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Disciplina: Farmacologia, terapêutica e toxicologia veterinárias.

Aula 05 e 06: Terapia e farmacologia antiparasitária: parte 01 e 02


Data: 08/09/2021
Professora: Nathália das Graças Dorneles Coelho.
Turma: Medicina Veterinária (UNIVERSO)
Fármacos antiparasitários

❑ Drogas que atuam contra ectoparasitas


Atuação contra pulgas.
Atuação contra carrapatos.
Atuação contra “bichos de pé”.
Tratamento de miiase e bernes.
Atuação contra piolhos e sarnas

❑ Drogas que atuam contra endoparasitas


Atuação contra nematódeos.
Atuação contra cestódeos. anti-helmintícos
Atuação contra trematódeos.
Atuação contra protozoários.
Principais objetivos:

1. Prescrever antiparasitários de maneira racional e direcionada!

2. Criar hábitos de ler bulas e não prescrever nomes comerciais sem


conhecimento farmacológico/terapêutico sobre os princípios ativos.

3. Saber as principais indicações e contra-indicações.


A importância das infestações por parasitos
❑ As perdas econômicas das parasitoses são altas e silenciosas.

❑ Redução do ganho de peso e da produtividade.

❑ Maior susceptibilidade a doenças.

❑ Muitos parasitos tem importância para a saúde pública: zoonoses

Os antiparasitários são um dos principais produtos comercializados no país, com


25% de participação na indústria animal.
Metas a serem obtidas com os antiparasitários

Eliminação do agente: pequenos animais


Manutenção de uma carga parasitária a níveis toleráveis: animais de produção.

Lembre-se: não há antiparasitários que atuem em todos os tipos e fases de


desenvolvimento dos parasitos!

Isso leva a necessidade de formulações terapêuticas compostas e na


necessidade de pelo menos duas doses na maioria dos protocolo de
vermifugação.
Propriedades dos antiparasitários

1. Amplo espectro: maior nº de espécies de parasitos possíveis.


2. Elevada eficácia: 95%,se for < 75% é ineficiente.
3. Índice terapêutico médio/alto: mínimo seis vezes.
4. Ausência de efeitos colaterais em doses terapêuticas.
5. Não causar danos ao ambiente.
6. Não deixar resíduos ou ter baixo período de carência
7. Ter boa relação custo/benefício (<6% do valor total do animal)
8. Facilidade de administração em várias vias (boa palatabilidade)
9. Ser compatível com outros fármacos.
10.Não possibilitar resistência dos parasitos?
Vias de administração

❑ Parenteral: intra-muscular e subcutânea.


❑ Intra-rumenal: sondas.
❑ Oral: maioria das espécies, ruminantes há uma dificuldade na administração.
❑ Transcutânea: mais caras; pequenos e grandes.
Fatores relacionados ao uso de antiparasitários

Hospedeiro
Espécie e raça
Hospedeiro
Ex.: baixa biodisponilidade dos
benzimidazois em ovinos.
Ex.: cães collie mais sensíveis
as avermectinas.
Parasita
Ex.: felinos não é indicado o uso das avermectinas.

Condição corporal Droga


Ex.: obesos e muito magros
Interferência no volume de distribuição
de fármacos lipossolúveis.
Fatores relacionados ao uso de antiparasitários

Hospedeiro
Idade
Hospedeiro

Ex.: maturidade dos sistemas enzimáticos


e imunológico

Hábitos alimentares Parasita

Ex.: influência da ingesta e tipo de sistema


digestivo.
Droga
Fatores relacionados ao uso de antiparasitários

Parasito

Hospedeiro
Resistência/sensibilidade.
Espécie e estágio.
Estágio adulto é mais sensíveis.
Carga parasitária: mucosa e peristaltismo
Parasita
Droga
Droga
Biotransformação.
Dose e via de administração.
Tipo de formulação.
Tamanho e solubilidade.
Drogas que atuam contra ectoparasitas
Drogas que atuam contra ectoparasitas

1. Organofosforados
2. Carbamatos
3. Piretroides
4. Formamidina
5. Lactonas macrocíclicas
6. Espinosas e espinosoides
7. Imidocloprida
8. Nitempiram
9. Inibidores de quitina
10. Derivados dos fenilpirazois
11. Análogo do hormônio juvenil

Novas moléculas
12. Semi carbazonas
13. Isoxazolinas
14. Oxadiozinas
15. Neocatinoides
Drogas que atuam contra ectoparasitas

Os ectoparasitos são grandes problemas nos países tropicais.

A subdosagem e a pressão de seleção, ou seja, a intensificação de aplicações dos


antiparasitários, têm sido os principais fatores associados ao surgimento de cepas
resistentes.
1ºOrganofosforados

São compostos orgânicos, derivados do ácido fosfórico.


Atuação: carrapatos, sarnas, piolhos, pulgas, bernes e miíase (inseticidas e acaricidas)
Quando sistêmico: nematóides
Uso amplo em todas as espécies e no ambiente.

Ação: inibidor irreversível da enzima acetilcolinesterase (aumenta a acetilcolina)

Morte dos ectoparasitos: hiperexcitabilidade e hiperatividade, seguindo de


incoordenação muscular, convulsões e morte.

Principais formas de utilização: tratamento por contato, tratamento sistêmico via


pour on (lipossolúvel→ não ionizam).
Apresentação: formulações isoladas ou em associações (piretróides).

Clorpirifós: Lepecid (V)


Diazinon: Carrapaticida Duprat (V) e Carzinon (V)
Diclórvos: Bernilene (V)
Dimetoato: Dermatox (V)
Fention: Tiguvon Spot-on (V) e Pulfin (V)
Malation: Malathol (V)
Triclorfon: Neguvon (V): e Clorphon (V)

Colares antiparasitários: o ingrediente ativo é


liberado: como vapor (diclorvós)
Ponto negativo: maioria dos carrapatos tem o gene de resistência para essa base.

Intoxicações: comer coleiras, uso inadequado, lambedura (comuns)

Sinais de intoxicações
Receptores muscarínicos do SN autônomo parassimpáticos:
Miose, sialorreia, náusea, vômito, expectoração, sudorese, broncoconstricção,
broncorreia, incontinência urinária, cólicas, diarreia e bradicardia

Receptores nicotinicos SN (simpático e parassimpático) e junções NM


Fasciculações, agitação, confusão mental, depressão SNC.
Há antídoto
Atropina: controle dos sinais muscarínicos

Bloqueio do receptor muscarínico : antagonista competitivo

0,2-0,5 mg/kg → 1/4 (1/3) da dose IV e o restante IM, doses adicionais podem ser
necessárias (2-15 minutos).
Não há um limite na dose.

Marcador da atropinização é a redução da sialorreia e não


a reversão da bradicardia.

Repetir atropina: secreção respiratória.


Devido a alta resistência aos organofosforados quase sempre são
formulados em associação
2º Carbamatos
São compostos derivados do ácido carbâmico.
Somente ação ampla contra ectoparasitos.
Não tem ação contra nematódeos!
Mecanismo semelhante os organofosforados: reversíveis
Menos tóxicos: organofosforados
Utilizados em todas as espécies domésticas? e ambiente.

Carrapatos geralmente são resistentes aos organofosforados e aos carbamatos

Nomes genéricos e químicos dos carbamatos


Carbarila: 1naftilNmetilcarbamato
Propoxur: 2isopropoxifenilNmetilcarbamato
Carbamatos

Intoxicação: o tratamento é semelhante ao utilizado em organofosforados.


Geralmente os sinais clínicos são menos graves!
3º Formamidinas

Amitraz: único utilizado para uso animal.


Exclusivamente: sarnas, piolhos, pulgas e carrapatos.

Mecanismo de ação: depressão do SNC do parasito.

Toxicidade baixa: exceto para equinos (íleo paralítico) e


Gatos?

Não há antídoto.

O efeito residual é de 7 a 9 dias.

Apresentações comerciais (veterinárias): Amitraz, Amitox, e Triatox.


4ºLactonas macrocíclicas

Avermectinas e as milbemicina: abamectina e doramectina; milbemicina e a


moxidectina.
Espectro ectoparasiticida, principal (endectocidas)

Mecanismo de ação: potencializem a ação inibidora (GABA).


Diversas espécies domésticas, a excessão dos felinos.

Sinais de intoxicação
Depressão respiratória, tremores, ataxia, vômitos, letargia,
salivação e midríase, resultando, muitas vezes, na morte.
4ºLactonas macrocíclicas

Cães dolicocefálicos: Collie, Shetland Sheepdogs, Old English Sheepdog e Australian


Sheepdog, são mais sensíveis, assim como os gatos.

Funcionalidade da glicoproteína P (Pgp).


Proteína de membrana celular codificada pelo gene MDR1
(resistência a múltiplas drogas): Bomba de efluxo.

Gene modificado leva a uma Pgp afuncional (homozigoto), pouco


se sabe da Pgp em gatos
Tratamento de intoxicações

Emulsão lipídica
Bolus inicial: 1,5 a 4,0 ml/Kg em 1 min
Infusão contínua: 0,25 ml/kg/min 30 a 60 min

Altamente lipofílicas

A excreção desses compostos no leite pode alcançar


até 5% da dose administrada.
5º Piretróides

São um dos mais seguros


Mecanismo de ação: Inibição do transporte de sódio e potássio no sistema nervoso,
queda mortos ou não.
Efeito residual prolongado.
Estáveis quando expostos a luz e sol
Ação contra ectoparasitas (artrópodes) e inseticidas

Praticamente atóxicos para aves: piolhos


Primeira escolha para combate: Lutzomyia longipalpis

Hipersensibilidade: o animal fica se “lambendo” constantemente.


Não há antídoto
Apresentações comerciais:
Em caso de intoxicação
Evitar maior absorção do piretróide: banho com detergente.
Carvão ativado + catártico osmótico: auxilia na inativação e remoção
do piretroide do sistema digestório.

Os sintomas de excitação: benzodiazepínicos ou barbitúricos no


caso de convulsão.

Os gatos apresentam uma maior sensibilidade:

❑ Deficiência da enzima glicuronidase: metabolismo da permetrina.


❑ Enzimas hidrolíticas : taxa de hidrólise lenta nos gatos.
❑ Respeitar a indicação do fabricante e a dose para cada espécie.
6ºDerivados dos fenilpirazóides
Fipronil e piriprol

Apenas atividade contra ectoparasitas: cães, gatos e bovinos.


Pulgas, carrapatos e moscas.
Anula o efeito do GABA: hiperexcitação .

É ativo contra carrapatos (2 meses) e pulgas (3 meses).


Segundo o fabricante, é seguro para animais gestantes e recém-nascidos.

Apresentações comerciais: Frontline (carnívoros) e Topspot (ruminantes).


7º Isoxazolinas
Fluralaner
Ação sistêmica: SN dos artrópodes, antagonizando os canais de cloro nos
receptores gaba e glutamato (24h)→ hiperexcitação irreversível

Ação: pulgas e carrapatos (artrópodes)

Via oral ou transdermal: com alimento no estômago


Não impede o repasto sanguíneo

Duração 12 semanas: meia vida e baixa metabolização


Efeitos adversos: vômito, diarreia e hiporexia

Seguro em fêmeas em qualquer fase da gestação ou da lactação.


Idade mínima de 8 semanas
8º Derivados de cloronicotil nitroguanidinas
Nitempiram (nitroenamina)
Apresenta apenas um espectro ectoparasiticida.
Pulicida adulticida.
Alto índice terapêutico.

Mecanismo de ação: bloqueio dos receptores nicotínicos da acetilcolina. Sua


degradação é muito rápida.

Posologia: 1 mg/kg (cães e gatos), SID → mais de 4 semanas.


Concentrações sanguíneas máximas: 15 min e 1hora

Reações adversas: fezes amolecidas e exacerbação da lambedura.


9º Derivados de cloronicotil nitroguanidinas
Imidocloprida

Apresenta apenas um espectro ectoparasiticida.


É indicado como pulicida.
Alto índice terapêutico.

Mecanismo de ação: interferi na transmissão de impulsos nervosos de insetos, liga-


se aos receptores nicotínicos. Sua degradação é lenta.

Posologia: 10 mg/kg carnívoros, a cada 30 dias.


10º Inibidores de quitina

Fluazurona e Lufenurona
Ação pulicida
Carrapaticida após 6 dias de tratamento.

Mecanismo de ação: inibição da deposição da quitina, não fazem ecdise.

Posologia: 2mg/kg a cada, 30 dias (cães e gatos)


Aplicado em grandes animais
11º Metoprene
Análogo sintético do hormônio juvenil: impede que os insetos atinjam a maturidade
Deste modo, ovos, larvas e pupas não evoluirão, minimizando a infestação ambiental!
Drogas que atuam contra hemintos
Relembrando: helmintos

Céstodeos Alto potencial zoonótico

Platyelminthes

Trematódeos Alto prejuízo a bovinocultura


Helmintos

Maior patogenicidade e
Nemathelminthes Nematódeos distribuição geográfica
Primeiro passo: coproparasitologia e/ou técnicas alternativas
Os exames de fezes são primordiais para:
- rastreamento de parasitos intestinais em rebanhos
- diagnósticos individuais em pets.

Sempre enviar: o histórico, identificação e suspeita clínica para o laboratório!

❑ Epidemiologia das hemintoses.


❑ Encaminhar para o exame mais adequado.

Método de Willis: quantitativa (ovos de helmintos) → um ovo é positivo (pequenos animais)


Método de Faust: qualitativo (helmintos e protozoários) → ( pequenos e grandes animais)
M master modificada (OPG modificada): quantitativo → grandes animais
Técnicas de sedimentação (“Hoff”): qualitativos → ovos pesados ( trematódeos e cestodeos)
Drogas que atual contra helmintos (anti-helmínticos) Platyelminthes
Absorção, distribuição e biotransformação
Nemathelminthes
Fração não absorvida: permanece no sistema gastrintestinal
Fração absorvida: corrente sanguínea.

A biotransformação: produção de metabólitos farmacologicamente ativos.

Os medicamentos retornam por difusão passiva para o sistema gastrintestinal na


forma de metabólitos ativos.
Drogas que atual contra helmintos (anti-helmínticos) Platyelminthes Nemathelminthes
Mecanismos de ação

Produção de energia (fermentação


anaeróbica dos carboidrato), na
coordenação neuromuscular e na
dinâmica microtubular.

❑ Inanição: são esgotadas suas


reservas energéticas
❑ Paralisia: morte e expulsão
Platyelminthes

Nemathelminthes

As associações de medicamentos têm por finalidade aumentar (sinergismo)


ou complementar sua atividade contra os helmintos, ampliando o espectro
de ação
1. Organofosforados
2. Substitutos fenólicos
3. Salicilanilidas
4. Imidazotiazois
Nemathelminthes 5. Tetra-hidropirimidinas
6. Benzimidazois
7. Avermectinas e Milbectinas
8. Ciclodepsipeptídeos
9. Derivados de Aminoacetonitrila
10. Piperazina
11. Melasormina sódica
Nemathelminthes

1º Organofosforados
São utilizados principalmente como ectoparasiticidas (baixo índice de segurança)
Ampla ação contra nematódeos, mas foram substituídos por compostos com maior
atividade anti-helmíntica e menor toxicidade.

Modo de ação: os organofosforados bloqueiam a ação da acetilcolinesterase na


acetilcolina, evitando a hidrólise deste neurotransmissor (paralisia espástica)

Os organofosforados são rapidamente oxidados e inativados no fígado, sendo


eliminados principalmente na urina.

Os organofosforados são administrados por via oral, nas formas de pasta, solução e
pellets (incorporado à ração), ou pela via cutânea (na forma de solução), aplicados
no dorso do animal.
Nemathelminthes

2º Imidazóis
❑ Não tem ação em cestódios e trematódeos.
❑ Estágios adultos e imaturos de nematódeos gastrintestinais e pulmonares de
ruminantes, suínos, equino e aves.
❑ No cão, tem eficácia em microfilárias de Dirofilaria immitis.
❑ Não é ovicida.

Levamisol: 2,3,5,6,tetrahidro6fenilimidazo{2,1b}tiazol
Tetramisol: 2,3,5,6,tetrahidro6fenilimidazo{2,16}tiazol

Mecanismo de ação: penetram no parasito através da cutícula, e como são


agonistas colinérgicos → contração muscular e paralisia espástica dos parasitos.
2º Imidazóis
Em ruminantes: intra-ruminal (42 e 45%), assim como o pouron. Nemathelminthes
A maior biodisponibilidade: via subcutânea.
Relativamente tóxico: equinos, cães e gatos

Não são recomendados para uso em fêmeas em lactação.

Efeitos adversos: vômitos


3º Tetra-hidropirimida ou pirimidinas Nemathelminthes

Nematódeos em diversas espécies, principalmente ruminantes e suínos.


Diferentes estágios: adultos e imaturos.

Pirantel: 1,4,5,6tetrahidro1metil2[2(2tienil) etinil] pirimidina


Morantel: 1,4,5,6tetrahidro1metil2[23metil2tienil)etenil] pirimidina
Oxantel: 1,4,5,6tetrahidro1metil2[2(5hidrofenil)etinil] pamoato de pirimidina.

Mecanismo de ação: as pirimidinas são agonistas colinérgicos, apresentando ação


farmacológica similar à do levamisol.
Nemathelminthes

3ºTetra-hidropirimida ou pirimidinas

Pamoato de pirantel: é pobremente hidrossolúvel e, portanto, com boa absorção no


sistema digestório.

Devido à baixa lipossolubilidade: pode ser utilizado em vacas em lactação.

Efeitos tóxicos: são semelhantes aos do levamisol, porém, raramente observam-se


reações adversas nos animais.

Não foi demonstrado efeito teratogênico: cadelas prenhes ou em


lactação e também em cães jovens.

Vômitos e cólicas têm sido descritos em cães e gatos


3º Benzimidazóis
Nemathelminthes
3º Benzimidazóis
Nemathelminthes
Ação principal contra nematódeos.
Ação ovicida a adulticida
Ação em diversas espécies domésticas.
Alta margem de segurança (teratogênico)
A eficácia no controle de cestódios e trematódeos é variável, altas doses.

Mecanismo de ação
Ligação a tubulina → modificações no padrão de polimerização para a
formação de microtúbulos, interrompendo processos vitais para a função celular,
como divisão mitótica, transporte de nutrientes e alterações estruturais da célula.

Equinos: única dose.


Suínos, cães e gatos: doses sucessivas.
4º Avermectinas e Milbectinas

São excelentes contra ectoparasitos e possuem uma ação contra nematódeos.


Não tem ação contra cestódeos e nematódeos

Cuidado: Haemonchus, Ostertagia e Trichostrongylus resistentes a ivermectina e


moxidectina (ovinos e caprinos). Em bovinos, foi relatada a resistência dos
gêneros Cooperia e Trichostrongylus.
4º Avermectinas e Milbectinas

Mecanismo de ação: potencializem a ação inibidora (GABA).

A elevada lipossolubilidade favorecem a sua deposição no local de aplicação


subcutânea (SC), o que prolonga o tempo de permanência do medicamento no
organismo animal.

Alta índice terapêutico:

Mamíferos: os canais iônicos mediados pelo GABA só estão presentes no cérebro.


Além disso, os nervos e as células musculares dos mamíferos não apresentam canais
de cloro controlados por glutamato.
1. Substitutos fenólicos
2. Salicilanilidas
3. Pirazinoisoquinolonas
4. Benzimidazois

Platyelminthes
Agentes anti-platelmintos (cestódeos e trematódeos)
Platyelminthes
Antitrematódeos
Bovinos
Fascíola spp. (estágios imaturos → forma aguda da doença → menor ação terapêutica.
Paramphistomum
Eurytrema pancreaticum
Dicrocoelium dendriticum

Gatos
Platynosomum illiciens (P. fastosum)

Anticestódeos
Pouco patogênicos em ruminantes
Echinococcus granulosus: cães
Anoplocephala perfoliata: equinos
1º Substitutos fenólicos
Platyelminthes
Utilizados por via oral e ocasionalmente, por via parenteral.
Cuidado: ruminantes reduz a biodisponibilidade

Trematódeos: família Fasciolidae em ruminantes


Cestódios: famílias Taeniidae e Dipylidiidae em cães, Anoplocephalidae em equinos
e Davaineidae em aves.
Nematódeos: hematófagos

Baixo índice de segurança e reduzido espectro anti-helmíntico.

Princípios ativos
Disofenol: 2,6diiodo4nitrofenol
Nitroscanato: 4(4’nitrofenoxi)fenilisotiocianato
Nitroxinila: 4hidroxi3iodo5nitrobenzonitrila.
Platyelminthes
Farmacocinética
Associam fortemente às proteínas plasmáticas, favorecendo a sua distribuição
para os tecidos e a eliminação lenta no organismo (maior período de carência)

Quando administrado a animais em jejum, sua eficácia é prejudicada devido à


passagem rápida pelo trato gastrintestinal.

Efeitos adversos: perda do apetite e diarreia.


Doses elevadas: cegueira e hiperventilação, hipertermia, convulsões e taquicardia.

Não há contraindicação do seu uso em cães com mais de 3 semanas de idade, em


fêmeas prenhes ou em lactação.

Metabolismo respiratório: bloqueando a produção de energia por inibição da


fosforilação oxidativa mitocondrial (ATP) → inanição
2º Salicilanilidas Platyelminthes

Atuam principalmente contra trematódeos e cestódeos.


Nematódeos resistentes aos benzimidazóis e às lactonas macrocíclicas.

Closantel: N{5cloro4[(4clorofenil)cianometil]2metilfenil}2hidroxi3,5diiodoclobenzamida
Niclosamida: (2,5dicloro4nitrosalicilanilida; 5cloroN(2cloro4nitrofenil)2hidroxibenzamida)
Rafoxanida: N[3cloro4(4clorofenoxi)fenil]2hihroxi3,5diiodobenzamida.

Mecanismo de ação e farmacocinética: semelhante aos substitutos fenólicos

Exemplo: A administração oral de closantel em bovinos apresenta eficácia de 93% sobre estágios de F.
hepática maiores de 8 semanas. Nos estágios iniciais de desenvolvimento, até 6 semanas da infecção, a
eficácia diminui para 75%.
3º Pirazinoisoquinolonas

Cestódios em animais domésticos (adultos e larvas): mais utilizado em M.V.


O mais importante princípio ativo deste grupo é o praziquantel.

❑ Famílias Taeniidae e Dipylidiidae de cães e gatos. Platyelminthes


❑ Anoplocephalidae em equinos.
❑ Davaineidae de aves.
❑ Estágio larval ou tissular da Taenia solium, o Cysticercus cellulosae.
Epsiprantel: 2(cicloexilcarbonil)4oxo[1,2,3,4,6,7,8,12b]octahidropirazino [2,1a][2]benzazepine
Praziquantel: 2ciclohexilcarbonil[1,2,3,6,7,11b] hexahidro4Hpirazino [2,1a] isoquinolona

Mecanismo de ação: mudanças do potencial de membrana das células musculares,


promovendo a inibição das bombas (Na + )/(K + ) → paralisia espástica e na
desintegração do tegumento dos cestódios.
A ingestão de medicamentos antiepilépticos e corticoesteroides pode causar
diminuição da biodisponibilidade do praziquantel.

A formulação para uso parenteral pode causar inflamação no local da aplicação.

Não deve ser usado em cães e gatos com menos de 4 e 6 semanas de vida,
respectivamente.
Platyelminthes
Cestódios em cães e gatos: 5 mg/kg.
Anoplocephala perfoliata em equinos: 1mg/kg
Taenia hydatigena e T. ovis em ovinos: 50 mg/kg

Platynosomum illiensis: 20 mg/kg via oral por 3 a 5 dias.


4º Benzimidazóis Platyelminthes

Principal uso antinematódeos.


Eficácia nos diferentes estágios de fascíola, outros trematódeos e céstodeos, requerem altas doses.

Triclabendazol: 5cloro6(2,3diclorofenoxi)2(metil)benzimidazol.

Modo de ação: o principal modo de ação desses medicamentos parece estar relacionado com a
desorganização estrutural no tegumento dos cestódios e trematódeos, causando sua destruição.

Não deve ser usado em fêmeas em lactação.


Platyelminthes
Platyelminthes
Até a próxima aula!
Dúvidas?

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