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DISCIPLINA:
BOVINOCULTURA DE CORTE E LEITE
APOSTILA
Categorias do rebanho
1. Bezerro / Bezerra - Terneiro (a) - Garrote: é o(a) filhote da vaca; do nascimento até
mais ou menos sete meses de vida.
2. Novilho / Novilha: é fase de vida dos bovinos que compreende animais de 8-9 meses
de idade até a fase reprodutiva.
3. Vaca: é a fêmea bovina adulta.
4. Touro: é o macho bovino adulto; reprodutor.
5. Boi: é o macho adulto castrado.
6. Rufião: é o bovino (macho ou fêmea) utilizado para identificar fêmeas em cio.
Dentição (Ruminantes)
√ Terminologia
1) Difiodontes - animais que apresentam 2 dentições
→ 1ª DENTIÇÃO: “Caduca” ou “de Leite”
→ 2ª DENTIÇÃO: “Permanente” ou “Definitiva”
Observação: Todos os mamíferos domésticos são Difiodontes
2) Heterodontes - animais que têm dentes de diferentes formas
(incisivos, caninos, pré-molares e molares)
Observação: Suínos e Equinos (Heterodontes completos)
Ruminantes (Heterodontes imcompletos, pois não têm caninos)
3) Rasamento - começo do desgaste da face superior ou lingual
do dente
→ Obs.: inicia pelos incisivos
4) Nivelamento - desgaste total do dente
5) Mudas - substituição dos dentes de leite pelos permanentes
Fórmulas Dentárias:
→ 1ª dentição: caduca, temporária ou de leite: 20 dentes
I 0 ; C 0 ; PM 0 ; M 6
8 0 0 6
I 0 ; C 0 ; PM 6 ; M 6
8 0 6 6
√ Nomenclatura dos dentes:
→ Dentes Incisivos: PINÇAS, 1OS MÉDIOS, 2OS MÉDIOS e CANTOS
Evolução dentária:
B) Jersey
Raça muito eficiente na conversão de pasto em leite, o que lhe confere preferência
em sistemas a pasto, pois requer menos área de pasto por vaca. Apresentam estatura
baixa, em torno de 120 cm nas vacas. O úbere é quadrado, bem irrigado, volumoso, com
tetas pequenas e espaçadas. Seu leite é apreciado para a produção de manteiga.
Produzem em média 5.000 kg de leite com 4,87% de gordura e 3,74% de proteína. O
recorde é de 17.938 kg em 365 dias.
B) Guzerá
C) Sindi
B) Normanda
C) Simental
Com origem na Suíça onde era utilizada para produção de leite, carne e tração, a
raça pura simental foi criada, selecionada e disseminada pelo mundo, sendo considerada
uma das mais bem distribuídas do planeta.
A vaca pura simental tem sua primeira parição antes de completar dois anos de vida,
com crias pesando em média 38kg para fêmeas, e 43 kg para machos, sem problemas de
parto. O ganho de peso diário fica acima de 1.000g, e as vacas possuem habilidade materna
fantástica, desmamando suas crias por volta do 7º mês de vida, com a média de 250 kg a
300 kg de peso; coincidindo, assim, com início da puberdade. A idade média para cobertura
de fêmeas é a partir do 14º mês, quando estarão pesando cerca de 400 kg.
Conforme as condições ambientais, manejo e objetivos de cada criação, os criadores
encontram linhagens diferentes dentro da riqueza de variabilidade genética que forma o
simental mundial, e lhes oferece genes que poderão incrementar o potencial genético de
seus animais para produção leiteira e de carne.
O simental de pura raça é de temperamento dócil, sua pelagem é branca ou
ligeiramente creme com grandes manchas amarelas ou vermelhas, ou uma só grande
mancha, que varia do amarelo trigo ao vermelho castanho. A cabeça, parte inferior do
corpo, dos membros e ponta de cauda é branca.
D) Caracu
Os animais desta raça foram criados durante vários séculos enfrentando todos os
tipos de dificuldades como alimentação escassa, doenças, clima forte e parasitas. Esta
pressão de seleção natural moldou os animais chamados crioulos (nativos), destes foram
separados os de pêlo amarelo e, daí formado o caracu.
A raça caracu é de dupla aptidão (carne x leite) e pode ser aproveitada por suas
potencialidades em sistemas de produção, revertendo investimento em bons lucros.
Características da raça:
➢ pêlo curto e com vários tons de amarelo; sem pêlos pretos ou manchas brancas;
➢ mucosas alaranjadas;
➢ resistência ao calor (extraordinária adaptação ao clima tropical e sub-tropical);
➢ resistência a endo e ectoparasitos;
➢ facilidade de locomoção (bons aprumos);
➢ cascos resistentes, tanto para terrenos duros quanto encharcados;
➢ umbigo curto e sem prolapso prepúcio;
➢ capacidade de digerir fibras grosseiras;
➢ facilidade de parto.
Por ser um gado de dupla aptidão, a produção em rebanhos de seleção leiteira está
em torno de 2.100 kg/lactação (inclui novilhas de primeira cria); em regime de pasto com
pequena suplementação, existem casos que a produção de leite chega a 5.000 kg/lactação.
A fêmea caracu produz leite com alto teor de gordura, em torno de 5%, e um extrato seco
também elevado, sendo um alimento rico e excelente para fazer manteiga e queijos.
A) Girolando
A Girolanda é uma raça com alto grau de heterose (capacidade de apresentar melhor
desempenho produtivo que a média das duas raças de origem), conseguindo conjugar a
rusticidade do Gir e a produção do Holandês, adicionando ainda características desejáveis
das duas raças em um único tipo de animal, fenotipicamente soberano, com qualidades
imprescindíveis para produção leiteira econômica dos trópicos.
O direcionamento dos acasalamentos busca a fixação do padrão racial, no grau de
5/8 Holandês + 3/8 Gir, objetivando um gado produtivo e padronizado.
As fêmeas Girolando, produtoras de leite por excelência, possuem características
fisiológicas e morfológicas perfeitas para a produção nos trópicos atribuindo um
desempenho muito satisfatório economicamente. Sua capacidade de auto regulação do
calor corporal, sua conformação muscular e esquelética, aprumos e pés fortes, hábito de
pastejo, etc., são condições que lhe atribuem grande resistência e adequação ao meio
ambiente.
B) Pitangueiras
O nome da raça foi tomado da região de origem, conforme a tradição nos meios
pecuários: o município de Pitangueiras, interior do estado de São Paulo. O animal
pitangueiras (Guzerá 5/8 x Red Poll 3/8) típico é de pelagem vermelha, uniforme, com
pequenas variações de tonalidade, podendo ir do vermelho escuro ao caju e vermelho claro.
Tem como característica principal o fato de ser geneticamente mocho, isto é, nasce e se
mantém sem chifres. Em alguns rebanhos o tipo leiteiro é mais acentuado, enquanto em
outros, os criadores estão selecionando para a produção carne, colocando o leite em
segundo plano. Mas a tendência é para a fixação de uma raça leiteira tropical, de produção
média, sem grandes pretensões. É o tipo de gado leiteiro para regime de campo.
Como raça de dupla aptidão, apresenta muito bom desempenho, demonstrando sua
habilidade na conversão de alimentos. Outra característica é a mansidão dos touros e vacas
(se submetem perfeitamente ao regime de ordenha mecânica). Essas qualidades conferem
ao pitangueiras condições para a sua expansão em qualquer região do país.
C) Guzolando
E) Lavínia
É uma raça mista formada pela Pardo Suíço (5/8) e a Guzerá (3/8) que foi originada
no município de Lavinia, estado de São Paulo, em 1954. Possui pelagem parda-cinzenta,
de cor mais clara ao redor do focinho e orelhas. O plantel de animais da raça está estimado
em menos de 20.000 cabeças e a maior concentração se dá em São Paulo.
Devido a rusticidade e boa capacidade na produção de leite existem animais da raça
na região Nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco, Ceará, Bahia e Paraíba.
São animais de produção ao redor de 2.500 litros de leite por lactação, com leite com 4%
de gordura.
3. SISTEMAS DE PRODUÇÃO
A escolha do sistema de produção a ser adotado vai depender de diversos fatores:
das características da propriedade rural, das instalações, do produtor rural, dos animais, do
clima regional, do solo, do mercado, por exemplo.
O tipo de sistema de produção de leite é o que menos importa; desde que ele seja
econômico e respeite os princípios indispensáveis de higiene, de promoção social e de
preservação do meio ambiente.
O fator mais importante e indispensável (entre todos referidos) é o homem, com sua
plena capacidade de executar e gerenciar o agronegócio do leite, em diferentes estratos de
produção, de produtividade e de lucratividade.
Higiene e limpeza – A ordenha da vaca leiteira é uma atividade que exige cuidados
e atenção, pois tem influência direta na produção e na qualidade do leite. Além dos cuidados
higiênicos, são muito importantes ainda os métodos adotados para o preparo do úbere,
bem como o treinamento das pessoas que realizam essa tarefa. O esforço e os gastos com
o rebanho serão bem ou mal remunerados em função da quantidade e da qualidade do leite
produzido. A ordenha deve ser vista como uma atividade que exige muita atenção e
cuidados no trabalho geral da fazenda, pois dela depende a quantidade e a qualidade do
leite, referências que comporão o preço recebido pelo produto.
Recomenda-se não alimentar as vacas no momento da ordenha, pois os resíduos
de ração e grãos de cereais atraem pássaros, insetos e roedores, o que pode favorecer a
disseminação de agentes patogênicos (vírus, bactérias etc.) pelo ambiente, contaminado
os animais e o próprio leite. O fornecimento do concentrado pode também atrasar bastante
o processo de ordenha, pela demora na distribuição da ração e no consumo pelo animal.
Também por questões sanitárias deve-se impedir o acesso de animais domésticos (cães,
gatos, aves e outros) ao espaço da ordenha. O ideal é alimentar as vacas após a ordenha,
dessa forma, os animais permanecerão em pé o tempo suficiente para regressão do
esfíncter do teto, diminuindo o risco da entrada de patógenos que podem causar a mastite.
Rotina – A ordenha pode ser manual ou mecânica. Em qualquer um dos casos, a
higiene é fundamental. Ela é definida como um conjunto de práticas que deve ser adotado
no sentido de evitar que microrganismos tenham acesso à glândula mamária. O desafio é
eliminar toda a sujeira dos tetos no momento da ordenha, para impedir que os
microrganismos entrem pelo canal do teto e contaminem a glândula, causando uma doença
que é o fantasma do produtor de leite – a mastite.
O produtor deve adotar o manejo de ordenha partindo do princípio de que a vaca
gosta de rotina. Assim, é fundamental estabelecer essa rotina de acordo com as
recomendações do técnico responsável. Uma boa rotina está diretamente relacionada ao
meio ambiente adequado, à saúde dos animais, à ótima higiene pessoal do ordenhador e
a equipamentos em perfeito estado de funcionamento, bem regulados e limpos. A
manutenção dos horários, da sequência correta da ordenha, das pessoas e dos ruídos
influencia as vacas no momento da descida do leite.
A identificação e a separação, na hora da ordenha, dos animais que estão sendo
tratados com medicamentos (antibióticos e antiparasitários) é fundamental para a garantia
da qualidade do leite. Resíduos de medicamentos interferem na qualidade do leite, que é
recusado pelo comprador (e o produtor pode ser severamente penalizado), pois, além de
prejudicarem o rendimento industrial da matéria-prima (inibem a fermentação), representam
riscos à saúde humana.
A ordenha das vacas é uma das atividades mais importantes de uma propriedade
leiteira, devido a três aspectos principais:
a) é nessa hora que o produtor coleta o leite, produto resultante de todos os demais esforços
realizados na propriedade;
b) é no momento da ordenha que existe alto risco de as vacas contraírem a mastite;
c) é o momento de alto risco de contaminação microbiológica do leite.
4º) Lavar os tetos com água corrente (somente quando os tetos estiverem sujos)
Tal prática deve ser evitada sempre que possível. Só deve ser utilizada nos casos
de vacas com tetos visualmente sujos (placas de esterco, barro, etc.).
7º) Colocar as teteiras para início da ordenha (ou iniciar a ordenha manual)
As teteiras devem ser aplicadas em aproximadamente 1 minuto após a retirada dos
primeiros jatos (massagem dos tetos) ou do início da estimulação dos tetos. Dessa forma,
otimiza-se a ação da ocitocina, o que proporciona uma ordenha mais rápida e completa.
As vacas ordenhadas sem uma adequada estimulação produzem menos leite e têm
a ordenha mais demorada, além dos efeitos negativos da ação do vácuo sobre os tetos
sem leite para ordenha. Para reduzir a entrada de ar no sistema de ordenha durante a
colocação das teteiras deve-se abrir o registro de vácuo, somente quando o conjunto de
teteiras estiver embaixo da vaca. De preferência, deve-se manter as teteiras estranguladas
para baixo no momento da colocação para evitar a entrada de ar. Todo esse procedimento
tem por objetivo reduzir a ocorrência de flutuações de vácuo decorrentes da entrada de ar
nas teteiras.
Figura 7: Colocação de teteiras no início da ordenha