Você está na página 1de 10

EXERCÍCIOS AULA 4/5 – ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS

PROFESSORA: CLARICE GORENSTEIN DISCIPLINA: NEUROCIÊNCIA II

INSTITUTO: INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS CURSO: PSICOLOGIA – 3° SEMESTRE

GRUPO

BRUNO KINOSHITA – 11220455

ANA BEATRIZ CASTELO BRANCO - 11220441

JÚLIA GRANDE PETTERSSEN - 11220393

THÉO AZEVEDO – 11220222

BRUNO ZOCCHI DE ALMEIDA - 11220218

VINÍCIUS LEMOS - 6856249

ANDRÉ KOHAN -10735707

SARAH CHRISTINA – 11275940

Exercício 1) O lorazepam é um benzodiazepínico com efeitos imediatos como os


ansiolíticos e hipnóticos. Consequentemente, é utilizado para controlar distúrbios de
ansiedade ou para aliviá-los, a curto prazo, também podendo ser indicado para sintomas
de ansiedade associados a sintomas depressivos e casos de insônia. Alguns dos efeitos
adversos mais comuns desse medicamento é fadiga, sonolência e sedação, então muito
provavelmente a sonolência diurna da professora está associada ao uso do lorazepam.
Esse ansiolítico tem como uma de suas propriedades a inibição de algumas áreas do
sistema nervoso central, o que diminui a geração de estímulos nervosos pelos
neurônios, promovendo relaxamento muscular, sedação e efeito tranquilizante. Seu
mecanismo de ação envolve os receptores GABAa, que são relacionados aos canais de
íon cloreto, sendo que o lorazepam facilita a ligação deste neurotransmissor inibitório
nos receptores celulares. Ao permitir maior ligação GABAérgica, funciona com o objetivo
de aumentar a frequência da abertura dos canais de íons cloreto, o que gera um estado
de hiperpolarização celular, dificultando, portanto, a despolarização celular (o que leva
a uma redução da excitabilidade neural). Dessa maneira, ocorre um aumento de
afinidade do lorazepam por subunidades específicas dos receptores GABAa, que são
arranjadas ao redor de um canal iônico central de Cl-.
Segundo o relato da paciente, ela apresenta o que é conhecido como sonolência
residual, isto é, um cansaço e necessidade de dormir durante o dia após uma noite de
sono, podendo dificultar o desempenho de atividades. Tal descrição se alinha muito aos
efeitos adversos ligados, principalmente, aos benzodiazepínicos de meia vida longa. Mas
uma investigação rápida confirma que o lorazepam é considerado um medicamento de
meia vida curta/intermediária (ver a tabela anexada no fim do trabalho). Entretanto, sua
meia vida ainda é considerada relativamente alta, sendo de, por volta, 6-12 horas. Isso
demonstra que o composto pode permanecer no sistema, dentro da concentração
eficaz, mesmo após o período do sono, sendo eliminado em um ritmo lento. Essa
característica pode fazer, portanto, com que, após o despertar, o remédio ainda esteja
acima da concentração eficaz mínima no indivíduo. Como a eficácia do lorazepam é
justamente efeitos como os hipnóticos e ansiolíticos, é provável, então, que a pessoa
possa sofrer de um indesejável cansaço, sonolência, torpor, prejuízo cognitivo e
desatenção, sintomas que correspondem aos descritos pela paciente do caso.
O médico poderia lhe prescrever zopiclona, um medicamento com propriedades
hipnóticas e para o tratamento de insônia que não apresenta, como efeito adverso,
sonolência e dependência.

Exercício 2) O zolpidem possui um mecanismo de ação similar ao dos benzodiazepínicos.


Esse mecanismo consiste em facilitar a ligação do GABA (neurotransmissor inibitório) ao
seu receptor - ao se ligar, o canal se abre e o cloro penetra pela membrana. Dessa forma,
há uma ampliação do tempo de abertura desse canal, pelo qual ocorre a passagem dos
íons de cloro, resultando em maior entrada deste e, consequentemente, uma
hiperpolarização celular, levando ao processo de despolarização (redução da
excitabilidade celular). Portanto, a ligação dos benzodiazepínicos, assim como do
zolpidem, potencializa a ação do GABA. Os compostos Z, grupo do qual faz parte o
zolpidem, no entanto, possuem uma particularidade: eles só atuam no subtipo de GABA
α1. A subunidade α1 do receptor de GABA é a responsável pelo efeito hipnótico. Por
esse motivo, o zolpidem só tem efeito hipnótico, não tem efeito ansiolítico, relaxante
muscular e anticonvulsivante, diferentemente dos benzodiazepínicos, que apresentam
todos esses efeitos por se ligarem a outras subunidades do receptor de GABA.
Não somente o efeito hipnótico semelhante ao de benzodiazepínicos, o zolpidem
apresenta menor propensão para abuso, dependência e abstinência. Possui, também,
curto tempo de início de ação (30min - 2h) e meia-vida de eliminação de 3 horas. Relatos
de alimentação e confusão durante a noite são apontados em relação ao seu uso
também.
Além dessas consequências retratadas, o zolpidem pode causar diversos efeitos
colaterais, como piora da insônia, pesadelos, nervosismo, cefaleia, perda da capacidade
de vigília, visão dupla, sensação de vertigem, tontura, dificuldade na marcha, falta de
coordenação dos músculos ou fraqueza muscular. A queda relatada pelo homem que
está usando esse medicamento pode estar associada aos efeitos colaterais,
principalmente os últimos, elencados. Ademais, de forma a intensificar a circunstância,
pessoas com idade acima de 65 anos geralmente são mais sensíveis aos efeitos do
zolpidem. Isso pode ter agravado a situação, já que, nesse caso, o homem possui 75 anos
e fez uso do mesmo comprimido administrado pelo seu filho. Explica-se, assim, os
efeitos colaterais sentidos pelo senhor.
Exercício 3) Para antes explicar qual o tratamento mais adequado para reverter a
intoxicação, deve-se primeiro compreender como atua o Diazepam. Este remédio faz
parte dos benzodiazepínicos (BZDs), que agem a nível celular facilitando a ligação do
GABA, um neurotransmissor inibitório, com os receptores sinápticos. Tal papel de
mediador inibitório se deve ao fato de que sua ligação com o receptor leva à abertura
dos canais de cloro, permitindo a passagem e aumentando a concentração de íons (Cl-)
deste elemento no interior da célula, levando a uma hiperpolarização dela, isto é, uma
redução da excitabilidade neural, pois a despolarização fica dificultada, tornando mais
improvável a produção de um potencial de ação. Tendo em vista que os
benzodiazepínicos facilitam a ligação GABAérgica nos receptores, infere-se que, com a
administração deles, um tempo maior de abertura dos canais e da entrada de cloro
ocorre, intensificando o processo da redução da excitabilidade neural.

Neste sentido, uma superdosagem do paciente levou a uma intensificação


extrema das ligações de GABA com os receptores e do processo de hiperpolarização
celular. Assim, o aconselhável para a reversão da toxicidade do Diazepam seria uma
administração de um antagonista de benzodiazepínicos, como, por exemplo, o
flumazenil. Desta maneira, o efeito antagônico pode impedir a ligação do BZD nos
receptores celulares, o que, consequentemente, irá reduzir a ligação GABAérgica que
estava sendo hiperestimulada pelo Diazepam. Dessa forma, o papel antagonista
bloqueia os efeitos de agonistas e pode também bloquear os de agonistas inversos, que
atuam no mesmo receptor dos BZDs, mas podem produzir alguns efeitos contrários,
como crises de pânico.

Caso o Diazepam fosse administrado a uma pessoa que não estava tomando
nenhum outro medicamento, poderíamos esperar uma diversidade de efeitos. Uma
característica relevante dos BZDs é que eles atuam sobre todos os subtipos de
receptores GABAa. Cada subtipo é responsável por um efeito específico no organismo
e, como os BZDs atuam sobre todos, seus efeitos imediatos podem variar entre
ansiolíticos, hipnóticos, anticonvulsivantes e de relaxante muscular. Tais efeitos e
predominância de cada um no sistema nervoso central depende da concentração da
dose do medicamento (por ex., espera-se que em doses menores o efeito ansiolítico
predomine; caso haja aumento, efeitos como o hipnótico e anestésico emergem).
Quando usados, por exemplo, para efeito hipnóticos, os BZDs de meia vida longa podem
gerar alguns efeitos tais como cansaço, sonolência, torpor, desatenção e prejuízo
cognitivo, enquanto os BZDs de meia vida curta podem gerar efeitos tais como insônia
de fim da noite e ansiedade durante o dia. Por outro lado, em outras doses podem
causar, por exemplo, a redução do tônus muscular, o que leva aos efeitos
anticonvulsivantes e relaxantes musculares, mas podendo causar diminuição na atenção
e na velocidade de desempenho de algumas ações.
Cabe dizer que os BZDs também podem gerar outros efeitos indesejáveis ao
paciente, tais como a amnésia anterógrada, mais provável em casos de doses altas e a
longo prazo, e a dependência. Este último ocorre principalmente em pessoas com uma
história de dependência já estabelecida e/ou com pacientes ansiosos graves, podendo
acarretar posteriormente síndromes de abstinência, o que leva a efeitos como
irritabilidade, agitação, insônia, tremor, sudorese etc. Para finalizar, os BZDs também
podem ter, apesar de raros ou muito raros, efeitos como ganho de peso, irregularidade
menstrual, prejuízo na função sexual, liberação emocional, excitação, agitação,
irritabilidade e estados de confusão.

Exercício 4) O flumazenil é um antagonista de benzodiazepínicos. Isso significa que ele


agirá de forma a impedir a fixação e bloquear o efeito do Diazepam nos receptores, isto
é, o efeito de facilitar a ligação do GABA, um neurotransmissor inibitório, à nível celular.
Tal efeito dos benzodiazepínicos é o que possibilita, sob diferentes medidas, que o
remédio tenha efeitos diversos tais como o ansiolítico, hipnótico, anticonvulsivante e
relaxante muscular.

Pelo fato da administração do flumazenil ter desencadeado uma reação como a


descrita, com sintomas de ansiedade, tremores e leve convulsão, pode-se criar a
hipótese que, além do fato da própria situação do exame clínico possivelmente gerar
certa ansiedade, o paciente faça uso de algum benzodiazepínico específico em seu
cotidiano. Dessa forma, considerando que o paciente não havia feito uso de
benzodiazepínico imediatamente antes do procedimento e que o seu uso rotineiro
provoca um efeito continuado residual, esse efeito residual de seu fármaco, que
provavelmente prevenia o paciente de sentir a sintomatologia descrita, foi interrompido
pela administração do antagonista de benzodiazepínicos (i.e. flumazenil), propiciando a
gênese dos sintomas de ansiedade, dos tremores e da convulsão leve. Deve-se lembrar,
portanto, que o flumazenil só é usado em casos em que há toxicidade e abuso de
benzodiazepínicos, ou seja, voltado para a cessação de seus efeitos. No caso
apresentado, o paciente, devido aos efeitos que o flumazenil produziu, claramente não
estava sob nível tóxico de benzodiazepínicos em seu sistema.

De maneira a conter esses sintomas, o procedimento recomendado é a


interrupção da administração de flumazenil e o início da administração de um
benzodiazepínico (o diazepam, no caso), o mais rápido possível.

Exercício 5) À primeira vista, pela análise do caso, pode-se observar que medidas
farmacológicas muito provavelmente poderiam ser colocadas em segundo plano. A
paciente claramente relata certos hábitos alimentares que, com segurança, devem
certamente influenciar na qualidade do seu repouso noturno. Como primeira medida de
intervenção, seria aconselhável não abusar da ingestão de bebidas alcoólicas no período
antes de dormir (que apesar de relaxantes, aumentam a possibilidade de interrupção do
sono, significando com frequência uma noite pouco reparadora) ou substâncias
estimulantes como a cafeína (lembrando também que os refrigerantes e alguns tipos de
chá também a contém, permanecendo no organismo na média de três a cinco horas, e
em alguns casos por até doze horas), e, ademais, optando-se por refeições leves. Não é
demais lembrar que o excesso de líquidos pode levar à necessidade de se levantar várias
vezes para ir ao banheiro também, o que pode provocar maiores distúrbios no sono do
indivíduo. Além disso, seria positivo se informar sobre a higiene do sono da paciente,
recomendando que ela crie uma rotina que sinalize ao cérebro que é chegado o
momento de dormir, com a evitação de estímulos sonoros e/ou luminosos pela noite, a
manutenção de uma temperatura agradável, a inserção da possibilidade de um banho
quente antes do recolhimento e, também, a preferência por atividades relaxantes após
o jantar. Por último, a paciente poderia cogitar, ainda, recorrer à terapia cognitiva
comportamental, realizada por um terapeuta de sono treinado, com o oferecimento
de técnicas de relaxamento e exercícios de respiração ou até mesmo recorrer à prática
de atividades físicas regulares durante a tarde ou o dia, o que seria uma recomendação
vantajosa, porque sabe-se que o exercício ajuda no repouso e num descanso mais
revigorante. Essas alterações poderiam permitir a diminuição da quantidade de tempo
acordado gasto na cama, buscando inaugurar um ritmo regular entre o sono e a vigília.

Após a recomendação de tais medidas de intervenção, deve-se clinicamente


analisar se, após uma melhora destas hábitos alimentares e rotineiros, os sintomas da
insônia permanecem. Caso haja continuidade destes, uma medida terapêutica à base de
medicamentos pode ser mais aconselhável. Como seu caso parece restrito a
irregularidades no sono, apenas, o mais recomendável seria buscar um medicamento
com efeitos apenas hipnóticos. Tendo em vista isso, poderia-se propor medicamentos
como Zolpidem e Zolpiclone (Compostos Z), devido ao fato de que eles não geram outros
efeitos como os ansiolíticos, relaxante muscular e anticonvulsivantes, atuando apenas
nos efeitos hipnóticos (uma vez que facilitam a ligação, nos receptores celulares, do
subtipo GABA ALFA-1, que é responsável pelos efeitos hipnóticos no indivíduo). Além
disso, possuem menos propensão ao abuso e não geram tanta sonolência residual no
restante do dia após o despertar.
Cabe ressaltar que o médico poderia recomendar também um benzodiazepínico
de meia vida curta (recomendado em casos particulares de insônia). Entretanto, deve-
se estar atento ao fato de que estes medicamentos podem dar insônia de fim de noite,
ansiedade durante o dia e são drogas com um potencial de dependência alto, sendo
necessário analisar se a paciente já teve antes algum histórico de dependência
estabelecido, pois isso aumentaria a probabilidade do vício. Tendo em vista isso, fica
claro que, em princípio, o tratamento medicamentoso deve ser uma medida
excepcional, até porque certos hipnóticos podem causar efeitos secundários e
indesejáveis como irritabilidade e apatia, reduzindo o estado de alerta mental, e, por
assim dizer, podendo não contribuir na melhoria de fatores como o desempenho
profissional da paciente.
Exercício 6) Já que o paciente acorda muito à noite, ele pode se sentir cansado durante
o dia pois não está completando os estágios do sono adequadamente durante toda a
noite. Tem-se quatro estágios do sono que se repetem em média 4 a 5 vezes por noite,
sendo a duração de cada ciclo aproximadamente 90-110 minutos. Qualquer alteração e
quebra desses ciclos pode levar à distúrbios de sono, que, por sua vez, sintomatizam
cansaço durante o dia, prejudicando o bem estar e rendimento. Assim, o caso relatado
está relacionado a várias quebras desses ciclos, pois a dificuldade em ter um sono
contínuo se deve pelo acordar da mulher do paciente, que ronca alto.
O paciente em questão não se queixa de perda de respiração durante o sono,
mas é necessário que se façam exames para investigar se não se trata de um caso de
apneia ou outro distúrbio respiratório do sono. A síndrome de apneia do sono obstrutiva
é caracterizada por roncos sonoros ou breves momentos de respiração difícil e ofegante,
alternando com episódios de silêncio que geralmente duram de 20 a 30 segundos.
Os principais distúrbios respiratórios do sono, ronco e SAOS (apneia obstrutiva
do sono), são muito prevalentes na população geral, embora se acredite que a maioria
dos casos continue não diagnosticada. Devemos estar atentos para os principais fatores
de risco que favorecem o aparecimento desses distúrbios, sendo eles o gênero
masculino, obesidade, envelhecimento e características crânio-faciais. Da mesma
forma, a presença de hipertensão arterial sistêmica, enfermidades cardiovasculares e
metabólicas deve nos alertar para a possibilidade da concomitância de SAOS.
Os eventos respiratórios anormais durante o sono no Transtorno do Sono
Relacionado à Respiração incluem apneias (episódios de cessação respiratória),
hipopneias (respiração anormalmente lenta ou superficial) e hipoventilação (níveis
anormais de oxigênio e dióxido de carbono no sangue). Três formas de Transtorno do
Sono Relacionado à Respiração foram descritas: síndrome de apneia do sono obstrutiva,
síndrome de apneia do sono central e síndrome de hipoventilação alveolar central. A
confirmação e a análise da gravidade do distúrbio são feitas por meio de um exame
chamado polissonografia.

O ronco é o ruído causado pela vibração das estruturas flácidas nas vias aéreas
superiores, devido a seu estreitamento, que ocorre habitualmente durante a inspiração.
Ele pode acontecer em todos os estágios do sono, mas em especial durante o sono
NREM. O ronco está presente em 30-40% da população com mais de 50 anos de idade.
Estudos recentes sugerem que a obesidade e o tabagismo são determinantes chaves
para a intensidade e habitualidade dos roncos. A transição de ronco habitual para o
desenvolvimento de SAOS ainda não está clara e envolvem fatores como idade,
obesidade, gênero e etnicidade, bem como a presença de outras comorbidades.

A sonolência excessiva é a queixa com que mais comumente se apresentam os


indivíduos com Transtorno do Sono Relacionado à Respiração. Essa sonolência resulta
de despertares frequentes durante o sono noturno, enquanto o indivíduo tenta respirar
normalmente, característica presente no caso clínico em questão.
Conhecer a origem do distúrbio é fundamental para o especialista determinar as
medidas de controle. Se a pessoa for obesa, a recomendação inicial é a perda de peso,
um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e exercício físico, associada a
exercícios fonoaudiológicos para tonificar os músculos da garganta. Apneias mais leves,
em geral provocadas pelo hábito de respirar pela boca, costumam ser tratadas com
dilatadores de narinas.

Para quem tem mandíbula curta, aparelhos ortodônticos feitos sob medida
projetam a ossatura ou abaixam a língua, facilitando a passagem de ar.
Uma das formas mais eficazes para resolver as pausas na respiração durante o sono é o
uso de um mecanismo chamado CPAP — sigla para pressão positiva contínua nas vias
aéreas, em inglês. Como o nome sugere, trata-se de uma máscara que cobre o nariz e a
boca e joga o ar para as vias respiratórias. Quando a razão do problema é uma
incorreção anatômica — na arquitetura da face ou nas amígdalas, por exemplo —
indicam-se cirurgias.

Além disso, o médico pode prescrever benzodiazepínicos (BDZs) para o paciente,


pois eles pertencem a uma variedade de substâncias que tem a capacidade de deprimir
o sistema nervoso central (SNC), potencializando a ação inibitória do neurotransmissor
GABA, provocando calma ou sedação (sonolência e efeitos hipnóticos). Os BDZs são
classificados como sedativo-hipnóticos e são amplamente usados para casos de insônia.
Porém, eles possuem efeitos colaterais diversos, que podem ser falta de memória,
diminuição da atividade psicomotora, insônia de fim de noite e sonolência durante o
dia. Por isso, eles talvez não fossem a alternativa ideal para o paciente em questão, pois
ele já se queixa de sonolência durante o dia. Além disso, eles são recomendados para
tratamentos situacionais, pois possuem um alto índice de dependência e potencial de
abuso quando administrado a longo prazo. Uma outra alternativa seria a prescrição dos
compostos Z (Zolpidem e Zopiclone) pois eles se contrapõem com os benzodiazepínicos,
gerando apenas efeitos hipnóticos e não apresentando propensão a criar dependência
e vício. Ademais, a melatonina, hormônio natural, também é prescrita por médicos para
ajudar a regular o sono. O papel da melatonina no corpo é basicamente promover a
mudança do estado de vigília para o estado do sono, e existem pessoas que apresentam
o nível desse hormônio abaixo do normal, podendo ser por estilo de vida, idade etc., o
que acarreta problemas na hora de dormir. Nesses casos, o suplemento de melatonina
pode agir com bastante eficácia e ajudar a melhorar o quadro.
Porém, mesmo com prescrição de fármacos para aliviar o desconforto relatado,
é de extrema importância que outros caminhos sejam investigados para entender com
maior clareza a origem e causa do problema, e que seja enfatizado que uma melhoria
no estilo de vida, hábitos saudáveis e perda de peso são indispensáveis para a melhoria
desse caso.

Exercício 7) O Lorazepam é um medicamento da classe dos benzodiazepínicos. Estes,


por sua vez, são recomendados para tratamentos clínicos situacionais, como ataques de
pânico, fobias, insônia e TAG; já que possuem um alto índice de dependência quando
administrados a longo prazo. A retirada, portanto, deste medicamento deve ser feita de
forma gradual, tendo em vista que a paciente fez um uso prolongado (5 anos) do
fármaco, ainda que em dosagens pequenas. Além disso, o Lorazepam apresenta meia-
vida curta/intermediária (ver tabela no final do trabalho), sendo mais propenso a
demonstrar síndrome de abstinência.

Recomenda-se que a diminuição seja realizada de modo paulatino, para evitar


estas crises de privação. Tais crises comumente apresentam o efeito oposto ao
inicialmente fornecido pela droga: no caso dos benzodiazepínicos, a retirada repentina
após o uso crônico pode resultar em noites de sono sendo substituídas por insônia ou
pesadelos; relaxamento muscular podendo ser sobreposto por rigidez muscular e
espasmos musculares; sensação de tranquilidade transmutada por ansiedade e pânico;
e efeitos anticonvulsivos convertidos em convulsões. Essas reações são causadas pela
repentina exposição das adaptações que ocorreram no sistema nervoso em resposta à
presença duradoura da droga. A retirada rápida dos benzodiazepínicos normalmente
resulta em um sistema nervoso muito excitado que foi “silenciado” durante anos de uso
permanente deste medicamento. Ainda sobre a forma de retirada, embora um período
de 4 a 8 semanas seja suficiente para a maioria das pessoas, a velocidade da redução
dependerá da capacidade do indivíduo de tolerar os sintomas secundários ao processo
de suspensão.

Com relação à troca dos medicamentos feita pelo psiquiatra, esta pode ser
justificada uma vez que o Zolpidem possui um efeito hipnótico semelhante ao dos
benzodiazepínicos, sem, contudo, apresentar altas propensões para abusos,
dependências e abstinências; sendo, desta forma, mais recomendado para um uso
contínuo.

contínuo.

Exercício 8) Opção D: que é provável que o medicamento leve mais de uma semana
para começar a ter efeito.

Exercício 9) Os benzodiazepínicos são uma classe de medicamentos com efeito agudo,


ou seja, tem efeitos imediatos, como os efeitos ansiolíticos, hipnóticos,
anticonvulsionante e relaxante muscular. O grande problema desta classe de
medicamentos é que estão associados à dependência. Posto isso, embora possam ter
grande valor terapêutico quando usados no momento do ataque de pânico (uso clínico
situacional), não são recomendáveis para uso contínuo e prolongado devido seu
potencial de abuso. Além disso, a administração a longo prazo de benzodiazepínicos
também podem levar a episódios de amnésia anterógrada, ainda mais se usados em
doses altas.
Assim, uma vez que o paciente deve usar o medicamento por longo tempo seria
mais recomendado a ele a administração de algum medicamento da classe de
antidepressivos, sendo que atualmente os mais utilizados são os de Inibidores Seletivos
de Recapitação da Serotonina (ISRS), como: paroxetina, sertralina e escitalopran;
seguido dos Inibidores Seletivos de Recapitação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN),
como: venlafaxina e duloxetina; e por fim, antidepressivos tricíclicos (ADT), como:
imipramina e clomipramina. Dessa maneira, pode-se evitar que o paciente fique
dependente dos medicamentos e sofra de uma eventual síndrome de abstinência após
a administração destes.

Cabe ressaltar, também, que a afirmação do médico quanto à necessidade de se


administrar um medicamento a longo prazo para o tratamento dos transtornos de
pânico não deve ser precipitada. É de responsabilidade do profissional da área não só
recomendar um medicamento que não gere dependência no paciente, como também
analisar o caso e as contingências situacionais atrelados a tal transtorno de pânico. É de
suma importância registrar e compreender as recorrências dos ataques, sua
intensidade, seus motivos etc. Uma administração farmacológica a longo prazo pode ser
mais bem vinda em um cenário em que o transtorno ocupa uma frequência recorrente
no paciente, como ocorreu no caso apresentado. A junção, portanto, de uma análise
clínica e de um diagnóstico torna-se imprescindível.
Fontes para formulação de algumas respostas (principalmente a 6):
https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v36s2/v36s2a02.pdf

https://saude.abril.com.br/medicina/apneia-do-sono-o-que-e-como-tratar-e-como-prevenir/

https://www.scielo.br/pdf/estpsi/v24n4/v24n4a11.pdf

TABELA RETIRADA EM:


http://www2.ebserh.gov.br/documents/1975526/2520527/Diretriz_27_Benzodiazepinicos_ca
racteristicas_indicacoes_vantagens_e_desvantagens.pdf/8d736590-40fe-4d67-9b7e-
32f8fd3aae69

Você também pode gostar