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O ciclo pode ainda ser dividido em 4 outras fases que estão inseridas nas
fases folicular e luteínica, são elas: o proestro e o estro (cio) também chamadas
de fases estrogênicas ou proliferativas; e o metaestro e diestro conhecidas
como fases progesterônicas ou secretoras. Nessas fases, a vaca apresenta
algumas características típicas que permitem a diferenciação entre elas e estão
representadas na tabela 1, mostrada a seguir.
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Tabela 1: Fases do ciclo estral e suas características
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Caso não haja fecundação, o útero não identificará a presença de um
embrião e dessa forma, ele mandará um sinal, o hormônio prostaglandina
que será responsável pela luteólise (quebra do corpo lúteo). Desta maneira,
o fator inibitório para as fases finais do crescimento dos folículos desaparece,
permitindo que o folículo se mature por completo. Isto leva a um novo cio e ao
início de um novo ciclo. No caso de uma prenhez positiva, o útero e o embrião
produzem hormônios como a progesterona que ajudam na manutenção do
corpo lúteo. De fato, um nível relativamente alto de progesterona é necessário
durante toda a gestação, fator que estimula secreção contínua de progesterona
pelo corpo lúteo e placenta, eliminando o cio e a ovulação.
2.2 Fertilidade
Fertilidade é a capacidade dos indivíduos de se reproduzirem com finalidade
de manutenção da espécie. Uma vaca é fértil quando é capaz de emprenhar já no
início de sua maturidade sexual, levar esta prenhez até o fim, produzir crias sadias
e viáveis, produzir um bezerro por ano e, assim, sucessivamente até o momento de
ser substituída. A fertilidade de um rebanho é medida através de sua produção para
cada cem vacas em idade reprodutiva. A fertilidade pode ser traduzida pela soma de
alguns fatores, sejam eles: índice de inseminação, porcentagem de não retorno a 1ª
inseminação, porcentagem de gestação, porcentagem de parição e intervalo entre
partos. Todos estes índices serão abordados e discutidos nos capítulos seguintes.
Fertilidade da vaca
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apresentam doenças reprodutivas, problemas relacionados ao parto, problemas
de desbalanço nutricional — especialmente para animais magros ou muito
gordos na ocasião do parto. A fertilidade também é alta quando as vacas param
de perder peso e começam a repor as reservas corporais alguns meses depois do
parto (recuperação pós-parto).
Fertilidade do touro
Para que um bezerro seja gerado é necessário que ocorra a união do ÓVULO da
vaca com o ESPERMATOZOIDE do touro. Essa união é conhecida como Fecundação.
Exercícios
Parabéns!
Questão 1 - Qual é o conceito de folículo ovariano?
Agora ( ) Estrutura que abriga o óvulo e permite que ele possa crescer e
responda as
questões e amadurecer.
registre-as ( ) É o músculo do útero.
nos testes
da sua Aula ( ) É uma estrutura que produz espermatozoides.
Interativa.
( ) É o local de deposição do sêmen.
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Questão 2 - Os testículos são os órgãos sexuais do touro. Possuem
como funções:
I. produzir espermatozoides viáveis e férteis;
II. produzir hormônios masculinos;
III. produzir espermatozoides com defeitos;
IV. produzir óvulos.
( ) As alternativas I e II ( ) Todas as alternativas
estão corretas. estão corretas.
( ) As alternativas III e IV ( ) Todas as alternativas
estão corretas. estão erradas.
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3. PERÍODO DE GESTAÇÃO
3.1 Fecundação e transporte dos gametas
A fecundação é o processo pelo qual os gametas, espermatozoides e óvulos
se unem para formar o zigoto, a célula a partir da qual ocorre desenvolvimento de
um novo indivíduo. A fecundação começa com a penetração do espermatozoide
no óvulo e termina com a junção dos dois conjuntos de cromossomos haploides
(junção dos pro-núcleos) conhecido como singamia.
Haploides:
que possui
um único
conjunto
completo de
cromosso-
mos, como
é caracte-
rístico dos
gametas;
monoploide.
Higidez:
estado
salutar, boa Para que ocorra a fecundação, é necessário que os gametas encontrem
saúde física condições de higidez tanto no ambiente por onde sofrerá o trânsito assim como
e mental.
no sítio da fecundação (na região denominada de ampola). O espermatozoide
é lançado no fundo do saco vaginal e deverá percorrer o canal cervical, corpo e
corno do útero e oviduto até a região da ampola. O óvulo tem um trânsito muito
menor do que o espermatozoide. Além disso, deve-se considerar a duração da vida
fecundante do óvulo que está entre 6 e 8h e do espermatozoide entre 24 - 36 horas.
Transporte dos espermatozoides
Espermatozoides obtidos diretamente dos testículos são funcionalmente
imaturos, incapazes de fecundaro óvulo. No epidídimo, os espermatozoides
sofrem alterações na motilidade, morfologia e metabolismo, conferindo a
capacidade deles em fecundar. Esse processo é conhecido como capacitação e
dura de 7 a 8h. Durante a capacitação ocorre remoção de substâncias do plasma
seminal (sêmen) e do líquido epididimário além de ativação de algumas enzimas
que permitem que os espermatozoides penetrem na parede do óvulo; e também
ocorre um aumento da motilidade progressiva do espermatozoide (aquela que
produz deslocamento, movimento).
Durante o acasalamento natural, a ejaculação ocorre na vagina e são depositadas
centenas de milhões de espermatozoides suspensos no plasma seminal, o último é,
basicamente, as secreções das vesículas seminais e da próstata. Depois da ejaculação,
o transporte dos espermatozoides é favorecido por contrações uterinas e vaginais
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que ocorrem durante e após a relação sexual e pela presença dos mucos presentes na
vagina e na cérvix. Durante o transporte de espermatozoides, a mobilidade individual
é importante para que eles alcancem o local da fecundação.
Com a penetração do espermatozoide no óvulo, é ativado um mecanismo
de bloqueio da entrada de outros espermatozoides, por esse motivo cada vaca
produz um bezerro de cada vez.
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Placentação e Gestação
A placenta é formada pelos tecidos do óvulo, embriologicamente derivada
do córion. Através da placenta o feto respira (ocorrem as trocas de oxigênio e
gás carbônico), alimenta-se (recebendo diretamente os nutrientes por difusão do
sangue materno) e excreta produtos de seu metabolismo (excretas nitrogenadas).
A placenta é também órgão endócrino importante na gravidez, envolvida na
produção de diversos hormônios. Juntamente com a placenta, outros anexos
embrionários são formados e participam do desenvolvimento do embrião e
futuramente do feto (tabela 2).
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3.3 Escrituração Zootécnica – Metas para alguns
Índices Reprodutivos
Ao se implantar a assistência técnica na fazenda leiteira, algumas metas
ou pretensões devem ser inicialmente determinadas. Uma vez discutidas e
estabelecidas as metas gerais, ou seja, o quê (leite), com o quê (tipo de gado),
como (manejo a ser utilizado) e quanto (litros/dia) se deseja produzir em
um período fixado, caberá se definir o número de animais no rebanho, o que
dependerá diretamente do potencial de produção de alimentos e das condições
de manejo possíveis de serem oferecidas.
Para se conhecer a situação reprodutiva inicial
do rebanho, todos os animais aptos para a reprodução
(vacas e novilhas acima de 340 kg de peso vivo) devem
ser submetidos a exame ginecológico. Com base nesses
resultados, os animais podem ser separados em grupos, de
acordo com a condição reprodutiva e produtiva de cada
um. Esses grupos serão discutidos nos capítulos seguintes.
Com relação às anotações de campo, existe um
mínimo necessário de informações a se coletar, independentemente do sistema
de controle (fichas individuais e/ou coletivas ou sistemas informatizados). As
anotações mais importantes encontram-se na tabela abaixo.
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Como último passo, definidas as potencialidades de cada propriedade,
deve-se implementar as medidas que busquem uma melhoria constante na
eficiência reprodutiva. Um bom programa de controle reprodutivo deve se basear
em um conjunto de atividades que visam maximizar a performance reprodutiva
de um determinado plantel, dentro das suas características próprias. É importante
não acreditar em fórmulas pré-fabricadas que podem ter funcionado em outra
situação ou propriedade.
Finalizamos mais uma lição do nosso curso. Vimos aqui sobre a fecundação
e o transporte dos gametas, compreendemos a formação e implantação do
embrião, conhecemos a placentação e a gestação e, por fim, vimos as metas para
o índice reprodutivo.
Exercícios
Você está Questão 1 - Assinale a alternativa que diferencia fecundação de
indo muito fertilidade.
bem!
Responda ( ) Fertilidade é a união do óvulo com o espermatozoide;
as questões
Fecundação é a liberação do óvulo do folículo ovariano.
desta lição
e registre as ( ) Fecundação é a habilidade em se reproduzir; Fertilidade é a
respostas
na sua Aula capacidade do animal em produzir leite.
Interativa. ( ) Fecundação é a capacidade dos indivíduos de se reproduzirem com
finalidade de manutenção da espécie; Fertilidade é o processo pelo qual
os gametas, espermatozoides e óvulos se unem para formar o zigoto.
( ) Fertilidade é a capacidade dos indivíduos de se reproduzirem com
finalidade de manutenção da espécie; Fecundação é o processo pelo qual
os gametas, espermatozoides e óvulos se unem para formar o zigoto.
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PROCESSOS DA REPRODUÇÃO
1.1 Introdução
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1.2 Estação Reprodutiva ou Estação de Monta
A Estação Reprodutiva ou Estação de Monta é o
período do ano em que as matrizes capazes de
se reproduzir, são destinadas ao acasalamento,
também chamado de coito ou cópula.
Este acasalamento é realizado pelo próprio
touro por meio da monta natural ou da monta
natural controlada ou pelo homem por meio da
inseminação artificial.
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Para facilitar o entendimento, a implantação da estação de monta pode ser
dividida em etapas. Vejamos!
A) Avaliação da condição corporal das matrizes e o estado sanitário do rebanho.
B) Preparação dos touros para a estação de monta.
C) Implantação da estação de monta para as diferentes categorias animais.
D) Preparar os pastos que irão receber os bezerros desmamados.
De forma geral, tanto vacas quanto novilhas necessitam parir com 3,5
pontos de condição corporal, em uma escala de 1 a 5. Na medida em que a
pontuação vai sendo obtida, as fêmeas são apartadas em lotes de manejo
nutricional diferenciado: lote que não necessita ganhar peso, lote que necessita
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ganhar 0,5 ponto, 1,0 ponto e assim por diante e conforme as disponibilidades
da propriedade. Entretanto, aquelas que o fazem mais tardiamente dentro
da estação não terão tempo de exibir cio fértil antes da retirada dos touros e
certamente serão as futuras vacas falhas.
FAZENDA B
Gestação = 290 dias
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B) Preparação dos touros para a estação de monta
Para começar, os touros devem ser adquiridos com antecedência (40 dias
antes) para que não haja estresse da viagem e para que eles possam se adaptar ao
novo ambiente. Feito isso, deve-se realizar o exame andrológico do touro antes
de cada estação de monta. Para isso, um médico veterinário deve ser contratado
para que esse procedimento seja realizado. Esse exame certifica que o touro tem
espermatozoides saudáveis e férteis para fecundar uma vaca.
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uma doença causada pela bactéria Brucella abortus que acarreta subfertilidade
ou infertilidade no touro. O tratamento tem custo elevado e com pouco sucesso,
sendo recomendado o descarte dos animais positivos ao exame sorológico. Essas
e outras doenças serão abordadas com mais detalhes no capítulo 5.
VACAS
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Para os produtores que estiverem começando, a estação de monta deve
ser implantada inicialmente com no máximo 180 dias (6 meses) e, a cada ano
deve-se diminuir 30 dias, desde que o índice de fertilidade se mantenha bom,
até atingir os 3 meses ideais. Terminada a estação de monta, os touros são
separados das vacas, e só voltam ao acasalamento na próxima estação. É
aconselhável que se faça o diagnóstico de gestação durante a estação de monta,
para separar as vacas gestantes e remanejar os touros para outros lotes de vacas.
Em estações de 90 dias de duração, 50% dos nascimentos devem ocorrer nos
primeiros 21 dias, atingindo-se pelo menos 70% até o final de 40 dias de parição.
Esta concentração de nascimentos nos primeiros 40 dias indica que a estação
de monta está adequada, pois garante que a maioria das matrizes apresentem
mais do que 70 dias de paridas quando os touros começam a trabalhar. Esta
concentração é fundamental para que a estação de monta mantenha-se estável
dentro dos meses escolhidos.
NOVILHAS
Após o parto, todas as fêmeas, tanto vacas como novilhas, passam por um
período chamado de anestro puerperal, em que ocorre a involução do útero.
Esta fase dura de 30 a 45 dias e neste período não há manifestação de cio. Este pe-
ríodo de anestro sofre interferência de inúmeros fatores como condição corporal
ao parto, oferta de alimento, sanidade, clima, potencial leiteiro da vaca e princi-
palmente a presença do bezerro. No caso de novilhas, além destes aspectos, o
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período de anestro é naturalmente mais problemático porque esta fêmea com
primeira cria ao pé ainda está se desenvolvendo. Isto impõe uma maior exigên-
cia nutricional, já que as necessidades de manutenção e lactação são acrescidas
pelas exigências de energia e proteína para o crescimento. Para contornar este
maior tempo, a duração da estação de monta de novilhas deve ser sempre 30
dias menor que a das vacas, iniciando 30 dias antes e terminando também 30
dias antes da das vacas.
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PRIMÍPARAS
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2. FORMAS DE EMPRENHAR A VACA E NOVILHA
Monta natural
Ocorre quando o macho e a fêmea realizam o coito em liberdade, sem a
interferência do homem. Apresenta como vantagens a economia de mão de obra
e um melhor aproveitamento dos cios. A permanência do touro com as vacas vai
depender da estação de monta escolhida para a propriedade como já explicado
anteriormente. A monta natural apresenta algumas desvantagens, entre elas:
a dificuldade em se anotar o dia da cobertura; menor vida útil do touro pelo
excesso de montas; aumenta a possibilidade de acidente com o touro; favorece
a transmissão de doenças da reprodução; utiliza baixo número de fêmeas por
reprodutor, que serve aproximadamente 30 vacas por ano. Deve-se ter cuidado
também com o tempo que o reprodutor permanece na propriedade para evitar
que ele fecunde suas próprias filhas, pois isso pode gerar nascimentos de bezerros
mal formados ou até mesmo abortados.
O uso de touros para a monta natural ainda é muito comum, mesmo em regiões
onde a inseminação artificial esteja dando bons resultados. Muitos fazendeiros
acreditam que as taxas de prenhez são maiores com o uso de touros comparado à
inseminação artificial. Porém, quando a detecção de cio é eficaz e a inseminação
artificial é feita corretamente, esta diferença não existe.
O uso continuado de monta natural pode ser visto como um absurdo devido
às vantagens genéticas do uso da inseminação artificial. Todavia, em algumas
situações o uso de monta natural pode ser indicado:
• quando os empregados da fazenda não estão dispostos ou mal treinados
para realizar a detecção do cio e a inseminação artificial, o que pode levar a
baixas taxas de prenhez;
• quando o ganho genético de longo termo não é importante;
• quando as condições locais não fornecem a infraestrutura necessária
para a implementação da inseminação artificial (acesso a sêmen, nitrogênio
líquido e tanque para estoque de sêmen e nitrogênio, telefone, etc.).
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Os fazendeiros que mantém touros na propriedade nunca podem se
esquecer de que existem relatos de casos fatais após um ataque de um touro.
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2.2 Inseminação artificial (IA)
Consiste na deposição do sêmen previamente processado por meio
de instrumento adequado no trato genital da fêmea, no local e no momento
propícios para a fecundação.
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QUANDO INSEMINAR?
A fêmea deve ser inseminada na puberdade, porém apenas quando possuir
desenvolvimento corporal que a torne capaz de sustentar de forma eficiente uma
gestação a termo, ou seja, quando o animal atingir peso vivo ideal para cobertura.
Abaixo seguem os pesos ideais para iniciar a inseminação nas diferentes espécies:
350 kg de peso vivopara raças de grande porte (Holandesa);
320 kg de peso vivopara raça de tamanho médio (Girolanda);
250 kg de peso vivopara raças de tamanho pequeno (Jersey).
Esses pesos são especialmente importantes para as novilhas de primeira cria
como já foi falado anteriormente neste módulo.
Por quê?
Alguns critérios devem ser seguidos para que possamos ter uma boa
inseminação artificial:
1. controle zootécnico;
2. programa sanitário;
3. programa nutricional;
4. meio ambiente favorável;
5. assistência técnica.
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