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PSICOFÁRMACOS:
Drogas que agem predominantemente sobre o SNC, inibindo ou estimulando a atividade neuronal (sedativo ou estimulante),
sendo assim capaz de alterar o comportamento.
CLASSIFICAÇÃO :
Hipnóticos:
» Barbitúricos: Fenobarbital
» Não-barbitúricos: Proporfol, etanidato e Ketamina
Tranquilizantes menores: ação menos difusa sobre o SNC. Participam os derivados benzoadiazepínicos
Tranquilizantes maiores: usado geralmente em doentes mentais, pois tem uma ação muito potente.
PSICODISLÉPTICOS: drogas despersonalizantes, modificando a qualidade da atividade cerebral (imagem dos sonhos)
PSICOLÉPTICOS
Drogas depressoras do SNC, levando a ↓ atividade mental e motora.
HIPNÓTICOS :
Fármacos que geram sedação, induzindo ao sono e ↓ estado de excitação.
BARBITÚRICOS: são drogas sedativas, que via EV induz a hipnose, levando ao estado de inconsciência completa.
Formas de administração: via oral, IM e EV sendo a forma escolhida conforme a potência, latência e duração desejada
» Ação longa: latência maior, boa potência e meia vida longa – Fenobarbital (IM, EV ou via oral- latência de 1 hora)
» Ação curta: Secobarbital (Via oral- age em 30 minutos)
» Ação ultra-curta: Tiopental
Mecanismo de ação: potencializa a ação de GABA, levando ao ↑ cloro, hiperpolarizando a membrana neuronal.
Farmacocinética: 75% é metabolizado no fígado, sendo 25% eliminados via renal in natura e 75% como metabólito inativado
Tratamento: sempre iniciar suporte ventilatório, acesso venoso, dados vitais e tratamento dos sintomas
- Se em coma: usar sonda vesical, intubação endotraqueal, aspirar secreções, correção hidroeletrolítica.
- Se uso há menos de 2h: realizar lavagem gástrica ou usar carvão mineral ativado.
NÃO-BARBITÚRICOS:
Droga com baixa latência (30 segundos), potência alta e meia vida de 10-15 minutos.
Mecanismo de ação: inibe liberação de glutamato pela ativação dos receptores GABA, interrompendo a transmissão colinérgica
no SNC.
Efeitos indesejáveis:
- Apneia: relaciona-se à concentração e velocidade de injeção (↑velocidade = ↑ chance de apneia = risco de morte)
- Dor vascular durante a infusão
- Outras: contração tônico-clônica, hipotensão e liberação de histamina
ETOMIDATO: sua vantagem é que não gera alterações hemodinâmicas. Ampola tem 2mg/mL e a dose é de 0,4-0,6mg/Kg **Seria
o “fármaco ideal”
Mecanismo de ação: age em receptores glutamatérgicos do tipo NMDA (N-metil-D-aspartado) presentes no corno dorsal da
medula, impedindo a hiperatividade neuronal frente à ativação prolongada de neurônios aferentes, bloqueando a nocicepção
induzida por lesões periféricas (impede a cascata da proteína G, não tendo ascendência dolorosa).
Uso prático: fármaco tem meia-vida curta (10-15 minutos), por isso, só é usado em procedimentos de curta duração “não
cirúrgicos” – queimaduras, ortopedia, anestesia a analgesia obstétrica, analgesia pós-operatória, pacientes intolerantes a
opioides. **Pode usar em pacientes em choque, porque ele estimula o sistema nervoso simpático.
#É O ÚNICO COM ↑ ANALGESIA, devido ao antagonismo ao NMDA, que impede ligação do glutamato.
TRANQUILIZANTES MENORES :
BENZODIAZEPÍNICOS: também chamados de Ansiolíticos.
São drogas depressoras cerebrais leves com capacidade de acalmar preservando a consciência se usados em doses terapêuticas
Mecanismo de ação: Se liga aos seus receptores, estimulando a ligação do GABA com seu receptor gabaérgico (GABA-a), abrindo
canais de cloro e hiperpolarizando a membrana.
Uso terapêutico: sedativo, hipnóticos (se alta dosagem), anticonvulsivante, ansiolítico, relaxante muscular, síndromes de
conversão psicomotora.
TOXICIDADE: a forma de administração mais segura é por via oral. Crianças e idosos são mais sensíveis, iniciando com doses mais
baixas.
Classificação:
» Efeito curto: Midazolan (1mg/mL- ampola 5mL ou comprimido). A injeção não dói, não aumenta fluxo da coronária, amnésia
anterógrada (memória recente)
» Efeito intermediário: Lorazepam
» Efeito longo: Diazepam (Valium)
TRANQUILIZANTES MAIORES :
Ação difusa no SNC, usados para acalmar psicóticos e bloqueia DOPA-2, levando ao turvamento da consciência. ***Usados em
doentes metais.
Efeitos:
Uso crônico: impregnação dos núcleos da base na substância cinzenta (reações extrapiramidais- Síndrome Parkinson-Like), ↑
viscosidade biliar (↑ bilirrubina direta, risco de colelitíase)
Ocupam lugar de destaque no tratamento da dor pós-operatória. Podem ser usados em associação com outras drogas.
BENEFÍCIOS:
LIMITAÇÕES:
- Efeito teto para analgesia: não alcança máxima analgesia de dores muito fortes, por isso, é mais indicada para dor
leve/moderada
COX-2 : Via indutiva. Também está presente, principalmente nos músculos em pequenas quantidades, mas na presença de
processo inflamatório (IL-1, TNF estimulam a proteína G que ativa cascata do AA) sua produção é estimulada. As prostaglandinas
inflamatórias sensibilizam nociceptores lesados gerando hiperalgesia e também atua no centro hipotalâmico da temperatura.
COX-3 : localizada no hipotálamo, pulmão, coração. Relaciona-se às reações de hipersensibilidade imediata (hipotensão
broncoespasmo, taquicardia e ↑HCl). Seu bloqueio leva a ↓febre (ex: Difenidramina)
Quanto ↑ a
intensidade de
Dor que ascende por medula, formação Ativação de fibras adrenérgicas, nociceptores
reticular, hipotálamo, tálamo, núcleos da base, espasmos musculares, ↑ agredidos, ↑ a
sistema límbico, córtex motor e somestésico permeabilidade vascular, atração de quantidade de
células fagocitárias, ↑ sensibilidade de receptores
SENSIBILIZAÇÃO DE NOCICEPTORES CENTRAIS fibras nociceptivas acionados
Alteração no limiar de
Trauma celular nociceptores
Liberação e ativação de
LESÃO TISSULAR PERIFÉRICA mediadores endógenos
hiperalgesia
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA
Liberação de AA da membrana
celular e ação da COX2 induzida Inflamatória aguda, com Nociceptores lesados
pelos fibroblastos, macrófagos, alterações vasculares e
citocinas e lipopolissacarídeos, formação de infiltrado Corno posterior da medula
com formação de PGs celular
FLOGOSE
Liberação de neurotransmissores
excitatórios- subst. P, Neurocinina A
» Efeito Antipirético: Regulação térmica via hipotalâmica, reajuste do “termostato” hipotalâmico e inibição das
Prostaglandinas de ação hipotalâmica (PGE2).
» Efeito Analgésico: diminui produção de prostaglandinas que sensibilizam os nociceptores
» Efeito ainti-inflamatório: reduz sinais flogisticos.
CLASSES DE AINES :
Aspirina (AAS, Somalgin): inibição irreversível da COX-1 sendo anti-agregante plaquetário em baixas doses (↑tempo de
sangramento)
Diclofenaco: age alterando o fluxo renal do hipertenso, levando a retenção de cálcio e potássio.
ANALGÉSICOS OPIÓIDES
OBS: Opioides fortes são aqueles que se ligam praticamente só ao receptor Mi, enquanto os que se ligam a vários são considerados
opioides fracos.
***Toxicidade: causa depressão respiratória, pois o bulbo não consegue se sensibilizar pela presença de CO2 e estimular a
respiração.
AÇÃO FARMACOLÓGICA :
ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS : Alteração de radicais metil na estrutura gera alterações farmacocinéticas (↑ potência ou
causa antagonismo)
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO :
FARMACODINÂMICA :
Relacionada aos receptores opioides (Mi e Kappa) ligados à proteína G, que inibem a percepção de dor através de alterações nos
canais de cálcio e potássio.
MECANISMO DE AÇÃO :
Impede a estimulação do neurônio aferente primário nociceptor, evitando liberação de neurotransmissores do corno dorsal da
medula em membranas pós-sinápticas.
Via da Fosfolipase C: forma IP3 (↑Ca²⁺ intracelular gerando contração, ativação enzimática e
hiperpolarização) e DAG ativa a proteína C quinase que também controla várias funções de
contração.
O analgésico opioide se liga à Mi e Kappa, estimulando a proteína G inibitória, assim impedindo 2 importantes vias de condução,
↓ fosforilação de proteínas, ↓ liberação de cálcio evitando a ocorrência de contração (evita a aferência do estimulo nociceptor)
devido hiperpolarização da membrana (↑K⁺, ↓cAMP, ↓Ca²⁺)
- Analgesia**: altera percepção e da reação a dor (ação no sistema límbico) – Determinada pela afinidade por receptor Mi
- Euforia: sensação agradável (livra do desconforto e ansiedade)
- Sedação: sonolência e turvação
- Depressão respiratória: inibição do centro respiratório do bulbo (Tem até que lembrar paciente de respirar)
- Supressão da tosse (Codeína)
- Miose: ação no nervo oculomotor
- Rigidez no tronco: ↑tônus de grandes músculos, interferindo na ventilação.
- Náuseas e vômitos: ativação quimioceptora do centro do vômito.
Na periferia:
- TGI: constipação (↑tônus, ↓ motilidade e HCl), espasmos dos esfíncteres – TRAVA TUDO!
- Trato biliar: contração do músculo liso biliar, podendo gerar cólica biliar
- TGU: ↓ função renal, ↑ tônus do esfíncter uretral (Bexigoma)
- Útero: age no músculo uterino, sincronizando as contrações, facilitando o trabalho de parto.
USO DO OPIOIDES :
» Proporciona o alivio da dor para impedir manifestações sistêmicas, avaliando se esse tipo de analgesia é necessária ou se
outro analgésico seria suficiente para o controle dessa dor.
Ex: dor intensa e constante, dor associada ao câncer – administração de opioides em intervalos fixos, tendo maior eficácia.
** Gestantes: uso de opioide pode atravessar barreira hematoencefálica do feto, podendo gerar depressão respiratória
» Avaliar se esse medicamento irá dificultar ou obscurecer sinais e sintomas que revelam a etiologia da dor
» Verificar se pode agravar a situação do paciente
- Edema agudo: menor percepção do centro respiratório leva a mecanismos compensatórios, gerando ↓ pré-carga e
↓pós-carga)
» Avaliar interações medicamentosas.
EFEITOS TÓXICOS : Comportamento agitado, tremor, depressão respiratória, náuseas e vômitos, aumento da pressão
intracraniana, constipação, retenção urinária, urticária
Como se trata paciente intoxicado: Controle das atividades vitais, suporte ventilatório, acesso venoso para infusões de
substâncias cristalóides, naloxone (se liga aos receptores MU, impedindo ação dos opioides – é antagonista dos analgésicos
opioides), e em última escolha se a intoxicação for por via oral é a lavagem gástrica ou o carvão ativado. Se for intoxicação por via
venosa não faz isso. Além disso, deve-se fazer Internação na UTI e observação do paciente.
AGONISTAS FRACOS : afinidade por vários receptores opioides (Mi, Delta e Kappa)
# Opioide dependendo da concentração e da velocidade de infusão apresenta efeitos mais potentes, podendo gerar maior
depressão respiratória.
AGONISTA PARCIAL : Nalbufina – agonista Kappa se isoladamente, se associação a outro opioide é agonista Mi.
Mecanismo de ação: Se liga a receptores GABA e NMDA, gerando abertura dos canais de cálcio e hiperpolarizaçao da membrana.
ANESTESIA GERAL : completa, continua e reversível depressão das funções do SNC (perda do consciência, atividade muscular
e eliminação da dor)
Farmacocinética Farmacodinâmica
ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS
- Pode ocorrer devido ao bloqueio simpático, queda do retorno venoso, do débito cardíaco e da pressão arterial.
CORTICOESTERÓIDES : são hormônios esteroides, análogos sintéticos dos glicocorticoides e mineralocorticoides que exercem
função reguladora de crescimento, metabolismo, reprodução e função dos tecidos. Produzidas pela adrenal a partir do LDL
(colesterol).
CÓRTEX DA ADRENAL :
» Indução da expressão da Lipocortina: proteína que inibe a Fosfolipase A2 (Bloqueia transformação de fosfolipídios em ácido
aracdônido), reduzindo a produção de prostaglandinas, leucotrienos e PAF.
» Regulação negativa das citocinas (modulam a função de outras células): ↓produção de IL, TNF e INF.
» Promove o cancelamento da:
- Proliferação de fibroblastos e função dos linfócitos
- ↓ produção de substancias especificas nas células endoteliais envolvidas na adesão de leucócitos (ELAN e ICAN)
- ↓ liberação de histamina mediada por IgE
- ↓ produção de colagenases e estromolisina (↑crescimento da papila dérmica), prevenindo morte celular
CORTISOL : glicocorticoide humano essencial para a vida. Age regulando funções cardiovasculares, metabólicas, imunológicas e
homeostáticas.
Mecanismo de ação: no citoplasma da célula-alvo forma o complexo esteroide-receptor. Sofre alterações adaptativas e se dirige
ao núcleo da célula.
» Ações metabólicas:
- Carboidratos: ↓ utilização de glicose e ↑gliconeogênese = hiperglicemia
» Ações reguladoras:
- Hipotálamo e hipófise: ação de feedback negativo, resultando em
↓ liberação de glicocorticoides endógenos.
** O eixo HH está adormecido, por isso, se parar de tomar
subitamente a produção hormônios está inibida/suprimida, não
conseguindo voltar a serem produzidos imediamente devido a
essa ação de feedback negativo. Assim, a suspensão desses
fármacos deve ocorrer de forma gradual.
- Mediadores inflamatórios e imunes: ↓ produção e ação de citocinas (IL, TNF) e ↓ produção de eicosanoides
EFEITOS INDESEJÁVEIS: são vistos, principalmente, com uso sistêmico prolongado como agente anti-inflamatório e
imunossupressor.