da Mata Atlântica
Vassoura de bruxa do cacaueiro – Moniliophtora perniciosa
(sintomas da doença)
Fitopatologia x Perdas

Perdas Diretas Perdas Indiretas

Perda Primária Perda Secundária

Quantidade Contaminação do material Propriedade


de plantio

Qualidade Infestação do solo Comunidade

Custo de controle Custo de controle Exportadores

Custo extra para colheita, Enfraquecimento de plantas Governo, ambiente


seleção, etc. perenes
Para refletir e concluir:
Por que as plantas (hospedeiros) adoecem?

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