Você está na página 1de 56

CURSO DE LICENCIATA EM FARMACIA

DISCIPLINA DE QUIMICA URFARMACEUTICA

Antiparasitários e seus receptores


Discentes: Docentes:
Belita da Silva João Lázaro Cuinica,
Daniel António PhD.
Latifo Gildo Dr. Laize Beca
Rosário

Nampula, Maio de 2023


Objectivos
Geral:
 Descrever Fármacos Antiparasitários e seus
Receptores.
Específicos:
 Identificar Fármacos antiprotozoários e seus
Receptores;
 Identificar fármacos antihelmínticos e seus
receptores;
 Descrever o mecanismo de acção de antimaláricos
e suas estruturas químicas;
 Descrever a dopamina e receptores
dopaminergicos. Estrutura química e mecanismo de
acção.
Agentes Antimalárícos
ciclo de vida plasmodium
Mecanismo de destoxificação da hematina pelo
Plasmodium
catabolismo da hemoglobina
Estrutura química do heme e hemozoina
Antiprotozoarios e seus receptores
Agentes Antimalárícos .

Classificação quimica de Fármacos


Antimaláricos (grupo quimico):
1. Quinolinas
 4-Aminoquinolinas: cloroquina e amodiaquina;
 8-Aminoquinolinas: primaquina;
 4-Quinolinometanóis naturais: quinina.
2. Lactonassesquiterpenicas
 Lactonas sesquiterpênicas: artemisinina e seus
derivados.
A. Lactonas sesquiterpênicas: artemisinina e seus derivados.

 Artemisinina
 Extraida da planta artemisia annua
 Alta actividade antimalarica e baixa toxicidade
 Plasmodio resistente e malaria grave
 Sintese de analogos (melhor solubilidade,
biodisponibilidade, T1/2)
 Analogos: artesunato, arte-eter, artemeter, etc
Lactonassesquiterpênicas:
Relação Estrutura-Actividade

 Artemisinina
Lactonassesquiterpênicas:
mecanismo de accao
o Esquizonticidas sanguíneos (fase
eritrocitaria) potentes e de acção rápida,
provocando a eliminação do parasita.
o Actua pela ruptura da ligaçao peroxido do
fármaco, por reacção do fármaco com Fe 2+
o do grupo heme do vacúolo do parasita,
consequentemente levando abertura do anel e
formação de radicais livres que alquilam
proteínas celulares do parasita levando-o a
morte.
1. Quinolinas
A. 4-Quinolinometanóis:

 Quinina
 Principal representante do grupo
 Origem: natural
 Principal alcaloide na Cinchina sp (alcaloides da quina)
 É eficaz contra o P. falciparum, sendo usada onde as cepas
dessa espécie ainda não desenvolveram resistência
4-Quinolinometanóis: quinina
Relacao estrutura quimica-actividade
4-Quinolinometanóis: quinina
mecanismo de accao
 Inibe a formação de hemozoina,
resultado da dextoxificacao do ferro
presente no heme, pelo parasita.
 O uso da quinina e seus derivados é
restrito para cepas resistentes a
cloroquina.
B. 4-Aminoquinolinas:
cloroquina e amodiaquina
 Cloroquina
 Principal representante do grupo
 Baixa toxicidade aliada a eficácia
 Uso indiscriminado- resistência
 Deficiência em G-6-P desidrogenase-
anemia hemolitica
4-Aminoquinolinas:
Relacao estrutura quimica-actividade
4-Aminoquinolinas: cloroquina
mecanismo de accao
 Intercala entre os grupos heme da hemozoina (ate 3
hemes) da seguinte forma:
 o nitrogénio terciário terminal da cadeia lateral liga-se não
covalentemente ao grupo carboxilato do primeiro heme; o
nitrogénio quinolínico interage com o grupamento vinílico
do segundo heme; o átomo de Cloro da posição 7 do anel
quinolínico interage com a metila ainda do segundo heme; o
terceiro heme liga-se ao nitrogénio secundário da cadeia
lateral através de seu grupo vinílico.
4-Aminoquinolinas: cloroquina
mecanismo de accao
 Outro mecanismo:
 Alcalinização do vacúolo digestivo.
 O caracter dibásico da cloroquina altera o PH
de 5,2 no interior do vacuolo, impedindo que as
enzimas envolvidas na digestão da hemácia
exerçam sua actividade.
Moléculas inibidoras da
produção de hemozoína
C. 8-Aminoquinolinas:
primaquina

 Maior representante da Pamaquina (protótipo da


classe)

 Alta toxicidade- anemia hemolítica intravascular


 Deficiencia em G-6-P desidrogenase- hemolise
8-Aminoquinolinas: primaquina
Relacao estrutura quimica-actividade
8-Aminoquinolinas: primaquina
mecanismo de accao
 Formação de radicais livres que promovem lise
celular.
 Age formando espécies reactivas que actuam como
radicais livres causando estresse oxidativo
(surgimento de metabolitos fenólicos, como 5-
hidroxiprimaquina, 5,6- diidroxiprimaquina e 4,5-
diidroxiprimaquina )que através da redox-ciclização
geram espécies reactivas de oxigénio que ligam-se a
biomoléculas dando os efeitos.
Anti-helmínticos
 Os agentes anti-helmínticos são uma classe de
fármacos derivados do benzimidazol : O albendazol e
mebendazol,isoquinolinicos :O parasiquantel. O
benzimidazol é uma clase de farmacos direcionados ao
tratamento contra vermes presentes no trato
gastrointestinal de animais e humanos.
 A classe de fármacos derivados do benzimidazol
agem diretamente no metabolismo do verme .
Anti-helmínticos
benzimidazois
Anti-helmínticos
Fármacos activos contra cestódeos
Anti-helmínticos
benzimidazois
 Albendazol
 O albendazol (ABZ) ou carbamato de metil N-(5-
propilsulfanil-3Hbenzoimidazol-2-il), é um fármaco derivado
da classe dos benzimidazóis e é um agente ativo frente a
nematódeos, cisticercos e hydatoses .
 Mebendazol
 Assim como o ABZ, o mebendazol (MBZ) também é um
fármaco derivado da classe dos benzimidazóis. O
mebendazol atua produzindo paralisia ou lesando a cutícula
do verme, o que resulta em digestão parcial ou na sua
rejeição por mecanismos imunológicos .
Anti-helmínticos
praziquantel

 Nome Genérico: praziquantel


 Classe Química: derivado pirazinoisoquinolínico
 Classe Terapêutica: anti-helmíntico
 Usado para tratamento da esquistossomose causada
por todas as espécies patogênicas para o homem,
Schistosoma mansoni, S.haematobium, S. japonicum,
S. intercalatum e S. mekongi.
Mecanismo de Acção:
Praziquantel
 Aumenta a permeabilidade da membrana dos
helmintos, causando perda de cálcio intracelular,
contrações e paralisia da musculatura dos parasitas,
que se desprendem da parede dos vasos;
vacuolização e desintegração do tegumento dos
esquistossomos, causando sua morte(4)
Cont.mecanismo de acção de
paraziquantel
Relação estrutura-actividade de paraziquantel
Anti-helmínticos:
Levamizol, ivermectina,piperazina, pirantel

Vertebrados:
Receptores colinérgicos nicotínicos nas junções
neuromusculares e nervos que usam o ácido g-
aminobutírico (GABA) no SNC (barreira
hemato-encefálica)
Anti-helmínticos

 Levamisol e Pirantel :
 Age sobre receptores colinérgicos das junções
neuromusculares, paralisando o verme.
Imunomodulador.
 Ivermectina, piperazina:
 Agonistas de GABA, causam paralisia em nematodos
e artrópodes.
Dopamina e receptores
dopaminergicos
Dopamina

o É um neurotransmissor catecolamínico que actua


como alvo terapêutico para alguns dos distúrbios
importantes do sistema nervoso central (SNC).
o Consiste em uma molécula catecol ligada a uma
etilamina.
Via de biossíntese de dopaminas
Metabolismo da dopamina
Dopamina e receptores
dopaminergicos
HIPOTISE DE dOPAMINAS

 Dopaminas
 são produzidas pelos neurónios localizados no tronco
cerebral e se lançam por diferentes vias, uma delas é
a via meso-limbico cortical que é decorrente a área
tegumentar e se lança para núcleo acubens
(mesolimbica ou cortical)
 Os sintomas positivos de esquizofrenia é
definida pela hiperatividade D2 nessa via
e sintomas negativos por hipoatividade
de D2 nessa via(5)
Receptores dopaminérgicos
 D1 : ativação da adenilato ciclase, são os mais abundantes e
disseminados nas regiões que recebem inervação
dopaminérgica;
 D2 : inibição da secreção de prolactina (inibe a mobilização de
cálcio e abre canais de potássio)
 D3 : são encontrados no sistema límbico, mas não no estriado;
 D4 : presente fracamente no córtex e no sistema límbico,
acredita-se numa possível relação com a dependência de
drogas;
 D5 : presente fracamente nos gânglios da base e hipotálamo.
Receptores dopaminérgicos

 Pertencem a sub-família de receptores transmembrana


acoplados a proteína G
 Distinção entre eles: efeito agonista na adenilato ciclase e
afinidade por ligantes de receptor de dopamina.
 TIPO D1 – D1 e D5
 TIPO D2 – D2, D3 e D4
 Existe grande interesse no planejamento de antagonistas para
os receptores D3 e D4, uma vez que os antagonistas dos
receptores D2 (usados atualmente) possuem diversos efeitos
colaterais motores por atuarem na região estriada.
Prováveis interações da
dopamina no receptor D2
Classificacao: segundo a
estrutura quimica
Atipicos
Tipicos ou (receptores D4,
Classicos 5HT2, α1, α2,
(receptores D2): H1)
 Clorpromazina  Risperidona
 Haloperidol  Clozapina
 Fenotiazinas  Dibenzotiazepinas
 Benzioxazol
 Tioxantênicos
 Fluorobutirofenonas
 Maior afinidade por outros
receptores aminérgicos
 Maior afinidade pelo GPCR (acoplados a prot.
receptor D2; G)
 Menor tendência a efeitos
 Efeitos colaterais
extrapiramidais
extrapiramidais
Principais classes de farmacos
antipsicoticos
Semelhança estrutural entre
Dopamina e Fenotiazínicos
Relação estrutura-actividade
Dopamina
Fenotiazinas
Mecanismo de acção

 Bloqueio dos receptores D2 mas


especificamente na via mesolímbica,
consequentemente diminuindo a
excitabilidade de SNC.(5)
Bibliografia
1. MATSUTAN, Guilherme costa. Antimaláricos potências planejamento e síntese de
fármacos dirigidos de antimetabólitos de serina. Universidade de São Paulo,
Faculdade de Ciencias Farmaceuticas. São Paulo, 2008.
2. KOROLKOVAS, Andrujus; BURCHHALTER, Josesh H. QUIMICA
FARMACEUTICA. São Paulo, 1982
3. BLOCK, John H.; John M. BEALE, Jr. Orgânicos Medical and Pharmaceutical
Chemistry. 12ª Edição,
4. MINISTERIO DE SAUDE. Manual de Terapêutica de Malária. Brasília, 2001
obrigado

fim

Você também pode gostar