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Nas gatas: placenta COM capacidade esteroidogênica, tem presença do cortisol fetal
(os fetos vão liberar cortisol que vai enviar uma comunicação para a placenta das gatas
para diminuir os níveis de P4), a gata tem a enzima 17alfa hidroxilase que vai converter
em 17alfa hidroxiprogesterona na presença da enzima 17 e 20 desmolase vai ser
convertida em androstenediona e a partir da presença da aromatase vai converter em
androstenediona em estradiol e ele vai aumentar a sensibilidade do endométrio a
ocitocina que faz contração do endométrio e também ajuda a aumentar a expressão
de receptores de ocitocina no endométrio para potencializar sua ação, faz a ligação da
ocitocina com o seu receptor e isso vai estimular mais ainda a síntese de ácido
araquidônico que é percursos da PGF2alfa, que também vai estar sendo produzido só
pela presença de cortisol no endométrio da gata, estimula a síntese de PGF e também
a lise do corpo lúteo, a progesterona então vai cair e se transformar em estradiol que
vai ajudar a ter mais PGF2alfa e isso tudo vai resultar no parto.
DURAÇÃO DA GESTAÇÃO
Depende do evento que temos conhecimento.
Cadela:
56 a 58 dias primeiro dia do diestro (citologia vaginal)
62 a 68 dias ao aumento inicio da P4 (> 2ng/mL)
58 a 72 dias baseado pela primeira monta
Varia com o tamanho da ninhada
Gatas:
Varia de 63 a 65 dias conforme a raça, mas a média é de 65,1 +- 2,2 dias.
Varia com o tamanho da ninhada.
Quando tem menos filhotes demora mais para parir porque tem menos cortisol
(síndrome do feto único).
3º ESTÁGIO
- Expulsão do feto e placenta
- A cadela rompe a placenta e o cordão umbilical, inicia a lambedura do filhote para
estimular a respiração do filhote;
- Secreção esverdeada é a uteroverdina (diferente da gata, na gata é mais marrom
tijolo)
- Fazemos INTERVENÇÃO se a mãe não iniciar o processo de rompimento das
membranas fetais em até 30 segundos pós-nascimento do filhote, devemos utilizar
luvas, romper as membranas e iniciar o processo de desobstrução das vias aéreas e
massagem (compressa quente) e depois vamos ligar o cordão umbilical com fio nylon e
dar 1cm de distância da parede abdominal e depois da ligadura fazemos solução de
iodo 2% no cordão umbilical para ajudar a secar.
2º ESTÁGIO
- Início das contrações abdominais, primeiro filhote deve nascer entre 15 a 30 minutos,
após detecção do esforço abdominal
- Feto entra no canal do parto, exposição da bolsa amniótica e ruptura da bolsa
alantoideana, coloração da secreção é vermelho tijolo (não tem hematoma marginal).
- Intervalo de nascimento entre filhotes é de 10 a 30 minutos, mas pode demorar até
1h e meia, devemos avaliar a qualidade da contração e esforço abdominal,
ocasionalmente em algumas gatas pode haver uma interrupção maior de 12 a 24
horas, esse fenômeno é considerado normal nesta espécie.
- Duração 3 a 12 horas e em algumas ocasiões até 24 horas.
3º ESTÁGIO
- Expulsão do feto e placenta, a gata rompe a placenta e o cordão umbilical, inicia a
lambedura do filhote para estimular a respiração do filhote, secreção é avermelhada.
- Fazemos INTERVENÇÃO se a mãe não iniciar o processo de rompimento das
membranas fetais em até 30 segundos após o nascimento do filhote, utilizar luvas,
romper as membranas e iniciar o processo de obstrução das vias aéreas e massagem
(compressa quente) dorso caudocranial do filhote, ligar cordão umbilical com fio nylon
(1 cm de distância do abdômen) e aplicar solução de iodo 2%.
QUANDO SUSPEITAR?
ESTÁGIO 1
- Cadela que manifestou comportamento de ninho, cavar, anorexia, apatia, êmese em
12 a 24h e não evoluíram para o estágio seguinte (não apresentou contração).
- Gatas que apresentaram alteração de comportamento dentre 12 horas e não
evoluíram para o estágio seguinte
- Queda de temperatura para 37,6º C e ausência de sinais de parto dentro de 24h ou
então queda de temperatura e logo depois aumentou por 12 a 24 h e não evoluiu para
próximo estágio
- Gestação prolongada quando a data da ovulação é conhecida (cadelas > 72 dias pós-
monta; gata > 71 dias pós-monta).
ESTÁGIO 2 e 3
- Esforço abdominal frequente por 30 minutos a 1 hora para entrega do primeiro
filhote.
- Contrações ativas por 30 minutos sem a expulsão do filhote
- Perda da progressão do estágio 2 do parto após 6 a 8 horas
- Presença de secreção vaginal preta prévia a entrega do primeiro filhote
- Lóquios presente, porém sem entrega do filhote em um período de 1 a 2 horas
- Trabalho de parto prolongado > 12 horas
- Membranas ou parte do feto no canal vaginal
- Sinais de debilidade materna
MANEJO DA DISTOCIA
- Anamnese detalhada (idade, raça, primeiro parto, histórico dos partos, data da
cobertura, cópula acidental ou programada, fez pré-natal, usou ou usa alguma
medicação, como foi evolução do parto, qual o horário do nascimento do último
filhote, nasceu vivo, foi demorado)
- Exame físico (alerta, apática, coma? Temperatura, FC, FR, TPC, hidratação)
- Exame ginecológico (explorar o canal vaginal com luva estéril procurando filhote,
avaliar a presença de lubrificação, estreitamento/relaxamento, reflexo de Ferguson –
exclui inércia uterina como causa de distocia, avaliar apresentação do feto)
- Exames complementares (hemograma completo, bioquímico – cálcio ionizado e
glicemia por causa da contração muscular, US abs, raiox VD LL)
Ocitocina:
- Produzida no hipotálamo e estocada na neurohipófise, a ocitocina atua na contração
uterina e ejeção de leite
- Sempre iniciar pela dose mais baixa de 0,25 UI (dose por animal) intramuscular e não
ultrapassar 4 UI
- Realizar as outras doses em um intervalo de 30 a 45 minutos
- Avaliar o nível da concentração e viabilidade do filhote pela US.
TERAPIA CIRÚRGICA
- Cesariana terapêutica ou emergencial.
- Critérios: cadelas idosas, histórico de uso de anticoncepcional, inércia uterina
primária, inércia uterina secundária devido a obstrução do canal do parto, obstrução
do canal do parto, morte fetal, má formação do feto, estresse fetal severo < 150 bpm.
Cesariana:
- MPA: metoclopramida (se a fêmea for muito dócil não precisa usar MPA, avaliar isso
também)
- Indução: propofol (dose resposta)
- Epidural
- Incisão pode ser no corpo do útero porque se tiver poucos filhotes sai tudo na mesma
incisão, mas se tiver muito filhote talvez tenha que fazer uma incisão em cada corno
uterino, inicia com bisturi e depois amplia com a tesoura, ordenha o útero, expulsa o
filhote e já rompe as membranas fetais e começa a fazer a massagem logo. Tem que
ser rápido porque quanto mais tempo a fêmea está anestesiada mais tempo os filhotes
ficam expostos a anestesia também.
- Cordão umbilical intacto pelo menos 3 minutos após início da respiração = contribui
para o aumento da vitalidade em filhotes nascidos de cesariana.
- Fio monofilamentar (monocryl) primeira sutura fazer Schmieden e depois Cushing.
- Em alguns casos vamos ter que fazer remoção em bloco, não temos certeza de que os
filhotes estão vivos ou temos certeza que estão mortos, vai para cirurgia de
emergência e vai para ovariohisterectomia em bloco, não tem para que abrir esse
útero.
Cuidados pós-operatórios:
- Amoxicilina 22mg/kg BID por 7 dias
- Dipirona 25 mg/kg BID por 3 dias
- Tramadol 3 mg/kg TID 3 dias*
- Limpeza da ferida cirúrgica com solução fisiológica
- Colar elizabetano não é bom porque ela tem que lamber os filhotes, com roupinha
ela não consegue amamentar os filhotes, mas é a melhor opção usar roupinha e furar
no lugar das mamas.
- Rejeição dos filhotes: geralmente acontece em primíparas, devemos apresentar
filhotes a mãe logo após a recuperação ajuda a mãe a não rejeitar, reconhecimento em
mais ou menos 6 horas, baixa produção láctea (usar estimulantes da prolactina,
metoclopramida 0,1 a 0,2 mg/kg VO a cada 8 horas, domperidona 2,2 mg/kg VO a cada
12 horas)