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Farmacologia

Professor Luiz Cláudio


Maria Clara G. Oliveira – 6º Período 2018

PSICOFÁRMACOS:

Drogas que agem predominantemente sobre o SNC, inibindo ou estimulando a atividade neuronal (sedativo ou estimulante),
sendo assim capaz de alterar o comportamento.

Podem ter repercussões sistêmicas

CLASSIFICAÇÃO :

PSICOLÉTICOS: induzem ao sono (Sedativos)

Hipnóticos:

» Barbitúricos: Fenobarbital
» Não-barbitúricos: Proporfol, etanidato e Ketamina

Tranquilizantes menores: ação menos difusa sobre o SNC. Participam os derivados benzoadiazepínicos

Tranquilizantes maiores: usado geralmente em doentes mentais, pois tem uma ação muito potente.

» Derivados fenotiazídicos: Prometazina e Clopromazina


» Derivados butirofenonas: Risperidona e Aldol.

PSICOANALÉPTICOS: são estimulantes do SNC, deixa pessoa elétrica/ligada.

» Anfetaminas (Dualid): relacionadas ao emagrecimento, gera dependência e síndrome de abstinência.


» Antidepressivos
» Nicotina, café, crack, erva-mate, guarané. Chocolate, cocaína

PSICODISLÉPTICOS: drogas despersonalizantes, modificando a qualidade da atividade cerebral (imagem dos sonhos)

» LSD, ecstasy (leva ao delírio), maconha (inibe proteína G)

PSICOLÉPTICOS
Drogas depressoras do SNC, levando a ↓ atividade mental e motora.

HIPNÓTICOS :
Fármacos que geram sedação, induzindo ao sono e ↓ estado de excitação.

***NÃO TEM EFEITO ANALGÉSICO!

Produzem sedação se dose subterapêuticas via EV

BARBITÚRICOS: são drogas sedativas, que via EV induz a hipnose, levando ao estado de inconsciência completa.

Formas de administração: via oral, IM e EV sendo a forma escolhida conforme a potência, latência e duração desejada

» Ação longa: latência maior, boa potência e meia vida longa – Fenobarbital (IM, EV ou via oral- latência de 1 hora)
» Ação curta: Secobarbital (Via oral- age em 30 minutos)
» Ação ultra-curta: Tiopental

Mecanismo de ação: potencializa a ação de GABA, levando ao ↑ cloro, hiperpolarizando a membrana neuronal.

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Adm fármaco Liga ao receptor GABA-a ativação do gabaérgico abertura do canal de cálcio hiperpolarização da
membrana ↓potencial de membrana.

Uso terapêutico: indutor de anestesia, anticonvulsivantes, sedação para intubação orotraqueal.

Farmacocinética: 75% é metabolizado no fígado, sendo 25% eliminados via renal in natura e 75% como metabólito inativado

Intoxicação: ** muito usado em tentativas suicidas

» Leve: sonolência, ataxia, confusão mental, linguagem incompreensível, alterações visuais.


» Moderada: hipotensão, hipotermia, hiporreflexia, sono profundo ou torpor.
» Grave: em coma (Glasgow 8) podendo alterar as incursões respiratórias.

Tratamento: sempre iniciar suporte ventilatório, acesso venoso, dados vitais e tratamento dos sintomas

- Se em coma: usar sonda vesical, intubação endotraqueal, aspirar secreções, correção hidroeletrolítica.

- Se hipotensão: infundir cristoloides

- Se uso há menos de 2h: realizar lavagem gástrica ou usar carvão mineral ativado.

NÃO-BARBITÚRICOS:

PROPORFOL: lipossolúvel (10mg/mL) com dose de 2-4mg/Kg. (Droga de Michael Jackson)

Droga com baixa latência (30 segundos), potência alta e meia vida de 10-15 minutos.

Mecanismo de ação: inibe liberação de glutamato pela ativação dos receptores GABA, interrompendo a transmissão colinérgica
no SNC.

Efeitos indesejáveis:

- Apneia: relaciona-se à concentração e velocidade de injeção (↑velocidade = ↑ chance de apneia = risco de morte)
- Dor vascular durante a infusão
- Outras: contração tônico-clônica, hipotensão e liberação de histamina

ETOMIDATO: sua vantagem é que não gera alterações hemodinâmicas. Ampola tem 2mg/mL e a dose é de 0,4-0,6mg/Kg **Seria
o “fármaco ideal”

Mecanismo de ação: potencializa o efeito de GABA.

Efeitos indesejáveis: náuseas, vômitos, dor durante a infusão, flebite e tromboflebite.

KETAMINA: *****FÁRMACO MONOANESTÉSICO ou ANESTÉSICO DISSOCIATIVO!! ***** Propriedades de gerar bloqueio


muscular, analgesia, inconsciência (mas não há perda real) e amnésia

Mecanismo de ação: age em receptores glutamatérgicos do tipo NMDA (N-metil-D-aspartado) presentes no corno dorsal da
medula, impedindo a hiperatividade neuronal frente à ativação prolongada de neurônios aferentes, bloqueando a nocicepção
induzida por lesões periféricas (impede a cascata da proteína G, não tendo ascendência dolorosa).

Uso prático: fármaco tem meia-vida curta (10-15 minutos), por isso, só é usado em procedimentos de curta duração “não
cirúrgicos” – queimaduras, ortopedia, anestesia a analgesia obstétrica, analgesia pós-operatória, pacientes intolerantes a
opioides. **Pode usar em pacientes em choque, porque ele estimula o sistema nervoso simpático.

#É O ÚNICO COM ↑ ANALGESIA, devido ao antagonismo ao NMDA, que impede ligação do glutamato.

TRANQUILIZANTES MENORES :
BENZODIAZEPÍNICOS: também chamados de Ansiolíticos.

São drogas depressoras cerebrais leves com capacidade de acalmar preservando a consciência se usados em doses terapêuticas

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Também tem poder de induzir a hipnose se usados em dosagens mais altas.

Mecanismo de ação: Se liga aos seus receptores, estimulando a ligação do GABA com seu receptor gabaérgico (GABA-a), abrindo
canais de cloro e hiperpolarizando a membrana.

Uso terapêutico: sedativo, hipnóticos (se alta dosagem), anticonvulsivante, ansiolítico, relaxante muscular, síndromes de
conversão psicomotora.

**O uso continuo leva a tolerância e dependência)

TOXICIDADE: a forma de administração mais segura é por via oral. Crianças e idosos são mais sensíveis, iniciando com doses mais
baixas.

**Óbitos quando ocorrem são devido depressão respiratória.

Classificação:

» Efeito curto: Midazolan (1mg/mL- ampola 5mL ou comprimido). A injeção não dói, não aumenta fluxo da coronária, amnésia
anterógrada (memória recente)
» Efeito intermediário: Lorazepam
» Efeito longo: Diazepam (Valium)

**Clonazepan (Rivotril), Frontal (Alprazolam)

Efeitos indesejáveis: depressão respiratória (apneia), hipotensão, depressão.

** Necessitam de receituário Azul (B1)

TRANQUILIZANTES MAIORES :
Ação difusa no SNC, usados para acalmar psicóticos e bloqueia DOPA-2, levando ao turvamento da consciência. ***Usados em
doentes metais.

» Derivados fenotiazídicos: Prometazina e Clopromazina


» Derivados butirofenonas: Risperidona e Aldol.

Efeitos:

- Redução da atividade psíquica - Redução do comportamento operante


- Inibição do movimento - Perturbação da vigilância
- Sedação - ↑ secreção da prolactina

Uso crônico: impregnação dos núcleos da base na substância cinzenta (reações extrapiramidais- Síndrome Parkinson-Like), ↑
viscosidade biliar (↑ bilirrubina direta, risco de colelitíase)

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS – AINES

Fármacos que são prescritos como profilático ou tratamento da inflamação.

Ocupam lugar de destaque no tratamento da dor pós-operatória. Podem ser usados em associação com outras drogas.

BENEFÍCIOS:

- Atividade antiagregante plaquetário: atuando na profilaxia de doenças tromboembólicas


- Otimização da analgesia quando associado a opioides: sinergismo, melhorando o efeito analgésico (ex: Paco + Tilex)
- Diminui dor associada ao movimento: ↓ morbimortalidade e do tempo de internação.

LIMITAÇÕES:

- Efeito teto para analgesia: não alcança máxima analgesia de dores muito fortes, por isso, é mais indicada para dor
leve/moderada

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- Tem efeitos adversos: insuficiência renal aguda, epigastralgia, sangramento, ↑ PA
- Associação entre AINEs: não aumenta a efetividade, mas gera maior toxicidade.

MECANISMO DE AÇÃO: importância reside na sua capacidade


de bloquear principalmente a COX-2 - via indutiva, não
produzindo prostaglandinas, que agiriam tanto na periferia –
PROPRIEDADE ANTINFLAMATÓRIA – quanto a nível central –
EFEITO ANALGÉSICO e ↓TERMOSTATO HIPOTALÂMICO.

Prostaglandinas não produzem hiperalgesia, mas estimulam


indiretamente nociceptores lesados que levam ao aumento da
dor e geram sinais flogísticos.

COX-1 : Via constitutiva. Controla funções autonômicas, se


comportando como um hormônio. Transforma AA em PGE e
TXA. Expressa na maioria dos tecidos, importante na regulação
do TGI (regulação do muco e da secreção de HCl) e dos rins,
além da agregação plaquetária-hemostasia.

***Sua inibição é responsável pelos efeitos indesejáveis do uso dos AINES!!!

COX-2 : Via indutiva. Também está presente, principalmente nos músculos em pequenas quantidades, mas na presença de
processo inflamatório (IL-1, TNF estimulam a proteína G que ativa cascata do AA) sua produção é estimulada. As prostaglandinas
inflamatórias sensibilizam nociceptores lesados gerando hiperalgesia e também atua no centro hipotalâmico da temperatura.

COX-3 : localizada no hipotálamo, pulmão, coração. Relaciona-se às reações de hipersensibilidade imediata (hipotensão
broncoespasmo, taquicardia e ↑HCl). Seu bloqueio leva a ↓febre (ex: Difenidramina)

NÍVEL CENTRAL DA DOR :

Neurotransmissores excitatórios Ativa proteína G = ativa via da Produção de


liberados no corno dorsal da fosfolipase C, Adenilato ciclase eicosanoides, DAG,
medula ativa receptor NMDA e fosfolipase A2 AMPc

Quanto ↑ a
intensidade de
Dor que ascende por medula, formação Ativação de fibras adrenérgicas, nociceptores
reticular, hipotálamo, tálamo, núcleos da base, espasmos musculares, ↑ agredidos, ↑ a
sistema límbico, córtex motor e somestésico permeabilidade vascular, atração de quantidade de
 células fagocitárias, ↑ sensibilidade de receptores
SENSIBILIZAÇÃO DE NOCICEPTORES CENTRAIS fibras nociceptivas acionados

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NÍVEL PERIFÉRICO DA DOR :

Alteração no limiar de
Trauma celular nociceptores
 Liberação e ativação de

LESÃO TISSULAR PERIFÉRICA mediadores endógenos
hiperalgesia

SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA

Liberação de AA da membrana
celular e ação da COX2 induzida Inflamatória aguda, com Nociceptores lesados
pelos fibroblastos, macrófagos, alterações vasculares e 
citocinas e lipopolissacarídeos, formação de infiltrado Corno posterior da medula
com formação de PGs celular

FLOGOSE
Liberação de neurotransmissores
excitatórios- subst. P, Neurocinina A

SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL Conexão dos neurônios I,II,V


EFEITOS DOS AINES :

» Efeito Antipirético: Regulação térmica via hipotalâmica, reajuste do “termostato” hipotalâmico e inibição das
Prostaglandinas de ação hipotalâmica (PGE2).
» Efeito Analgésico: diminui produção de prostaglandinas que sensibilizam os nociceptores
» Efeito ainti-inflamatório: reduz sinais flogisticos.

CLASSES DE AINES :

1. Salicilatos (AAS, Diflunizal): uso em distúrbios cérebro-cardiovasculares.

Inibidor seletivo COX-1 e COX-3

Aspirina (AAS, Somalgin): inibição irreversível da COX-1 sendo anti-agregante plaquetário em baixas doses (↑tempo de
sangramento)

Contra-indicação: síndrome de Reye (alteração hepática e da condução neuronal) e hipersensibilidade

2. Derivado do Para-aminofenol (Paracetamol): uso em cefaleia e febre.

Inibidor seletivo da COX-1 e COX-3.

Toxidade hepática aumenta com a dose.

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3. Pirazolônicos (Dipirona): Leva a agranulocitose

Inibidor seletivo da COX 1 e COX 3.

4. Ácido fenilacético (Diclofenaco (potássico), Cataflan (sódico) e Voltarem):

Age preferencialmente na COX-2, mas também age na COX-1.

**Sódico é o que absorve mais rápido.

Diclofenaco: age alterando o fluxo renal do hipertenso, levando a retenção de cálcio e potássio.

5. Ácido Propiônico: Age preferencialmente inibindo a COX-2.


- Ibuprofeno – Dalsy, Alivium, Motrin
- Cetoprofeno – Profenid,profenid-enterico, bi-profenid
- Flurbiprofeno - Targus
- Naproxeno - Flanax, Naprosyn
6. Fenamatos (Ácido mefenâmico - Ponstan): Age preferencialmente inibindo a COX-2.
7. Oxicans (Meloxicam, Piroxicam, Tenoxicam): Age preferencialmente inibindo a COX-2.
8. Fenoximetanossufanilida: Nimesulida – Scaflan, Nisulid, Cimelid. Age preferencialmente inibindo COX-2.
9. Inibidores Altamente Seletivos da COX-2: Celecoxib e Etoricoxib. Uso crônico na reumatologia leva a ação de agregação
plaquetária, ↑ fenômenos tromboembólicos.
10. Inibidores de bomba: Naproxeno (inibe COX-2) + Ezomeprazol (inibidor da bomba de prótons) = Vimovo

SELETIVOS COX-1 E COX-3 PREFERENCIALMENTE COX-2


» AAS » Diclofenaco
» Cetoprofeno » Oxicans
» Flurbiprofeno » Fenamatos
» Ibuprofeno
» Naproxeno

SELETIVOS COX-2 ALTAMENTE SELETIVOS


» Nimesulida » Celecoxib
» Etoricoxib

ANALGÉSICOS OPIÓIDES

• Medicamento padrão-ouro para o controle da dor!!


• Fármacos de ação central que aliviam a dor aguda ou crônica de grande intensidade e que causa bem-estar (por isso, é capaz
de levar ao vício).
• Opioide Free: o uso crônico de alguns opioides em doses altas ou repetidas podem gerar hiperalgesia, necessitando de
associação com outras drogas de controle da dor (AINES, AIES,etc).
• Controle da dor hoje se faz importante para evitar manifestações sistêmicas da dor:
» Alterações hemodinâmicas: liberação de adrenalina pela adrenal leva a vasoconstrição e taquicardia
» Alterações endócrinas: ↑ níveis glicêmicos
» Alterações respiratórias: taquipneia- alcalose metabólica
» ↓ Deambulação: ↑ risco de tromboembolismo

RECEPTORES OPIOIDES ENDÓGENOS :

» k–kappa-KOR: Dinorfina e Encefalina B


» mi-MOR***: Endorfina e Encefalina
» d–delta-DOR: Encefalinas

OBS: Opioides fortes são aqueles que se ligam praticamente só ao receptor Mi, enquanto os que se ligam a vários são considerados
opioides fracos.

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DISTRIBUIÇÃO :

Estruturas do sistema límbico: gera bem-estar

Bulbo: bloqueia o centro respiratório.

***Toxicidade: causa depressão respiratória, pois o bulbo não consegue se sensibilizar pela presença de CO2 e estimular a
respiração.

Outros: substância gelatinosa da medula espinhal, na medula adrenal e intestinos, no hipotálamo.

AÇÃO FARMACOLÓGICA :

Mi Analgesia potente (se agonista puro)


Efeito adverso: depressão respiratória, dependência física e euforia

Kappa Analgesia (Hipnoanalgésico)


Efeito adverso: miose, depressão respiratória e sedação

Sigma Disforia, alucinação e estimulante cardíaco


Delta Alteração do comportamento afetivo (ama todos)

ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS : Alteração de radicais metil na estrutura gera alterações farmacocinéticas (↑ potência ou
causa antagonismo)

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO :

- Via epidural ou subaracnóidea: raquianestesia ou peridural (Receptores Mi e Delta)


- PCA (analgesia controlada pelo paciente): injeções endovenosas intermitentes
- Outras: transdérmica, intranasal, retal, oral, intramuscular, parenteral

FARMACODINÂMICA :

Relacionada aos receptores opioides (Mi e Kappa) ligados à proteína G, que inibem a percepção de dor através de alterações nos
canais de cálcio e potássio.

MECANISMO DE AÇÃO :

Impede a estimulação do neurônio aferente primário nociceptor, evitando liberação de neurotransmissores do corno dorsal da
medula em membranas pós-sinápticas.

Via da Adenilato ciclase/cAMP: quinases fosforilam enzimas, transportadores e outras proteínas.


PROTEÍNA G

Via da Fosfolipase C: forma IP3 (↑Ca²⁺ intracelular gerando contração, ativação enzimática e
hiperpolarização) e DAG ativa a proteína C quinase que também controla várias funções de
contração.

O analgésico opioide se liga à Mi e Kappa, estimulando a proteína G inibitória, assim impedindo 2 importantes vias de condução,
↓ fosforilação de proteínas, ↓ liberação de cálcio evitando a ocorrência de contração (evita a aferência do estimulo nociceptor)
devido hiperpolarização da membrana (↑K⁺, ↓cAMP, ↓Ca²⁺)

EFEITOS DOS OPIOIDES :

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No SNC:

- Analgesia**: altera percepção e da reação a dor (ação no sistema límbico) – Determinada pela afinidade por receptor Mi
- Euforia: sensação agradável (livra do desconforto e ansiedade)
- Sedação: sonolência e turvação
- Depressão respiratória: inibição do centro respiratório do bulbo (Tem até que lembrar paciente de respirar)
- Supressão da tosse (Codeína)
- Miose: ação no nervo oculomotor
- Rigidez no tronco: ↑tônus de grandes músculos, interferindo na ventilação.
- Náuseas e vômitos: ativação quimioceptora do centro do vômito.

Na periferia:

- TGI: constipação (↑tônus, ↓ motilidade e HCl), espasmos dos esfíncteres – TRAVA TUDO!
- Trato biliar: contração do músculo liso biliar, podendo gerar cólica biliar
- TGU: ↓ função renal, ↑ tônus do esfíncter uretral (Bexigoma)
- Útero: age no músculo uterino, sincronizando as contrações, facilitando o trabalho de parto.

USO DO OPIOIDES :

» Proporciona o alivio da dor para impedir manifestações sistêmicas, avaliando se esse tipo de analgesia é necessária ou se
outro analgésico seria suficiente para o controle dessa dor.

Ex: dor intensa e constante, dor associada ao câncer – administração de opioides em intervalos fixos, tendo maior eficácia.

** Gestantes: uso de opioide pode atravessar barreira hematoencefálica do feto, podendo gerar depressão respiratória

» Avaliar se esse medicamento irá dificultar ou obscurecer sinais e sintomas que revelam a etiologia da dor
» Verificar se pode agravar a situação do paciente
- Edema agudo: menor percepção do centro respiratório leva a mecanismos compensatórios, gerando ↓ pré-carga e
↓pós-carga)
» Avaliar interações medicamentosas.

EFEITOS TÓXICOS : Comportamento agitado, tremor, depressão respiratória, náuseas e vômitos, aumento da pressão
intracraniana, constipação, retenção urinária, urticária

Como se trata paciente intoxicado: Controle das atividades vitais, suporte ventilatório, acesso venoso para infusões de
substâncias cristalóides, naloxone (se liga aos receptores MU, impedindo ação dos opioides – é antagonista dos analgésicos
opioides), e em última escolha se a intoxicação for por via oral é a lavagem gástrica ou o carvão ativado. Se for intoxicação por via
venosa não faz isso. Além disso, deve-se fazer Internação na UTI e observação do paciente.

EFEITOS INDESEJADOS : tolerância (necessidade de doses cada vez maiores) e dependência.

AGONISTAS FRACOS : afinidade por vários receptores opioides (Mi, Delta e Kappa)

Tramadol, codeína (pode associar a Aines), Propoxifeno

AGONISTAS FORTES : afinidade mais especifica para o receptor Mi da dor.

Morfina, Oxicodona, Metadona (Mi puro), Meperidina e Sufentanila.

**Metadona e Meperidina geralmente são usados por via IM e em doses baixas

# Opioide dependendo da concentração e da velocidade de infusão apresenta efeitos mais potentes, podendo gerar maior
depressão respiratória.

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» Via EV (paciente em CTI, procedimento cirúrgico)
- Fentanil: latência > 5 minutos, ↑ potência e ↑ meia-vida
- Alfentanil e Sulfentanila: ↓latência, ↑ potência e ↓ meia-vida
- Remifentanil: metabolizado pela colinesterase (↓latência, ↑ potência e ↓↓ meia-vida – faz infusão contínua)

AGONISTA PARCIAL : Nalbufina – agonista Kappa se isoladamente, se associação a outro opioide é agonista Mi.

ANTAGONISTA : Naloxona e Naltrexona (usados como antídotos em caso de intoxicação)

CONTROLE DA DOR – ANESTÉSICOS:

MECANISMOS ENVOLVIDOS NA DOR E REPERCUSSÕES :

- Hemodinâmicos: vasoconstrição e taquicardia


- Metabólicos: ↑ gliconeogênese
- Respiratórios: taquipneia = alcalose
- TEP/deambulação: dor = não deambulação = risco de formar trombos
- Infecções
- Morbidade/mortalidade: aumenta devido à alta tardia e não retorno as atividades habituais
- Humanização

FÁRMACOS PARA CONTROLE DA DOR :

 Analgésicos Opióides e Inalatórios (Atuação no SNC).

 AINEs / AIES) – Atuação central e periférica.

 Anestésicos Locais (Atuação periférica).

 Diversos fármacos de ação central: Carbamazepina, Ergotaminas.

ANESTÉSICOS INALATÓRIOS : (Éter Clorofórmio)

» Hoje usa Isoflurano e Sevoflurano (analgésico e hipnótico por infusão contínua)


» Administração com vaporizador associado ao O2.

Mecanismo de ação: Se liga a receptores GABA e NMDA, gerando abertura dos canais de cálcio e hiperpolarizaçao da membrana.

ANESTESIA GERAL : completa, continua e reversível depressão das funções do SNC (perda do consciência, atividade muscular
e eliminação da dor)

Indução Manutenção Recuperação

Farmacocinética Farmacodinâmica

ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS

OPIOIDES NÃO OPIOIDES


- Fentanil - Barbitúricos (Tiopental)
- Alfentanil - Benzodiazepínicos (Midazolam)
- Sufentanil - Etomidato
- Remifentanil - Propofol
- Cetamina

Anestesia local: anestesia que tem poucos efeitos sistêmicos e curta


duração. Pode ser associada a vasoconstritores para prolongar duração e minimizar ainda mais efeitos colaterais.

Anestesia subaracnóidea (Raquianestesia): anestesia perfura a dura-máter e a subaracnóidea.

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- Pode gerar efeitos sistêmicos: vasodilatação, ↓ da PA e ↓ FC a nível cardiovascular

Anestesia epidural (Peridural): não perfura meninges.

- Pode ocorrer devido ao bloqueio simpático, queda do retorno venoso, do débito cardíaco e da pressão arterial.

ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS - AIES

CORTICOESTERÓIDES : são hormônios esteroides, análogos sintéticos dos glicocorticoides e mineralocorticoides que exercem
função reguladora de crescimento, metabolismo, reprodução e função dos tecidos. Produzidas pela adrenal a partir do LDL
(colesterol).

CARACTERÍSTICAS DOS CORTICOIDES ENDÓGENOS:

• Circulam em baixas concentrações no organismo e se acoplam a receptores de alta afinidade e especificidade.


• Síntese é controlada pelo hipotálamo em função de estímulos (ritmo circadiano, dor, stress) levando a liberação de CRH que
atua na adenohipófise que libera ACTH, gerando maior disponibilidade de colesterol para a adrenal.
• Colesterol converte em pregenolona e induz enzimas esteroidogênicas, formando a Hidrocortisona e a Aldosterona.

CÓRTEX DA ADRENAL :

- Zona glomerulosa: mineralocorticoide –aldosterona


- Zona fasciculada: glicocorticoide – cortisol
- Zona reticular: desidroepiandrosterona e sulfatado.

EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO E IMUNOSSUPRESSOR :

» Indução da expressão da Lipocortina: proteína que inibe a Fosfolipase A2 (Bloqueia transformação de fosfolipídios em ácido
aracdônido), reduzindo a produção de prostaglandinas, leucotrienos e PAF.
» Regulação negativa das citocinas (modulam a função de outras células): ↓produção de IL, TNF e INF.
» Promove o cancelamento da:
- Proliferação de fibroblastos e função dos linfócitos
- ↓ produção de substancias especificas nas células endoteliais envolvidas na adesão de leucócitos (ELAN e ICAN)
- ↓ liberação de histamina mediada por IgE
- ↓ produção de colagenases e estromolisina (↑crescimento da papila dérmica), prevenindo morte celular

CORTISOL : glicocorticoide humano essencial para a vida. Age regulando funções cardiovasculares, metabólicas, imunológicas e
homeostáticas.

Mecanismo de ação: no citoplasma da célula-alvo forma o complexo esteroide-receptor. Sofre alterações adaptativas e se dirige
ao núcleo da célula.

• Esse complexo ativa a transcrição de RNA mensageiro específico,


estimulando a síntese de proteínas, que são responsáveis pelos
efeitos biológicos e farmacológicos dos esteroides.

** Essa transcrição gênica é demorada, por isso, fármacos sintéticos


demoram cerca de 2-3 dias para começar a fazer efeito.

Genes das COX e colagenases são inibidos

PRINCIPAIS AÇÕES DOS GLICOCORTICOIDES EXÓGENOS :

» Ações metabólicas:
- Carboidratos: ↓ utilização de glicose e ↑gliconeogênese = hiperglicemia

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- Lipídios: efeito permissivo sobre os hormônios lipolíticos e
redistribuição da gordura.
**Síndrome de Cushing: fácies de lua-cheia, gordura abdominal,
↑PA, coxins de gordura. Tem sido considerada como iatrogenia
ao uso de glicocorticoide

- Proteínas: ↑catabolismo e ↓ anabolismo

» Ações reguladoras:
- Hipotálamo e hipófise: ação de feedback negativo, resultando em
↓ liberação de glicocorticoides endógenos.
** O eixo HH está adormecido, por isso, se parar de tomar
subitamente a produção hormônios está inibida/suprimida, não
conseguindo voltar a serem produzidos imediamente devido a
essa ação de feedback negativo. Assim, a suspensão desses
fármacos deve ocorrer de forma gradual.

- Eventos cardiovasculares: vasodilatação reduzida e diminuição da exsudação de líquidos (↑ conteúdo vascular).


** Pode agravar quadros de ICC, HAS, DM e gestantes.

- Mediadores inflamatórios e imunes: ↓ produção e ação de citocinas (IL, TNF) e ↓ produção de eicosanoides

EFEITOS INDESEJÁVEIS: são vistos, principalmente, com uso sistêmico prolongado como agente anti-inflamatório e
imunossupressor.

» Suprime resposta à infecções e a síntese de glicocorticoides endógenos


» Ações metabólicas e Síndrome de Cushing (já citadas)

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