1- Explique as semelhanças e diferenças entre os dois grupos de fármacos
sedativo- hipnóticos (benzodiazepínicos e barbitúricos) com relação ao seu
mecanismo de ação, eficácia e segurança. R: Os benzodiazepínicos ligam-se a subunidades específicas o receptor de GABAA em sinapses neurais do SNC, facilitando a frequência de abertura dos canais iônicos de cloreto mediados pelo GABA – aumento da hiperpolarização da membrana. Os benzodiazepínicos são aplicados no tratamento da insônia, interferindo na fase 2 do sono, aumentando-a, e na fase REM, a qual é reduzida. Desse modo, o tempo de sono total do paciente é prolongado, mas a quantidades de ciclos da Fase REM aumenta. Ademais, os benzodiazepínicos diminuem a latência do sono bem como o número de vezes que o paciente desperta. Ao contrário dos barbitúricos, no entanto, a curva dose resposta dos benzodiazepínicos não cresce de forma linear, de modo que essas drogas não causam anestesia geral efetiva, visto que os pacientes se mantem conscientes e um nível ideal de analgesia não é alcançado. No entanto, doses pré-anestésicas são benéficas por induzirem amnésia. Os barbitúricos ligam-se a subunidades específicas do receptor de GABAA em sinapses neurais do SNC, aumentando a duração de abertura dos canais iônicos de cloreto mediados pelo GABA aumento da hiperpolarização da membrana. Sedações pré- operatórias, indução anestésica e no tratamento de status epilético quando a crise não foi revertida com benzodiazepínicos. Assim como os benzodiazepínicos, barbitúricos em doses hipnóticas aumentam o tempo total de sono e a latência, ao passo que diminuem os despertares do paciente e a duração do sono REM. No entanto, o uso repetitivo de barbitúricos pode causar tolerância e seu efeito ser reduzido à metade após duas semanas consecutivas de uso. Os barbitúricos podem chegar a todos os degraus de depressão do sistema nervoso central, até mesmo à anestesia geral, o que os tornam menos seguros se comparados aos benzodiazepínicos.
2- Explique o mecanismo de ação do Zolpidem e como sua farmacocinética difere
dos outros fármacos sedativos. R: Ligam-se seletivamente a um subgrupo de receptores de GABAA, atuando como benzodiazepínicos, com aumento da hiperpolarização da membrana. Após administração sublingual, o zolpidem apresenta uma biodisponibilidade de aproximadamente 70%, com as concentrações plasmáticas máximas sendo alcançadas entre 0,5 e 3 horas. em doses terapêuticas, zolpidem possui farmacocinética linear. zolpidem é metabolizado no fígado e eliminado na forma de metabólitos inativos, na urina (aproximadamente 60%) e nas fezes (aproximadamente 40%), não possuindo efeito indutivo sobre as enzimas hepáticas. A meia-vida Turno_SL_com subl_VPS_V4 plasmática é, em média, de 2,4 horas (0,7 a 3,5 horas).
3- Explique o metabolismo do etanol e sua toxicidade.
R: O álcool (etanol) é uma pequena molécula, solúvel em água e em lipídios sendo desintoxicado e eliminado através de uma série de reações oxidativas em que a primeira é catalisada por uma enzima, a Álcooldesidrogenase (ADH). Quando o indivíduo já é um alcoólico crônico ou bebe excessivamente a atividade do ADH é suprimida, esse bloqueio traz à tona duas outras vias, “vias de recurso”: a via do Sistema Mitocondrial de oxidação do etanol (MEOS) e a da catalase. O consumo de etanol aumenta a concentração do citocromo P-450 que é responsável pela metabolização no fígado de diversos antibióticos. Isso aumenta a resistência de alcoólatras a alguns medicamentos em abstinência. No entanto, os efeitos tóxicos são maiores para os usuários crônicos de álcool. Certos medicamentos como: metronidazol (antiprotozoário), penicilina (ampicilina) e vários antibióticos algumas cefalosporinas, entre elas a cefalexina, a cefadroxila e a cefradina são capazes de promover efeito “antabuse” (desconforto abdominal, rubor, vômitos e cefaléia). 4- Explique quais são os mecanismos de ação dos fármacos mais indicados para convulsões tônico-clônicas e de ausência. R: Pacientes com crises tônico-clônicas generalizadas e com crises parciais obtêm mais sucesso com fármacos bloqueadores dos canais de sódio (carbamazepina, fenitoína e valproato de sódio/ácido valproico). Pacientes com crises de ausência respondem a valproato de sódio/ácido valproico. O passo mais importante para o sucesso terapêutico é a correta identificação do tipo de epilepsia, já que os mecanismos de geração e propagação das crises são diferentes, e os vários anticonvulsivantes agem por diversos mecanismos que podem ou não favorecer em cada situação específica. A escolha do antiepiléptico deve levar em consideração efeitos adversos (especialmente em crianças, mulheres em idade de reprodução, grávidas e idosos), tolerabilidade individual, facilidade de administração e custo do tratamento. Há consenso de que o tratamento da epilepsia deva ser iniciado com agente único. A monoterapia reduz riscos de toxicidade e teratogenicidade, elimina problemas de interação farmacológica, melhora a adesão dos pacientes e simplifica a avaliação da resposta terapêutica. Diante da persistência de crises, costuma-se aumentar a dose do fármaco de primeira escolha até que surjam efeitos adversos limitantes.