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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS


DISCIPLINA: ZOOTECNIA CRIAÇÃO DE PEQUENOS ANIMAIS
CURSO: AGRONOMIA
DOCENTE: DANIEL LUCAS
DISCENTES: ELIAS MACHADO DA SILVA, GABRIELE MENDES, JANAHÍNA MOURA E
JONATHAN WILLIAM

RAÇAS E LINHAGENS DE SUÍNOS


PRODUZIDOS NO BRASIL

FEIRA DE SANTANA-BA
2023
SUMÁRIO

1. Introdução.
2. Descrição das raças de suíno: cor da
pelagem, forma e tamanho das orelhas, perfil
fronto-nasal.
3. Raças estrangeiras produzidas no Brasil.
4. Raças nacionais.
5. Linhagens.
6. Considerações finais.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína
do mundo. Nos últimos 35 anos o país vem melhorando seu
desempenho devido a uma melhor organização na cadeia
produtiva e incremento tecnológicos.

Existem várias raças de suínos e cada uma apresenta uma


característica em destaque, seja para porte, prolificidade,
produção de carne, produção de banha etc.
DESCRIÇÃO DAS RAÇAS DE SUÍNOS

A classificação das raças de suínos, segundo Machado


(1967, p.90), é feita de acordo com o perfil frontonasal,
tamanho e orientação das orelhas com as proporções da
cabeça.
TIPOS DE PELAGEM

• Simples (uma cor)


– Branca, Preta, Marrom

• Composta
– Selado
– Extremidades claras
– Malhado
– Oveiro
– Mouro
COR SIMPLES- BRANCA

Large White, Landrace, Alantejano


COR SIMPLES-PRETA

Pata Negra, Fengjing, Macau


COR SIMPLES - MARROM

Duroc, Tamworth
COR COMPOSTA - SELADA

Hampshire, Wessex, Jinhua


COR COMPOSTA - EXTREMIDADES CLARAS

Berkshire, Poland China, Hereford, Meisshang


COR COMPOSTA - MALHADOS E TRICOLORES

Bisaro, Mini-Pig, Arapawa


COR COMPOSTA - OVEIRO

Pietrain, Piau, Sandblack,Spotted


COR COMPOSTA - MOURO, RUSSO

Moura, Pata Negra, Mora Romagnola


FORMAS E TAMANHOS DAS ORELHAS

Figura 1. Descrição das formas e tamanhos das orelhas. Disponível


em:https://docs.ufpr.br/~marson/suinocultura/aula04d_classifica_1.pdf
PERFIL FRONTONASAL

Figura 2: Tipos de perfil frontonasal: 1- retilíneo 2- concavilíneo 3-


utraconcavilíneo
RAÇAS ESTRANGEIRAS
PRODUZIDAS NO BRASIL
LARGE WHITE

Originária da Inglaterra, de cor branca, orelhas do tipo asiática


médias, pescoço curto e sem papada.

Figura 3. Raça Large White. Disponivel em:https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/zootecnia/lucianohauschild/aula_4.pdf


LANDRACE

De origem dinamarquesa, é a principal raça estrangeira


criada no Brasil, a primeira no livro de registros da
Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Figura 4. Raça Landrace. Disponivel em:https://www.dpi.nsw.gov.au/__data/assets/pdf_file/0008/45557/Breeds_of_pigs-Landrace_-_Primefact_63-


final.pdf
DUROC

Originária dos Estados Unidos, rústica, precoce e com boa


adaptação às condições climáticas brasileiras.

Figura 5. Raça Duroc. Disponivel em:https://stravaganzastravaganza.blogspot.com/2011/05/principais-racas-de-suinos-do-


mundo.html
PIETRAIN

Raça originária da Bélgica, conhecida como raça dos


quatro pernis por possuir grande quantidade de carne nos
quartos dianteiros e principalmente nos traseiros.

Figura 6. Raça Pietrain. Disponivel em:https://br.depositphotos.com/stock-photos/pietrain.html


WESSEX

Raça originária provavelmente da Inglaterra, corpo preto


com uma faixa branca envolvendo os membros anteriores.

Figura 7. Raça Wessex. Disponivel em:http://www.largeblackpigs.com.au/pigs.shtml


HAMPSHIRE

Raça de origem americana, com pelagem parecida com a


Wessex

Figura 8. Raça Hampshire. Disponivel em: http://www.respostatecnica.org.br/dossie-tecnico/downloadsDT/Mjg3


MEISHAN

Raça de origem chinesa (Vale Taihu, clima temperado e com


pelagem escura.

Figura 9. Meishan. Disponivel em: http://www.largeblackpigs.com.au/pigs.shtml


RAÇAS NACIONAIS
PIRATININGA

Deixaram de ser criados economicamente por volta de


1.970, porém ainda hoje podemos encontrar alguns
remanescentes espalhados pelas fazendas antigas do
Norte de Minas Gerais e Goiás.

Vivacidade, Precocidade, Prolificidade, Rusticidade,


Longevidade, responde bem a alimentação
balanceada.
PIRATININGA

Cor predominante preta, tem


poucas cerdas ( quase pelado );
Produz toucinho de ótima
qualidade, e bom rendimento
de gordura;
Na década de 40 / 50 tentava-
se melhorar esta raça para
torná-la intermediaria entre
carne e banha
PIAU

Primeira raça nacional a ser


registrada no Pig Book
Brasileiro (PBB), em 1989;
Cor branco creme com
manchas pretas;
Aptidão para carne e toicinho;
Universidade Federal de
Viçosa mantém um núcleo de
conservação da raça Piau.
MOURA

Pelagem preto-acinzentada e
mancha de cor branca na testa;
Perfil tipo subcôncavo ou retilíneo;
Orelhas intermediárias entre
ibéricas e célticas
Boa qualidade de carne, maior
espessura de toucinho e maior
resistência a doenças, devido à
sua rusticidade.
NILO

Preto pelado;
Perfil subcôncavo ou reto;
Orelhas de comprimento
médio, finas, eretas, apontadas
para frente;
Raça mais próxima do Preto
Ibérico da Espanha Jamón
ibérico.
Figura: Suínos da raça Nilo-Canastra em curral de engorda ao ar livre
CARUNCHO

Pelagem semelhante a do Piau, porém


com manchas menores;
Orelhas pequenas.
Porte pequeno, rustico;
Utilizado na produção de banha;
Peso que varia entre 60 e 100 quilos
Apresenta perfil ultracôncavo.
Figura: Caruncho. Disponivel em: Google imagem
CANASTRA

Raça natural melhorada do tipo Ibérico;


Derivada das raças portuguesas
Alentejana e Transtagana.
Considerada de porte médio.
Tem a cabeça pequena e leve
Perfil subcôncavo;
pelagem predominantemente preta
Utilizado na produção de banha.
Figura: Canastra. Disponivel em: Google imagem
CANASTRÃO

Derivada da Bizarra, portuguesa;


Porte médio a grande.
Apresentam corpo e orelhas grandes;
Cabeça grossa, pescoço longo, com papada;
Pelagem preta ou vermelha.
Raça tardia, sendo engordado no segundo
ano.
Aptidão para produção de banha. Figura: Canastrão. Disponivel em: Google imagem
TATU OU MACAU

Trazidos do Oriente por colonizadores


portugueses;
Pequeno porte na faixa de 60 a 70 kg.
Possui membros curtos e finos;
Pelagem preta, geralmente sem pelos;
São muito dóceis, rústicos,
Utilizados na produção de banha.
Figura: Tatu. Disponivel em: Google imagem
PEREIRA

A raça foi desenvolvida por Domiciano Pereira


Lima
Cruzamento do porco canastra com o porco duroc.
- Mais produtivo
- crescimento rápido
- precoce, fácil engorda.

Porte médio
Pelagem preta podendo ter pintas avermelhadas.
Possui aptidão para produção de toucinho. Figura: Pereira. Disponivel em: Google imagem
LINHAGENS
FINALIDADE

Para os suinocultores

Alta performance reprodutiva;


Excelente eficiência alimentar;
Excelente taxa de crescimento;
Longevidade de matrizes e suínos resistentes;
FINALIDADE

Para a indústria

Alto rendimento de carcaça;


- Diminuir perdas;
Qualidade de carne;
- Exportação, embutidos, defumados, etc;
FINALIDADE

Matrizes ideais

Resistentes a doenças;
Temperamento dócil;
Boa qualidade de aprumos e de cascos;
Longevidade (7 ou mais leitegadas);
Alta prolificidade;
Menor variação de peso de leitões, mesmo em
leitegadas grandes;
Baixa mortalidade pré e pós desmama;
FINALIDADE

Animais de produção ideais para o abate

Apresentar resistência, exigindo menos antibióticos e


vacinas;
Excelente eficiência alimentar, reduzindo custo de
alimentação;
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS58

A Embrapa Suínos e Aves, com o apoio da Cooperativa Central Aurora, que


cedeu a linha Duroc, desenvolveu uma linha de macho terminador, com alta
concentração de carne na carcaça, denominada Embrapa MS58, que também
ficou conhecido como suíno “light” (FÁVERO et al., 1997).
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS58 Duroc (18,75%)

Hampshire (18,75%)

Pietrain (62,5%)
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS58

Com o MS58, a Embrapa levou a


tecnologia do "suíno light" para
suinocultores familiares de todo o Brasil.
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS58

O mérito principal da linhagem MS58 é aumentar a quantidade de carne na carcaça de abate


de suínos, garantindo melhor conformação, maior rendimento de cortes nobres e melhor
eficiência de transformação de alimentos em carne magra.
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS60

A Embrapa Suínos e Aves, com o apoio da Cooperativa Central Aurora criou a linhagem
macho terminal Embrapa MS60. O projeto de sua concepção veio dar continuidade ao
programa de desenvolvimento de linhas especializada na produção de carne, iniciado com a
EMBRAPA MS58.
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS60 Duroc (18,75%)

Large White (18,75%)

Pietrain (62,5%)
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS60

A linhagem MS60, apresentada oficialmente


na Expointer de 2000, em Esteio (RS),
representou a segunda geração do ‘‘suíno
light’’ da Embrapa, e chegou a ser
responsável por 8% do abate nacional.
Animais descendentes dessa linhagem,
apresentavam mais carne magra na carcaça
e eram livres do gene Halotano,
responsável pelo estresse nos suínos.
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS60

Melhor desempenho

Fonte: Embrapa
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS115

A parceria de mais de uma década entre a Embrapa Suínos e Aves e a Cooperativa Central
Aurora foi decisiva para o aperfeiçoamento da linhagem de reprodutores MS. A linhagem
MS115, terceira geração dos suínos light da Embrapa, foi concebida para uma nova realidade
do mercado de carne suína, a dos animais mais pesados ao abate (acima de 115 kg de peso
vivo).
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS115 Duroc (18,75%)

Large White (18,75%)

Pietrain (62,5%)
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS115

A linhagem MS115 chegou ao mercado


em 2008 e foi lançada oficialmente
durante a Expodireto Cotrijal, em Não-me-
Toque (RS). O MS115 acompanhou a
tendência do mercado, que no final dos
anos 2000 passou a valorizar animais de
abate mais pesados.
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS115

A linhagem de reprodutores machos Embrapa MS115 foi concebida para atender a demanda
por animais mais pesados ao abate com alto potencial de deposição de carne, reduzida
espessura de toucinho e melhor conversão alimentar.

A linhagem é livre do gene halotano, ligado ao estresse nos animais que resulta na má
qualidade de carne.
LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS115

É recomendado para o cruzamento com fêmeas F1 de Landrace e Large White


LINHAGENS

Linhagem Embrapa MS115


REGULAMENTO DO SERVIÇO DE REGISTRO
GENEALÓGICO DOS SUÍNOS
Associação Brasileira de Criadores de Suínos - ABCS

Aprovado pelo MAPA em 24/09/2020

PADRÃO RACIAL DAS RAÇAS SINTÉTICAS – P.S


REGULAMENTO DO SERVIÇO DE REGISTRO
GENEALÓGICO DOS SUÍNOS

RAÇA SINTÉTICA LINHA - L 19

DESENVOLVIMENTO: Brasil (Agroceres Pic Suínos S/A)


PELAGEM: Branca, podendo aparecer algumas manchas na pele.
CABEÇA: Média.
ORELHAS: Pequenas a média, com tendência delas serem voltadas para baixo.
PERFIL CEFÁLICO: Concavilíneo.
CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS: Boa habilidade materna e eficiência reprodutiva;
Boa eficiência de crescimento (conversão alimentar e ganho de peso); Boa qualidade de
carcaça da progênie; Livre do gene halotano.
Composição Racial: DUROC = 62,50%
LARGE WHITE = 37,50%
REGULAMENTO DO SERVIÇO DE REGISTRO
GENEALÓGICO DOS SUÍNOS

RAÇA SINTÉTICA EMBRAPA MO25C

DESENVOLVIMENTO: No Brasil (Embrapa Suínos e Aves)


PELAGEM: Predominantemente branca, podendo apresentar manchas escuras da raça moura
CABEÇA: Média
ORELHAS: Predominantemente caídas, podendo apresentar orelhas intermediárias
PERFIL CEFÁLICO: Retilíneo
CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS: Linha fêmea com características diferenciadas de
qualidade de carne, prolificidade, habilidade materna/adaptabilidade, longevidade e baixo
consumo de ração.
Composição Racial: LANDRACE = 50,00% LARGE WHITE = 25,00% MOURA = 25,00%
REGULAMENTO DO SERVIÇO DE REGISTRO
GENEALÓGICO DOS SUÍNOS

RAÇA SINTÉTICA LINHA 59

DESENVOLVIMENTO: No Brasil (BRF)


PELAGEM: Predominantemente branco;
CASCOS: Predominantemente branco;
ORELHAS: Tipo asiáticas lembrando a Large White, podendo apresentar orelhas
intermediárias;
PERFIL CEFÁLICO E CABEÇA: Concavilínea;
TAMANHO: Intermediário CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS: Linha macho comercial, com
características em qualidade de carne, coversão alimentar e cortes nobres.
Composição racial: PIETRAIN = 50% LARGE WHITE = 50%
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A suinocultura brasileira está posicionada entre as cadeias produtivas mais avançadas do


mundo. O uso de alta tecnologia nas áreas de genética, nutrição, instalações e manejo,
permitiu a produção de carne com elevados padrões de qualidade. Além disso, o status
sanitário do plantel fez com que o Brasil se consolidasse como quarto maior produtor de
carne suína do mundo, com 3,97 milhões de toneladas em 2018 (ABPA, 2019).
Referências
MACIEL, Vanessa; MACIEL Giselle; FAVARO, Jorge. Raças suínas nacionais: caracterização
fenotípica e mapeamento de remanescentes na região de guarapuava. Ambiência, Guarapuava (PR)
v.16 n.1 p. 1070 - 1082 Jan/Mar 2020

COITINHO, Tatiane. Suinocultura e avicultura. Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A.,


2019.

DE FIGUEIREDO, E. A. P.; BERTOL, T. M.; MONTICELLI, C. J. A importância das raças nacionais


de suínos para a segurança alimentar nas comunidades rurais e para a fabricação de produtos
suínos de valor agregado no Brasil. 2022.

DIAS, Lucilene Aparecida dos Santos; SANTOS, Yanka Lino dos. Análise de estrutura e do
comportamento do preço suíno recebidos pelos suinocultores. 2021.

FREITAS, Joelma. Suinocultura. Instituto de Tecnologia do Parána. Dez. 2007.

FIGUEIRÊDO, A. V. Suinocultura: apostila didática. Teresina, PI, 2008.


Referências
SOLLERO, B. P. Diversidade Genética das raças naturalizadas de suínos no Brasil por meio de
marcadores microssatélites. 2006. 87 f. Dissertação de Mestrado em Ciências Agrárias. Faculdade
de Agronomia e Medicina Veterinária. Universidade de Brasília, Brasília, DF.

FÁVERO, J. A.; FIGUEIREDO, E. A. P.; FEDALTO, L. M.; WOLOSZYN, N. A raça de suínos Moura
como alternativa para a produção agroecológica de carne. Revista Brasileira de Agroecologia, v.2,
p.1662-1665, 2007.

ABCS. Associação Brasileira dos Criadores de Suínos. Relatório do serviço do registro genealógico
dos suínos. Brasília, DF, 2019. Disponível em: http://www.abcs.org.br Acesso em: 28 abril. 2023.

ATHANASSOF, N. Os suínos da raça Nilo Canastra. Revista de Agricultura, Piracicaba, v. 8, n. 1-2,


p. 3-10, 1933.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!

Espaço aberto para dúvidas e contribuições

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