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Exigências Nutricionais em

Caprinos e ovinos de Corte

Geógenes da Silva Gonçalves


Conceitos gerais

Alimentação e nutrição
“Um animal pode estar alimentado mas não
nutrido”!.
Alimentação: envolve as práticas de seleção e preparo
dos alimentos, manejo de fornecimento.
Nutrição: envolve o estudo das exigências nutricionais
visando atender as necessidades em determinados
nutrientes, específico para cada espécie ou categoria
animal.
A nutrição pode representar de 50 a 85% dos gastos.
Sistemas de avaliação de alimentos
(Van Soest - 1967)
ALIMENTO
MATÉRIA SECA ÁGUA

MATÉRIA ORGÂNICA CINZAS

COMPOSTOS NÃO- COMPOSTOS


Proteína
NITROGENADOS NITROGENADOS Bruta
EXTRATO
CARBOIDRATOS
ETÉREO
CHO´s CHO´S NÃO Amido e
FIBROSOS FIBROSOS Açúcares

Hemicelulose; Celulose
e Lignina
Conceitos gerais

Exigência nutricional
“Quantidade de cada nutriente, necessária para
determinada sp. e categoria animal, para sua boa
manutenção, produção, reprodução”.

Dieta e ração
Dieta: conjunto de alimentos incluindo a quant.
respectiva prescrita para atender a exigência nutricional de
determinada categoria animal.

Ração: qt. total de alimento fornecido e consumido por


um animal em 24 hs. Ração comercial, formulação pronta.
Conceitos gerais

Formulamos
uma dieta ou
uma ração?
Conceitos gerais

Passo-a-passo da formulação de uma dieta:

- Conhecer a categoria animal (NRC, Tab. Bras.)


- Conhecer o alimento e seus sucedâneos (Tabelas
Brasileiras, análise bromatológica).
- Avaliação econômica (Cotações, mercado global).

Informática auxilia, mas não substitui conhecimento


humano (nutricionista)!
Planejamento alimentar dos caprinos

Que animal alimentar ?


1. Animais na fase de cria
2. Animais recria
3. Cabras solteiras
Planejamento alimentar dos caprinos
Que animal alimentar ?
1. Cabras antes da estação de monta ( flushing)
2. Cabras no inicio de gestação
3. Cabras no pré e pós parto
4. Cabras em lactação
5. Fêmeas para reposição
Planejamento alimentar dos caprinos

Que animal alimentar ?


1. Reprodutores
Anatomia do sistema digestivo caprinos

Ruminante (Fermentação Microbiana)


RÚMEN DE UM BEZERRO COM 8
SEMANAS DE IDADE
DESENVOLVIMENTO DA PAPILA
RUMINAL - 12 SEMANAS
BEZERRO COM 4 SEMANAS (LEITE,
CONCENTRADO E FENO )
BEZERRO COM 4 SEMANAS (LEITE,
CONCENTRADO E FENO )
BEZERRO COM 4 SEMANAS
(LEITE, FENO)
BEZERRO COM 4 SEMANAS
(LEITE, FENO)
BEZERRO COM 6 SEMANAS
(SOMENTE DE LEITE)
BEZERRO COM 6 SEMANAS
(SOMENTE DE LEITE)
BEZERRO COM 6 SEMANAS
(LEITE, CONCENTRADO E FENO)
BEZERRO COM 6 SEMANAS
(LEITE, CONCENTRADO E FENO)
RUMINANTES
MANUTENÇÃO DO AMBIENTE
RUMINAL
• CONDIÇÕES QUE PROMOVAM O
CRESCIMENTO DE BACT., FUNGOS ,
PROTOZOÁRIOS – FAVORECENDO O
PROCESSO FERMENTATIVO.
• TEMPERATURA (39ºC);
• AUSÊNCIA DE OXIGÊNIO NOS PRÉ-
ESTOMAGOS
RUMINANTES
MANUTENÇÃO DO AMBIENTE
RUMINAL
• PH IDEAL (5,5 A 7);
– BACT. CELULOLÍTICAS E
PROTOZOÁRIOS (6,2)
– BACT.AMINOLITICAS (5,8)
RUMINANTES
MOTILIDADE DO TRATO
GASTRINTESTINAL
• PAREDES PRÉ-ESTOMAGOS SÃO
MUSCULARES E TEM AÇÕES DIRETA
SOBRE O ALIMENTO:

– EMPURRAR O ALIMENTO;
– RETER O ALIMENTO - DIGESTÃO E
ABSORÇÃO;
– QUEBRAR E MISTURAR.
RUMINANTES
MOTILIDADE DO TRATO
GASTRINTESTINAL
• APREESÃO E DEGLUTIÇÃO DO ALIM.
INFLUENCIA
• RECEPTORES DE ESTRIAMENTO
MONITORAM VOL. RÚMEN SUA
DISTENSÃO
• CONSISTÊNCIA DA INGESTA -
RECEPTORES DE TENSÃO
RUMINANTES
MOTILIDADE DO TRATO
GASTRINTESTINAL
• QUIMIORECEPTORES R/RE
MONITORAM PH - FORÇA IÔNICA
• AGV E PH PROVOCA SUPRESSÃO DA
MOTILIDADE RUMINAL
• MOTILIDADE GASTRO DUODENAL:
FOME, NATUREZA QUÍMICA DO ALIM.,
PH, VOL. DO CONTEÚDO DUODENAL
RUMINANTES
MOTILIDADE DO TRATO
GASTRINTESTINAL
• COMPLEXO MOTOR MIGRATÓRIO (CMM)
TEM 3 FASES:
– PERÍODO INATIVIDADE;
– ATIVIDADE IRREGULAR;
– ATIVIDADE INTENSA - ONDAS
MIGRAM AO LONGO DO INTESTINO.
RUMINANTES
MICROBIOLOGIA RUMINAL
O RÚMEN É UM ECOSSISTEMA
ABERTO QUE FORNECE HABITAT
DESENV. DOS MICRORGANISMOS:

• BACTÉRIAS
• FUNGOS
• PROTOZOÁRIOS
DIGESTÃO MICROBIANA DE
CARBOIDRATOS DIETÉTICOS NO
RÚMEN

HEMICELULOSE AMIDO AÇUCAR


CELULOSE
AÇUCARES SIMPLES

ÁC. GRAXOS VOLATEIS ÁC. LATICO


Acético
Propiônico ABSORÇÃO
Butirico SANGUE
Valérico
Caproico
UTILIZAÇÃO DE PROTEINA
DIETETICA E NNP NO RÚMEN

Excesso de Nitrogênio
amônia é não proteico Proteína
absorvido dietética
pelo sangue
(rúmen e Amônia
intestino) Ácidos Proteína
orgânicos dietética
e (abomaso)
energia Proteína
microbiana
(abomaso)
RUMINANTES
ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS E
URÉIA
• PRODUTOS METABOLISMO
MICROBIANO ENERGÉTICOS SUPREM
60 A 80% DO REQ. DOS RUMINANTES
• DIETAS ALTA DIGESTIBILIDADE
RESULTAM ALTAS CONCENTRAÇÕES
RUMINAIS AGV ESTIMULAM O
DESENVOLVIMENTO DAS PAPILAS
NOÇÕES DE FISIOLOGIA DA DIGESTÃO
TGI e suas glândulas associadas servem três funções fundamentais:
⇨ DIGESTÃO / ABSORÇÃO / EXCREÇÃO

Fatores responsáveis pelo funcionamento normal do TGI:


Fatores mecânicos: apreensão, mastigação, deglutição, motilidade gástrica e
intestinal e defecação

Fatores secretórios: atividade das glândulas digestivas ( salivares, gástricas,


intestinais, pâncreas e fígado)

Fatores químicos: atividade de enzimas, ácidos e substâncias tamponantes


(bicarbonatos, fosfatos, sais biliares, etc)
Fatores microbiológicos: processos fermentativos
Fatores hormonais: hormônios produzidos nas diversas seções do TGI
que controlam todo o processo digestivo
Exigências Nutricionais de Mantença

Exigências para ganho de 100 gramas diarios


Exigências Nutricionais para cabras secas, gestantes em função do
peso e fases de gestação , incluindo para a mantença e gestação
Alimentos
Classificação em função do conteúdo energético e
também do teor de fibra:
Concentrado (< 18% F.B)
Volumoso (> 18% F.B.)
Alimentos concentrados
Energéticos (< 16% P.B.)
Protéicos (> 20% P.B.): origem vegetal ou
animal
Energéticos
Fontes de energia: carboidratos, lipídios.
Gorduras: 2,25 x mais energética (CHO).
Composição de alimentos e seus nutrientes expressos em base matéria seca (MS).

MS PB NDT ELm Elg Ca P FDN FDA


Composição
(%) (%) (%) (Mcal) (Mcal) (%) (%) (%) (%)
Milho grão 88,0 9,0 85,0 2,067 1,393 0,02 0,29 9,0 3,0
Sorgo grão 88,0 9,0 82,0 1,820 1,190 0,03 0,20 8,8 3,0
Farelo arroz 91,0 14,8 69,0 1,663 1,056 0,06 0,99 33,0 18,0

Raspa mandioca 87,3 3,5 68,0 1,569 0,913 0,17 0,09 13,0 7,0

Farelo trigo 89,0 14,0 71,0 1,662 1,056 0,13 1,02 31,0 15,0
Polpa cítrica 91,0 6,7 77,0 1,910 1,235 1,84 0,12 25,0 22,0
Farelo soja 88,0 45,0 82,0 2,112 1,438 0,3 0,68 12,0 10,0
Soja grão 91,0 38,0 93,0 2,350 1,650 0,4 0,52 12,0 10,0

Caroço algodão 90,0 23,5 96,0 2,471 1,730 0,21 0,64 47,4 38,6

Farelo algodão 88,0 38,0 68,0 1,865 1,236 0,15 0,8 25,0 18,0

Far. amendoim 91,0 49,5 72,0 1,910 1,235 0,12 0,58 25,0 15,0

Far. girassol 93,0 28,0 67,0 1,470 0,880 0,40 1,10 40,0 17,0
Cama frango 86,0 18,0 61,0 1,342 0,765 2,32 0,60 38,0 15,0
Farinha peixe 94,0 55,0 60,0 1,775 1,120 8,80 4,80 1,0 0

Farinha sangue 91,5 80,0 60,0 1,510 0,910 0,40 0,25 1,0 0

Sebo animal 99,0 0 177,0 4,750 3,510 0,57 0,06 0 0

B. brizantha - águas 27,9 9,0 54,5 1,067 0,517 0,22 0,16 69,7 39,6

B. brizantha - seca 57,0 4,0 48,0 0,970 0,320 0,20 0,12 80,0 45,0

Cana de açúcar 21,0 1,9 60,0 1,314 0,736 0,13 0,03 55,0 42,0
Mensuração da Energia
partição da energia
Energia Bruta (100%)
Energia Fecal (30%)
Energia digestível (70%)
Urina e gases (10%)
Energia metabolizável (60%)
Calor de fermentação ou
Incremento calórico (20%)
Energia líquida (40%)

Mantença (20%) Produção (20%)


Exigencias Nutricionais dos caprinos
Considerações finais
– O nível ótimo de produção é alcançado quando se conhece

o conteúdo de nutrientes com precisão.

– A energia é uma fração dos alimentos de extrema

importância para a viabilidade técnico-econômica dos

sistemas de produção

– Conhecer para balancear dietas

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