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MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

MANTIDAS EM PASTAGEM E EM CONFINAMENTO

GERALDO TADEU DOS SANTOS &


ALEXANDRE MENEZES DIAS
MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS
MANTIDAS EM PASTAGEM E EM CONFINAMENTO

PLANO DE AULA
 Introdução;
Manejo e alimentação de vacas
leiteiras mantidas em pastagens;
Manejo e alimentação de vacas
leiteiras mantidas em confinamento;
Fases da lactação;
Considerações Finais.
INTRODUÇÃO

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL:


PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO
MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS
MANTIDAS EM PASTAGEM
CONDIÇÕES DE USO DAS PASTAGENS NO CENTRO-OESTE BRASILEIRO
- Clima bem definido: Época das chuvas (primavera e verão) e Época da Seca
(outono e inverno) refletindo em produção estacional;
- Forrageiras tropicais:
  produtividade – no período das águas (outubro a março);
  capacidade de utilização na seca – racionalização, em função do vigor.
estacional.
- O que fazer na época da seca ?

Distribuição da Prod. MS As exigências Nutricionais das vacas são mais ou menos


constantes ao longo do ano, variando apenas com as fases
no ano = 70 a 80% da lactação. Mas a disponibilidade de forragens não é
Nas águas constante, como se vê nesta figura.

Exigências
Nutricionais das vacas
Prod. MS no ano = 30 a 20%
Na seca
CONDIÇÕES DE USO DAS PASTAGENS NO
CENTRO-OESTE BRASILEIRO
- Como aproveitar, nas águas, esta maior produção de forragens
 Poderíamos fenar ou ensilar o excedente de pastagens na
época das águas, para utilizar na seca;
 Fazer “diferimento” de um ou mais piquetes de pastagens,
para o seu uso na época de escasses de alimentos;

- O que fazer na época da seca ?


 Suplementar os animais com concentrado;

 Suplementar os animais com volumoso: silagem de milho,


sorgo ou capineira de Cana-de-açúcar e/ou Napier.
NA PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO
Temos que produzir alimentos volumosos na forma de silagem,
feno ou fazer diferimento de pastagem
Relação de compatibilidade entre os recursos
alimentares e as exigências dos animais.
Pasto de baixa qualidade Suplementação volumosa Pasto de boa qualidade
Exige suplementação no cocho no cocho

Na estação Semi-confinamento
para suprir a deficiência
Na estação
da seca do pasto na seca das águas
Em ambos os casos exige-se suplementação concentrada quando a produção
é superior a 8-12 litros/vaca/dia.
MANEJO DE PASTAGEM

Na época da seca as pastagem ficam deste jeito. Pastagem seca


sem produção de massa. Há necessidade de se suplementar no
cocho com volumoso de boa qualidade e com concentrado.
Na época das águas as pastagens ficam verdes e com alta produtividade. A melhor
forma do aproveitamento é lançar mão do pastejo em faixa ou rotacionado.
CARACTERIZAÇÃO DAS FORRAGEIRAS QUANTO AS SUAS
QUALIDADES E ESTRATÉGIAS DE UTILIZAÇÃO
ÉPOCA DAS ÁGUAS
(Outubro a Março)

Forragens Verdes Forrgens Maduras


CARACTERIZAÇÃO DAS FORRAGEIRAS QUANTO AS SUAS
QUALIDADES E ESTRATÉGIAS DE UTILIZAÇÃO
ÉPOCA DAS ÁGUAS ÉPOCA DA SECA
(Outubro a Março) (Abril a Setembro)

Forragens Verdes Forragens Maduras


EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE VACAS DE BAIXA
PRODUÇÃO
< 3.000 kg/vaca/ano

Composição (MS da RTM) Início de


Lactação

PB (%) 13 - 14

FDA (%) 25

FDN (%) 36

NDT (%) 67

Energia Líquida Lactação (ELL) (mcal/kg de MS) 1,42

NRC (2001)
CONSUMO DE MS E EXIGÊNCIAS EM ENERGIA E PB PARA
MANTENÇA DE UMA VACA PESANDO 500 KG E PRODUZINDO
DIFERENTES QUANTIDADES DE LEITE COM 4,0% DE GORDURA
Exigências diárias (Mantença + Produção de
leite, com 4% de gordura) em kg
Produção NRC (2001). NDT PB
diária (kg) Nutrientes
Matéria Seca Digestíveis Totais Proteína Bruta

10 53,40% 12,3 6,98 1,33 32,5%


15 43,26% 13,8 3,72 8,6 432 1,78 24,3%
20 37,96% 15,3 9,8 2,7 16%
30 27,56% 16,7 13,50 3,13 13,8%
De 8 a 12 litros/dia/vaca é possível obter apenas com pastagens tropicais, bem manejadas + minerais. Produções
mais elevadas exige suplementação com concentrado + minerais e vitaminas. Na seca, não garantia de produção,
possivelmente, as vezes só manutenção. Para produzir na seca fornecer alimentos volumosos +concentrados.
MESMO NAS ÁGUAS NÃO É GARANTIA DE TER
ALIMENTOS AOS ANIMAIS
O diferencial é o manejo das pastagens
Um pasto mal manejado como este, as vacas não conseguem ingerir, mais do que
1,6% do PV em MS do pasto, isto limita o consumo e o animal mal come para atender
as suas necessidades de mantença.
MANEJO DE PASTAGEM
• Um pasto bem manejado  colhe-se elevada quantidade de
forragem de boa qualidade. A IMS pode chegar até 2,2 a 2,5% do PV
da vaca;

• Alta produção  Perdas reduzidas;

• Maior eficiência.
MANEJO DE PASTAGEM

• Considerar a curva de crescimento;

• Interceptação da luz (IL) do dossel (IL 95%) + índice de área


foliar + acúmulo de forragem;

• Estratégia de pastejo (rotacionado);

• Ajuste de lotação.
MANEJO DE PASTAGEM
Pastejo Rotativo
• A frequência de monitoramento da altura mais utilizada tem sido uma vez
por semana em todos os piquetes com altura próxima à altura meta de
pastejo (Carnevalli, 2009).

Panicum

Brachiaria

Cynodon
MANEJO DE PASTAGEM

• Controle mais rigoroso;

• Maior uniformidade de pastejo;

• Carga animal pode ser fixa ou variável;

• Deve estabelecer períodos de pastejo e períodos de descanso;

• Deve-se ter piquetes de reserva, caso haja necessidades e

ter animais para repasse, também, quando houver sobras de pastagens.


MANEJO DE PASTAGEM
• Em seguida determinar o número de piquetes – Equação:

• Nº de piquetes/lotes = (Período de descanso/tempo


ocupação)+1

• O tempo de ocupação deve ser suficientemente curto;

• O período de descanso permite:

• Acumular, em suas raízes, reservas necessárias para um novo rebrote;

• Propiciar um alto vigor de rebrota com a máxima produção diária/área.


MANEJO DE PASTAGEM

• A quantidade de animais por hectare depende:

• Forragem utilizada (quantidade que produz de


matéria verde);

• Exigência do Animal.
SUGESTÕES PARA DIVISÃO DOS PASTOS

Alternativa 1

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Corredor Sal Mineral água


SUGESTÕES PARA DIVISÃO DOS PASTOS

Alternativa 2

1 2 3 4 5 6

Corredor Sal Mineral água

7 8 9 10 11
MANEJO DE PASTEJO X PRODUÇÃO ANIMAL

• O desempenho animal em pastagens está diretamente


correlacionado com:

• Disponibilidade de MS da forragem;

• Valor nutritivo da forragem (composição química, digestibilidade e


aproveitamento da forragem digestível);

• Isto afeta o consumo e, consequentemente, a eficiência de


transformação de forragem em produtos animais (carne e leite);
A produção de leite a pasto é a mais lucrativa para o pequeno e médio
produtor de leite, todavia, exige ciência para o melhor aproveitamento
das pastagens. Além da estacionalidade da produção de pastagens,
temos que levar em conta os veranicos (escassez de chuvas, mesmo no
período atribuído ao das águas). A solução para isso é a irrigação!!!
PRODUÇÃO DE LEITE EM PASTAGENS DE
CAPIM-ELEFANTE, cv. Napier

Experimento realizado na Embrapa – Gado de Leite


Durante a Época das Chuvas (180 dias) =
30 dias de descanso
• Vacas mestiças Holandês x Zebu;
•Carga animal = 4 vacas/ha;
•Adubação anual:
- 200 kg/ha de N (sulfato de Amônio)
- 60 kg/ha de P2O5 (superfosfato Simples)
- 200 kg/ha de K2O (cloreto potásio)

Fonte: Cóser et al. (1996)


PRODUÇÃO DE LEITE EM PASTAGENS DE
CAPIM-ELEFANTE, cv. Napier
Vacas Mestiças Holandês x Zebu

Intervalo de pastejo de 30 dias (descanso).

Período de Produção de Leite

Ocupação Kg/vaca/dia
(dias) 1992 1993 1994 Kg/ha/180 dias
1 9,6 11,3 11,6 7.800

3 9,5 11,4 11,4 7.752

5 9,5 11,3 11,4 7.728

E.P. média 0,17 0,17 0,19

Fonte: Cóser et al. (1996).


PRODUÇÃO DE LEITE EM PASTAGEM DE CAPIM-
ELEFANTE COM ADUBAÇÃO FOSFATADA DE
MANUTENÇÃO
Vacas Mestiças Holandês x Zebu

Níveis de Produção de Leite

P2O5 (kg/ha) Primeira Lactação Segunda Lactação

Kg/vacadia Kg/ha/ano Kg/vacadia Kg/ha/ano

20 9,54 20.893 8,9 16.283


40 8,89 19.469 8,8 16.127
60 8,25 18.068 8,9 16.177
80 9,11 19.951 9,4 17.112

Fonte: EMBRAPA/Gado de Leite


MANEJO E ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS EM
CONFINAMENTO
Principais instalações para bovinos de leite
• Na escolha de uma ou outra instalação, mais vale o ditado
”todo cuidado é pouco”, principalmente por que instalação não
dá leite;
• O que temos de concreto é que no Brasil predominam
instalações do tipo: Convencional, principalmente no sistema
semi-confinado, e o sistemas ”freestall” e o ”compost barn”.

Estábulo convencional Estábulo Compost Barn


O QUE É O COMPOST BARN?

• Grande área coberta de


descanso: 10 a 20 m2/vaca;

• Cama de serragem ou
maravalha de madeira;

• Compostagem da cama: fezes e


serragem;

• Confortável e seca o ano todo.


INSTALAÇÕES

• Ventiladores:

 Instalados sob a cama;

 Manter a cama seca;

 Elimina poeira e pequenas partículas;

 Ventilação homogênea.
COMPOSTAGEM DA CAMA

• Ocorre a longo prazo;

• Material da cama + matéria orgânica dos


dejetos;

• Fermentação aeróbia da matéria org.  dióxido


de carbono (CO2), água e calor;

• Fezes + urina  carbono, nitrogênio, água e


microrganismos.
COMPOSTAGEM DA CAMA

• Aeração de área  oxigênio;


• Calor  secar o material e reduzir população de
microrganismos patogênicos;

• Temperatura ideal à 30 cm abaixo da superfície


da cama é de : 54–65ºC.
ANIMAIS ESTABULADO NO
COMPOST BARN

• Ventiladores sempre ligados;

• Revolvimento: atingir camadas mais profundas da cama;

• Alimentação deve ser FORA da cama;

Uma mureta de 1,3 a 1,5 m de altura, separa a área de


• Controle
alimentação
da umidade.
e bebedouro da área de descanso. A medida que
se vai se colocando mais cama nova sobre a velha a mureta
torna-se menos alta.
MANEJO DA CAMA

 Revolver a cama pelo menos duas (2) vezes ao dia;


 De preferência no momento em que os animais são levados para a
ordenha.
MANEJO E ALIMENTAÇAO
Os alimentos volumosos mais usados nos sistemas
de produção de leite confinado no Brasil, são:
1. Feno e pré-secados;
2. Silagens de milho e silagem de sorgo;
3. Sorgo ou capim picado (Napier Cameron, Anão);
4. Cana-de-açúcar.
MANEJO E ALIMENTAÇAO

• ALIMENTOS CONCENTRADOS  Suprir as


deficiências nutricionais dos volumosos e
permitir produções elevadas das vacas
leiteiras;
• Pode-se utilizar: suplementos energéticos,
proteicos, minerais e vitamínas.
MANEJO E ALIMENTAÇAO

ANTES DE PREPARAR A ALIMENTAÇÃO,


CONSIDERAR:
1. Nível de produção;
2. Estádio/estágio da lactação;
3. Idade da vaca;
4. Consumo esperado de matéria seca;
5. Condição corporal;
6. Tipos e valor nutritivo dos alimentos a
serem utilizados.
MANEJO E ALIMENTAÇAO

RECOMENDAÇÃO PARA ALIMENTAR AS VACAS:

• Vacas primíparas separadas das vacas mais


velhas;
• Evitar dominância e aumentar IMS.

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FASES DA LACTAÇÃO

FASES DA LACTAÇÃO SÃO TRÊS FASES +


Período Seco 
 0 a 70 dias: Início da Lactação;
 71 a 140 dias – Meio da Lactação;
 141 a 305 dias e/ou secagem: Final da Lactação;

 Período seco (2 sub-fases) :


• secagem a 22 dias do
Parto;
• De 21 dias até parto.
EVENTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS EM
CADA FASE DA LACTAÇÃO
1º FASE: BEN , 2º FASE: 3º FASE: Queda
perda de PV e de Equilíbrio em na prod. Leite,
ECC, IMS função da queda recomposição da
insuficiente, na prod. leite reserva corporal,
produção Leite maior IMS por IMS começa a cair
crescente em volta de 2 ao 4º em função da
função do pool mês, em função queda das
hormonal da produção da exigências
vaca Nutricionais

Secagem
1ª. FASE 2ª. FASE 3ª. FASE 4ª. P. SECO
BALANÇO ENERGÉTICO DA VACA LEITEIRA DURANTE UM
CICLO PRODUTIVO

2 a 3 meses para
atingir o equilíbrio

Período de BEN

Fonte: Modificado de CAPQ (1989).


MANEJO E ALIMENTAÇÃO
• RECOMENDAÇÕES  Aumentar a quantidade de grãos
0,5 kg/dia;
• Isso irá aumentar a ingestão de nutrientes e minimizar
problemas de acidose;
• CUIDADO  Quantidade excessiva de grãos (acima
de 60% da MS total) pode causar acidose e baixo teor
de gordura no leite;
• Nível de fibra na ração total > 18% de FDA e 28% de
FDN.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

• PB  14 a 16% para suportar médios e altos níveis


de produção. Excepcionalmente, para as vacas de
alta produção (>35 L/dia), nos primeiros 21 dias de
lactação, deve-se aumentar os níveis de PB para 19%
da MS da dieta, para atender as exigências dessa
• Proteína é um nutriente crítico durante o início da
categoria;
lactação;
• Ajuda estimular o consumo de alimento;

• Permite o uso eficiente dos tecidos corporais


mobilizados para a produção de leite.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

• FORRAGEM CONSERVADA NA FORMA DE


SILAGEM OU FENO/PRÉ-SECADO  Manter
função ruminal e gordura do leite;
• Fornecer dieta com até 38 a 42% de carboidratos
não fibrosos (CNF).
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

• PICO DE CONSUMO DE ALIMENTOS  Atingido por


volta de 2 a 2,5 meses após parto, dependendo do nível de
produção;

• IMPORTANTE  Receber dietas que permitem


maior ingestão de nutrientes (dieta mais densa);
• Evitar grandes perdas de peso por parte da vaca;
• Não comprometer a vida reprodutiva da vaca:
 Com 60 dias após o parto, o 1º. Cio que aparecer deve-se inseminar a
vaca;
 Com 85 dias após o parto ela deve estar novamente gestante, se não,
isto deve ocorrer no máximo até 100 a 140 dias pós-parto.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO
ESTRATÉGIAS PARA MAXIMIZAR O CONSUMO
DE ALIMENTO:
 Fornecer alimentos várias vezes ao dia, mesmo na forma
de dieta total misturada;
 Fornecer alimentos de alta qualidade;

 Limitar a quantidade de ureia (100 gramas/dia);


o Monitorar a concentração de N-Ureico no leite, que deve estar entre
10 e 15 mg/dL;

 Minimizar as condições que causam estresse


térmico:
 Calor e umidade;
 Dieta desequilibrada.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

• ÁGUA também é alimento: fornecer sempre água limpa e


de qualidade à vontade. ALIÁS é o alimento que a vaca
ingere em maior quantidade;
• Para produzir 1 LITRO DE LEITE  vaca ingere 4 litros
de água, podendo dobrar no verão;
• 87% do volume de 1 litro de leite é composto por água.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

• EXCESSO DE CONCENTRADO 
 Acidose ruminal;
 Torção de abomaso,
 Queda na percentagem de gordura do leite e;
 Depressão no consumo de alimentos.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

• A dieta, no período seco, deve conter um


volumoso de boa a média qualidade e quantidade
limitada de concentrado;
• Formular dietas para mantença, crescimento fetal
e reposição das reservas corporais;
• PB  12-13%, duas semanas do parto aumentar
para 13-14%;
• IMS  2% do peso vivo;

• CONSUMO DE FORRAGEM  mínimo 1% do


peso vivo (Base de feno, silagem de milho ou outro
volumoso).
CUIDADOS NO MANEJO NUTRICIONAL E SANITÁRIO
DA VACA SECA

• No oitavo mês de gestação deve-se:


– Prevenir a Retenção de placenta:
• Sais minerais contendo Se, Zn e Cu, fornecer

diariamente/dia 3 a 6 mg de selênio no concentrado;

• Premix contento 1.100 UI de Vitamina E/dia;

• Injeção única de 50 mg de selênio;

• Vitamina ADE injetável;

• Aplicação de vermífugo.

- Casqueamento, se necessário.
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

DIVIDIR O PERIODO SECO EM DUAS SUB-FASES:

1. Da secagem até 22 dias antes do parto;


2. De 21 dias até o parto.
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA VACAS SECAS E NO
PRÉ-PARTO (NRC, 2001)
ITENS RECOMENDADOS VACAS SECAS ATÉ -22 DIAS VACAS NO PRÉ-PARTO
PELO NRC (2001) -21 DIAS ATÉ O PARTO
IMS (Kg/dia) 12 - 14 10 - 7
ELL (Mcal/kg de MS) 1,27 1,54 – 1,63
EE (% máxima) 5 6
PB (%) 12-13 15-16
PNDR (%) 22 - 25 33 - 38
FDA (%) 30 - 35 25 - 30
FDN (%) 40 - 45 35 - 40
CNF (%) 30 - 33 34 - 38
Ca (%) 0,5 0,25 ou (1,0 – 1,2)*
Fósforo (%) 0,25 0,3 (0,35 - 0,4)*
Potássio (%) 0,65 0,65
Magnésio (%) 0,20 0,35 (0,4)*
Enxofre (%) 0,16 0,20 (0,35 – 0,4)*
Cloro (%) 0,20 0,20 (>0,8)*
CUIDADOS NO MANEJO ALIMENTAR VACAS DE ALTA PRODUÇÃO
NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO PARA ADAPTAR A MUCOSA RUMINAL

• Aumentar gradativamente o fornecimento de ração concentrada,


silagem de milho ou sorgo 21 dias antes do parto;
• Fornecer 2 kg de feno de excelente qualidade - previne acidose e
deslocamento de abomaso;
• Vitaminas - niacina – para vacas com históricos de acetonemia -
fornecer de 6 a 12 g/vaca/dia, -21 até 40 dias pós-parto. Relação
custo:benefício deste aporte é de 1:10;
• Propilenoglicol = 115 a 160 g/vaca/dia (alguns dias antes e
depois do parto), na forma drench, ajuda previnir cetose;
• Evitar leguminosas devido ao potássio;
• Administrar sal mineral aniônico a base de cloro e enxofre (Por
ex.: Cloreto de Amônio - NH4Cl, Cloreto de Cálcio – CaCl2.2H2O), Sulfato de
Amônio (NH4)2SO4, Sulfato de Cálcio – CaSO4.2H2O entre outros).
RESUMO DAS RECOMENDAÇÕES PRÉ-PARTO

• Evitar que as vacas ganhem peso além do necessário;


• Equilibrar a densidade energética da dieta em = ou >
1,5 Mcal/kg de matéria seca;
• Os concentrados devem ser oferecidos entre 0,5 a
0,75% do peso vivo (3 a 4,5 kg de concentrado para
uma vaca de 600 kg de peso corporal);
• Equilibrar a proporção de CNF fermentescíveis a
30-33% da MS, no período seco e aumentar com a
proximidade do parto a 38%;
• Se incluir fontes de gordura na dieta pré-parto,
limitá-los a 125 a 150 g/dia/vaca.
NO INÍCIO DA LACTAÇÃO ACOMPANHE IMS E O BALANÇO
ENERGÉTICO NEGATIVO (BEN)

Consumo de matéria seca estimados após o parto para vaca de 1ª cria


pesando 545 kg e vacas adultas pesando 635 kg
Vacas de 1ª. Cria Vacas Adultas
(Primíparas)
Semana de Kg/dia %PV Kg/dia %PV
Lactação de MS de MS
1 14 2,6 16 2,5

2 16 2,9 19 3,0

3 17 3,1 21 3,3

4 18 3,3 22 3,5

5 19 3,5 24 3,8

Fonte: Adaptado de Shaver (1989).


FASE INICIAL OU FASE I
Eventos importantes
• Vacas secas que são alimentadas com volumosos, sem receber
ração concentrada, apresentam papilas ruminais reduzidas;

• O aumento no fornecimento de ração concentrada no pós-parto


deve ser gradativo e acompanhar o crescimento das papilas do
rúmen, isto ocorre por volta de 10o ou 12o dia de lactação;

• A razão volumoso : concentrado não deve ultrapassar a 35 : 65,


para as melhores vacas produzindo acima de 35-40 L/dia. Se
necessário fornecer esta proporção, não deixar de fornecer de 2 a 3
kg de um excelente feno, picado grosseiramente ou inteiro e
substância tampão;
• Vacas produzindo < 25 litros devem ser alimentadas com
65% de volumoso ou mais : 35% de concentrado ou
menos.
FASE INICIAL OU FASE I
Eventos importantes
• Os ingredientes do concentrado devem ser, preferencialmente,
casquinha de soja, polpa cítrica, leveduras, milho, farelo de soja,
farelo de trigo, sais minerais, premix, tamponantes (bicarbonato),
alcalinizante (óxido de cálcio), entre outros;
• Se o Técnico optar por fazer uma dieta levando em conta a média de
produção de leite do rebanho, por exemplo, vacas que produzem
média de 25 kg/dia. As vacas que produzirem acima disso, para cada 5
litros de leite produzidos acima de 25 litros, dar 1 kg de farelo de soja
ou outro farelo proteico, se for mais ou menos, basta fazer
proporcional;
• Usar tamponantes: 0,6 – 0,8% da MS de
bicarbonato de Na, em dietas com Silagem de milho
c/ partículas finas, e como alcalinizante: 0,2 –0,4% da
MS de óxido de Mg ou de Ca, em dietas com Silagem
de milho c/ partículas finas para a manutenção do pH
ruminal entre 7,0 e 5,8.
• Silagem de gramíneas ou pré-secados, apenas usar Fonte: Foto de Rezende (2018) – portal
bicarbonato de Na, a 0,5% da MS da dieta. DBO)
NO INÍCIO DA LACTAÇÃO A VACA SANFONA
PERDA DE PESO VIVO DE VACAS EM FUNÇÃO DA PRODUÇÃO NO PICO

Produção de leite no pico Perda de Peso Vivo (kg)


(kg/dia) (início da lactação)
20 15
25 15 – 20
30 35
35 50
40 70

A perda de 1 kg de PV equivale a
produção de 5 mcal de ELL + 320 g
de proteína

Fonte: INRA (1978)


VACAS NO INÍCIO DE LACTAÇÃO
VARIAÇÃO DO PESO VIVO

VACA DE 600 KG PV
Reservas
Corporais = +
ou- 10% do
PV = 60 kg

1 kg de PV = 5 mcal de ELL +
320 g de proteína

Base Energia =
1 kg de leite necessita de: (60x5/0,74) = 405 litros
• 0,74 mcal de ELL
• 90 g de proteína Base Proteína =
(60x320/90) = 213 litros
MANEJO NUTRICIONAL COM REFLEXOS NA
SANIDADE
 A imunossupressão  Igs para colostro, tipo de
alimentação e estresse do parto facilita o
aparecimento de:
• Doenças Metabólicas (Acetonemia ou cetose e febre do
leite);

– Mastite;
– Deslocamento do abomaso = torsão do abomaso;
– Acidose ruminal;
– Edema do úbere;
– Afecções do casco – Laminite e outras...
MANEJO E ALIMENTAÇÃO

FALTA DE CÁLCIO:
• Queda abrupta do nível de cálcio no sangue;
• Pode causar febre do leite.

Níveis sanguíneos de
Cálcio normal é de
8 a 10 mg/dL.
FEBRE DO LEITE

www.nupel.uem.br
DCAD = DIFERENÇA CATIÔNICA-ANIÔNICA DA
DIETA

• Cátions = Na +
e K+ - ânions = Cl- e S- -

• DCAD = mEq (Na + K) - (Cl + S) / kg MS


• quando (Na + K) > (Cl + S) o DCAD é Positiva
ocorre aumento no poder tampão do sangue e no HCO 3
= alcalose moderada;

• quando (Na + K) < (Cl + S) o DCAD é Negativa


MANEJO E ALIMENTAÇÃO

PREVENIR FEBRE DO LEITE PÓS PARTO  Dieta aniônica.


Fornecida nos últimos 21 dias anteriores ao parto.
Quais sais a serem usados: Cloretos de amônia, de cálcio e de
Magnésio, Sulfatos de amônio, de cálcio e de Magnésio.

• Consiste no fornecimento de sais aniônicos que gera um balanço cátion-


aniônico negativo na vaca, causando:

1. Diminuição do pH sanguíneo (leve acidose metabólica);


2. Favorece a ação do Parato-hormônio (PTH) e da Pró-
vitamina D – Di-hidroxicolicalciferol que liberam cálcio dos
ossos e ajudam na absorção de Ca intestinal;
3. Evita o declínio de cálcio no sangue.
FEBRE DO LEITE
EFEITO DA DIFERENÇA CÁTION-ÂNION DA DIETA DURANTE
O PRÉ-PARTO

Autor DCAD (meq100 g/MS) No. Vacas F. Leite (%)

BLOCK (1984) -12,90 19 0


33,10 19 48
OETZEL (1988) -7,50 24 4
18,90 24 17
BEEDE (1992) -25,00 260 4
5,00 250 9

FONTE: BEEDE (1992)


FEBRE DO LEITE

• Todas as vacas têm hipocalcemia ao parto;


• Diminuição da IMS após o parto;
• Imediatamente após o parto as vacas começam a
produzir ácidos metabolicamente, devido a dieta ter
alta % de grãos;
• Nestes casos uma dieta DCAD +++ é necessária
para tamponar o sangue;
• Usar bicarbonato e sais de K sem exageros de Cl ou S
(acima das exigências);
• Isto pode aumentar a IMS e a produção de leite.
ESTRATÉGIAS PARA MAXIMIZAR A INGESTÃO
DE MATÉRIA SECA PÓS-PARTO
• Alimentos volumosos de boa qualidade (o melhor
possível);
• Razão concentrado / volumoso (50:50 ou no máx. 65:35),
quando bem tamponada com bicarbonato, ou alcalinizado
com óxido de magnésio ou cálcio e leveduras;
• Densidade da dieta (gordura protegida, caroço de algodão
e soja em grão), mas por um período não superior aos
primeiros 40 dias de lactação, pois fontes de ômega 6
(grãos de soja, girassol, caroço de algodão), durante o
período de cobertura é prejudicial a fecundação. Se
possível, fornecer fontes de ômega 3 (linhaça), pois
favorecem a fecundação;
• Aditivos (niacina, propilenoglicol, tamponantes:
bicarbonato e óxido de cálcio, leveduras, aas. Lisina,
metionina protegidos, etc...).
CONSIDERAÇÕES FINAIS

•O manejo alimentar no período de transição


representa um desafio que os produtores leiteiros
devem encarar diariamente se desejam otimizar a
produtividade e a saúde de suas matrizes;
• As exigências nutricionais se triplicam em algumas
semanas de lactação, combinadas a uma
imunossupressão, queda na IMS e adaptação a um
novo ambiente ruminal, induzindo as vacas a
experimentar um precário equilíbrio imunológico e
nutricional, colocando sua saúde em sérios riscos;
• As vacas que passam por esse período sem
problemas exprimem plenamente seu potencial
genético, enquanto que as demais vacas que
têm o frágil equilíbrio rompido sofrem vários
problemas nesta fase;
CONSIDERAÇÕES FINAIS

• É importante assegurar à vaca alimentos com


níveis de proteínas compatíveis com o período
de transição (final do período seco e início de
lactação);
• Deverão ainda ser observadas, com mais
atenção, as vacas de alta produção, pois estas
são mais susceptíveis aos problemas
metabólicos e sanitários decorrentes de erros de
manejo alimentar e nutricional.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS

DOS SANTOS, G.T.; DAMASCENO, J.C.; DA SILVA, D.C. Bovinocultura Leiteira –


Bases Zootécnicas, Fisiológicas e de Produção. In: SANTOS, G.T. et al.
(Organizadores) 2010.. Eduem, 381p., 2010.

LUCCI, C.S. Nutrição e manejo de bovinos leiteiros. São Paulo: Manole, 1997.
169p.
DEGASPERI, S.A.R. E PIEKARSKI, PR.B. Bovinocultura leiteira: Planejamento,
manejo e instalações. Curitiba: Livraria do Chain, 1988.

MONTARDO, O.V. Alimentos e alimentação do rebanho leiteiro. Guaíba:


Agropecuária, 1998. 209p.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrient requirements of dairy cattle.


7ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 2001, 381p.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS

NEIVA, R.S. Produção de bovinos leiteiros: planejamento, criação e manejo. 1ed.


Lavras: UFLA, 1998. 534p.

PEREIRA, E.S.; PIMENTEL, P.G.; QUEIROZ, A.G.; MIZUBUTI, I.Y. Novilhas leiteiras.
Fortaleza – BR: Graphiti Gráfica e Editora Ltda, 2010. 632p.

PEIXOTO, A.M. et al. (Ed.) Bovinocultura de leite: fundamentos da exploração


racional. 2.ed. Piracicaba, FEALQ, 1993, 581p.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS

• Embrapa Gado de leite: https://www.embrapa.br/gado-de-


leite;
• NUPEL-UEM:
http://www.nupel.uem.br/m_nutricaoalim.shtm
• Milkpoint: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/
• IEPEC: http://iepec.com/alta-nos-valores-do-leite-uht-
sinaliza-retomada-de-precos-no-campo/
Muito Obrigado!

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